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A Arte potica de Horcio e a Potica de Aristteles

Csar Marins de Oliveira n 85.339


Prof. Dr. Fernando Gazoni

Horcio (65ac - 6ac), no trecho vv. 119 - 127 de sua Arte potica, afirma que o poeta
deve
ou seguir a tradio, ou criar caracteres coerentes consigo. Se o escritor
reedita o celebrado Aquiles que este seja estrnuo, irascvel, inexorvel,
impetuoso, declare que as leis no foram feitas para ele e tudo entregue
deciso das armas. (Horcio, Arte potica)

Algo que Aristteles (384ac - 322ac) j afirmava em sua em sua Potica:
No se pode, ento, desfazer os mitos recebidos da tradio (por
exemplo, Clitemnestra sendo morta por Orestes, Eurfila por Alcmon),
mas deve o poeta criar fazendo bom uso do que foi legado pela tradio.
(Aristteles, Potica. p. 21)

Ambos demonstram apego ao mito, de maneira que, se o poeta lida com Ulisses
ou Media, por exemplo, estes devero se manter fieis s caractersticas tradicionais
de suas retrataes anteriores. Alm das personagens familiares ao poeta no momento
de criao das tragdias, Horcio especfico quanto criao de novos personagens,
reforando que eles devem ser retratados de maneira fidedigna s suas prprias
caractersticas do incio ao fim. Aristteles, pelo contrrio, restringe-se ao uso antigas
linhagens para personagens dramticas, reiterando que as tragdias devem se
estabelecer sob os mitos j definidos pelos poetas da tradio:
De fato, os poetas, ao procurarem, encontraram a maneira de fornecer a
seus enredos tais eventos no por arte, mas por acaso, e esto assim
restritos a essas linhagens, a tantas quantas padeceram tais
sofrimentos. (Aristteles, Potica. p. 22)

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