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casa na palsagem de Cabo Gorupeco, A Gorufa, J. Manuel Gallego, 1970-1971 Pedrairos galegos a conar porpiannos de granite. Pecas de grarito como suporte ‘uma ramada. Celero de Camota. Fotogratia: Juan Rodriguez.) Patio da casa de Alvar Aalto em Muuratsalo, 1953. Pavihnéo espanhol da Trienal de Mido de 1951. (Fotogratia: F. Catala Roca) poderiam contribuir, assim, para documentar, desde esta perspectiva especifica, quatro décadas de arquitectura galega e portuguesa. ‘A exigéncia posta na selec¢a0 aponta pata a construgdo de uma pequena antologia que, pela vigéncia cultural das obras, se contraponha ao simples e febril consumo actual Por isso e pelo seu valor exemplar, incluiram-se casas muito conhecidas, por vezes céle- bres mesmo, procurando fixa-las como base da antologia. Procuraremos tragar algumas linhas gerais que situem estes trabalhos na sua perspectiva, propondo uma certa orde- nagao, esbocando algumas geneologias ¢ sublinhando algumas diferengas de atitude @ de posigio entre os arquitectos galegos e os portugueses. Existem vinculos —que nao estamos a descobrir agora— entre os autores destas casas. E jé frequente estabelecer uma geneologia que relaciona o magistério de Fernando Tavora com 0 de Siza Vieira e deste com os de Souto de Moura, Adalberto Dias e outros. Ou, na Galiza, a figura imprescindivel de Alejandro de la Sota com os seus discipulos que tanto aproveitaram as suas lig6es, como Manolo Gallego ou César Portela, recebidas nos anos de formagao, na Escola de Madrid, no seu gabinete ou através de obras concretas, a par do testemunho local de Bar 860, recentemente desaparecido, @ de Andrés Fernandez Albalat, etc. Obras como a casa de Tavora, em Ofir, a casa Rocha Ribeiro, de Siza, a casa Vazquez, de Bar B60, e 0 refigio em Bueu, de Vazquez Molezin, construidas na década de cinquenta e dos sessenta —anteriores, portanto, a 1974-1975, anos que marcam o fim das ditaduras politicas nos dois palses— poderiam ser circunscritas ao clima cultural, cria- do depois da segunda guerra mundial, caracterizado pela exaltagao das forcas do indivi- duo, por uma aguda percep¢ao da historicidade e do concreto, ou ainda pela valorizacao elementar da matéria e da vida. Esta posicao existencialista —que encontramos no Aalto de Muuratsalo, no organicismo de Wright, no matérico Le Corbusier...— identificou a con- cepodo artesanal ¢ o informalismo que se alimentaram na heranca dadaista e no surrealis- mo, em mestigagem com uma atitude maneirista’ com respeito ao moderno representado pela escola criada pela obra e pelo exemplo de Mies e por outros tais como Marcel Breuer ou Richard Neutra.

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