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LUDWIG VON MISES INTERVENCIONISMO, Editado por Bettina Bien Greaves Tradugao e comentarios Donald Stewart Juni ¢ IL Ecitora Expressao e Cultur Plo de Janeico/ 1990, GEP 22710-1"5 -Jacarapag Tel: (25) #44.0600 Fax Prot in Bra) mpresso no ISBN 35-25054-59-0, Rowsa0 68 oxgiraie RENATO BARSAGA BEA CASTRO Digtacao VERENA VORRATH ARAULO ANDRE DURAN lo ae Janae “ratio de nteve ISBN B680s4 50°, 200 -s30.167 cou Prelacio Prefdcin do estar nore-americano autor latradugéo 4+ O prob 2 Capi 4- Qestaco can 5+ Q estaco intervencionista 6G apeloem t 2 € O estado socialista moral 3 role de precos ondimica au let ordain - As conseqiiéncias nalticas do desemprepo lagdo © expansao de crécito Expanstio do crédito Controle ce cémio uga de capitals © « problema do nat maney = Confsco e subsidios v Corporativisme e Vi-Eoonomia te guerra 41+ A guerra e a economia de mercado no de guerra ide metcaco # a defesa nacional As conseqiéncias econdemicas tare intervencionismo 3+ A liberdade ¢ 0 sistema econémico 4 A grande tusao 5- A azo do sucesso de = Conciusac Reteréncias bibliograficas 8, socials e politeas 16 121 121 123 126 135 135 139 142 145 155 199 PREFACIO DO TRADUTOR Talvez 0 Ieitor seja @ favor da intervengao do Estado na eco- omia sem ter consciéncia das consequéncias desagradaveis ‘que dela resultam: talvez soja contra sem saber bem porque, Esse notavel pequens livro, escrto por Mises em 1940 © so agora pubiicado porque os originais achavam-se perdidos entre 18 seus papéis, esclarece de forma cristalina ¢ didatica os efei- tos do Intervencianismo na vida das pessoas em geral Mises ja havia escrito, em 1922, Socialism, uma critica con- tundente © irrefutavel ao entéo nascente regime socialsta im- plantado na Unio Sovistica, mostrando a impossi ca do caiculo econémico numa economia social Ccessarios 70 anos para que 0 socialismo, como forma de organi- zagae social, desmoronasse como havia previsto Mises, Nas ncias socials, como é 0 caso da economia, os efeitos nao raro ‘esto muito cislantes das causas, dificultanda a percepcao da relacdo de causa e efaito, Elo jé havia escrito Ligeralism em 1927, explicitando, pola imelra vez, 0 que sefia a doutrina liberal e mostranco mais uma vez de forma clara e racional que se o homem prefere a ri- queza & pobreza, 0 liberalismo € 0 melhor meio de satisfazer ‘esse predominanto objativo da humanidace. Mas, se 0 regime que mais se aproximou do socialismo toi 0 vigente no periodo de dominacao sovielica na Russia © se a Ingiaterra e os EUA no século XIX foram os que mais se aproxi- maram de um regime liberal, 0 Intervencionismo — que ¢ 0 regi- me, em maior ou menor grau @ por mais tempo vigente na maior parte dos paises do mundo moderno ~ ainda nao tinha sido ob- jeto de uma analise conceltual que explicasse a sua ldgica e as ‘consequéncias inevitaveis de sua implementacao. Essa lacuna veio agora ser preenchida com 0 feliz achado do texto ora publicado. Como nos seus domais textos, a analise que Mises faz do Intervencionismo € desapaixonads, racional, concaitual, sem julgamentos Ge valor: ele procure mostrar quais do s0 0s desejados pela imensa maior clusao inevitavel 6 que su ca, ‘das pessoas, a cor: adogao $6 pode ocorrer por ignoran Pela onipresenca do Intervencionismo no mundo moderna, este ensaio doveria ser leitura obrigatéria de todos os que se in teressam am compreender as relacdes de causa e eleito da ado. ‘ac de politicas que tanto nos afetam e que, via de rogra, s consideradas apenas por um Angulo emocional, poltt- co-demagégico, como se a manifestagao ce sensibilidade com 5 mais carentes fosse uma condigdo nocesséria e su‘iciente para erradicar as mazelas que tanto nos afligem. Como Mises trata do Intervencionismo exclusivamente no plano conceitval, para ilustrar os conceitos procurei acrescentar jo alguns comentérios remetendo 0 conceita analisado a algumas situacées concretas da realidade bras O leitor padera icentificar inimeras outras, de t40 evidentes & abundantes que sao om nosso pais. Esses coment introcuzidos ao final de cada capitulo, faciltande 20 assim o preferir abster-se da sua leitura .do com a leitura de Mises, bor ila no prazer da leltura de Mises, PREFACIO D0 EDITOR NORTE-AMERICANO Ludwig von Mises viveu uma longa vida - de 1881 a 1973. Nasceu no que entao era 0 Império Austro-Hungaro, @ durante ‘muitos anos foi o principal porta-voz da Escola Austriaca de Eco ia. Ateoria da escola austriaca difere de outras correntes de pensamento econémico por nao lidar com agregadas, numeros globais ou dados historicos. Sua abordagem ¢ feta a partir ca micro, @ nao da macroeconomia, ¢ ela procura explicar os fend: menos econdmicas a partir das ages individuais, do valor sub- jntive que cada participante do mercado atribul a um determina Go bem ou servign. A visio austriaca da economia éa de um ci: gantesco leilao, onde cada participante esta sempre fazando um lance para adquirir os bens @ servigos que deseja 2, 20 mesmo tempo, oferecendo alge de que disponna em troca. Partindo da aco individual, paso a passo, com raciocinio logico, Mises & ‘seus companneitos da escola austriaca foram capazes de xpi: car a evolugae gradual de pregos, salévios, moeda, producto. comércio, e assim por diante. Mises ‘oi proifico, Escreveu inumeros livros @ artigos. Viejou por toda a Europe, fazendo conferéncias, ¢ acquiriu uma reputa: ‘G80 internacional como dafensor do capitalisme © ardoroso co do intervencionismo. Eniretanto, seus argumentos fora abatados pela enorme popularidade das doutrinas macroeco- icas de John Maynard Keynes, cu ‘¢80 do governo para fazer castos 2 tagao entve os politicos. Mises deivou Viena, indo para