Informação sobre o Modelo de Auto-Avaliação e sua relação com a escola
Vários estudos internacionais têm mostrado que as bibliotecas escolares
desempenham um papel fundamental no processo ensino aprendizagem e nos resultados escolares dos alunos. No entanto, nem todas as bibliotecas conseguem desenvolver o mesmo tipo de trabalho nem obter os mesmos resultados, uma vez que o contexto em que cada biblioteca se insere é determinante para o seu sucesso. A cultura de escola, o apoio do órgão de gestão e as estratégias utilizadas em contexto de sala de aula, determinam um maior ou menor impacto da BE na escola. As bibliotecas e as escolas têm que enfrentar, nos nossos dias, novos desafios com os avanços tecnológicos, sendo necessário redefinir práticas de forma a que as bibliotecas sejam integradas na estratégia de ensino/aprendizagem da escola e nas práticas de alunos e professores. Reconhecendo a biblioteca como um núcleo de trabalho e de aprendizagem ao serviço da escola, a Rede de Bibliotecas Escolares criou um modelo de Auto-Avaliação para aplicar nas bibliotecas integradas, tendo como objectivo aferir os resultados do trabalho efectuado, e contribuir para a sua melhoria. No modelo são avaliados quatro domínios, que correspondem às áreas nucleares a desenvolver pela biblioteca: A – Apoio ao Desenvolvimento Curricular B – Leitura e Literacia C – Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade D – Gestão da Biblioteca Escolar Cada biblioteca deve escolher, ouvido o Conselho Pedagógico, o domínio onde vai aplicar os instrumentos de avaliação, sendo que, no final dos quatro anos todos os domínios terão que estar avaliados. A avaliação faz-se a partir da recolha de evidências, cuja análise permite identificar os aspectos mais fortes e mais fracos de cada BE, levando necessariamente a mudanças de práticas. A recolha de dados deve ser feita de forma sistemática, ao longo do ano, utilizando-se diferentes instrumentos, fornecendo o próprio modelo alguns instrumentos, que podem ser adaptados a cada escola. Por fim será elaborado um relatório final de auto-avaliação que apresente os resultados deste processo, que deve ser discutido e aprovado em Conselho Pedagógico, bem como o plano de melhoria que vier a ser elaborado. A avaliação da BE deve estabelecer relações com a avaliação da escola. Assim, deve ser elaborada uma síntese do relatório final para integrar o da escola. A avaliação externa da escola pela inspecção poderá, assim, avaliar o impacto da BE na escola, mencionando-a no relatório final de avaliação da escola.
Nota final
O modelo de Auto-Avaliação da BE, pressupõe uma biblioteca interventiva no percurso
formativo e curricular dos alunos, centrando a sua acção no trabalho conjunto com a escola, fazendo a ligação ao currículo e ao sucesso educativo dos jovens. Esta importante vertente da BE não está claramente reconhecida por todos e a aplicação do modelo de auto-avaliação pode ajudar neste aspecto, levando à reflexão e à alteração de práticas. O modelo baseia-se num forte envolvimento de toda a escola, pois alunos, professores e outros utilizadores são chamados a participar, nomeadamente, através de respostas a questionários. À direcção cabe o apoio à implementação deste processo e a divulgação da importância do mesmo junto à comunidade educativa. O Conselho Pedagógico desempenha neste processo um papel de extrema importância, uma vez que se deve pronunciar logo na escolha do domínio a ser avaliado, deve acompanhar o processo ao longo do tempo, analisando os resultados das evidências recolhidas e propondo acções de melhoria, a inserir no relatório final. Do relatório final deve ser elaborada uma pequena síntese a integrar no relatório de avaliação da escola, realçando assim o papel da BE no trabalho e resultados da escola.