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Também os direitos fundamentais formam uma categoria heterogênea, marcada por uma
autêntica mutação histórica através de um processo cumulativo que resulta em sua
expansão e fortalecimento1.
1
Como afirma Sarlet, o processo de reconhecimentos dos direitos fundamentais “é essencialmente
dinâmico e dialético, marcado por avanços, retrocessos e contradições, ressaltando, dentre outros
aspectos, a dimensão histórica e relativa dos direitos fundamentais”. SARLET, Ingo Wolfgang. A
eficácia dos Direitos Fundamentais. Op. Cit. p. 56. Também neste sentido Alexandre de Moraes: “Os
direitos humanos fundamentais, em sua concepção atualmente conhecida, surgiram como produto da
fusão de várias fontes, desde tradições arraigadas nas diversas civilizações, até a conjugação dos
pensamentos filosófico-jurídicos, das idéias surgidas com o cristianismo e com o direito natural”.
MORAES, Alexandre. Direitos Humanos Fundamentais. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005. p. 01
2
ALEXY, Robert. Três escritos sobre los derechos fundamentales y la teoria de los principios. Op.
Cit.p. 32
3
STERN, apud SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais. Op. Cit. P. 39.
O Código de Hamurabi, do século XVII A.C. já consagrava um rol de direitos comuns a
todos os homens: vida, propriedade, honra, dignidade e família; estabelecendo, ainda, a
supremacia das leis em relação aos governantes. Na Grécia Antiga, também
encontramos vários estudos sobre a necessidade da igualdade e da liberdade do homem,
com grande desenvolvimento das idéias sobre a democracia, a participação política e o
direito natural4. Por sua vez, em Roma temos a consagração da liberdade, da
propriedade e da tutela dos direitos individuais.
Estas conquistas dos barões ingleses transcendem o espírito de seu tempo, para
transformar-se na conquista das liberdades políticas para todo o tempo futuro,
constituindo-se na declaração medieval mais importante no processo de positivação dos
direitos humanos.
Estes direitos serão consagrados na Constituição dos Estados Unidos da América e suas
dez primeiras emendas, aprovadas em 25 de setembro de 1789, e ratificadas em 15 de
dezembro de 1791.
Segundo Ferrajoli:
Ressalte-se, como afirma Leon Duguit11, que não se trata, no entanto, de uma alteração
de conceito, mas uma alteração de titularidade. O poder, entendido como direito
patrimonial do rei, passa a ser chamado, a partir do final do século XVI, de soberania,
indicando a característica daquele cujo senhorio não derivava de outro senhor superior.
O termo indicava, portanto, um poder de caráter particular de certos senhorios, e,
especialmente, dos senhorios reais.
No século XVII e XVIII, a soberania indica um direito de mandar, cujo titular é o rei –
que o exerce como se fosse um de seus direitos patrimoniais. Assim, a palavra
soberania, que designava apenas uma característica do poder real, passa a designar o
poder real em si mesmo. A soberania é uma propriedade una, indivisível, inalienável. É
também absoluta, como todo direito de propriedade.
10
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 2 ed. rev. e amp. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2006. p. 793.
11
DUGUIT, Leon. As transformações do direito (público e privado). Buenos Aires: Heliasta, s/d. p. 09
Na doutrina liberal o rei é substituído pela nação, e a partir daí a nação será um sujeito
de direito, titular do direito de soberania. Derivam daí à noção de soberania nacional,
também, una, indivisível, inalienável e imprescritível, e a noção de lei como expressão
da vontade nacional.
12
BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política: a filosofia política e as lições dos clássicos. Rio de
Janeiro: Campus, 2000. p. 276
Note-se, portanto, que a lei, em sentido formal, é um conceito central, ao redor do qual
se organizarão os poderes estatais. A atribuição desta importância decorre da visão da
lei como uma forma de garantia da igualdade entre todos, vez que por ser geral, ela
impediria o estabelecimento de privilégios.
Além disso, a lei será instrumento, por excelência, de garantia dos direitos do homem,
ou seja, a lei como garantia do homem contra os arbítrios estatais na medida em que
estabelece um critério objetivo de previsibilidade das relações sociais, sobretudo da
relação entre o cidadão e as instituições estatais.
É também produto desta época a idéia de devido processo legal formal, como
consequência do princípio da legalidade, conformando uma exigência absoluta de
adequação do agir estatal as formas pré-estabelecidas em lei14.
No Século XIX o mundo passa por uma transformação nos modos de produção
capitalista de grande monta, que ficou conhecida como “Revolução Industrial”. Esta
expressão designa todo um conjunto de mudanças na produção de bens e riquezas, que
se operaram a partir de meados do século XVIII15.