a Suiga antes de Hitler ‘ocupar @ Austria. Lecionou no ht lemacionais ‘em Genebra ate 1940, quando entao emigrou para os EUA. Tinha conseguide estabelecer uma boa reputacao na Europa, Mas ‘quando chegou aos EUA aos 89 anos era um estranho, numa terra em que ninguém o conhecia, tendo portanto que come: gar praticamente da estaca zero, Fo! logo designado pelo Na- tional Bureau of Economic Research para escrever 0 texto este livro ‘Quem ja conhece os: vos de Mises nao iré encontrar nada de especiaimente novo neste texto, Mises era um critica contumaz Ga intervencao de governo, e apontava suas conse qliéncias, que impediam os incividuos de realizar os seus varios ‘objetivos. Nao obstante, em nenhum de seus outros texlos con: ‘soguiu oxplicar de forma tac simples e t&o clara os inconvenien- tes da intervengao governmental Mi eveu este livro ~ Intervantianism: an Economic Analysis ~ na sua lingua nativa, o alemao. Depois de ser tradu: zido pelos Drs. Thomas McManus ¢ Heinrich Bund, ele deu 0 texto como ‘pronto para publicacao”. Entrotanto, aparente. ante, nada fo teito, e o manuscrito cesapareceu. Para satisla- zer suas necessidades Mises continuou a escrever e a fazer conferéncias, Em 1944 foram publicados Bureaucracy 8 Omni: potent Government. Em 1845 foi indicado como protes- sor-visitantena Graduate School of Business Administration oa Universidade de Nova lorque, @ comecou navamente a lecio- nar. Em 1946 passou a trabalhar na Foundation for Economic opostas de interven ‘ham grande acei- pareeido, rete Nisas nique ot interventions (1329; imllur bastante dererte deste. Aquele€ ura acolo nas © popestasintervenceonstasformulacas ‘os ar08 20; ese é uma exposiga dara esiplessobte a feo dante Uma critica 20 intervent bt) Education como um assessor em tempo parcial, Muitos outros: livros, a patti de entao, foram publicacos, especialmente sua uman Action, em 1949, oem 1940, antes de os EUA entrarem oficiaimente na Segunda Guerra Mundial. Nele Mises apresonta sua penetrante percepcao da economia de Cialismo e @ intervencionismo em detrimento dos métodos de istas. Na realidade, ele atribui a falta de prepa lados ao fato de terom se deixado influenciar pela propaganda anticapitalista e por terem preterido condenar 08 lueres decorrentes da querra om vez de se preparar para combaté-la. “Quando as nacbes capitaiistas, em tempos de guerra, deixem de utllzar a superioridade industrial que © seu sistema econémice Ihes proporciona, sua capacicade de resistir fe suas chances de vitdria ficam consideravelmente recuzidas. A derrota da Franga e a destruicao das cidades inalesas foto pri meiro prego pago em consequéncia das medidas intervencio- nistas impadindo a exisiéncia de lucros de guerra, ‘Ao longo de sua carreira, Mises sempre procurou mostrar que, na sua luta pela sobrevivencia, o¢ individuos enfrentam ris cos e incertezas, Tém que superar inumeros obstécules, tanto 0s naturals como os criados pelo préprio homem. Catastrofes naturais, como terremotos, inundagdes, fura- oes, deslizamentos de terra, avalanches e inc&ndios, podem terromper 08 nossos planos. Catdstrofes provocadas palo ho- mem, tais como guetras, roubos, fraudes e intervencoes do go- verno, também pader interromper os niossos planos. Em rela- .¢80 aos obstdculos que 2 natureza coloca no seu caminho, os omens nao t6m alternativa a nao ser maneira possivel, Em relacao aos obst ‘Ao exolicar como funciona o mercado, Mises critica as int vengées do governo ~ controles, regulamentagao, restrigdes, 9105 @ subsidios para alguns a custa de outros. Ele sempre rocurou mostrar. como faz neste livo, que embora implemen- tadas com a melhor das intencdes, essas intervengoes governa- mentais acabam gerando uma situagao que os seus préprios efensores consideram pior do que a situacao anterior que pre- am melhorar. Nao obstante, explica ainda Misos, tendo tals, ‘obstaculos sido criados pelo homem, podem ser evitados e el minados ~ uma voz que as pessoas percebam que 0 governo nao deveria interferr na inter-rlacao pacilica das pessoas ‘Mises também procurou mostrar que 0 papel do governc de- via ser limitado. O.gaverne deveria proteger iquaimente a vida e a propriedade do todas as passoas sob sua jrisdi¢ao. Deveria abi trar as cisputas entre os individuos de forma a assegurar, na me. dida do possivel, a mesma justica para todos. Fora disso, deveria, apenas asseaurar a linerdade para que cada um pudesse buscar seu proprio destino. E um fato auspicioso que esse manuscito ue explica de forma to clara esses principios bésicos, tenha sido agora encontrado entre seus papeis 0, por meio desta publ- aco, estela serdo colocado & disposicao co publco. Bottina Bien Groaves Outubro, 1997 PREFACIO DO AUTOR Este ensaio tem por propésito analisar, do ponto de vista ‘econémico, os problemas causados pela interteréncia do gover- no naatividade econémica, As consequéncias poltticas e socials decorrentes de uma politica ntervencionista’ so podem ser ava: jada @ julgadas com base na compreensao de seus ef implicagdes econdmicas. Dosde que os governos eurapeus nas tillimas décadas do sséeulo XIX comegaram a adotar um tipo de p hoje soja fraqiienieente denominada "prograssista”, represen- tava apenas um retorno & politica mercantilista acotada no sécu- Noste ensalo,o form “ntawordioniems”& usado ne sentio a lo XVII € principios do século XVIII, os economistas® tém por sistentemente procurado mostrar a inconsisténcia e a futildade dessas medidas, assim como prever as suas consequsénicias po: icas e socials, Essas adverténcias foram sempre ignaradas pe: los governos, pelos partidos politicos e pela opiniao publica, que iicando-as como “ortadoxas”, ao mesmo tempo em que exaltavam as suas vitérlas sobre a teoria e mia, sem perceber que eram apenas vitbrias de Pirro. ‘Ainavitével seqléncia de eventos que decorre da aplicagao do medidas intervencionistas veio Gemonstrar © acorto das pre visdes dos economistas. As previsiveis conseouencias poliicas, como agitacde social, regimes ditatoriais e guerra, nao tardar am a ocorrer. Esto onsalo nao pretende analisar especificarnonte a. ‘ca do New Dea! adotada pelo governo des EUA, Procur com ¢ intervencionisma de uma maneira geral, e suas con; '86e sao validas para todos 0s casos de poiticas intervencionts- ta r que seja o pals que as tenha adotado, Ja havia, nos EUA, um considaravel grau de intervencao na economia, antes de 1983. 