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COMENTÁRIO AO TRABALHO DA COLEGA

AURORA VIANA

Chamou-me de sobremaneira a atenção a 1.ª coluna, célula referente às


competências do professor bibliotecário. Estão aí plasmadas as características que
fazem dele um líder. Com um perfil multifacetado, ele estará à altura dos desafios que
se lhe colocam na concretização das diferentes interacções com uma heterogeneidade
apreciável de parceiros cujos interesses ele deverá fazer convergir/co-existir de forma a
rentabilizar todas as realizações.
As restantes células da coluna em questão abordam aspectos pertinentes da
interacção do professor bibliotecário, de uma forma pragmática, transmitindo a certeza
de que o seu programa de acção passa pela concretização dos itens elencados, ou seja, a
colega já está mesmo a apresentar o seu trabalho em termos prospectivos.
Gostaria de colocar o enfoque nos pontos fortes salientados, pois alude a
aspectos essenciais. Os dois primeiros (integração no Conselho Pedagógico e no PTE)
constituem um bom ponto de partida para o estabelecimento de uma interacção que
urge, dadas as ameaças que refere, derivações, creio, da resistência dos docentes à
articulação com a BE. Desta forma, não será de admirar que os alunos acusem “pouca
participação” nas actividades. Assim, complica-se o reconhecimento da PB como
“learning specialist” (Ross Todd, 2008). Mas, como refere o mesmo autor, “Library
media specialists who reframe themselves as learning specialists will find the
recognition, respect and collaboration they seek when they put an end to “bad business”
practices that divert focus from mission. This charge will not be easy. It will be fraught
with difficult conversations…”.
Não querendo abusar das citações, atrevo-me a apresentar mais algumas
palavras de Ross Todd, pois elas ilustram exactamente o que me parece ser um desígnio
da colega – transformar a BE na mais rica das salas de aula, sob diferentes aspectos. Diz
o autor: “… the library media center is the most information-rich, inquiry-rich,
resource-rich, pedagogically-rich classroom in the building.”
Tendo em conta a análise que faz dos aspectos positivos e dos menos
positivos/negativos que enquadram a acção da BE em que exerce funções, assim como a
enumeração dos desafios, acções a implementar e acções prioritárias, a colega
demonstra possuir consciência do que está a falhar, do que está a evoluir
favoravelmente e das estratégias de remediação a adoptar. Por isso, em interacção com a
equipa que lidera, vai conseguir colmatar as lacunas indicadas, dando cumprimento ao
“seu programa de acção”. Desta forma, fará “entender aos professores (alguns fechados
à colaboração com a biblioteca), aos pais e aos alunos que a biblioteca cumpre
objectivos semelhantes àqueles em que toda a restante escola se empenha e que algum
do sucesso obtido tem a sua participação.” (Texto da sessão).
Finalmente, gostaria de lhe dizer que considero que a colega abordou
problemáticas essenciais e complexas, de uma forma simples e despretensiosa.
Peço desculpa por não ter aludido especificamente a cada um dos aspectos que
elencou. No entanto, creio haver colocado o enfoque em alguns itens de maior
importância.
Continuação de bom trabalho.

Maria Amélia da Anunciação Bernardo

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