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Descartes: modernidade, contemporaneidade e posteridade

Ana Luiza Chaves1

Reler sempre bom, em novo contexto, h sempre uma nova leitura, mas,
Descartes, sempre Descartes!

Ele que o patrocinador da dvida, mas, a dvida de Descartes, no a dvida de


um ctico, a dvida de quem pretende chegar o mais prximo possvel da verdade,
nem que seja por pouco tempo, porque sempre haver algo ou algum que a refute
e gere novos conceitos, novos conhecimentos. Portanto, quanto maior for essa
dvida, mais certeza se ter do conhecimento obtido pela busca durante a
investigao.

E para iniciar essa investigao, nada melhor do que o Mtodo, constitudo de


fases, to bsicas, que as utilizamos, imperceptivelmente, todos os dias na soluo
de problemas, na busca da verdade, fazem realmente parte do nosso cotidiano a
verificao, a anlise, a sntese e ordenao e a enumerao - e das Regras para a
Direo do Esprito, das quais destaco a Regra IV:
1

Bibliotecria (UFC), Especialista em Gesto de Arquivos Empresariais (FESPSP), Especialista em


MarketingEstratgico para Unidades de Informao (FESPSP), Especialista em Pesquisa Cientfica
(UECE).
blog: http://leituraecontexto.blogspot.com/
e-mail: analuiza_562@yahoo.com.br

"O mtodo necessrio para a procura da verdade." (DESCARTES, 2005, p.80)

No podemos ter pressa na busca da resposta, sob pena de irmos ao encontro do


que no verdadeiro, devemos, portanto, fragmentar o problema em partes,
partindo da mais simples para a mais complexa, enumerando-as e revisando-as ao
final.

Sua relevncia para a histria da filosofia e para a prpria cincia fundamental,


porque, a partir da "dvida metdica" ele conseguiu diferenciar o cientfico do no
cientfico.

Tudo que veio depois dele, concordando, reagindo contrariamente ou completando,


foi positivo no sentido da evoluo do conhecimento e da cincia, com ele o
racionalismo, o bom uso da razo, que ainda usado hoje, conforme o contexto, e,
a partir dele, a corrente oposta, o empirismo, de Locke, que usa os sentidos, que d
mais importncia s cincias experimentais, mais adiante, o creticismo, de Kant, que
encontra o ponto comum entre os dois, os sentidos modelados pela razo, e tantas
outras correntes que vieram depois.
DESCARTES, Ren. Discurso do mtodo: regras para a direo do esprito: texto integral. So Paulo: Martin Claret, 2005.
(Coleo a Obra-prima de Cada Autor)

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