0 New Dea! é apenas amanifestacao atual, essencialmente americana, de um tipo de politica que ja vem sondo adotada ha muitas décadas - inclusive nos FUA, Para un economista nao ha nada de novo no New Deal, Difere das cas adoladas pelo Kaiser Wilhelm Il e pela Republica de Weimar apenas na medida necessaria para se ajusiar as concigbes os- icas dos dias de hoje nos EVA. E colaca 0 povo americano edt cena 4 Este ensaio tem um cardter assencialmente econémico e, portanto, nao lida com os aspectos legais € constituciona's do problema, As lais e as constituicoes cevem ser feitas para servir Do povo, endo para governé-lo. Dever ser formuladas e interpr tadas de maneira a que o desenvolvimento ecanémico seja be- néfico para todos 0s segmentos da nacdo, Se néo forem capa ze de proporcionar esse resultado, as leis e Sue interpretacao deveriam ser modificadas. (O.tama tratada neste livro tem sido exaustivamente analisa- do na literatura contempordnea: quase todo dia surgem novas contribuigdes, Mas, geralmonte essas analises se preocuoam, essencialmente, com alguma mecida especifica e com os seus efeitos no curto prazo. Infelizmiente, esta ndo é a methor forma ce analisar 0 problema, porque considera as conseqiiéncias imediatas de uma determinada iniervencéo sem considerar os seus efeitos a longo prazo, Considera apenas os supostos bene. ficios, sem iovar er conta os custos € 0s prejulzos. Dessa maneira, sem divida fica extremamente dificil conse- uir formar uma visdo abrangente das consequéncias sociais ‘econémicas do intervencionismo, Nao se pode negar que ‘guns individuos ou alguns grupos de individues serao beneticia- 60s no curto prazo, pela adocao de aiguma medida intervencio- nista, O assencial, entretanto é procurar saber que oulras corse uéncias advirdo, particularmente se se tentar estender esses ‘mesmos beneficios para grupos malores ou mesmo paratoda a populacéo. E, portanto, de fundamental importancia procurar analisar uma politica intervencionista por suas conseaiéncias ‘como um todo; nao apenas por sous efeitos no curle prazo, mas também no longo prazo. (CT1) Seria uma intorpretacao ansolutamente equivocada const derar essas minhas observagoes como uma critica s pessoas . detém © poder. Minha eritica ida & doutrina intervencion do as pessoas que a praticam. Qualquer que seja a Con: cao de um pais, os governos sempre procurarao adotar aquelas politicas que @ opinio publica considera mais adequadas © mais benélicas. Se tentarem se opor & doutrina dominante, logo dos por pessoas dispostas a atender as deman das do povo em geral. Mesmo os ditadares £6 podem se manter no poder se tiverem a aprovacao das massas. O totaltarismo de rnossos dias é uma conseqaéncia da generalizada aceltacdo das larias; sé poderé ser superado se nouver uma ‘Se quisermos comprecnder os problemas econdmicos, & imperioso nao nos deixarros levar nor preconceitos @ opinides preconcebidas, Se estamos convencidos de antemao que cer- tas macidas rocomendacas come benéticas para cartos grupos, por exemplo, operarios ou fazendeiros, realmente os beneficiam endo 0s projudicam, e se nao estivermios dispostos a rever nos- 50S oreconceitos, jamais conseguiremos aprender algume col sa, Avordadoiratarafa da analise econémica 6 mostrar se deter: a, recomendaca por diversas faccdes e grupos de pressao, realmente proporcionard os resultados que os seus de- fensores imaginam. (C12) Nao basta tentar qualiicar o sistema ca useia, a economia de mercado} como bom au mau. A questo essencial 6 procurar entender so seria canvenionte para as massas em ge- ralaadocdo de um outro sisterna que nao a economia de merca- Go. Apontar algum mconveniente que a economia de mercado ‘do foi capaz de eliminar n&o quer dizer que o socialismo ou 0 intervencionismo sejam vidveis ou desejé E facil contestar as objecdes desse tipo fettas ao sistema ca~ pitalista. Bem mais dificil @ defendé-lo quando 6 acusado de ter provocade efeitos que, na realidace, sao uma consequiéncia de politicas anticapitalistas. © homem, quando toma o seu café de manha, ndo pensa: “O capitalismo trouxe essa bebida ate a mi- nha mesa’. Mas quando Ié nos jornais que 0 governo do Brasil ordenou a destruicao de parte da colheita de café, ele nao per- cebe tal medida como uma intervengac do govern, O que Ihe vom & mente 6: “Enisso que di o capitalisma”. (CT3) Uma andlise dos problemas que sac tratados neste livro ‘tem de ser condurida estritamente com base na logica ¢ deve evlar qualquer apelo as emiogoes, para que o julgarnento objet vo nao seja deformado, Consequentemente, procurei me abster de tentar fazer com que esse ensalo ficasse mais agradivel, 0 que teria sido possivel pala inclusao de algumas historias divert das expondo © ridiculo da adocao de algummas medidas absur. das de politica econémica. Espero que o Ieitor aprecie essa se- riedade Algumas pessoas paderao objetar, alegando sor insufcien: te discutir esses problemas apenas do panto de vista econdmi 0:4 discussao deveria considierar