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A vida um milagre.
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor um milagre.
Cada pssaro,
Com sua plumagem, seu vo, seu canto,
Cada pssaro um milagre.
O espao, infinito,
O espao um milagre.
A memria um milagre.
A conscincia um milagre.
Tudo milagre.
Tudo, menos a morte.
Bendita a morte, que o fim de todos os milagres.
A tematizao da morte pode ter vnculo com a resistncia a ela, pois, apesar do
tom potico inscreve-se o desabafo do homem que luta para aceit-la, pois a morte
impede o poeta de ser feliz. A relao com a morte torna-se necessria, pois ao longo
da vida depara-se com a morte dos mais queridos, e a poesia de Bandeira tambm se
refere morte de amigos e familiares. Atravs de uma viso do homem enquanto
singular, ele teme sua morte e de seus amigos, pois, pensa que essas relaes esto
desfeitas. Segundo Landsberg: A morte do prximo infinitamente mais que a morte
do outro em geral. Quando sabemos quem a pessoa, podemos tocar no problema
ontolgico de sua relao com a morte (2009, P.20).
A morte do outro coloca o homem perante o trmino da vida que o aguarda, o
fim de todas as resistncias, assim, a ausncia nos faz perceber que somos mortais e a
existncia tem uma durao incerta e desconhecida. Portanto, o desaparecimento do
outro nos introduz na reflexo do mistrio que a morte carrega, nos deparamos com as
fragilidades do ser humano e constatamos que a vida efmera. A morte aponta para a
vida, para a vivncia do tempo, a morte lembra que estamos fadados finitude e quando
Bandeira expe seus pensamentos desvela a luta para resistir morte e para aceit-la.
Portanto, em Preparao para a morte o poeta problematiza que a morte tem o
poder de retirar a beleza de todas as coisas, j que o fim de todos os milagres, assim,
o sentimento da morte em Bandeira eterniza a vivncia da imanncia da morte, a
resistncia e a aceitao e volta seu olhar para criao, como reflexo do belo, e para o