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Testamento do Libertador
General Dom José de San Martín
(Transcrição textual - "El sabre do General San Martín", Instituto Nacional
Sanmartiniano)
Paris, 23 de janeiro de 1844
Em nome de Deus todo Poderoso a quem conheço como Fazedor do
Universo: Digo eu José de San Martín, Generalíssimo da República do
Peru, e Fundador de sua liberdade, Capitão General do Chile e
Brigadeiro General da Confederação Argentina, em vista do precário
estado da minha saúde, declaro pelo presente Testamento o seguinte:
1º- Deixo como minha absoluta Herdeira dos meus bens, havidos e por
haver a minha única Filha, Mercedes de San Martín atualmente casada com
Mariano Balcarce.
2°- É minha expressa vontade que minha Filha subministre a minha Irmã
Maria Elena, uma pensão de Mil francos anuais, e a seu falecimento, se
continue pagando a sua filha Petronila, uma quantia de 250 até sua morte,
sem que para assegurar esta dádiva que faço a minha irmã e Sobrinha,
sejam necessárias outras hipotecas e que a confiança que me assiste de
que minha filha e seus herdeiros cumprirão religiosamente, esta minha
vontade.
3°- O Sabre que tem me acompanhado em toda a Guerra da Independência
da América do Sul, seja entregue ao General da República Argentina Dom
Juan Manuel de Rosas, como uma prova de satisfação que como Argentino
tenho tido ao ver a firmeza com que tem sustentado a honra da República
contra as injustas pretensões dos estrangeiros que tratam de humilhá-la.
4° - Proíbo que se faça qualquer tipo de funeral, e que. desde o lugar em
que venha a falecer me conduzirão diretamente ao cemitério sem nenhum
acompanhamento, mas sim desejaria que meu coração fosse depositado no
cemitério de Buenos Aires.
5°- Declaro não dever nem ter jamais devido nada, a ninguém.
6°- Ainda que é verdade que todos meus anseios não tem tido outro objeto
que o do bem estar de minha Filha amada, devo confessar, que a honrada
conduta desta, e o constante carinho e esmero que sempre ela tem
manifestado para comigo, tem recompensado com usura, todos meus
esmeros fazendo minha velhice feliz. Eu rogo continue com o mesmo
cuidado e contração a educação de suas filhas (às quais abraço com todo
meu coração) se é que pôr sua vez quiser ter a mesma feliz sorte que eu
tenho tido; igual encargo faço a seu esposo, cuja honradez, e homem de
bem não desmentiu a opinião que havia formado dele, o que me garantirá
que continuará fazendo a felicidade de minha filha e netas.
7°- Qualquer outro Testamento ou disposição anterior ao presente fica nulo
e sem nenhum valor.
Feito em Paris aos vinte e três de Janeiro do ano de mil oitocentos quarenta
e quatro e escrito tudo do meu punho e letra.
Simão Bolívar
1783-1830
Simão Bolívar
General e estadista venezuelano, um dos maiores vultos da América Latina,
chefe das revoluções que promoveram a independência da Venezuela,
Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Herói de mais de duzentas batalhas, recebeu o título de “O Libertador”,
conferido pelos parlamentos dos países por ele libertados do jugo espanhol
e deu nome à Bolívia. Com a guerra civil de 1829, a Venezuela e a
Colômbia separaram-se; o Peru aboliu a Constituição bolivariana, e a
província de Quito tornou-se independente com o nome de Equador.
Grande orador e escritor de mérito, deixou alguns ensaios, entre os quais
Meu delírio no Chimborazo. Foi um homem muito avançado para a sua
época, escreveu sobre sociologia e pedagogia, além de tratados militares,
econômicos e políticos.
Simon Bolívar teve ao seu lado, em vários combates, o brasileiro José
Ignácio Abreu e Lima, filho do Padre Roma (também Abreu e Lima), fuzilado
pelos portugueses durante a Revolução de 1817, em Salvador.
Fonte: www.camara.gov.br
SIMÃO BOLÍVAR
Retrato de Simón Bolívar pelo pintor José Gil de Castro.
INFÂNCIA
Folheio a minha papelada, tudo sepultado há tanto tempo. A minha Mãe, o
sorriso, a indulgência. As primas Aristiguietas, a minha primeira farda,
Espanha, Paris, o amado e odiado Bonaparte, Roma, Miranda, a travessia
dos Andes, o sonho da Grã-Colômbia, San Martin, Sucre, a conferência do
Panamá, Manuela feminina e guerreira. Tudo se foi, lavrei o mar, sou quase
um velho, estou no fim. Valeu a pena?
JURAMENTO
Sete meses depois reparo no olhar de Juan Vicente pairando sobre mim,
ansiedade. Abraço-o, choro por fim. Sequei, jamais voltarei a amar. Não
voltarei a casar, eu juro. E Manuela? Serei justo com Manuela?
MIRANDA
Juramento solene mas depois não me aguento, torno aos braços de Fanny.
Já compreendo a ironia no olhar de Robinson... Passa mais de um ano.
Acorda-me a guerra entre a França e a Espanha. Desprendo-me, parto.
