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Estelionato contra a previdência

O estelionato é um dos crimes contra o patrimônio previsto no artigo 171, do Código


Penal e apresenta a fraude como principal elemento do tipo, nos seguintes termos:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício , ardil , ou qualquer outro
meio fraudulento.
De acordo com o texto, além da fraude, há outros elementos: é preciso que ocorra a
obtenção de uma vantagem ilícita, que terceiro sofra prejuízo, que a vítima seja
induzida. Mas a idéia principal do crime do estelionato é a fraude, e a mentira.
A previsão legal incriminadora de estelionato contra a previdência encontra-se no artigo
171, 3º, que trata de uma causa de aumento de pena:
3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade
de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou
beneficência.
O sujeito teria obtido para si ou para outrem vantagem ilícita em detrimento de entidade
de assistência social, pelo que, teria sua pena aumentada em um terço daquela prevista
para a prática do estelionato do caput do artigo 171.
A prática delituosa discriminada configura crime instantâneo de efeitos permanentes,
mas também quem entenda que o crime em questão seria permanente e este fato se torna
relevante na medida em que, apontar para um ou para outro influi na determinação do
prazo de prescrição. Crime instantâneo é aquele cujo momento de consumação não
perdura no tempo, aperfeiçoando-se em um único instante. Crime permanente, por sua
vez, tem seu momento de consumação prolongado no tempo. Crime instantâneo de
efeitos permanentes é aquele que, embora se consume em fração de segundos, tem
efeitos perenes e não controláveis pela vontade do agente. Ora, de acordo com a regra
prevista no artigo 111, III, do Código Penal para os crimes permanentes não há fluência
de prazo prescricional enquanto não cessar sua permanência:
Sendo assim:
- considerando que se trata de crime instantâneo, apenas com efeitos permanentes, a
prescrição começará a correr do dia em que se consumou (art. 111, I, CP);
- considerando que, de acordo com o artigo 109, do CP, a prescrição regula-se pelo
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime abstratamente, este crime
seria apenado em, aproximadamente, 6 anos e 6 meses (5 anos mais 1/3 da agravante);

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