ndo apenas os aspectos eco- micas, Mas também a politica, a flosofia de vida, os valores morals. Discordo peremptoriamente. Todas as discusses poll ‘cas de nossos dias giram em torn de capitalismo, socialismo e intervencionismo. Certamente existom muitas outras coisas ianles em nossas vidas. Mas os nossos contempordneos ~ € nao apenas os economistas ~ colacaram o problema da organi- zaco econémica da sociedade como a questéo central Go pen: samento politico. Tacos os partidos politicos priorizam os aspectos econér cos sobre quaisquer outros; recomendam a adogao de seus programas, assegurande que a sua Implementagac far com que seus defensores fiquem mais ricos. Todos os grupos de prossao se empennamn om obter vantagens econdmicas; tados 08 partidos hoje em dia sao faccdes econdmicas. Hitler @ Musso: i proclamam, “Nés, es ser-nada’, vamos a luta para tomar uma parte da riqueze dos plutocratas”. A principal bataiha dos nossos dias se tava para saber quem deve deter a propriedade. Nao podemos negar a oxisténcia desse fato. Nao &, portanto, por arrogaicia ou por estreiteza intelectual ‘que somos levades a discutir assas quesioes, sobretude por seus aspectas econdmicos. Quem néo for capaz de formar a sua propria epiniaéo quanto ao diffe e essenciaimente técnico problema do céleulo econmico numa sociedade soci via se abster de f discutie esses problemas com base nos erros, ceitos que t6m prevalocido na sua analise cotidiana. Pooe ser que seja mais agradavel evitar as questoes verdadeiras e mera- mente se restringir @ repolir slogans emocionais e populares. Mas as conseuéncias $40 por cemais sérias: quem nao estiver Ww disposto examinar o assunto em toda sua extensao e profundi dade devia se abster de discut-o. chegaca a hora de nossos contempordneos reconsidera- rem inteiramente suas idéias polticas. Qualquer pessoa que pen: se seriamente sobre esses temas tem que admitr tancamente queas duas doutrinas que dominaram 0 pensamento politica nos imos 20 anos obviamente falharamn. E agora que Hitler © St Jando escondem sua allanca. tanto 0 antifascismo como 0 an comunismo perderam completamente sua importécia, Espero com este livro prestar um serviga aquoles que dose. jam clarear suas idéias e melhor compreender os proolemas do undo at Nao posso encerrar esse prefacio sem expressar @ minha gratidao aos meus colegas, Drs. Heinrich Bund e Thomas Mac Manus, que me ajudaram na elaboracdo ¢ na tradugao deste texto, Ludwig von Mises Novembro 194% 1 a8ad9s, unk po ‘que dures do agosto do 1930 ja ae 1061, guanes Comentarios do Tradutor (CT1) - Todos concordam quando Mises afima que uma medi- da politica deve ser avaliada "no apenas por sous efeitos no cut prazo, mas também no longo prazo. E puro bom senso. Entretanto, 0 que se constata no dia-e-dla é exatamente o apos- 10; medidas benéticas para um grupo no curto prazo sao adote- as, ou polo menos propostas, sem considerar suas desasto: sas conseqiiéneias de longo prazo, Essa ‘alta de uma adequaca ‘compreensio das conseqiiéncias econdmicas de intervencaes jo nos levou a promulgar uma Constituie cao como a do 1988, recheada de artigos c. longo prazo ¢ absolutamente impossivel. A evidéncia dessa {de compreensio pode ser constatada pelo fato Ge que Fernando Henrique Gardaso (FHC), que foi um dos seus artfices, cco anos apos a sua promuigacao esta lutantio denodadamente para relormé-ia. Se tivesse atentado para as consealiéncias econdmi- cas de longo prazo, provaveimente néo a teria detencido; até para nao ter que moditicé-1a om tao curte espaco de tempo Outta evidencia desse mesmo fendmeno pode ser consta tada em inumeras propostas do PT ~ Partido dos Trabalhadores = que $0 atal ponto inconsistentes no longo prazo proprios governadores nao conseguem implementé-ias por te- tem que lidar com a realidade. Resulta que o PT acaba fazenco coposicde aos seus proprios goveradores. (C72) - © que Mises expe conceitualmente pode ser ilustraco ‘com um caso concreto da realidad atual brasileira: a ret agraria, Praticamente todas of partidos politicos, os que apsiam © governo e 0s da oposicéo, a 15a em geral e os intelec- tuais defendam a reforma agréria, apesar de estar exaustiva: mente demonstrado que: 1) 0 campo nao @ capaz de gerar renda para sustentar con dignamente cerca de 25% da poy 2) A melnoria das condicoes de vida da populagao rural passa necessariamente por um aumonto da pradutvidade e, conseqiientemento, pola reduce do contingente que se dadica a ossa atividade econémica 3) O custo de assentarnenta de cada familia, que depots de asseniada consegue uma renda de cerca de dois salérios mini- mos, quando nae abandona o seu pediaco de terra por falta ce condigées de fazé ente para dar a cada assentado és salérios minimos durante oito anos e ainda edu cago e treinamento gratuitos no mesma period! Isso sem con- siderar os juros do capital evipregado, © que, se considerado, praticamente dobra esse periodo, Enquanto nao forem superados os preconceitos que a fem um carater benéfico, quase milagroso, & reforma agréria, continuaromos a implementé-la pelos pequenos beneficios que potlera proporcianar a pequenos grupos no curto prazo, em de- teimento do muito maior prejulzo causado a populacao em geral 1no longo prazo. (CT3) - Mises se rofere & deciso do governo Getilio Vargas, implementada & 6poca em que este livro fol escrito, Vargas man- dou queimar estoques de café como propésito de reduzir a ofer. tae, consequentemente, aumeritar 0 prego, o que seria extrema: mente benético a0 Brasil que, na época, era o maior produtor mundial de cata. Esse foi 0 efeito a curto prazo, A manutencao, durante anos, ainda cue art ccalé era uma rewindicagao da to se benefic ppregos