A Espanha invadida pelos franceses, grande efervescência em Caracas. Em
1806 (estava eu na Europa), Miranda tentara sublevar-se. Falhara,
abandonado pelos próprios compatriotas. Exilou-se na Inglaterra. Ele falhou,
não falho eu. Junto um grupo de crioulos liberais. Em 1810, após uma breve
escaramuça, conseguimos formar a nossa própria Junta de Governo. Sou
enviado em missão diplomática a Londres. Tento obter apoio contra
eventuais ataques das forças napoleónicas. Lord Wellesley aconselha-nos a
união de todo o império espanhol contra a França. A meu lado Miranda sorri,
tantas vezes lhe fora prometido apoio contra os espanhóis... Derrubei o
chapéu do rei de Espanha. Mas José Bonaparte derrubou-lhe o trono. É a
nossa grande oportunidade de independência. Os hispano-americanos não
podem continuar a ser simples peões no tabuleiro dos interesses europeus.
Miranda é o militar experimentado que nos falta. Fizera várias das
campanhas napoleónicas. Convido-o a regressar comigo. Aceita.
Em campo, troça dos meus galões de coronel. Dispo a farda e ofereço-me
como seu soldado raso. Mais tarde, depois de eu entrar em luta e alcançar
vitórias comandando homens, devolver-me-á a patente.
É um homem intolerante, perdeu as raízes crioulas. É de todo impossível
disciplinar llaneros como Napoleão disciplinara soldados europeus. Não
quer entender estas diferenças. Sem dar por isso, fomenta a rebeldia, o
desvario das ambições, os crimes, as vinganças e o terror. Desabafa:
motins, é só motins...
Somos um povo com classes estratificadas. Os brancos suportam o domínio
espanhol porque, em contrapartida, dominam índios e negros. Estes só
ambicionam matar a fome. Não temos um objectivo comum. Para os norte-
americanos a liberdade da nação significa a liberdade de cada qual. Desde
o início trabalharam a terra com as próprias mãos. A honra deles é o
trabalho. A nossa, a dos crioulos, é o ócio. Que independência poderemos
almejar?
A 5 de Julho de 1811 a Junta Patriótica proclama a independência. Durará
um ano, apenas. Metade da Venezuela contra a outra metade. Do Orinoco e
Nova Granada afluem espanhóis comandados pelo Gen. Monteverde.
Surgem guerreiros sedentos de glória e galões dourados, seja qual for a
causa. Em Puerto-Cabello sou traído pelos meus homens, entregam a
fortaleza aos prisioneiros inimigos. Peço o auxílio de Miranda. Não acorre,
está a assinar um armistício com Monteverde. Anseia ver estendidos à
Venezuela os benefícios da Constituição recém-promulgada pelas Cortes de
Cádis, quimeras. Avisam-me e corro, a mata-cavalos, para La Guaíra, porto
de onde Miranda pretende largar para o estrangeiro. Dou-lhe ordem de
prisão. Tropas realistas atacam. Tenho que retirar e Miranda acaba por cair
nas mãos dos espanhóis. Morrerá num presídio, em Cádis.
O meu exílio em Curaçao, ilha inglesa nas Caraíbas. Dificuldades, até
penúria. Mas não paro de pensar em Miranda. O pai da independência, o
traidor final. Motins, é só motins... Bem entendo o seu desencanto.
ESTILHAÇOS
Em 1 de Setembro de 1823 entro em Callao, Peru. Acabo com o banditismo,
drasticamente. Requisito o ouro das igrejas, organizo escolas. Pesadelos,
só vejo sombras. Manuela tenta apaziguar-me mas da Grã-Colômbia
chegam notícias da iminência de uma guerra civil. Última resistência dos
espanhóis. Vencemo-los na batalha de Junin, em 6 de Agosto de 1824.
Venezuelanos, granadinos e peruanos, lado a lado. Será, por fim, a
unidade? Sempre aclamado como Libertador, marcho para o sul até à
montanha de prata do Potosi. O Alto Peru proclama-se República
independente. Em minha homenagem dão-lhe o nome de República de
Bolívar. Querem-me para presidente, indico-lhes Sucre. Para não ter que
fuzilar oficiais conspiradores, antigos companheiros de luta, demitir-se-á
pouco depois. Motins, é só motins...
PROCLAMAÇÃO
Simón Bolívar falece em Santa Marta a 17 de Dezembro de 1830. Deixa
uma última proclamação que remata assim:
Colombianos! A minha última vontade é a felicidade da pátria. Se a minha
morte contribuir para o fim do partidarismo e para a consolidação da União,
baixarei em paz à sepultura.
Simão Bolívar
Simón José Antonio de La Santísima Trinidad Bolívar y Ponte Palacios
y Blanco, nasceu em Caracas, atual capital da Venezuela, em 24-07-1783.
Estudou na Europa, onde presenciou uma série de movimentos populares
contrários ao poder do rei. Liderou as tropas que entraram na cidade de
Caracas em 1813, mas acabou sendo perseguido.
Refugiou-se na Jamaica, onde escreveu um texto defendendo a
independência das colônias hispano-americanas.
Mais tarde, liderou o exército que tomou Bogotá (na atual Colômbia) e
proclamou a República da Colômbia (1819). Participou também das lutas de
independência dos atuais Peru, Venezuela, Equador e Bolívia. Foi
presidente da Grã-Colômbia (união entre Colômbia, Venezuela, Equador e
Panamá) e da Bolívia e chefe supremo do Peru (1826).
Defendia a adoção do regime republicano de governo e pretendia ver as
colônias hispano-americanas formando uma só nação. Morreu na Colômbia
em 1830.
