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SNTI

Análise/Comentário de um artigo científico sobre


Software Open Source
The Simple Economics of Open Source
Josh Lerner
Harvard Business School
Jean Tirole
Institut D’Economie Indutrielle (IDEI)

Este artigo pretende explorar as motivações que estão por detrás do movimento Open
Source, bem como dar uma visão economista sobre o fenómeno. Começa por referir que nos
últimos anos se tem verificado um acréscimo de interesse nesta área e aponta como principais
razões a rápida difusão do software open source, os investimentos significativos de capital em
projectos de software open source por parte de grandes empresas e ainda a nova estrutura
organizacional.
Do ponto de vista de um economista, os autores referem inicialmente que é desconcertante
tentar perceber o comportamento de programadores individuais e também das empresas que se
envolvem nestes projectos, pois não é facil encontrar uma justificação clara que explique o interesse
e envolvimento no software livre. Para tentar encontrar uma resposta a esta questão, os autores
focam-se em três exemplos de software open source que já atingiram um grande reconhecimento
público e conseguiram penetrar numa grande fatia de mercado: Apache Web Server, a linguagem de
programação Perl e o agente de transferência de correio electrónico Sendmail.
Concluem que muito pode ser explicado com a actual conjectura económica. No entanto,
admitem também que aspectos relativos ao futuro do desenvolvimento do Open Source sejam
difíceis de prever com os modelos padronizados existentes. Os autores começam então por dar uma
explicação da natureza do software open source, focando-se na sua génese e no processo evolutivo
do mesmo. Estabelecido o contacto inicial com o Open Source e a actual fase em que nos
encontramos, é apresentado de seguida a origem e evolução dos três casos de estudo em questão.
Com isto pretende-se demonstrar, em primeira instância, que o sucesso destes casos implica que
existe uma relação custo/benefício favorável para os intervenientes.
Posteriormente, é estabelecida a relação entre a Teoria da Economia e o Open Source. O que
se pode inferir acerca do Open Source a partir da primeira, que tipos de benefícios e custos,
imediatos e a médio/longo prazo se podem esperar para os programadores de software livre, que
tipo de incentivos, perspectivas de carreira e de acesso a um maior mercado, etc. É também feito o
paralelismo entre os incentivos presentes nos projectos de software proprietário e nos projectos de
software livre.
Abordadas as questões de incentivo pessoal e retorno para os indivíduos sobre uma
perspectiva económica, o artigo refere também as reacções das empresas de software proprietário ao
movimento Open Source, principalmente o porquê da maior parte das empresas não reforçar a
aposta no desenvolvimento de software livre bem como a decisão de mencionar ou não os
principais intervenientes(programadores) num determinado projecto e respectivas consequências.
Aborda também as estratégias de Open Source aplicadas pelas empresas que de facto investem
neste campo. O artigo explora posteriormente a possibilidade da actividade comercial poder ser
contraproducente com a actividade open source, levantando questões importantes sobre a
apropriação de conteúdos open source para aplicações proprietárias, ou seja, comercializando o
trabalho e esforço da comunidade open source.
Finalmente, os autores levantam uma série de questões económicas pertinentes sobre o Open
Source, pensando principalmente no futuro, na evolução do Open Source e na integração deste no
mercado, na sua longevidade, no aumento ou não de participantes e na existência de mais partes
interessadas que vejam o Open Source como uma oportunidade de negócio viável e rentável.

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