altos estimularam outros paises a produzirem caté, oque de outra maneira talvez no ocorresse, por se tralar de uma cul tura de maior sofsticagao 0 isco, por oxigit maiores investimen- tos de capital, maior tecnologia e pelo menos trés anos para a imeira colheita. Este fato possibiliou que diversos paises, no- ladamente a Colémbia, viessem a se tornar grandes produtores e exoortadores de caté, 20 INTRODUGAQ 1-0 problema Chamamos de capitalismo, ou economia de mercado, a for ma de cooperagdo social baseada na propriedade privada dos meios de product. Por outta lad, soci comunismo ou economia planifi cada 6a forma de cooperagac social baseada na propriedade p ica dos meios de producao. Os termos cavital economia autortéria tém essencialmente o mesmo signi Freqlientemente tem sido defendica a viabilidade pratica oe uma terceira forma de cooperagao social, quat seja, a de um sis- tema em que, Ja a propriedade prvada Gos meios de procucao, © governo possa intervir, alraves de ordens e proibicdes, no exercicio do direto de propriscade. Esse tercel ro sistema é denominado intervencionismo. Nos dias de hoje, to- {dos 08 governos gue nao adotam explcitamente © socialls mo tendem a ser intervencionistas, @ todos os partidos politicos re- comendam pelo menas algum grau: de intervengao. Tem sido logado que o intervencionismo estaria eatidistante do socialis moe do capital smo; que como uma terceira via para solucionat 5 problemas sociaisficaria a meio caminho entre aqueles dois sistemas. e que sem perder as vantagens de ambos evitana as Gesvantagens que thes sao inerentes, (CT1) ‘Ao longo deste lio, procurarernos analisar a viabilidade ea possibilicade de se adotaro intervencionismo como um sistema de cooperacao social. Vamos tentar verificar se com esse siste- ma seremos capazes de aingir os objetivos que os seus defen: sores gostariam de ver atingidos ou se os resultados serio, tal vvez, © oposto do que se pretendia quando de sua aplicacao, A importancia e a necossidade dessa analise nao devorrem de um interesse meramente académico, O intervencionismo € oje e sistema econémice vigente praticamente no mundo todo, ‘com excecdo apenas dos dais paises socialistas: a Unido Sovie- tica @ a Alemanha Nazista, Portanto, para melhor campreender- mos 0s problemas econdmicos de nossos dias é essencial pro- ccurar entender como funciona 0 intervencionismo © quals as ‘suas inevitivels conseqiéncias. Ao proceder a essa analise vamos nos abstor de fazer julga mentos de valor. Conseqientemente, néo nos propomos a questionar se 0 intervencionismo é bom ou mau, moral ou imo: ral, se Geve ser recomendado ou condenado, Vamos apenas ‘examinar se com a sua implementacao serao obtidos os resulta- dos desejados por seus propanentes, Em outras palavras: a sua implementacdo faré com que sejam atingidos as abjetivos pre. tendidos? Para responder a ossas questdes @ mister, antes de mais nada, esclarecer qual 6 0 significado das palavras capitalismo, socialisme, coverno e intervenco. 2 - Capitalismo ou economia de mercado Numa economia capitalists, os meios de produgao perten- ‘oem a indivicuos ou a sociedaces formadas por incividuos, tals como as empresas, Os proprietirios desses meios de produgao utilizam-nos para procuz'r algo ou os emprestam, med guma forma de compensagao, aqueles que desejam ul ara produzir algo. Os individuos ou associagoes do it que produzem uliizando recursos préprios ou capital que to- 22 mam por emprést mo sao denominados empresarios, Um exame supericial poderia nos levar a imaginar que sao 08 empresarios que decide o que deve ser produzido e como deve ser produzido. Entretanto, como eles produzem née para satistazer suas prOprias necessicadles, mas para atencer a neces- sidades de terceires, & preciso que seus produtos sejam vend! dos, no mercado, 408 consumidores, ou Saja, para aqueles GUE esejam consumi-los, Assin senda, o empresa s6 padera ser bom-sucadide e realzzar um lucro se for capaz de produzir melhor ‘e mais barato, vale dizer, cam um menor dispéndi de material @ mao-de-obra, 08 artigos mais urgentemente desejados pelos consumidores, Portanto, sao os consumidores endo os empresé fios quo determinam o que deve ser produzido. Numa economia de mercado 0 consumidor & 0 soberano. E ele cue manda, ¢ 0 empresario tem que se empanhar, no seu proprio interesse, em aiender seus desejos da melhor maneira possivel ‘A-oconomia de mercado tem sido denominada democracia dos consumidores, por determinar através de uma votacao dia ria quais 840 suas preferéncias. Tanto @ contagem Ge votos numa eleigtio como 0s gastos etetuados no mercado sao mane! ras de alorira preferéncia do publice. S40 0s consumicores que decicem, ao comprar ou se abster de comprar, se um empresa: rio sera ber-sucedido ou nao. Enriquecem empresarios pobres fe empobrecem empresarios ricos. Tomam os meios de produ- cao daquoles ompresarios que ndo sabem como utlizé-los para melhor servi os consumidores eas transferem para aqueles que forem casazes de melnor utliza-los. Na realidade, somente os lemprosaries que produzem bens de consumo tém contato dire to com os consumidores: sao eles que recebem diretamente as ‘orden dos consumidores, Mas essas ordens sao loge trans! das aos empresarios que esto procurando vender no mercado 0s seus bens de producdo. Os produtores de bens de consumo tam que adquiir, onde for possivel, pelo menor preco, os bens de produgao que necessitam para atender aos desejos dos con: sumidores. Se nao forem capazes de compré-ls pelos menores precos e los de manoira oficiente, nao serao capazos de ‘oferecer aos coneumidores o que eles desejam @ pelo menor prego; outros empresérios mais eficiontes, que sabem comprar produzir melhor, logo ocupariam seu espago no mercado. O consumidor, camo comprador, pode decidir com base no seu gosto ena sua fantasia. O empresario tem que decidir pensando sempre na melhor forma de atender ao desejo do consumicior. 