Fonte: www.historiamais.com
Simão Bolívar
1783 – 1830
Simão Bolívar
Bolívar, também conhecido pelo Libertador, era um soldado revolucionário
venezuelano, que conduziu as colónias espanholas da metade norte da
América do Sul na sua luta pela independência. Libertou Nova Granada a
actual Colômbia e a Venezuela em 1821, o Equador em 1822, o Peru em
1824 e o Alto Peru, actualmente a Bolívia em 1825. Uma figura histórica e
venerada em toda a América Latina.
Bolívar era filho de um aristocrata venezuelano e era uma criança bastante
disciplinada. Os pais morreram quando tinha apenas 9 anos, e aos 16 anos
partiu para a Europa para completar a sua educação. Após 3 anos em
Espanha, regressou em 1801, casado com uma espanhola que morreu logo
de seguida com febre-amarela. A resposta de Bolívar a esta tragédia foi
lançar-se na política, embora ainda fosse muito jovem. Regressou à Europa,
onde amadureceu a ideia que havia de libertar o seu país do Governo
Espanhol e jurou conseguir, no Monte Aventino em Roma. Bolívar assistiu à
coroação de Napoleão em 1804, ficando profundamente impressionado com
a demonstração da capacidade que um homem era capaz de conseguir.
Não ficando tão impressionado com a pompa imperial, acreditando que
Napoleão traíra a Revolução Francesa. No auge do seu sucesso, nos anos
que seguiriam, nunca exigiu honrar imperiais, ficando satisfeito com o
simples título de Libertador.
As primeiras tentativas de Bolívar para libertar a Venezuela e a Colômbia
em 1815 terminaram na derrota, pelas forças monárquicas espanholas,
depois do sucesso inicial. Bolívar procurou refúgio na Jamaica, regressando
á luta em 1818, com uma força voluntária inglesa. Nesta altura, reuniu um
exército e fez uma travessia audaciosa pelos Andes, apanhando os
monárquicos espanhóis de surpresa ao chegar de uma direcção
inesperada. Libertou a Venezuela e a Colômbia, e no ano seguinte estendeu
o seu domínio sobre o Equador. As forças reais foram forçadas a regressar
ao Peru, onde Bolívar as seguiu em 1824. Juntou-se aí ao libertador do sul,
San Martin, um homem modesto e despretensioso que abandonou o seu
exército nas mãos de Bolívar. Em 1825, os feitos de Bolívar foram
completados com a conquista do Alto Peru, que se chamou Bolívia em sua
honra. Bolívar era um homem cuja grande visão e força de carácter eram
mais importantes que os defeitos de temperamento que muitas vezes
davam origem a que fosse cruel e violento, e que outras vezes o deprimiam
devido ao fracasso.
Bolívar sonhou que a América do Sul se iria unir numa confederação que a
transformaria numa potência mundial. O próprio bolívar tornou-se uma
figura conhecida internacionalmente, mas foi incapaz de se opor aos
sentimentos nacionais divisórios dos novos republicanos. As tentativas de
Bolívar para impor as suas ideias pela ditadura falharam, e Bolívar morreu
desapontado, quando se preparava para partir para a Europa. Os feitos de
Bolívar foram no entanto, monumentais, e actualmente é venerado como o
principal obreiro da independência sul-americana.
Fonte: alex-yuli.spaces.live.com
SIMÃO BOLÍVAR
Simão Bolívar
Simão Bolívar nasceu em Caracas, capital da Venezuela no dia 24 de
Julho de 1783 e viveu longos anos na Europa.
Cumpridos os primeiros estudos, em Madrid, seguiu depois para Paris.
No início do século passado, foi à Itália, em Roma, e aqui, na sagrada terra
do Aventino, jurou consagrar toda a sua vida à santa causa da
independência americana.
As vicissitudes políticas da Espanha, naquela época, eram turvas e
confusas e, naturalmente, mesma desordem repercutia também nas
colônias latinas.
E como, desde muito tempo, os germes da rebelião minavam a alma dos
indígenas, sobretudo dos crioulos, gente mais ou menos culta e inteligente,
os povos oprimidos começaram a agitar-se.
Em Caracas, os primeiros movimentos revolucionários explodiram em 1810.
Os patriotas eram chefiados pelo general Francisco Miranda, "o aventureiro
da liberdade", que chamou a si Bolívar, e o fez ingressar no exército
venezuelano, com o posto de coronel. Miranda, após 13 meses de governo
da Nova República da Venezuela, foi obrigado a capitular, sob os duros
golpes do general espanhol Monteverde.
Em 1810 os crioulos (espanhóis nascidos na América) destituíram o
governador e capitão geral Vicente Emparán, integrando uma Junta
Conservadora dos Direitos de Fernando VII, eufemismo que ocultava
verdadeiras intenções de independência política.
Com a patente de coronel foi a Londres para arregimentar apoio para a
revolução venezuelana. Na capital inglesa encontrou-se com Francisco de
Miranda e o convidou para regressar à Venezuela.
Perdida a primeira República, obteve passaporte para Curaçao, de onde
viajou para Cartagena das Índias (atual Colômbia).
Ali publicou o Manifesto de Cartagena (2 de novembro de 1812), no qual
criticava a irresoluta actuação de Miranda, que conduziu a capitulação; e na
Memória aos cidadãos de Nova Granada (15 de dezembro de 1812),
convidava-os a acompanhá-lo para libertar a Venezuela.