Como não havia lei que regulasse as relações de trabalho, homens, mulheres e até
mesmo crianças trabalhavam nas novas fábricas. A promessa de emprego nas cidades e
a crescente perda de prestígio das atividades agrícolas levaram ao aumento das
concentrações urbanas, despreparadas para receber este contingente de pessoas, criando
vários problemas e deteriorando as condições de vida.
Além disso, o ambiente interno das fábricas era inadequado e insalubre, com pouca
iluminação e ventilação deficiente, e os salários eram parcos, em razão da grande
demanda por emprego e da diminuição de postos de trabalho16.
15
Há divergências entre os historiadores sobre o significado real da Revolução Industrial. Segundo
HUBERMAN, Leo. História da Riqueza do Homem. 5 e. Rio de Janeiro: Zahar Editores p. 183-186: “A
Revolução industrial é esse fenômeno da mecanização e de fortalecimento do sistema capitalista,
possibilitado pelo avanço da ciência, pela acumulação de capitais, pelo aumento da população com a
expansão colonial e os progressos da medicina. [....] A invenção da máquina para fazer o trabalho do
homem era uma história antiga, mas com a associação da máquina à força do vapor ocorreu uma
modificação importante no método de produção. O aparecimento da máquina movida a vapor foi o
nascimento do sistema fabril em grande escala. Era possível ter fábricas sem máquinas, mas não era
possível ter máquinas a vapor sem fábricas. Além disso a revolução na industria e na agricultura foi
acompanhada pela revolução nos transportes. [...] Foi no século XVIII que tiveram início os
melhoramentos na construção de estradas, abertura de canais, etc... [....] O crescimento da população, as
revoluções nos transportes, agricultura e indústria – tudo isto estava correlacionado. Agiam e reagiam
mutuamente. Eram forças abrindo um mundo novo”. Em sentido contrário SAVELLE, Max (Coord.)
História da Civilização Mundial. Belo Horizonte: Editora Itatiaia ltda., 1968. v. 3, p. 89-90: “Revolução
ou Evolução? Um examinador britânico da história uma certa vez observou com algo de ironia que todos
os estudantes medíocres sabiam que havia uma Revolução Industrial, ao passo que todos os estudantes
adiantados sabiam que não havia. Seu comentário sugere a existência de qualquer coisa de equívoco com
relação ao título deste capitulo.Muitos historiadores de economia queixam-se de que a palavra revolução
é um nome pouco adequado para um processo que se foi verificando pelo menos durante quatro séculos.
O que se chama de Revolução industrial é parte de todo o longo processo de transição da economia
senhorial da época feudal para a moderna economia capitalista. Um marxista diria que ela representa a
passagem de um estágio mais baixo para um mais alto de capitalismo – de variedade comercial do
capitalismo para a industrial”.
16
MANTOUX, P. A Revolução Industrial no século XVIII. São Paulo: Hucitec, 1987. p. 418 e ss.
As graves desigualdades provocadas pela ausência de intervenção do Estado no plano
econômico e social fizeram com que a humanidade buscasse um mínimo de garantias
materiais de existência dos indivíduos, fortalecendo-se a necessidade de intervenção do
Estado no domínio econômico. Nesta época é que surgem os ideais revolucionários,
comunistas e anarquistas, que pregavam uma ruptura com o sistema vigente,
acreditando serem as liberdades individuais, sobretudo o direito à propriedade os
grandes responsáveis, pela concentração de riquezas que se instalava no mundo.
17
A este respeito Edvaldo Brito faz uma distinção entre o Estado Social Radical, aquele em que haveria a
supressão das liberdades individuais, e o Estado Social Moderado, no qual o Estado Liberal é substituído
pelo Estado Social de Direito, que introduz direitos sociais sem, no entanto, suprimir as liberdades
individuais” BRITO, Edvaldo. Reflexos Jurídicos da atuação do Estado no domínio econômico. São
Paulo: Saraiva, 1982. p. 20.
18
SILVA NETO, Manoel Jorge e. Direito Constitucional Econômico. São Paulo: LTR, 2001 p. 135
19
BOBBIO, Noberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992, p. 21
20
BOBBIO, Norberto. Teoria Geral da Política. Op. Cit. p. 271
Duas constituições serão consideradas marcos consagradores desta nova concepção de
Estado: a Constituição Mexicana de 1917, e a Constituição de Weimar, na Alemanha,
em 191921. Ambas instalam uma nova tendência no direito constitucional, que
influenciará todo o mundo ocidental, na qual o Estado, como expressão da coletividade
organizada, deve garantir direitos sociais e econômicos através da instituição de
serviços públicos.