0 empresario que assim nao agir vera que 0 retomo do seu invest mento esta sendo afetado, causando-the prejuizos ©, portanto, colocando em risco a sua pasicao como empresa. Por ter que contar cada centavo, o empresairio muitas vezes @ acusado de insensibilidade, Mas so 0s consumidores que 0 obrigam a agit dessa forma, porque nao esto dispostos a pagar or gastos desnecessérios. O que 0 empresario faz no seu dia-s-dia para administrar sua empresa Ihe esta senco determi nado pelos consumidores que, pelo seu comportamento ro mercado, indiralamente determinam os pregos @ 0s salarios e, portanto, a distribuicao de renda entre os memioros da socieda- G2, Sao as escalhas dos consumicores que determinam quem oder ser empresirio e proprietario de meios de producao. A qualidade, a quantidade, 0 tipo de mercadona a ser produzico e sua forma ce comercializacao sao ciretamiente influenciados pela forma como 0 consumidor gasta sou dinheiro. (CT2) Numa economia de mercado, os emprosarios nao for- mam uma sociedade fechada. Qualauer individu pode se tor nar um empresério, se for capaz de methor antever a evalugaio do mercado, se conseguir inspirar contianca nos detentores Ge capital e se suas tentativas de agir por conta propria forem bom-sucedidas. Uma pessoa se forna um empresaric, lite mente, abrindo seu proprio caminho e se expando aa teste a que © morcado submete todo aquele que deseja ser ou perma: necer empresario. Qualquer pessoa tem o privilégio de poder escolher Se quer ou nizo se submeter 4 esse exame rigoroso. Nao precisa ser convidado: precisa tomar a iniciativa e cuidar de saber onde € como poderd obter os meios necessarios para exercer Sua atividade empresari Ha décadas vem sendo dito que na alval situacdo de “capi- talismo tardio” jé nao 6 ma's possival a uma pessoa egressa da classe pobre ascender a uma posicéo de empresario. Nunca a conseguiram provar que iss0 fosse verdade. Desde que essa ‘ese comesou a ser enunciada, a composigao da classe empre~ sarial j& mudou muito; um grande numero de empresarios, & seus hercielros, ja deixaram de sé-lo, ¢ os mais destavados em- presérios dos nossos dias 680, uma vez mais, pessoas que se f zeram por si mesmas (self made men). Essa permanente recom- ite empresatial é tao volha quanto a propria econo mia capitalisia, e parte integrante da mesma © que foi dito antas em relacao aos empresarios se aplica igualmente aos capitalistas. Um detentor de capital que nao 0 ‘empregue de mancira adequada (do ponte de vista do consum dor), isto 6, de modo que os meios de praducao sejam utiizados da mangira mais eficionte 2 servigo do consumidor, ‘aumentar ou manter 0 seu capital, Se nde quiser perder d- la tem que colocar seus recursos & d'sposi¢ao de empresas bem-sucedidas. Numa eccnomia de mercado os jatas, assim como os empresatios ¢ os trabalhadores, ser- ver os corsumidares. Nao parece ser necessario acrescentar qu® os consumidores nao sA0 apenas consumidores, @ que ato- talidade de consumidores ¢ igual a e de trabalhacores, empresarios capitaistas. Num munco em que as condigdes econdmicas permane- ‘cossem absolutamente inalteradas, 0 que os emoresarios gas- 18s Soria mals tarde devolvide por estar incluido no prec de seus produtos. Os custos de produgao seriam, por- fais abs precos Gos produtos, eos empresarios nao ter am lucro nem prejulzo. Mas, na realidade, as condigdes econd- micas muciam a todo instante e, por 'sS0, @ atividade produtora é ‘essancialmente incerta ¢ de carater especulativo. Os bens $20 produzidos para alender a uma demanda futura, sobre a qual ao podemos ter no presente uma corteza absolula. essa certeza que da origem aos lucros e perdas; lucros @ percias em presariais dependem de sua capacidade de antecipar correta- monte a demanda futura O empresario bem-sucedide ¢ aquele que consegue an ver os futuros desejos dos consumidores, melhor do cue os seus compatidores, Para o empresario, ia qualidade de vassal do consumidor, € irelevante se os desejos e necessidades dos consumidores decorrem de urna ascatha racional ou emotional moral ou imoral. O empresario procura produzir 0 que 0 consu- midor quer, Nesse sentido pocle-ce dizer que ele é amoral, Pace tanto fabricar bebidas € armas como alimentos @ roupas. Nao lhe cabe dizer ao seu soberano coma se comportar, Se um ern presario, porrazdes éticas, s0 recusar a fabricar ulsque, outros 0 fardo enquanto as pessoas estiverem dispastas a pagar um pre- 0 compensacior por ume gartafa do ulsque. Nao é porque exis- tem destilarias que as pessoas bebem uisque; & porque as pes- soas bebem ulsque que existem destilarias. Pedemos deplorar ssa realidade, Mas, precisamios compreender que 0 aprimo mento moral da humanigade nao é uma tuneae empresarial. E ‘95 empresairios nao devem ser considerados culpados se aque- les cujo dever especitica consiste em aprimorar moralmente a sociadade ndo conseguiam cumprit sua missao. (CTS) Assim sendo, numa economia capitalisia produgaa © com eumo sa0 deterrninados exclusivamerte pelo funcionamento do. marcado, que € © centro nervoso do sistema, E através co met= cado que as ordiens dos consumicores 880 transmitidas os produtores, permitinds assim um funcionamanto suave da eco- nnomia, Os pregos estabelecidas pelo mercado fazem com que a oferta @ 2 demanga se equillbrem automaticamente, Quando, vanaveis, aumenta a oferta de bens, .908 caem; quando, mantic iguals as domals varidveis, a demanda aumenta, os pregos sober: Uma colsa mais deve