Mas nem tudo de sua obra ficou perdido, porque Bolívar passou à acção.
Ele não conheceu repouso em sua luta e, refugiando-se em Nova Granada,
reuniu logo, em torno de si, os exilados e os voluntários de todas as nações,
inflamando com sua palavra, os corações, pelo sagrado amor à liberdade.
Aos valentes que o acompanharam, ele lhes deu trabalho, fadiga e vida
dura, mas seu entusiasmo excitou aqueles poucos homens, que realizaram
verdadeiros prodígios, tanto que, em 1813, pôde empreender sua primeira
campanha de desforra, que ficou célebre na História.
Aos massacres, às violências, às crueldades dos espanhóis, Bolívar
respondeu com uma famosa proclamação, que revela a força desesperada
dos povos que invocavam seu direito de resistir. "Espanhóis, contem com a
morte, ainda que inocentes! Americanos, contém com a liberdade, ainda
que culpados!"
Com este brado nos lábios e no coração, Bolívar, guiando através de
regiões desoladas e agrestes um punhado de soldados cansados,
maltrapilhos famintos, com poucas armas, mantidos apenas pelo
entusiasmo, entrou de novo em Caracas reerguendo o abatido lábaro da
República Independente.
Fonte: atonito.blogspot.com
SIMÃO BOLÍVAR
Simão Bolívar
Um dos maiores vultos da história latino-americana, Bolivar comandou as
revoluções que promoveram a independência da Venezuela, Colômbia,
Equador, Peru e Bolívia. Simón José Antonio de la Santísima Trinidad
Bolívar Palacios y Blanco nasceu na aristocracia colonial. Recebeu
excelente educação de seus tutores e conheceu as obras filosóficas greco-
romanas e as iluministas.
Aos nove anos, perdeu os pais e ficou a cargo de um tio. Este o enviou à
Espanha, aos 15 anos, para continuar os estudos. Lá, Bolívar conheceu
María Teresa Rodríguez del Toro y Alayza, com quem casou em 1802.
Pouco depois de terem voltado para a Venezuela, a esposa morreu de febre
amarela. Bolívar então jurou nunca mais casar.
Em 1804, retornou para a Espanha. Na Europa, presenciou a proclamação
de Napoleão como imperador da França e perdeu o respeito por ele,
considerando-o traidor das idéias republicanas. Após breve visita aos EUA,
regressou para a Venezuela em 1807.
No ano seguinte, Napoleão provocou uma grande revolução popular na
Espanha, conhecida como Guerra Peninsular. Na América, organizações
regionais se formaram para lutar contra o novo rei, irmão de Napoleão.
Caracas declarou a independência, e Bolívar participou de uma missão
diplomática à Inglaterra. Na volta, fez um discurso em favor da
independência da América espanhola. Em 13 de agosto de 1811, forças
patriotas, sob o comando de Francisco de Miranda, venceram em Valencia.
Mas, no ano seguinte, depois de vários desastres militares, os dirigentes
revolucionários entregaram Miranda às tropas espanholas.
Bolívar escreveu o famoso "Manifesto de Cartagena", sustentando que
Nova Granada deveria apoiar a libertação da Venezuela. Em 1813, invadiu
a Venezuela e foi aclamado Libertador. Em junho daquele ano, tomou
Caracas e, em agosto, proclamou a segunda república venezuelana.
Em 1819, organizou o Congresso de Angostura, que fundou a Grande
Colômbia (federação que abrangia os atuais territórios da Colômbia,
Venezuela, Panamá e Equador), a qual nomeou Bolivar presidente. Após a
vitória de Antonio José de Sucre sobre as forças espanholas (1822), o norte
da América do Sul foi enfim libertado.
Em julho de 1822, Bolívar discutiu com José de San Martín a estratégia
para libertar o Peru, mais ao sul. Em setembro de 1823, ele e Sucre
chegaram a Lima para planejar o ataque. Em agosto de 1824, derrotaram o
exército espanhol. No ano seguinte, Sucre criou o Congresso do Alto Peru e
a República da Bolívia (assim batizada em homenagem a Bolívar). Em
1826, Bolívar concebeu o Congresso do Panamá, a primeira conferência
hemisférica.
Em 1827, devido a rivalidades pessoais entre os generais da revolução,
eclodiram guerras civis na Grande Colômbia. Em 25 de setembro de 1828,
em Bogotá, Bolívar sofreu um atentado, conhecido como "conspiração
setembrina", da qual saiu ileso graças à ajuda de sua companheira,
Manuela Sáenz. Com a guerra civil de 1829, a Venezuela e a Colômbia se
separaram; o Peru aboliu a Constituição bolivariana; e a província de Quito
tornou-se independente, adotando o nome de Equador.
Acuado e tuberculoso, o Libertador morreu no ano seguinte, aos 47 anos.
Fonte: educacao.uol.com.br
SIMÃO BOLÍVAR
Estamos no início do século XX: e já, a mais de três séculos, a Espanha
explora suas colônias na América Latina, negando a todos os indígenas e
aos crioulos (descendentes de pais europeus e levados para a América
espanhola), qualquer possibilidade de participação na vida pública. A rígida
vigilância dos governadores espanhóis torna extremamente difícil qualquer
tentativa de rebelião. Todavia, afinal, o engenho de um único homem,
patriota fervoroso, de natureza resoluta e apaixonada, faz com que os
países da América do Sul consigam libertar-se da escravidão. O herói
chamado "O Libertador" (El Libertador) é Simão Bolívar.
