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copyright © by Peso Jot da Siva pe eS . ered por ous quiet sem auto prvi eit. Primi iio, 2008, 3 eimpresso, 21) Coodenaso etal: lee Kobayashi “Teoria a hidra/Pedeo Paulo Abveu Fura ‘Glaydon Jost da Silva. So Paulo: Brasiense, 2008, = (ado iri 153) ISBN 978-8511-00146-0 |. Hsia - Esto ensin 2 isis = Flosfi Hist - Metodologia 4 Hist - ‘Teoria erica. Silva, Glaydson Jos Tt. Série. os.074st epp-301 Indices para cation sistemitco |. Histnia Filosofia eons 901 ‘editora¢ Hvar brsiinse ua Mourato Coelho, 111 ~Pineiros ‘CEPOSS17-010 - So Paulo SP “ese editorabrense com br Os TERMOS E SEUS SIGNIFICADOS ‘Toda a Teoria da Hist6ria moderna, surgida com o racionalismo € o iluminismo do século XVIII, surge em continuidade e em oposicao A tradi¢ao milenar de refle- “xo sobre o passado. Continuidade, pois muitas das refe- rencias antigas foram retomadas em tempos modlernos, ‘mas, ainda mais, em oposigao, pelo distanciamento das ‘maneiras de se conceber a Historia nas tradigdes antigas e medievais. Neste capitulo, a trajetoria de reflexdo sobre ‘© passado, € como isso se relaciona com a epistemolo- gia, seré apresentada a partir dos seus primordios na- quilo que se convencionou chamar de tradigdo ocidental Como veremos, reflexdes das obras de Plato ou mesmo Sa: be Pedro Paulo A. Funari & Glaydson José da Sita Ia continuam, em plenoséculo-XX1 a serem deba- cuss come argufmento para seeonstruir Tea faa ristoria ee Antes de tratarmos disso, contudo, convém abor- Jar dois termos da equacio: teoria e hist6ria, termos de lorigem grega ¢ prenhes de significado. Teoria relaciona-se com o verbo Thedomai, enxergar, ¢ com thea, vista ¢ est, portant, no mesmo campo dc taro, em greg thatron [Atcorlaé portato, um pont de vst, uma visto e se fermo jé ¢ em si rauito reveladr, pols 36 ensergamos Dis vats do gue pode ar vst, 36 aque que ne per |mite nosso angulo de visio e a iluminagao externa. As- bim,a visto € subjctiva, ela depende de quer ola ela € também afetada por condigdes de visbilidde externas oo [dservador. Pars os antigosgregon, tora diereniavase Ba praxis, ac80 no roundo, mas esa propia pin de- nde da visto, de um ponto de vista A tora €portanto Eineitavelmente,subjetva, Em seguida, a Hist6ria, termo grego que jé se con ffunde, no senso comum, com a nogio de passado, como Ise fosse aquilo que aconteceu. Na verdade, historfa é um, ltermo grego que significava pesquisa, uma observagao — {de novo, uma nogao ligada a algo investigado pela vista [Na origem, a palavra ndo se restringia ao estudo do pas- 'sado, era usada para qualquer pesquisa empirica sobre 0 Imovimento dos astros no céu e esse sentido da palavra se Imantém, em nossa lingua, na expressao histdria natural. [Assim, também pelo segundo termo da expresso — Teoria da Histéria — estamos diante de uma subjetividade. Teoria da Histor ANTES 0 INVENGAO MA THORIA E Da HISTORIA Antes mesmo da inveng@o, pelos gregos, dos termos teoria ¢ histéria, jé se pensava sobre o pasado € 0 seu sig nificado. As concepgdes mais retomadas pela historiografia moderna foram as hebraicas, parte da tradigdo ocidental, por meio da Biblia. O tempo biblico € um tempo religioso, prenhe de subjetividade e emogdo, Os termos mais usuais para designar 0 tempo referem-se a um cielo, como dia (yom), mes (khadesh) e ano (shana), que compe uma vida, tuma geragao (dor). A palavra tempo, et, € de origem des- conhecida, mas est relacionada ao ciclo da vida, em sua acepsao religiosa, como diz. Ezequiel (31,16): [Na Tua mio esto os meus tempos. Esse ciclo da vida encontra-se no proprio mundo, eoncebido como tendo uma criagao, a sada do homem do parat- so € um final, a aurora messidnica que representa um retorna superior a0 paraiso perdido, Estas concepgdes encaram o presente como parte de "um continuum com © passado ¢ o futuro, uma etapa em tum ciclo que se apresenta no préprio quotidiano. Futuro € passado se confundem, na perspectiva do presente. © estudioso biblico Walter IL Rehfeld prope que o tempo biblico corre do futuro para o passado: ‘A consciéncia do presente verd os “antepas- sados" como posigdes fixas anteriores no tempo, marchando para frente, exatamente na mesma di req. De acondo com esta visio, ¢ hebraico classico ‘qualifica o futuro longinquo como “o fim dos dias’, a - & Pedro Paulo A. Punart & Glaydson José da silva | permanecendo “parte de tras", as nossas costas, en- | quanto que o passado corresponde ao que esta em frente no espago, Se o passado for a nossa frente € 0 futuro as nossas costas, entio marchamos do futuro para o passado. Esse tema seré retomado pela Teoria da Histéria fho século XX, por Walter Benjamin, como veremos mais ladiante. © que nos interessa, aqui, € apenas destacar que, {mesmo antes da invengo da Hist6ria, com esse nome, [if se pensava no sentido do tempo e essas idéias, ligadas [a ciclos e a salvagdo serdo muitas vezes retomadas e re- laboradas ao longo dos séculos. Histon Binuica * Ciclica | * Com inicio, meio e fim } * Do futuro para o passado * Religiosa ‘eoria da Historia " Os Grecos & A HistoRIA Heroporo © estadista romano Marco Tiilio Cicero (106-43 a.C.) denominou Herédoto de Halicarnasso (484-420 a.C.) *o pai da Histéria” (Dr Leamus, 1, 1, 5), epiteto que, desde entio, dif undiu-se ¢ tornou-se um lugar-comum Herédoto foi o primeiro a adotar a palavra Histéria com 9 sentido que passaria a ter. Logo no inicio de sua obra explica que: Aqui esta a exposigio das pesquisas de Herd doto de Halicarnasso, para que as obras dos homens nilo sejam esquecidas, com o tempo, nem as grandes maravilhosas faganhas realizadas tanto por gregos como por birbaros fiquem sem gloria ¢ para mostrar as causas dos conflites, Nessas primeiras palavras, temos todo um progra- ma do que seja a tarefa do historiador. Em primeiro lu- gar, trata-se de um relato, uma estéria, uma exposigao, primeiro oral e 56 depois escrita. Herédoto atravessou o mundo, a recolher e ver, com os proprios olhos e a ouvir com as préprias orethas, relatando essas experiéncias em praca piblica. Havia, desde o inicio, uma Fungo puibli- ca ¢ literdria dessas Ieituras, que deviam tanto entreter © iiblico como falar aos sentimentos das pessoas. Como sabemos disso? £ 0 proprio Her6doto que nos conta e nos reporta a incredulidade dos ouvintes, diante do que ele afirmava ser a pura verdade. Essas mesmas abservagdes de Herédoto sobre a reagao do puiblico demonstram que a sua obra, no entanto, s6 se tornou perene com a escrita, & 1s Pedro Faulo A. Funari & Glaydson José da Silva 3m a publicago, em forma de obra literdria reproduzida em tantas espias e que chegou até nés. Herédoto sempre ressalta sua fungdo como teste fmunho direto: *Até aqui disse o que vi, refleti e averigiiei [por mim mesmo, a partir de agora direi o que contam os gipcios, como ouvi, ainda que acrescente algo do que vi (Histéria 2,9). Este o sentido primeiro da palavra Hist6ria: festemunho. Cabe ao testemunho preservar pela lembran- {ga as agdes humanas, pela memoria, para que no sejam, lesquecidas. Essas so todas palavras ligadas a relembran- {ga € ndo € a toa que palavras como “monumento” der Wve de lembrar. A gloria aludida por Herédoto no inicio |de sua obra também do ambito da meméria. Embora para Inds, modernamente, a memoria seja quase sempre ligada fa imprecisio ¢ a transmissdo oral, como lembra o histo- Iiador francés Jacques Le Goff (1988), para 0s antigos a Imeméria e a Historia estavam ligadas umbilicalmente For fim, Herédoto menciona que busca as causas da [guerra entre gregos e persas. A preocupago com as cau- {sas leva ao papel do juizo logico do historiador. Herédo- {to usa muito a palavra lgos, que significa tanto palavra como conhecimento, raz, tudo isso como parte de um relato racional. Assim, diz-nos que ‘o que me proponho, a0 largo do meu relato (gos) € escrever, tal como ouvi, © que dizem uns e outros”. O relato € uma obra literSria fundada na razo, com a reportagem das opinides con- trastantes. As causas so de cardter racional, compreen- siveis pela contraposigao de pontos de vista, ainda que fas forgas divinas no deixem de ser mencionadas, assim, Teoria da Histéria » come aceitas as coisas maravilhosas, que ndo foram bem comprovadas pela vista ou pela audigdo, como a existén- cia de seres esdraixulos. (© historiador italiano Arnaldo Momigliano (1908- 1987), em um estudo classico, chegou & conelusio que “esta ainda conosco com toda a forga de seu método de estudar as fontes orais ndo s6 no presente, como no pas- sado. £ curioso: Herddoto chegou a tornar-se, de verdade, © pai da Historia s6 nos tempos modernos". Nao por aca- so, Heréxloto