ser acrescentadia.O fate de que numa sociedad baseada na propredace privada dos meios de pro- ‘ducao alguns desses meios pertengam @ sajam operados pelo estado nao significa a existéncia de una economia mista, que 18 © Socialismo com a propriedade prvada. Named igumas empresas sojam os pormane- Wwadas, as ebracteristicas da economia di nam a atividade econdmica nag flea gi 's. AS empresas estata's, como compra ima, bens sem-acabados @ mao-de-cbra @ mercado que dete! vemente prejuci doras de mate 2% como vendedoras de bens e servicos também tem que se ade quar ao funcionemento da economia de mercado; também esto sujetas a5 lois do mercado. Para ndo perder posigad, precisam ler lucro ov, pele menos, avitar perdas, Quando © governo fenta alenuar ou eiminar essa dependéncia cabrindo seus prejuiz08 com a concessao de subsidios, esta apenas transtetindo © pro- blema, Os recursos neoossirios para a concessao de subsicios precisam ser obiiclos de alguma forma. Padem ger obtidos com @ cobranga de impostos; essa carga trbutaria produzira as seus ofeltos no mercado: € @ mercado, endo o departamanto da rece: ta que decide quem ira pagar os impostos e de que manetta a ca- ga trinutara ira afetar @ produgao e o consumo. Nao hd coma es- capar das inexordvels lis do mercado.” (C14) 3- A economia socialista Numa sociedade socialista, todos os meios de produgao pertencem ac Estado. O governg decide o que deve sor produzi- do, como deve ser procuzido € aloca a cada individuo uma parte os bens de consume. Esso sistema pode ser implomentado segunde dois mode- los eiferontes. ‘Oprimeiro modelo ~ pedemias denomina-io modelo mars. ta, ou ruse ~ & totalmente burecratico. Todas as ailvidadles eco ngmicas sao exercidas por agéncias do governa, como 0 S80 0 Exército, a Marina eu © Departamento dos Correios. A relacdio ge cad loa. ou Fazenda coma administragao central é a mesma que uma agéncka de corretas tem com o Departamento dos Correios, A nacao como Um todo & constituida por um exér eso ponte fmt ada orn mo ars Nitonaktdonomie Tene dos Hansers und Witschatens (Sonebra 1940} p274773, ‘Yer Human Aeon pales com base em lekenomie, p 255-236 202-294 doe domo! foes. ET oer Acco humans, tadugaepubsieaa po sito Libera, 0231-25 de 1° diego 8 252-234 60" eded0.(N 61} ar io de trabalhadores obrigados a prestar um servigo eompulsd- comandante desse exército ¢ ¢ Chefe de Estado. © segunda mode!o ~ podemos denominé-o modelo mao? -difere do primeiro na rnedida em que aparente @ nominal- mente rrantém a propriedade privada dos meios de proaugao, & ativiade empresarial e as rocas eietuadas no mercado, Os arn presdrics compram e vandiem, pagam os trabalhedores, contra- em dividas, pagam juros @ amoriizacdes. Mas so emipresarios, apenas aparentemente, © governo deiermina a esses pscu- do-empresivios come € 0 que produit, para quem vender, as- sim Como por que pregas podem comprar e vender O gaverno. docreta para quem © em que condigdes os capitalsias devo ‘omprestar seus recursos. assim come ande e por que salérios davem os trabalhadores ser cuntratados. Nessas condicdes, © {uncionamenta do mercado é meramente umaimpostura, Como todos cs salarios, procos @ juros estao sendo fxacos pelas auto: ridades, $20 salarios, pregos e juros apenas na aparéncia: na re alidade eles exoressam simplesmente uma relacae quantitative, alismo com uma avaréncia externa de capitalismo, Sao rant dos os rétulos de uma economia ce mercado capitalista para do- signer um contelido completamente diferente daguele vigente economia de mercado, Para eviter que se coniunda socialismo com intervencionis: me preciso deixar claro que o funcicnamento ‘mia do mercado obstruida, ou intervencionisma, difere do socia lismo pelo simples fato de contnuar @ sor uma ecoriomia de mercado. As autoridades usam 0 seu pocier de coergaa fazendo dugao e 0 consumo sigar camintios diferentes daqueles cue iam se nao houvesse a intervencao, € procuram jetvo alravés de ordens, comandas, praibigses 2 Tenda este oxo sido agro em 18a, Mises reoreolniamente ao seg ‘eazista emo egente re Alomar, (N.d2 7) Ey ccuja implemantacae dispdem do aparaio de coergao do Eslado. fas, seguem sendo intervangoes isoladas: nao constiuem um, sistema integrado que estabelece todos os precos. salaios @ju- ros, 0 que ‘aria com gue praducao e consume fossem integral mente delerminados pelas autonidades. (CTS). Este lito nao pretence examninar a quostao da viabilidade ‘da uma economia socialista. O tera objeto de nossa analise & © intervancionisme, @ nao 0 socialismo, Conseatientemente, va mos apenas incidentalmente mancionar que o socialismo & im= praticavel como um sistema econdmico universal porque numa sociadade socialista ndo seria possivel ullizar a racionaiidade rmatertica em assunlos de natureza econdmica. © calculo eco rnémico usado na economia captalista baseia-se em pregos ce mercado, que a0 estabalecidos pelo morcade para todos 05 bens ¢ sorvigos, Inclusive para bens de produeac © para & mao-de-obra, Somente precos oxpressos em moada corrente podem servir Ge denominador comum para comparagao entre ‘98 Custos de producac ¢ os valores de venda obtides no merce: do. Sé assim pode-se detin em nimeros o provaval efeito de uma ago que se pratende implementar ou avaliar 0 efeita real de acoes eletuadas no pasado. Numa economia socialista ‘onde nao existem pregos para os bens de produto ~ uma vez cles portencem inteiramente ap Estado nao existe apossi- paragio. (CTO) pot exemple, que 0 governo de um pais socl- ima casa. A casa pode ser feita de 10 OU ago. Cada um desses métodos de | do ponto de visla de gaverna que quer cons escolha dos meioe de producto a serem empragads & a mais racicnal com nase nos