São direitos consagrados, desde esta época: o direito ao trabalho e o direito do trabalho,
o direito à educação, o direito à saúde, o direito à moradia, a previdência social e a
assistência social aos desamparados.
Com o passar dos anos, a primeira concepção de Estado Dualista centrada na idéia de
serviço público como modo por excelência de satisfação das necessidades coletivas, vai,
pouco a pouco, sendo substituída pela atuação do Estado com vistas à orientação,
definição e fiscalização do desenvolvimento econômico e da distribuição de renda.
21
A Constituição Mexicana, promulgada em 05 de fevereiro de 1917, tem influencia da ideologia
anarcossindicalista, e foi a primeira a reconhecer a existência de direitos fundamentais aplicáveis às
relações de trabalho. No entanto, não logrou grande êxito na instalação de uma ordem democrática social
no país, daí porque não teve a mesma repercussão da Constituição de Weimar, de 1919, que instalou
efetivamente, na Alemanha pós 1ª Guerra Mundial, uma democracia social comprometida com os valores
do trabalho e da família. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos Direitos Humanos.
Op. Cit. p. 173 e ss.
22
Como afirma Ferrajoli: O Estado de direito, como resultado do conjunto de garantias liberais e sociais,
pode ser, pois, configurado, como um sistema de metaregras em relação ás regras mesmas da democracia
política. Precisamente, se a regra do Estado liberal de direito nem sobre tudo se pode decidir, nem mesmo
em maioria, a regra do Estado social de direito é aquela a qual nem sobretudo se pode não decidir, nem
mesmo em maioria:sobre questão de sobrevivência e subsistência, por exemplo, o Estado não pode não
decidir, mesmo se não se interessarem a maioria. Apenas sobre todo resto vale a regra da democracia
política segundo a qual se deve decidir por maioria, direta ou indireta, dos cidadãos” [...] “O princípio da
democracia política, relativo a quem decidi (deve ser) é, em suma, subordinado ao princípios da
democracia social relativos ao que não é lícito decidir e ao que não é lícito não decidir” FERRAJOLI,
Luigi. Direito e Razão. Op. Cit.p. 797-798
Tais transformações tornaram imprescindível reconstituir o Estado de forma que ele não
apenas garantisse a propriedade e os contratos (Estado Liberal), mas também exercesse
seu papel complementar ao mercado na coordenação da economia para consagração do
bem estar social e do desenvolvimento econômico.
Inicia-se assim, uma transformação nas estruturas política e econômica que com a
construção de verdadeiro complexo instrumental, permita absorver a síntese dualista do
Estado de Bem Estar Social e do desenvolvimento econômico. O Estado
Intervencionista conduz a necessidade do desenvolvimento de entidades por meio das
quais se processe a satisfação das necessidades coletivas, sem abrir mão, no entanto, dos
seus privilégios contidos no Direito Publico.
23
MOURA, José Souto de. A Protecção dos Direitos Fundamentais no Processo Penal, p. 10.
Disponível em: http://www. smmp.pt/online/pdf/conf 24032004. Acesso em 26 nov. 2006
24
Os direitos difusos e coletivos, meta-individuais ou de solidariedade, representam a terceira dimensão
dos direitos humanos. E se caracterizam pela indeterminação dos titulares dos interesses e pela sua
indivisibilidade, ou seja, a satisfação ou lesão do direito não se dá de modo fracionado entre os
indivíduos. O direito paradigmático nesta geração é o direito ao meio ambiente. WOLKMER, Antonio
Carlos. Novos Pressupostos para a Temática dos Direitos Humanos, p. 07-10. In: Direitos Humanos e
Globalização: fundamentos e possibilidades desde a teoria crítica. RUBIO, David Sanchez; FLORES,
Joaquín Herrera; CARVALHO, Salo de (orgs.). Rio de Janeiro: LumenJuris, 2004, p. 03-19
reconhecimento da natureza complementar de todos os direitos, sua unidade e
indivisibilidade25.
Os direitos fundamentais deixam de ser meros suportes para o controle das atividades
do Poder Público, servindo também para conferir à sociedade os meios imprescindíveis
para o seu justo desenvolvimento através dos direitos a prestações sociais e à
participação do cidadão, de forma direta, na busca de proteção e na reivindicação dos
seus direitos. Assim a diversidade de direitos implica também a diversidade de funções
exercidas por eles que atuam ora como direitos de defesa, ora como direitos de cunho
prestacional.
Mas, importante notar que este processo histórico de formação dos direitos humanos é
também o processo de constitucionalização do Estado. Desde a primeira dimensão dos
direitos fundamentais – os direitos de liberdade – cristaliza-se o reconhecimento
material e formal do status constitucional destes direitos.