foi considerado o fundador de campos como 1 Antropologia e a Geografia, além da Historia, Sua Teoria a Historia encontraria correlatos, como veremos, na ph ridisciplinaridade da Histaria no século XX Historia puta HeRoporo * Relato racional e agradavel (logos) * Investigagio da visio e da audigao + Lembranga dos grarides feitos + Busca das causas ‘Tuctowes & 0 s¥fseEK0 Tucidides dé continuidade & nascente historiografia arega, mas se erige diferente de seu antecessor, Herédato. Rompe com a busca das causas tltimas e proftundas, com 1 escuta dos povos ¢ seus costumes, preocupado apenas ‘com a Historia contemporanea de sua época. Despreocu- pado do que chamariamos de etnografia, Tucidides velta- ———_—e__——— f ® Pedro Paulo A. Punari & Glaydson José da silva fe para as lutas intestinas, para a Hist6ria constitucional Sua distancia comera jé por sua critica ao relato de hist6- fas para o publico: | ‘A auséncia de estorinhas em minha Historia | ifs, temo, tirar um pouco do seu interesse, Contudo, se for considerado cil pelos pesquisadores que descja- rem uum conhecimento preciso do passado, como ajuda para interpretar © futuro, ficarei contente. Escrevi esta obra no como um relato nilo para receber 0 apoio | do momento, mas como uma aquisigo para todo © sempre (Guerra do Feoponeso, 1,22) Em tdo poucas palavras, tanta divergencia com He- bédoto. Nao falava em praca e nao queria saber da opinio fas pessoas, menos ainda do aplauso ilusério, pois vindo da ignorancia. Nao aceita tratar do que ele chama de mi fp toinbes A prea do sonacimento também 1.2 atencdo, assim como a pretensio de que, mais do pontos de vista, como ressaltava Herddoto, haveria [que produzir uma obra literéria para todo o sempre, frase Jue ficou famosa: ktema eis aei, uma conquista do conhe- mento histérico para sempre, a ser manter por nao de- ler das opinides. Muitos historiadores modernos, no ige do positivismo, no século XIX, iriam retomar essa usca de transcendéncia em Tucidides, a descri¢ao acurada do efemero, em seu sentido original grego: do dia-a-cia. Historiador da guerra, Tucidides viria também por essa Via a ser paradigmatico para o moxterno positivismo. A historiografia do século XX ressaltaria as defi. leiencias das certezas de Tucidides. Arnaldo Momigliano Teoria da Historia a destacou um aspecto, 0 carter por assim dizer jornalis- tico das explicagdes de Tucidides, centradas nos pequenos desencontros quotidianos, sem olhar o grande quadro do contexto histérico e das causas profundas ‘Toda a Hist6ria diplomatica e social dos trin- ta anos precedentes &.Guerra do Peloponeso (431-404 A.C.) esta, talver,irremediavelmente perdida para nos justamente porque nao interessava a Tucidides. Ha tantas coisas que no sabemos porque Tucidides no rocurou estudé-las A busca da precisdo ligava-se a visio judicidria da Historia, como se a pesquisa hist6rica fosse uma inves- tigagdo das provas de um tribunal em busca da verdade (essa idéia seria retomada no século XX pelos paradigmas indiciérios, como veremos). Inseria-se, também, no empi- rismo empregado pela mediicina hipocratica. Tido soma~ do, Tucidides ser uma referencia especialmente impor- tante para a historiografia moderna, Tucioroes * Busca das causas imediatas + Escrita de obra literdria como referencia perene ‘+ Busca da verdade como em um tribunal & & 2 Padro Paulo A. Funari & Glaydson José da Silva Auisrorenss, Porsta x Histonin | O pensador grego Aristoteles (384-322 a.C.) nunca escreveu uma obra de Historia, mas, mesmo assim, tor- nou-se uma referencia obrigatoria sobre a epistemologia da Historia. Pode parecer paradoxal, apenas na aparén- cia, contudo. Aristoteles escreveu sobre quase tudo ¢ um comentario seu na Poetica tem sido considerado essencial para entender o conhecimento posstvel por meio da Hist | ria. Quando Aristoteles escreveu essa obra, ja Historia era ‘um género lterdrio bem estabelecido e € em sua obra sobre as criagBes artisticas que ele dedicaré um apartado para a relagdo entre a poesia € a Historia. Segundo Aristételes: tof de ota narrar 0 que aon: | sm Sete ni nie tae o que ¢ pone! segundos essing ea | teste. co eto nano storia ¢ o pons por creer vero ou row jl qr st pots psen em vero were de ero, 2m por dearam de sur ats ose tmvesoo que foram em rss) dem, sm pe ca gr einen, cone