Simão Bolívar nasceu em Caracas, capital da Venezuela, em 1783 e viveu
longos anos na Europa. Cumpridos os primeiros estudos, em Madri, seguiu
depois para Paris. No início do século passado, foi à Itália, em Roma, e
aqui, na sagrada terra do Aventino, jurou consagrar toda a sua vida à santa
causa da independência americana.
As vicissitudes políticas da Espanha, naquela época, eram turvas e
confusas e, naturalmente, mesma desordem repercutia também nas
colônias latinas.
E como, desde muito tempo, os germes da rebelião minavam a alma dos
indígenas, sobretudo dos crioulos, gente mais ou menos culta e inteligente,
os povos oprimidos começaram a agitar-se.
Em Caracas, os primeiros movimentos revolucionários explodiram em 1810.
Os patriotas eram chefiados pelo general Francisco Miranda, "o aventureiro
da liberdade", que chamou a si Bolívar, e o fez ingressar no exército
venezuelano, com o posto de coronel. Miranda, após 13 meses de governo
da Nova República da Venezuela, foi obrigado a capitular, sob os duros
golpes do general espanhol Monteverde.
Em 1810 os crioulos (espanhóis nascidos na América) destituíram o
governador e capitão geral Vicente Emparán, integrando uma Junta
Conservadora dos Direitos de Fernando VII, eufemismo que ocultava
verdadeiras intenções de independência política. Com a patente de coronel
foi a Londres para arregimentar apoio para a revolução venezuelana. Na
capital inglesa encontrou-se com Francisco de Miranda e o convidou para
regressar à Venezuela. Perdida a primeira República, obteve passaporte
para Curaçao, de onde viajou para Cartagena das Índias (atual Colômbia).
Ali publicou o Manifesto de Cartagena (2 de novembro de 1812), no qual
criticava a irresoluta atuação de Miranda, que conduziu a capitulação; e na
Memória aos cidadãos de Nova Granada (15 de dezembro de 1812),
convidava-os a acompanhá-lo para libertar a Venezuela.
Mas nem tudo de sua obra ficou perdido, porque Bolívar passou à ação. Ele
não conheceu repouso em sua luta e, refugiando-se em Nova Granada,
reuniu logo, em torno de si, os exilados e os voluntários de todas as nações,
inflamando com sua palavra, os corações, pelo sagrado amor à liberdade.
Aos valentes que o acompanharam, ele lhes deu trabalho, fadiga e vida
dura, mas seu entusiasmo excitou aqueles poucos homens, que realizaram
verdadeiros prodígios, tanto que, em 1813, pôde empreender sua primeira
campanha de desforra, que ficou célebre na História.
Aos massacres, às violências, às crueldades dos espanhóis, Bolívar
respondeu com uma famosa proclamação, que revela a força desesperada
dos povos que invocavam seu direito de resistir. "Espanhóis, contem com a
morte, ainda que inocentes! Americanos, contém com a liberdade, ainda
que culpados!"
Com este brado nos lábios e no coração, Bolívar, guiando através de
regiões desoladas e agrestes um punhado de soldados cansados,
maltrapilhos famintos, com poucas armas, mantidos apenas pelo
entusiasmo, entrou de novo em Caracas reerguendo o abatido lábaro da
República Independente. Mas a luta não terminara: o comandante espanhol,
que ainda dominava algumas partes do país, retomou uma guerra sem
quartel, semeando, em seu caminho, violências e massacres. Em fins de
1814, de novo a Venezuela teve que ceder diante da força dos espanhóis
dominadores. O Libertador, obrigado a fugir para o exílio, refugiou-se na ilha
de Jamaica e, daí, para o Haiti, procurando organizar uma nova insurreição.
Não lhe importava haver conhecido a derrota: ele devia conduzir à
civilização sua gente, restituir a liberdade à sua pátria.
Reconquistada a capital, Bolívar governou através de três Secretarias de
Estado. Os triunfos dos realistas o obrigam a viajar para Cartagena das
Índias e, um ano depois, para a Jamaica, onde tornou conhecida sua
famosa Carta de Jamaica (1815). Em Angostura (atual Cidade Bolívar)
expôs seu plano político, apresentando um projeto de constituição onde
propunha a criação de um grande estado, sob o nome de Grande Colômbia.
Bolívar criou o Conselho de Estado e o Conselho de Governo. Instalou na
cidade o segundo congresso da Venezuela (1819).
O Discurso de Angostura é a sua peça de oratória mais importante. Faz
uma análise sociológica dos venezuelanos, pronuncia-se contra a
escravidão e pela democracia; mantém sua preferência pela centralização
política e administrativa e propõe um poder moral para prevenir a corrupção
administrativa. Eleito presidente do país, se dirigiu a Nova Granada.
Empreendeu a ‘Campanha dos Andes’ que culminou com a batalha de
Boyacá, a 7 de agosto de 1819, e três dias depois entrou vitorioso em
Bogotá. Neste mesmo ano Constituiu a República da grande Colômbia, foi
em auxílio dos peruanos insurretos e conseguiu libertá-los do jugo
espanhol, fundando dois novos estados: o Peru, de que se tornou ditador, e
o Alto Peru, que, em sua honra, assumiu o nome de Bolívia. Em 1820
assinou um tratado de armistício com o espanhol Pablo Morillo, que
fracassou, o que levou ao recrudescimento da guerra que terminou na
batalha de Carabobo e pôs fim ao domínio espanhol na Venezuela.
