GRUPO DE LUTO HOSPITAL UNIVERSITRIO PEDRO ERNESTO UERJ

Alves, K.V.G. ; Chazan, L.F.

Introduo: A modernidade parece ter trazido grande desenvolvimento de tecnologias e um empobrecimento das relaes humanas. As grandes famlias foram reduzidas a pequenos ncleos, os ritos de passagem foram "silenciados" e a morte, antes encarada como parte do desenvolvimento humano, retirada das casas e transportada para os hospitais, em uma tentativa de "esterilizao" do sofrimento. As famlias no mais participam do cuidado de seus doentes, a funo social do cuidador transportada para o profissional de sade, que tambm no est preparado para o processo de morrer. O modelo biomdico de pesquisa permitiu um grande acrscimo de conhecimento especializado e de produtos da engenharia mdica. Por outro lado esta metodologia trouxe grande prejuzo prxis biopsicosocial, afastando pacientes e mdicos da vertente mais humana da Medicina. Isto coloca os profissionais de sade em um lugar de sofrimento e impotncia; no h preparao para lidar com as limitaes dos tratamentos e a morte vista como um inimigo a ser vencido. Entretanto, a morte continua a fazer parte da existncia humana. Nos encontramos, ento, em um momento de retorno ao cuidado de pessoas (com o retorno dos mdicos de famlia) e de valorizao de laos sociais e familiares.

Objetivos: Grupo de Luto, voltado para o suporte de pacientes em processo de luto (normal ou patolgico).

Mtodo: Pesquisa de campo, realizada atravs de encontros semanais, com noventa minutos de durao, coordenao de duas profissionais da UDA de Psicologia Mdica e Sade Mental, com avaliao prvia dos pacientes encaminhados pelas diversas reas deste hospital. O trabalho com grupos uma tcnica utilizada para criao e fortalecimento de vnculo, estabelecimento de rede social, espao de identificao entre pessoas e construo de novas estratgias de enfrentamento de conflitos.

Resultados parciais: Foram realizados 10 encontros at o momento e o observado foi receptividade entre profissionais e pacientes, maior adeso ao tratamento das comorbidades psquicas, aumento da tolerncia ausncia do objeto perdido e retorno gradual ao convvio social.

Concluses preliminares: Este grupo traz a possibilidade de fortalecimento da rede social dos participantes, acolhimento e legitimao de seu sofrimento, e juntamente com outras pessoas vivenciando o mesmo processo, elaborao dessas perdas.

kalialves@ig.com.br