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Materiais de Apoio

Curso: Hardware Aula: Disp. de Hardware Data: 


Descrição/Objetivo: 

Elaborador: Bruno Aparecido Gonçalves Unidade: Nova Granada

Extensible Firmware Interface (EFI)


Introdução
O Extensible Firmware Interface (ou simplesmente EFI) é uma tecnologia
recente, que visa substituir o BIOS (Basic Imput/Output System) usado
nos computadores. O BIOS foi lançado na década de 1980, no IBM PC AT
e, sofrendo modificações, é utilizado até hoje. Mas, com as vantagens do
EFI, essa "tradição" tende a mudar e é isso que este artigo mostrará nas
próximas linhas.
O que é EFI
Como já dito, o EFI é uma tecnologia que visa substituir o tão tradicional
BIOS dos computadores. No entanto, sua capacidade não se limita a isso.
O EFI permite uma série de funcionalidades até então impraticáveis com o
BIOS, como a possibilidade de atuar como gerenciador de boot em
computadores com mais de um sistema operacional (substituindo o
GRUB, o LILO e o Boot Magic, por exemplo), interface mais amigável
(inclusive com uso de mouse), capacidade de desenvolvimento de drivers
"multi-plataforma", carregamento mais rápido do sistema operacional,
entre outros.
Se fizermos uma análise mais profunda, veremos que, na verdade, o EFI
não vai substituir de maneira integral o BIOS, pois pelo menos os seus
conceitos serão preservados. Sendo assim, podemos até interpretar o EFI
como um novo tipo de BIOS.
O que é BIOS
Para uma melhor compreensão do EFI, é importante entender o que é
BIOS:
O BIOS é um tipo de programa armazenado em memória ROM que
informa ao processador como trabalhar com dispositivos essenciais, tais
como teclado, unidades de disco, portas, etc. Como o BIOS lida
diretamente com o hardware, sua programação é feita em Assembler,
uma linguagem complexa, mas apropriada a esse tipo de aplicação.
Outra função do BIOS é a responsabilidade de permitir a inicialização do
sistema operacional. Para isso, ele testa o hardware (por exemplo, checa
se o teclado está conectado e emite uma mensagem de erro se não
encontrá-lo), verifica a memória, entre outros. Essa fase é conhecida
como POST (Power-On Self Test).
Na maioria dos computadores, se o usuário pressionar uma tecla especial
- como F1, F2 ou Delete - assim que ligar a máquina, terá acesso a uma
área gráfica chamada Setup. Por meio dela, é possível trabalhar com
opções de configuração do hardware. Por exemplo, pode-se mudar a
velocidade do processador, alterar o tempo de acesso à memória e
executar operações mais simples, como fazer o computador reconhecer
uma unidade de disco. O Setup está diretamente vinculado ao BIOS.
Mesmo tendo sofrido melhorias com o passar do tempo, o BIOS é uma
tecnologia antiga, cujas limitações já são sentidas atualmente. Isso é
perceptível, por exemplo, quando um novo padrão de hardware é
lançado. Geralmente, a implementação do reconhecimento deste no BIOS
é uma tarefa muito complexa.
Um pouco mais sobre EFI
Agora que você já sabe o que o BIOS faz, voltemos a tratar de EFI.
Desenvolvido inicialmente pela Intel e contando com forte apoio da
Microsoft, o EFI é um recurso que pode executar as funções do BIOS e
ainda oferecer outras funcionalidades. Seu desenvolvimento é feito em
linguagem C, o que por si só já é capaz de ampliar o seu leque de
possibilidades. Além disso, o EFI é baseado em interfaces modulares,
permitindo adicionar ou alterar recursos sem que seja necessário mudar
toda a sua estrutura. Assim, tornam-se mais fáceis as tarefas de
desenvolvimento e instalação de atualizações, por exemplo. Além disso, o
risco de erros diminui, pois geralmente basta trabalhar apenas no módulo
que está sendo criado ou modificado.
É evidente que o EFI é preparado para lidar com o hardware atual, isto é,
não é necessário descartar dispositivos de hardware criados quando o EFI
sequer era cogitado. Por exemplo, um processador Pentium 4 não precisa
sofrer modificações para funcionar com EFI, já que este pode ser
preparado para trabalhar com esse chip.
Essa compatibilidade, no entanto, já não ocorre com os sistemas
operacionais. Estes sim precisam lidar de maneira diferente com o EFI, se
comparado ao BIOS tradicional. O Windows XP, por exemplo, não suporta
o EFI, assim como as versões de 32 bits do Windows Vista. Todavia, essa
compatibilidade existe nas versões do Windows XP, Server 2003 e Vista
baseadas na linha de processadores Intel Itanium. Usuários de Linux
estão em situação mais cômoda: atualizações de versões do kernel não
compatíveis com EFI podem resolver o problema.
Algo que agradou muito os desenvolvedores de hardware é a não
dependência do EFI de uma saída VGA (Video Graphics Array) para
testes. No BIOS tradicional, é necessário ter uma placa de vídeo para
executar os testes, do contrário essa tarefa não seria possível. O EFI não
possui essa dependência, possibilitando que o resultado do teste seja
direcionado a um computador ou a um arquivo, por exemplo.
Outro recurso muito importante é a capacidade do EFI de lidar com
instruções de 64 bits, característica já predominante nos processadores
recentes da Intel e da AMD. Com o BIOS tradicional, é necessário ter uma
versão para 32 bits e outra para 64 bits, dependendo do hardware ou da
aplicação
A tecnologia EFI conta também com a capacidade de pré-inicialização.
Com ela, o sistema operacional pode carregar ou atualizar recursos antes
mesmo de entrar em total funcionamento. Essa característica pode
permitir a criação futura de uma série de funcionalidades, como
atualização automática do sistema operacional ou de um software
antivírus, acionamento automático de um computador-espelho caso o
primeiro apresente alguma falha, entre outros.
Ainda, o EFI permite o desenvolvimento de drivers de hardware
independentes da plataforma. Isso porque, ao invés do sistema
operacional ter que se comunicar diretamente com o hardware em
questão, ele o faz por intermédio do EFI. Assim, basta que qualquer
sistema operacional saiba "falar" com o EFI para que este faça o hardware
desejado "entrar em ação".