gs ce neste aya fuels Cap Ohms Howto cai ao do que Mitra po refee Sain cps cal, © ct pre I fee eles o univers” eende eu st ti naan Sc ctermina nature sents ¢ sro ue prlome dense versa crm al nara co uneralaai emer tov pes and que nome su persona Torta da Historia 2 gens; particular, pelo contriro, é 0 que fez Alcibiades ‘ou o que Ihe aconteceu (Fotica, 9,50). Aristételes aponta como caracteristica essencial da Historia sua preocupagao com o eft mero, com aconteci- ‘mento que mio se pode repetir e que, por isso mesmo, nada rnos pode ensinar sobre a natureza humana ou mesmo do mundo, © particular, por definigdo, nada revela. Tucidides GG. P.2, 65) descreve a morte de Péricles, “ele sobreviveu por dois anos € meio apts o inicio da Guerra do Pelopo- nneso € a corregao de suas previsies sobre ela tornaram- se claras a época da sua morte”. O que essa morte nos diz sobre 0 comportamento humano? J4 a morte de um personagem trégico, no, ela apresenta uma ligio, como no caso de Hipélito, filho de Teseu € a amazona Hipolita, que morre por recusar o amor de Artemis. Representa, entre outras coisas, a pentigdo pela soberba. J4.a morte de um Péricles, por mais importante que tenha sido, no possut essa dimensio filosofica profunda, Também como ‘veremos, 0 positivismo vird retomar esses argumentos, ainda que para valorizar a descrigao dos acontecimentos ¢ 4 falta de ambigao epistemoldgica da Historia Anisroriies * Historia busca o particular e irrepetivel * Limita-se a narrar o que aconteceu + Nao ambiciona explicar o homem ou o mundo & & ™ Paro Paulo A. Funari & Glaydson José da Silva Teoria da Histéria A mistoRioGRAFIA GRECO-ROMANA EO CRISTIANISMO A historiografia de gregos ¢ romanos posteriores 20s trés autores tratados inspirou-se € referiu-se a eles, ainda que cada um tenha enfatizado alguns aspectos ou. caracteristicas da Histéria. Assim, Polibio (200-118 a.C.) ¢Saltistio (86-34 a.C.) enfatizardo a utilidade da Hist6ria, tema que terd grande fortuna entre outros autores anti- gos, como Cicero e sua caracterizagao da Hist6ria como *mestra da vida", Essa énfase insere-se na perspectiva de “ucidides, de um monumento para o futuro, mas tem am- bigdes praticas, como se a propria fungao da Historia fosse ensinar. Outro aspecto inovador foi a difusdo do conceito de decadéncia, como se houvesse uma degradago com 0 | passar do tempo, nogdo que tinha precedentes na mito- logia, mas que foi aplicada Histéria, com a constatagao de Tacito (55-120 d.C.) de que o dominio romano levava, a paz dos cemitérios aos povos (solitudinem faciunt pacem appellant) (0 Cristianismo viria a introduzir modificagdes pro- fundas, uma ruptura, como diria o historiador de nossa época Jacques Le Goff. Por um lado, herdeiro do pensamen- to hebraico, messidnico, apresenta uma leitura escatol6gi- «a, visando ao fim dos tempos: ékhates quer dizer ultimo € lgos conhecimento. Retoma, pois, a nogdo de tempo li- near com a criago do mundo, a queda do homem, a vinda do Cristo ea espera do juizo final. Deus passa a intervir na Historia, como agente constante € oculto. O conhecimento | do passado, com alguma preciso — como pregavam os | gregos antigos — nao faz mais sentido. Santo Agostinho (354-430), em suas Confissdes (14) interroga-se sobre 0 tempo: “O que €0 tempo? Se ninguém me pengunta, sei-o se quiser explicar a quem me pergunta, nao o sei’. Julga- da pelos sentidos, a fé € uma verdade cega, & diferenga da teoria grega, que era visivel ¢, por isso, demonstravel. A fe cristd € uma confianga firme no invisivel e, portanto, no que nao é demonstravel. © historiador toma o pasado em uma tinica di ‘mensio, confunde homens e acontecimentos, com desin- teresse pela sucessao temporal, preocupado apenas com os valores eternos ¢ absolutos intemporais. A Histéria nada mais € do que 0 desenvelvimento dos designios divinos e, assim, 0 raciocinio teologico s6 deixa lugar para a Historia ideal, eterna. Os homens e suas obras perdem interesse, pois a atividade humana nao pode ser efetiva. A historio- ‘rafia moderna nasceria em reagdio as concepades teoldg cas do mundo e da Histéria History cist * Linear: criagdo, encarnagao de Deus, juizo final + Narrativa baseada na fé: Deus ¢ seus designios * Busca de valores eternos e intemporais &

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