A Antônio José de Sucre, lugar-tenente de Bolívar, coube a incorporação de
Guayaquil à Colômbia e a libertação de Quito. Em 1824, depois da batalha
de Ayacucho, a América do Sul ficava livre do domínio espanhol e as
rebeliões de Chuquisaca e La Paz levaram à criação da Bolívia, cuja
Constituição foi redigida por Bolívar. Em 1826 o Peru nomeou-o presidente
vitalício, mas o Libertador não aceitou.
Em 1826, convocado o Congresso dos Estados Libertadores, em Panamá,
ele propôs reunir todas as novas nações em uma só confederação. Mas foi
acusado de desejar um governo tirânico, personalista, e a suspeita e a
desconfiança armaram os braços dos conspiradores, que atentaram contra
sua vida. Amargurado com tanta iniqüidade e incompreensão, Bolívar
apresentou várias vezes demissão, mas, sempre, chamado por aqueles que
ainda acreditavam nele, soube recalcar a amargura no fundo do coração,
para recomeçar a lutar pelo bem de sua pátria. Afinal, porém, sua decisão
foi irrevogável porque disse ele ao partir para o exílio: — "Eu não tenho
mais pátria a oferecer meu sacrifício. Os tiranos do meu país tiraram-me a
pátria".
Retirando-se à vida privada, pobre, sozinho, renegado pelos seus
concidadãos, Bolívar morreu em dezembro de 1830.
Na história da América do Sul, a figura de Simão Bolívar ocupa lugar de
destaque. Realmente, depois da morte da esposa, ocorrida em 1803, deu
toda sua vida pela independência, não só do seu país mas também por
outras nações da América do Sul. Esteve sempre pronto para esquecer as
ofensas recebidas, assim que verificava que sua presença e as suas
qualidades de homem político poderiam ajudar uma nação a tornar-se
independente dos dominadores estrangeiros.
Independência da América Espanhola
No decorrer do século XVIII, o sistema colonial implementado pelos
espanhóis na América passou a sofrer importantes transformações, fruto do
envolvimento metropolitano nas guerras européias e da crise da mineração.
O NOVO COLONIALISMO
O Tratado de Ultrecht ( 1713) foi uma decorrência da derrota da Espanha na
"Guerra de Sucessão Espanhola", sendo forçada a fazer concessões à
Inglaterra, garantindo-lhes a possibilidade de intervir no comércio colonial
através do asiento - fornecimento anual de escravos africanos - e do
permiso - venda direta de manufaturados às colônias.
Esse tratado marca o início da influência econômica britânica sobre a região
e ao mesmo tempo, o fim do monopólio espanhol sobre suas colônias na
América.
Se os direitos reservados aos ingleses quebravam o pacto colonial, a
Espanha ainda manteve o controle sobre a maior parte do comércio
colonial, assim como preservou o controle político, porém foi obrigada a
modificar de maneira significativa sua relação com as colônias, promovendo
um processo de abertura.
As principais mudanças adotadas pela Espanha foram:
A abolição do sistema de frotas, e abolição do sistema de porto único, tanto
na metrópole, como nas colônias, pretendendo dinamizar o comércio,
favorecendo a burguesia metropolitana e indiretamente o próprio Estado. Na
América foi liberado o comércio intercolonial (desde que não concorresse
com a Espanha) e os criollos passaram a ter o direito de comercializar
diretamente com a metrópole.
A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
O processo de independência hispano-americano dividiu-se, grosso modo,
em três fases principais: os movimentos precursores (1780 - 1810), as
rebeliões fracassadas (1810 - 1816) e as rebeliões vitoriosas (1817 - 1824).
"Os movimentos precursores da guerra de independência: revoltas de
Tupac Amaru e de Francisco Miranda".
Os movimentos precursores, deflagrados prematuramente, foram
severamente reprimidos pelas autoridades metropolitanas. Ainda que
derrotados, contribuíram para enfraquecer a dominação colonial e
amadurecer as condições para a guerra de independência travada
posteriormente. A mais importante dessas insurreições iniciou-se no
território peruano em 1780 e foi comandada por Tupac Amaru. Essa
rebelião indígena mobilizou mais de sessenta mil índios e só foi totalmente
esmagada pelos espanhóis em 1783, quando foram igualmente reprimidas
outras revoltas no Chile e na Venezuela. Inspirado no exemplo dos Estados
Unidos, o criollo venezuelano Francisco Miranda liderou, a partir desta
época, vários levantes e se tornou o maior precursor da independência
hispano-americana.
Após os Estados Unidos, a segunda independência da América foi realizada
pelos escravos trabalhadores das plantations que, em 1793, através de uma
insurreição popular contra a elite branca libertaram o Haiti.
"As rebeliões de independência fracassadas: a falta de apoio da Inglaterra e
dos Estados Unidos".
Em 1808, a ascensão de José Bonaparte ao trono da Espanha iria
desencadear a guerra de independência na América espanhola, devido aos
desdobramentos políticos daquela situação. Na Espanha, o povo pegou em
armas contra a dominação francesa; na América, os criollos pronunciaram-
se pelo "lealismo" e se colocaram ao lado de Fernando VII, herdeiro legítimo
de Coroa espanhola. Os criollos, entretanto, evoluíram rapidamente do
"lealismo" para posições emancipacionistas e, em 1810, iniciaram a luta
pela independência.