Outra vantagem da utilização do EFI é o fato deste não


precisar ser armazenado em chips CMOS (Complementary
M etal-Oxide Semiconductor). Sua implementação pode ser
feita diretamente no chip do firmware*. Além disso, pode-se armazenar
recursos extras no disco rígido do computador e instruir o EFI a acessá-
los. Se por algum motivo esses dados forem apagados, muito
provavelmente será possível reinstalá-los, como se fosse reinstalado um
driver de um determinado dispositivo em um sistema operacional.
* Firmware é uma espécie de software embutido em um hardware que
serve para controlá-lo. Por exemplo, se você tem um aparelho que toca
músicas no formato MP3, o software que permite a execução e que
mostra as informações no visor é um firmware.
Finalizando
A proposta do EFI é substituir o BIOS tradicional, mas não se sabe ainda
se essa tecnologia se tornará padrão, mesmo porque ainda está em
tempo de tecnologias semelhantes ou melhores surgirem. No entanto, é
indiscutível que o EFI é promissor, do contrário, empresas como Microsoft
e Gateway não teriam interesse por ela.
A Apple, por exemplo, lançou em janeiro de 2006 uma versão do Mac que
faz uso do EFI. Muito provavelmente isso ocorreu porque este é um dos
primeiros computadores da empresa a utilizar um processador Intel, a
principal responsável pelo EFI. No entanto, para a Apple ter aceitado tal
tecnologia, é porque esta se mostra realmente viável e interessante.
Há muito o que ser debatido e há muito o que ser definido para que o EFI
seja aceito pela indústria do hardware, mas isso pode acontecer em
breve. Suas vantagens são inúmeras e não se limitam às citadas aqui.
Além disso, já existe um grupo formado por diversas empresas para tratar
da tecnologia: a UEFI (Unified Extensible Firmware Interface). Mesmo
assim, a única certeza que se tem no momento é que o BIOS tradicional
precisa mesmo "virar coisa do passado".

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