GOTLIB, Ndia Battella. Teoria do conto. 11. ed. So Paulo: tica, 2010.
Contos egpcios so os mais antigos- Os contos dos mgicos- 4000 anos a. C.
No sculo XIV o conto transmitido oralmente ganha registro escrito. No sculo XIX, o conto est na imprensa, o conto moderno- Grimm e Edgar Allan Poe. 2- O conto: uma narrativa p. 11 De fato, toda narrativa apresenta: 1- uma sucesso de acontecimentos: h sempre algo a narrar; 2- de interesse humano: pois material de interesse humano, de ns, para ns, acerca de ns: e em relao com um projeto humano que os acontecimentos tomam significao e se organizam em uma srie temporal estruturada; 3- e tudo na unidade de uma mesma ao. p. 12 O contar (do latim computare) uma estria, em princpio, oralmente, evolui para o registrar as estrias, por escrito. Mas o contar no simplesmente um relatar acontecimentos ou aes. Pois relatar implica que o acontecimento seja trazido outra vez, isto : re (outra vez) mais latum (trazido), que vem de fero (eu trago). Por vezes trazido outra vez por algum que ou foi testemunha ou teve notcia do acontecido. O conto, no entanto, no se refere s ao acontecido. No tem compromisso com o evento real. Nele, realidade e fico no tem limites precisos. Um relato, copia-se; um conto, inventa-se, afirma Ral Castagnino. A esta altura, no importa averiguar se h verdade ou falsidade: o que existe j a fico, a arte de inventar um modo de se representar algo. p. 33 Estas mesmas propostas de leitura e teoria do poema Poe aplica leitura do conto em prosa, definindo a sua (p.34) medida de extenso ou tempo de leitura: referimo-nos prosa narrativa curta, que requer de meia hora a uma ou duas horas de leitura atenta. Da mesma forma que o poema rimado superior ao conto no que respeita s suas potencialidade de conquistar o efeito nico, o conto difere do romance, pois este, como no pode ser lido de uma assentada, destitui-se, obviamente, da imensa fora derivada da totalidade. Interesses externos intervindo durante as pausas da leitura, as impresses do livro. Mas a simples interrupo da leitura ser, ela prpria, suficiente para destruir a verdadeira unidade. No o que acontece na leitura do conto: no conto breve, o autor capaz de realizar a plenitude de sua inteno, seja ela qual for. Durante a hora da leitura atenta, a alma do leitor est sob o controle do escritor. No h nenhuma influncia externa ou extrnseca que resulte de cansao ou interrupo.