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MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO

IC 000634.2014.05.000/1-16

RELATÓRIO DE ARQUIVAMENTO

I – EXPOSIÇÃO

O Ministério Público do Trabalho foi informado da existência de


conduta irregular praticada por CONDOMÍNIO JARDIM DA PITUBA, a partir de
notícia de fato mantida em sigilo que tem o seguinte teor:
“BOM DIA VENHO ATRAVEZ DESDE DENUNCIAR O COMDOMINIO JARDIM DA PITUBA
PQ O SALARIO MINIMO TEVE O AUMENTO EM PRIMEIRO DE JANEIRO ASSIM COMO TODOS
OS ANOS MAS OS FUNCIONARIOS DO CONDOMINIO JARDIM DA PITUBA CUJA SINDICA DONA
IVANI INFORMOU QUE SO IRAO RECEBER O AUMENTO EM JUNHO SEM A DIFERENÇA DOS
MESSES ATRASADOS OU SEJA NUNCA FOI PAGO ELA DIZ QUE NAO TEMOS SINDICATO, MAS
ESSE ANO ASSIM COMO OS DEMAIS JA FOI COBRADO DE NOSSO SALARIOS A TAIXA DO
SINDICATO. SE NAO TEMOS PQ COBRA? [...] OS PREDIOS VIZINHOS TODOS JA
RECEBERAM AUMENTO DE SALARIO PQ NOS DO JARDIM DA PITUBA NAO? [...] OBRIGADO”
Após realização de audiência com prepostos do condomínio (fls. 08-
08v), toda a documentação requisitada em notificação foi apresentada,
demonstrando que o condomínio está regular quanto a salários e registro dos
empregados. Quanto às disposições da convenção coletiva discutida, é
procedente a alegação do condomínio segundo a qual, em junho de 2014, ainda
não havia razão para que os salários fossem reajustados, já que a norma
coletiva, à época, ainda não havia sido registrada no Ministério do Trabalho
e Emprego. Essa imagem, extraída de consulta ao sistema MEDIADOR, mantido
pelo Ministério do Trabalho, confirma a veracidade da alegação:

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Não havendo irregularidade a apurar, evidencia-se ser desnecessário


continuar com os trabalhos investigatórios.

II – FUNDAMENTAÇÃO

Inexistência das irregularidades. As situações descritas na denúncia


não se confirmaram, como se depreende do depoimento convincente do
inquirido na audiência e da documentação juntada aos autos do inquérito
e apresentada na audiência.
Assim, tratando-se a denúncia de irregularidades inexistentes, não
há fundamento para que o MPT mantenha o presente procedimento em curso.
Os autos, portanto, deverão ser submetidos ao crivo da Câmara de
Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho, sendo cabível,
no Colegiado, a homologação por simples despacho do Relator (conforme
Precedentes n. 01 da CCR e n. 12 do CSMPT).

III – NOTIFICAÇÕES

De acordo com o art. 10 da Resolução CSMPT n. 69/2007, os envolvidos na


investigação, desde que tenham interesse recursal, devem ser notificados a
respeito do arquivamento.
Assim, expeça-se notificação ao representante e aos investigado com
aviso de recebimento (A.R.), dando-lhes ciência do teor deste relatório,
inclusive com a indicação do procedimento para obter acesso aos autos
digitais pelo website da Procuradoria Regional do Trabalho da 5ª Região.
Em ambos os casos, esclareça-se que, caso não concorde com as razões de
arquivamento, o interessado deve apresentar recurso perante a Procuradoria
do Regional do Trabalho da 5ª Região no prazo de até 10 (dez) dias, a contar
do recebimento da decisão.

IV – CONCLUSÃO

Ante o exposto, o Procurador do Trabalho signatário manifesta-se no


sentido de promover-se o arquivamento dos autos do inquérito civil, tendo em
vista a inexistência de substrato fático e jurídico que venha a justificar a
manutenção das atividades investigatórias do Ministério Público do Trabalho
no feito, segundo a apuração feita (art. 10, caput, da Resolução CSMPT n.
69/2007).
Em razão disso, devem ser adotadas as seguintes providências:
a) promover a remessa do legado físico ao arquivo, mantendo-se apenas a
tramitação eletrônica dos autos digitais, nos termos da Portaria PGT n. 569,
de 17 de setembro de 2014 – os documentos relevantes para a investigação já

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constam nos autos digitais, sendo que os documentos apresentados em


audiência figuram na movimentação processual como “resumo de auto”;
b) notificar a quem de direito, nos termos do item “III”, acima;
c) confeccionar certidão, a ser juntada aos autos, com base no anexo
da Resolução n. 69/2007 (anexo incorporado pela Resolução n. 87/2009);
d) aguardar o retorno do ARs, os quais deverão ser juntados aos autos,
e eventual manifestação recursal;
e) não havendo recurso, certificar o transcurso in albis do prazo,
verificar o integral preenchimento da certidão referida na alínea “c”,
acima, inutilizando os espaços em branco e confeccionar “Termo de Remessa”
destinado à CCR, ante o disposto na Recomendação n. 07/2003 da Corregedoria-
Geral do Ministério Público do Trabalho; após, providenciar o envio dos
presentes autos à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do
Trabalho, para que o colegiado, ou um de seus Membros, adote as providências
que entender pertinentes;
f) havendo recurso, os autos devem ser tornados conclusos ao Gabinete
para deliberação e eventual juízo de retratação.

Salvador/BA, 09 de outubro de 2014.

Cláudio Dias Lima Filho


Procurador do Trabalho

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