O fracasso das rebeliõs iniciadas em 1810, foi conseqüência, em grande
parte, da falta de apoio da Inglaterra, que empenhada na luta contra a
França napoleônica, não pôde fornecer ajuda aos movimentos de
independência liderados pela aristocracia criolla. Os Estados Unidos, que
possuíam acordos comerciais com a Junta de Sevillha, também não
forneceram qualquer ajuda aos rebeldes hispano-americanos. Em 1816, os
movimentos emancipacionistas, isolados internamente e sem apoio
internacional, foram momentaneamente vencidos pelas tropas espanholas.
"A vitória do movimento de independência: apoio da Inglaterra e dos
Estados Unidos. A doutrina Monroe".
Após a derrota de Napoleão e 1815, a Inglaterra, liberta da ameaça
francesa, passou a apoia efetivamente as rebeliões de independência na
América, que se reiniciaram em 1817 e só terminariam em 1824 com a
derrota dos espanhóis e a emancipação de suas colônias americanas.
Naquele ano Simon Bolívar desencadeou a campanha militar que culminaria
com a libertação da Venezuela, da Colômbia e do Equador e, mais ao sul,
José de San Martín promovia a libertação da Argentina, do Chile e do Peru.
Em 1822 os dois libertadores encontraram-se em Guayaquil, no Equador,
onde San Martín entregou a Bolívar o comando supremo do exército de
libertação.
O processo de independência tornou-se irreversível quando, em 1823, os
EUA proclamaram a Doutrina Monroe, opondo-se a qualquer tentativa de
intervenção militar, imperialista ou colonizadora, da Santa Aliança, no
continente americano. Em 1824, os últimos remanescentes do exército
espanhol foram definitivamente derrotados pelo general Sucre, lugar-
tenente de Bolivar, no interior do Peru, na Batalha de Ayacucho. Ao norte, a
independência do México fora realizada em 1822 pelo general Iturbide, que
se sagrou imperador sob o nome de Agustín I. Um ano de pois, foi obrigado
a abdicar e, ao tentar retomar o poder, foi executado, adotando o país o
regime republicano. Em 1825, após a guerra de independência, apenas as
ilhas de Cuba e Porto Rico permaneceram sob o domínio espanhol.
AS CONSEQÜÊNCIAS DA INDEPENDÊNCIA
Em 1826, Bolivar convocou os representantes dos países recém-
independentes para participarem da Conferência do Panamá, cujo objetivo
era a criação de uma confederação pan-americana. O sonho boliviano de
unidade política chocou-se, entretanto, com os interesses das oligarquias
locais e com a oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, a quem não
interessavam países unidos e fortes. Após o fracasso da Conferência do
Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente em quase duas
dezenas de pequenos Estados soberanos, governados pelas aristocracia
criolla. Outros fatores que interferiram nessa grande divisão política foram o
isolamento geográfico das diversas regiões, a compartimentação
populacional, a divisão administrativa colonial e a ausência de integração
econômica do continente. O pan-americanismo foi vencido pela política do
"divida e domine".
"À emancipação e divisão política latino-americana segue-se nova
dependência em reação à Inglaterra".
Assim, entre as principais conseqüências do processo de emancipação da
América espanhola merecem destaque: a conquista da independência
política, a conseqüente divisão política e a persistência da dependência
econômica dos novos Estados. O processo de independência propiciou
sobretudo a emancipação política, ou seja, uma separação da metrópole
através da quebra do pacto colonial. A independência política não foi
acompanhada de uma revolução social ou econômica: as velhas estruturas
herdadas do passado colonial sobreviveram à guerra de independência e
foram conservadas intactas pelos novos Estados soberanos.
Assim, a divisão política e a manutenção das estruturas coloniais
contribuíram para perpetuar a secular dependência econômica latino-
americana, agora não mais em relação à Espanha, mas em relação ao
capitalismo industrial inglês. As jovens repúblicas latino-americanas,
divididas e enfraquecidas, assumiram novamente o duplo papel de fontes
fornecedoras de matérias-primas essenciais agora à expansão do
industrialismo e de mercados consumidores para as manufaturas
produzidas pelo capitalismo inglês.
Fonte: www.velloso.com
INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA
Processo de emancipação das colônias espanholas no continente
americano durante as primeiras décadas do século XIX. Resulta das
transformações nas relações entre metrópole e colônia e da difusão das
idéias liberais trazidas pela Revolução Francesa e pela independência dos
EUA. Recebe influência também das mudanças na relação de poder na
Europa em conseqüência das guerras napoleônicas.
Durante o século XVIII, a Espanha reformula aspectos de seu pacto
colonial. A suspensão do monopólio comercial da Casa de Contratação de
Sevilha dá maior flexibilidade às relações comerciais entre metrópole e
colônia. Mas, ao mesmo tempo, procura impedir o desenvolvimento das
manufaturas coloniais e combate o contrabando inglês. Essas medidas
contrariam os interesses da elite colonial, os criollos (descendentes de
espanhóis nascidos na América), que lideram a maioria dos movimentos
emancipacionistas. Eles são considerados inferiores pela elite e proibidos
de ocupar cargos públicos, civis ou militares.
