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No dia 26 de junho de 1968, cerca de cem mil pessoas ocuparam as ruas do centro do
Rio de Janeiro e realizaram o mais importante protesto contra a ditadura militar até
então. A manifestação, iniciada a partir de um ato político na Cinelândia, pretendia
cobrar uma postura do governo frente aos problemas estudantis e, ao mesmo tempo,
refletia o descontentamento crescente com o governo; dela participaram também
intelectuais, artistas, padres e grande número de mães.
O fato, que comoveu e revoltou todo o país, serviu para acirrar os ânimos e fortalecer a
luta pelas liberdades. Durante o velório do estudante, o confronto com policiais ocorreu
em várias partes do Rio de Janeiro, sendo que o cortejo fúnebre foi acompanhado por 50
mil pessoas. Nos dias seguintes, manifestações sucediam-se no centro da cidade, com
repressão crescente até culminar na missa da Candelária (2 de abril), em que soldados a
cavalo investiam contra estudantes, padres, repórteres e populares.
Nos outros estados o movimento estudantil também ampliava seu nível de organização e
mobilização; em Goiás, a polícia baleou 4 estudantes, matando um deles, Ivo Vieira.
Durante todo o ano de 68 as manifestações estudantis ocorreram, assim como
intensificou-se a repressão, até a decretação do AI-5, em 13 de dezembro.