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Passamos agora a consideraes finais do grupo acerca da problemtica citada no filme.

A
cultura de proteo a propriedade privada, vem sendo semeada no Brasil por um longo tempo
na histria do direito, que utilizado como ferramenta de proteo latifundiria. Nem mesmo
a nossa Carta Cidad, um marco na histria das constituies brasileiras, mudou a situao dos
confrontos fundirios na regio norte. A terra tem sentidos completamente diferentes para o
ndio e para o latifundirio, o primeiro est em sintonia com a terra, um vnculo que eles
acreditam ser espiritual, de certa forma, privar os ndios de seu solo sagrado seria como privar
catlicos de utilizarem suas igrejas para fazerem as missas. Os latifundirios tem um vnculo de
utilidade e lucro com a terra, de carter pecunirio, e que pode ser legislado pelo judicirio
pelo seu carter positivo. A legislao indigenista em si no ineficaz, o erro est na
manipulao do judicirio em favor dos latifundirios que detm o dinheiro para manter no
poder uma bancada ruralista e o apoio do prprio judicirio, incluindo mesmo advogados e o
Ministrio Pblico, utilizando brechas na lei, ou utilizando da prpria legalidade com uma
interpretao que convena o apoio.
Uma possvel soluo, seria o uso da antropologia em conjunto com o direito para a melhoria
da situao que encenada no filme. O direito sozinho apenas positivo, a aplicao das leis
em cada caso em concreto, por isso a Antropologia deve ser matria obrigatria em um curso
de direito, pois precisamos de operadores do direito com o olhar humano sobre essa situao,
no operadores mecnicos com olhar positivo, em resumo devamos analisar essas situaes
com o mesmo olhar apaixonado que Malinowski teve em sua pesquisa de campo em Os
Argonautas do Pacfico Ocidental.

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