A estréia do Brasil mostrou exatamente o que disse no artigo
anterior: “Responsabilidade de vencer provoca efeito emocional negativo nos jogadores” – clique aqui e leia. Ronaldo é o maior exemplo: bolhas no pé, febre, e agora acaba de se recuperar de um súbito mal-estar. O atacante disse até que aceitaria ficar na reserva, mas Parreira o manterá como titular.
Euforia verde-amarela
Acompanho Copas do Mundo há mais de cinqüenta anos. Nunca vi
tanto entusiasmo e euforia, como agora na campanha da Alemanha.
Nunca vi na cidade de São Paulo tanta euforia como a acontecida,
momentos antes do jogo Brasil e Croácia. Uma catarse nacional, onde o brasileiro quer chamar a atenção do mundo, mostrar seu verdadeiro valor, sua alma de herói, a sua raça. Enfim, uma função catártica para restituir o equilíbrio moral necessário a uma nação.
Um povo antes silencioso, agora, explode em alegria, negando e
não aceitando a falta de acontecimentos positivos no país. A ausência de uma vida social digna baixa a auto-estima do brasileiro e o fragiliza emocionalmente, por isso a população joga ‘tudo’ no futebol.
O resultado é essa loucura, essa euforia verde-amarela em torno da
Copa. Em qualquer outro país, onde outras coisas também dão certo, o peso e o valor dado à Copa do Mundo é bem menor. Cuidados com o corpo, atividade física regular, meditação, dedicação às artes, à leitura são elementos que nos ajudam a obter um sólido 'corpo emocional'.
Nuno Cobra é formado pela Escola de Educação Física de São
Carlos e pós-graduado pela Universidade de São Paulo. Foi preparador físico de Ayrton Senna, Mika Hakkinen, Rubens Barrichello, Abílio Diniz entre outros. É autor do best-seller A Semente da Vitória