25
A universalidade significa o reconhecimento de todos os seres humanos como titulares dos direitos
humanos, a indivisibilidade, por sua vez, implica o reconhecimento e que todos os direitos humanos são
imprescindíveis à existência humana, não havendo relação de prevalência entre direitos ou dimensões de
direitos humanos. PIOVESAN, Flávia. A universalidade e a indivisibilidade dos direitos humanos:
desafios e perspectivas. In: Direitos Humanos na sociedade cosmopolita. BALDI, César Augusto (org.)
Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 45-73. A pretensão de universalidade, em verdade, acompanha os
direitos fundamentais desde sua origem, em função, mesmo, do seu fundamento jusnatural. ARRUDA,
Samuel Miranda. O Direito Fundamental à razoável duração do processo. Brasília: Brasília Jurídica,
2006. p. 28. A universalidade é um traço característico da teoria kantiana dos direitos humanos e tem sido
criticada por aqueles que entendem que os direitos são sempre elementos de uma determinada cultura e
assim só teriam validez particular ou relativa. ALEXY, Robert, Teoria del discurso y derechos
humanos. Op. Cit. p. 64-65
26
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais. Op. Cit. p. 38
Tendo em vista que a proteção da liberdade por meio dos direitos
fundamentais é, na verdade, proteção juridicamente mediada, isto é,
por meio do Direito, pode afirmar-se com segurança, na esteira do
que leciona a melhor doutrina, que a Constituição (e, neste sentido, o
Estado constitucional), na medida em que pressupõe uma atuação
juridicamente programada e controlada dos órgãos estatais, constitui
condição de existência das liberdades fundamentais, de tal sorte que
os direitos fundamentais somente poderão aspirar à eficácia no
âmbito de um autêntico Estado constitucional27
Segundo Marcelo Guerra, o que caracteriza os direitos fundamentais, como uma nova
categoria jurídica, é, precisamente, a força jurídica28. Para além das funções limitativas
do poder, os direitos assumem papel de verdadeiros “critérios de legitimação” do poder
estatal, ou seja, o poder estatal só se justifica pela realização dos valores fundamentais.
Estes critérios se aplicam também à ordem jurídica estatal, não apenas formalmente,
mas também materialmente, atuando, portanto, como fundamento material e formal de
todo o ordenamento jurídico, visto a partir de então como verdadeiro “sistema
axiológico”.
27
SARLET, Ingo Wolfgang. Op. Cit. p. 62
28
GUERRA, Marcelo. Direitos fundamentais e a proteção do credor na execução civil. São Paulo:
revista dos Tribunais, 2003, pág. 30.
29
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos Direitos Fundamentais. Op. Cit. Pág. 57
30
Segundo SARLET, Ingo Wolfgang: os critérios para aferição da condição jus fundamental de uma
norma não constante do catalogo constitucional são: similitude de conteúdo e de dignidade; estreita
vinculação com o Princípio da Dignidade Humana e, possuir função protetiva, ou seja, buscar assegurar e
proteger certos bens individuais ou coletivos considerados essenciais. Op. Cit. p. 94-122.
Neste contexto aponta-se para a circunstância de que, na esfera do
direito constitucional interno, esta a evolução se processa
habitualmente, não tanto por meio da positivação destes “novos
direitos”, mas principalmente em nível de uma da transmutação
hermenêutica e da criação jurisprudencial, no sentido do
reconhecimento de novos conteúdos e funções de alguns direitos já
tradicionais31.
Esta atividade hermenêutica, no entanto, deve ser utilizada com cautela, sempre
justificada a partir dos valores albergados na própria constituição sob pena de perda da
relevância e do prestígio desta categoria de direitos.
Por fim, a eficácia dos direitos fundamentais expande-se nos planos horizontal e vertical
para abarcar não só as relações dos cidadãos com o Estado, mas as relações dos
particulares entre si32.
31
SARLET, IngoWolfgang. Op. Cit. p. 56-57.
32
A eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas é explicada por três teorias. A primeira,
adotada nos EUA através da doutrina do State Action, exclui a aplicação dos direitos fundamentais das
relações jurídico privadas.A segunda teoria prega a eficácia horizontal indireta e imediata destes direitos
das relações privadas, dependente, portanto, da vontade do legislador ordinário, ou aplicada apenas como
vetor axiológico de interpretação das relações jurídico privadas. No Brasil, apesar da escassa doutrina
sobre o assunto, encontrou albergue a terceira teoria segundo a qual os direitos fundamentais têm eficácia
direta e imediata nas relações jurídicas de natureza privada. cf. SARMENTO, Daniel. Direitos
Fundamentais e Relações Privadas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2004. p. 228 e ss.