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Frei Luis de Sousa Abordagem
Frei Luis de Sousa Abordagem
de
ALMEIDA GARRETT
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ABORDAGEM GERAL
Deste casamento, nasce D. Maria, que se transforma numa jovem pura, curiosa e
impetuosa.
Com o casal e a filha vive Telmo, um fiel amigo e escudeiro de D. João de Portugal,
primeiro marido de D. Madalena, que após o seu desaparecimento ficara a servir a
sua suposta viúva e a sua família.
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Impera o mito do sebastianismo, que é sustentado pela dúvida e pelo temor do
retorno de D. João, avivado por personagens como Telmo Pais e Maria.
D. João de Portugal que, apesar de se pensar que teria sido morto na batalha
de Alcácer Quibir, está vivo e regressa a Portugal tornando ilegítimo o
casamento de D. Manuel.
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A OBRA… 4
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Segundo, ainda, o próprio autor, no texto que antecede Frei Luís de Sousa,
intitulado Memorial do Conservatório, “Coligir os factos do homem (...), revesti-
los das formas mais populares e derramar assim pelas nações um ensino fácil,
uma instrução intelectual e moral que, sem aparato de sermão ou preleção,
surpreenda os ânimos e os corações da multidão no meio dos seus próprios
passatempos, missão do literato, do poeta”.
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Tragédia Clássica vs Drama
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Romântico
A tragédia é uma forma dramática ou peça de teatro, em geral solene,
cujo fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no
destino do protagonista ou herói, que termina, quase sempre,
envolvido num acontecimento funesto. Nela se expressa o conflito
entre a vontade humana e os desígnios inelutáveis do destino, nela se
geram paixões contraditórias entre o indivíduo e o coletivo ou o
transcendente.
Em sentido lato, pode abranger qualquer obra ou situação marcada
por acontecimentos trágicos, ou seja, em que se verifique algo de
terrível e que inspire comoção.
A palavra tragédia vem do grego trágos + odé, que significa canto dos
bodes ou canto para o bode. Crê-se que resultou dos atores se
vestirem com pele de cabra ou de, primitivamente, na Grécia, nas
festas em louvor a Dionísio (o deus grego do vinho e da alegria, tal
como Baco entre os Romanos), se sacrificar um bode (tragos) ao som
de canções (odé) executadas por um corifeu (elemento destacado do
coro, que pode cantar sozinho) acompanhado por um coro.
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Elementos característicos da tragédia
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Drama Romântico 12
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Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragédia clássica, constrói um
drama romântico, definido:
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pela valorização dos sentimentos humanos das personagens;
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pela apologia do individualismo (o conflito entre a sociedade e o indivíduo, entre o código
moral e o desejo de ser feliz), a morte como solução para os problemas;
Para além destes aspectos, há ainda ao longo da intriga dramática uma atmosfera
psicológica do sebastianismo com a crença no regresso do monarca desaparecido e a
crença no regresso da liberdade.
Telmo Pais é quem melhor alimenta estas crenças, mas Maria mostra-se a sua melhor
seguidora.
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PERSONAGENS
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Manuel de Sousa Coutinho
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No ato I, assume uma atitude condizente com um espírito clássico, deixando transparecer uma
serenidade e um equilíbrio próprios de uma razão que domina os sentimentos e que se manifesta
num discurso expositivo e numa linguagem cuidada e erudita;
No ato III, evidencia uma postura acentuadamente romântica: a dor, após a chegada do Romeiro,
parece ofuscar-lhe a razão, tal é a forma como exterioriza os seus sentimentos, fazendo-o de
uma forma um tanto violenta, descontrolada e, por vezes, até contraditória (a razão leva-o a
desejar a morte da filha e o amor impele-o a contrariar a razão e a suplicar desesperadamente
pela sua vida);
Pode-se, pois, concluir que esta personagem, do ponto de vista psicológico, evolui de uma
personalidade de tipo clássico (atos I e II) para uma personalidade de tipo romântico (ato III).
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D. Madalena de Vilhena
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Maria
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Telmo Pais 20
O terceiro elemento que Garrett recebeu do teatro clássico: o conflito psicológico suscitado pelos
dilemas perante os quais são colocadas as personagens.
Telmo Pais tem de escolher entre Maria, que ele criou, e D. João, que ele também criou e a quem
deve, além disso, fidelidade de escudeiro.
Telmo Pais, amo e criado de D. João de Portugal, era o seu maior amigo, e nenhuma criatura sofreu
tanto como ele o seu desaparecimento; opôs-se quanto pôde a que a sua viúva casasse segunda
vez e não lhe pôde perdoar a infidelidade para com o amo, cuja morte se recusou sempre a aceitar.
O resto dos seus dias é consagrado ao culto do desaparecido, a quem levanta no seu coração um
altar. E lentamente os dias vão passando, a imagem de D. João vai-se-lhe entranhando na alma,
tornando-se com o tempo talvez mais rígida, mais nítida, mais adorada. O tempo só fazia aumentar a
adoração. Mas deste casamento abominado nascera uma criança. Quis o destino que Telmo
também fosse o amo dela, e o seu coração cresceu com este novo amor. Mas pode Telmo continuar
a não acreditar na morte de seu amo? Porque se ele é vivo e voltar, que será feito da sua menina?
Órfã e desgraçada é o que ela será, segundo a moral da época. Durante muito tempo Telmo não
chega a ter consciência clara desta contradição.
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D. João de Portugal
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Casado com D. Madalena, mas desaparecido na Batalha de Alcácer Quibir, revela-se como:
uma existência abstrata (uma espécie de fantasma omnipresente) até à cena XII do ato II
inclusive, permanecendo em cena através dos receios evocativos de Madalena, da crença de
Telmo em relação ao seu regresso e do sebastianismo de Maria (se D. Sebastião pode regressar,
o mesmo pode acontecer em relação a D. João de Portugal);
regressa a Portugal ao fim de 21 anos, depois de ter passado 20 em cativeiro, surgindo na figura
do Romeiro (mesmo assim, a sua identidade só é revelada no final do ato II);
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FREI JORGE COUTINHO
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FIM
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