As guerras travadas pelo Império Napoleônico alteram o equilíbrio de forças
na Europa, que se reflete nos domínios coloniais. Em junho de 1808,
Napoleão Bonaparte invade a Espanha, destrona o rei Carlos IV e seu
respectivo herdeiro, Fernando VII. Impõe aos espanhóis um rei francês, seu
irmão, José Napoleão (José I). Na América, os cabildos (instituições
municipais que são a base da administração colonial), sob comando dos
criollos, declaram-se fiéis a Fernando VII e desligam-se do governo de José
I. Passam a exigir ainda maior autonomia, liberdade comercial e igualdade
com os espanhóis.
Com a restauração da Monarquia após a derrota de Napoleão, a Espanha
passa a reprimir os movimentos emancipacionistas. Diante dessa situação,
a elite criolla decide-se pela ruptura com a metrópole. Conta com a
aprovação da Inglaterra, que, interessada na liberação dos mercados latino-
americanos para seus produtos industrializados, contribui militar, financeira
e diplomaticamente com as jovens nações. O Paraguai proclama a
independência em 1811 e a Argentina, em 1816, com o apoio das forças do
general José de San Martín. No Uruguai, José Artigas lidera as lutas contra
as tropas espanholas e obtém vitória em 1811. No entanto, a região é
dominada em 1821 pelo rei dom João VI e anexada ao Brasil, sob o nome
de Província Cisplatina, até 1828, quando consegue sua independência.
San Martín organiza também no Chile a luta contra a Espanha e, com o
auxílio do líder chileno Bernardo O''Higginsjump: BAHFF, liberta o país em
1818. Com isso, alcança o Peru e, com a ajuda da esquadra marítima
chefiada pelo oficial inglês Lord Cockrane, torna-se independente do país
em 1822. Enquanto isso, no norte da América do Sul, Simón Bolívar atua
nas lutas pela libertação da Venezuela (1819), da Colômbia (1819), do
Equador (1822) e da Bolívia (1825). Em 1822, os dois líderes, Bolívar e San
Martín, reúnem-se na cidade de Guayaquil, no Equador, para discutir o
futuro da América hispânica. Bolívar defende a unidade das ex-colônias e a
formação de uma federação de repúblicas, e San Martín é partidário de
governos formados por príncipes europeus. A tese de Bolívar volta a ser
discutida no Congresso do Panamá, em 1826, mas é rejeitada.
Em toda a América hispânica há participação popular nas lutas pela
independência, mas a elite criolla se mantém hegemônica. No México, no
entanto, a mobilização popular adquire contornos de revolução social: a
massa da população, composta de índios e mestiços, rebela-se ao mesmo
tempo contra a dominação espanhola e contra os criollos. Liderados pelos
padres Hidalgo e Morelos, os camponeses reivindicam o fim da escravidão,
a divisão das terras e a abolição de tributos, mas são derrotados. Os criollos
assumem a liderança do movimento pela independência, que se completa
em 1821, quando o general Itúrbide se torna imperador do México. O
movimento pela emancipação propaga-se pela América Central (que havia
sido anexada por Itúrbide), resultando na formação da República Unida da
América Central (1823-1838), que mais tarde dá origem a Guatemala,
Honduras, Nicarágua, Costa Rica e El Salvador. O Panamá obtém
independência em 1821 e a República Dominicana, em 1844.
Cuba permanece como a última possessão espanhola no continente até a
Guerra Hispano-Americana. Ao contrário da América portuguesa, que
mantém a unidade territorial após a independência, a América espanhola
divide-se em várias nações, apesar de tentativas de promover a unidade,
como a Grã-Colômbia, reunindo Venezuela e Colômbia, de 1821 a 1830, a
República Unida da América Central e a Confederação Peru-Boliviana, entre
1835 e 1838. A fragmentação política da América hispânica pode ser
explicada pelo próprio sistema colonial, uma vez que as diversas regiões do
império espanhol eram isoladas entre si. Essa situação favorece também o
surgimento de lideranças locais fortes, os caudilhos, dificultando a
realização de um projeto de unidade colonial.
Fonte: www.superzap.com
Criollos
Eram descendentes de espanhóis nascidos na América.
Chapetones
Eram pessoas nascidas na metrópole e que possuíam todos os privilégios e
ocupavam os altos cargos administrativos.
Camada intermediaria
Era formada por comerciantes, advogados, médicos, professores, artesões,
etc.
Camada dominada
Era formada pela grande maioria da população.
Independencia da América Espanhola (resumo)?
1=crise do sistema colonial
2=sociedade colonial
3=Revoltas populares
4=As idéias e a importância de Simon Bolivar
• 2 anos atrás
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by patpedag...
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Por essa época a sociedade colonial era formada por uma população de dez
milhões de habitantes, divididos em diversas classes sociais. Os brancos
constituíam cerca de três milhões e trezentos mil e classificavam-se em
chapetones e criollos. Os chapetones, perto de trezentos mil, eram os
espanhóis natos que, monopolizando o poder político, dominavam os altos
cargos da administração colonial. Os criollos, cerca de três milhões, eram
descendentes de espanhóis nascidos na América e formavam a elite
econômica e intelectual da colônia, à qual pertenciam os latifundiários,
comerciantes, profissionais liberais e membros do baixo clero.
3 – A GUERRA DE INDEPENDÊNCIA
4 – AS CONSEQÜÊNCIAS DA INDEPENDÊNCIA