valores que ele mesmo atribul aos bans da consumo. No meta do século passado, por exemple, um tal governo, poderia se encontrar diante da circunsténcia de ter quo deci ene restrincir 2 cracac de oveihas na Europa e passar @ crié-las em algurn ponto Ga Austria. Ou substtur@ tragao ani- mal pela maquina a vapor. Que meios disaée © governo para de- terminar qual dessas inovagdes 6 vantajosa ce ponto do vista econémica? Tuco bem, dizem os socialistas, mas calculo captalista também ndo éinfaiivel o capitalista aibém pode errar. Evercia- de: i830 ja aconteceu antes @ acontecera de nova, porque toda alividaele econdrnica contém uma expectatva quanto 20 futuro, © 0 futuro 6 sempre incerta, Todos os planos revelarn-se init quando as expectativas om relagdo ao iuture nao s0 realzam. Esse tipo de objeea0 nao val ao cerne do probilemia, Todo calcu Jo econdmico & felta com base no nosso Conhecimento atual @ com base nas nossas expactativas aluais quanto ao futuro. O problema nao consiste no fato de que pocemos errar por termos. avaliado mal 6 futuro, mas, mais propriamente, no fato de que 0 governo de um sistema so A culo econémico com base ni |, quando um meta mais simples e mais efictente de com! ‘essa doenea fosse descoberto, que fez u irmento des- (© seguinte: come poderia 0 08 hospitals da ranewa inicio deste século se, Sq. desenvolvimento que vir a ter a indiist aviagtio. Mas 0 empresirio que entao sabia qual, entre as aliernativas de construgae, ele deveria esco- Iner, com base nas suas avallacoos © expect nos pregos de mercado que quanto & demance future. E exatamente isso que © governo ce 30 uma comunidade socialista no terla como saber. Estetia na mesma situagao que © capitao de um navio que tenta navegar sem ter acesso aos recursos da ciéncia eda arte de navegacao, Pressuponha-se que un governo dacida levar adiante um determinado projeta, Mosmo para tomar essa decisao ele toré ‘que tecorrer ao célculo econdmico. A deciso em favor da cens- trugdo de uma usina elétrica sé pode ser tomada se houver consciénola de que ease projeic ndo estara dasviance meios de prosucao que seriam utiizados para atender necessidades mals Urgentes. Como sabélo gem ter como recorret ao calcula ec0- ngmnica? 4-0 estado capitalista e 0 estado socialista Numa economia de mercado a fungéo do Estada consiste em protager a vida, a Saude e a propriadade de seus cidadaes contra o uso de violéncia cu fraude, © Estado garante 0 suave funcionamento da econ omnia de morcade com 0 peso de seu po- er de coergao. Abstém-se, entretanto, de qualquer interferéncia jerdade de acao des pessoas que atuarn na progugaa e dis- ie8o, desde que tals acdes no envolvam 0 uso de forca ou ude contia 4 vida, 2 saiide, a seguranga e @ propriedade de éoque, essencialmenta, caracteriza uma econo- ista iperais classics, se opdem a inter fordncia do gover nos assuntos econémicas, eles assim 0 fa- zem per ter certeza de que a economia de mercado € © Unico st sistema de cooperagao social vidvel e eficiente, Esto convenc= os ce que nenhum outro sisterna podria proporcio 7 Na protegao da propriedade privada, nao para favorecer os Interesses de uma determinada classe mas, sobretudo, para proieger 9 povo ein geral, porque entendlam que a bem-estar da nagao e dle cada individu estaria mais bem garantide numa, economia de meres E, portanto, uma ingenuidade pensar que os verdadeiros Ii- borais, por defenderam a propriedade privada e a limitagdo das funcdes do govemo, sejam contra & existéncia do Estado. Fles combatem tanto © socialismo como © intervencionisme por acredita‘em na maior eficdcia da economia die mercado, Defen- dom a existéncia ce um Estado forte e bem administrada porque Ihe atribuem uma tareta fundamental: a defesa de funcionamen- toda economia dle mercado Mais inggnues ainda foram os metalisicas prussianos, a0 pensar que 0 pragrama dos defensores da economia de mercado tivesse um caréter negative. Os adeptos co totalitarismo prussia- no classificararn como negative qualquer manifestagao que se ‘opusesse ac seu deselo de criar mais empregos através de medi- das governamentais, O programa dos defensores de uma econo- mia de mercado ¢ negative apenas no sentide em que qualquer programa 6 negativo a0 excluir todos os demais programas. Por serem positivaments favorsveis & propedace privada dos meios de produgéo e A economia de mercada, so necessariameme contra @ socialismo &0 ntervencionismo. (CT7) Num regime socialista, todas as allvidades econdmicas es- \gesob aresponsablidade do estado, Todos as estégios da pro- dugao esto sob o comande de governo, assim como no Exerc fo cura Marinhs. No ha espaco para a atividade priv ‘esta sob as crctens do govern, O inaiviaua é como se fosse um temo de um orfanato ou de uma penitanciaria, Tem que cum- iras tafelas que ine foram cleterminadas @ consumir apenas 0 jar se 0 govemo ine prover os meios necassarios. Tem que assu 0 que 0 governo Ihe determina’ e mudar de emprag: ‘quando 0 governo assim o desejar. Nesse sent r que os cidados de uma sociedade secialista 5 - 0 estado intervencionista Num sistema de economia de mercado obstrufda, cu vencionismo, o gaverne e os empresérios atuam de forma di tanocampoecendmico. O cuslismo mercado ¢ auloridade tam: bem esa presente num sistema om que as trocas efetuadas no mercado S40 de alguma forma afetadas pela autoridade do Estado, Entrotanto, enquanto numa verdadsira economia de mercado 0 exercicio da autoridade se lita a prevenir urna relagao de troca, ne case do interven /@ ne proprio funcionamento do mer ado por meio de ages isoladas, emilindo ordens e proibicoss. Intervencao 6 Ume arciem isolate emitida pela autoridace que representa o aparato de poder, obriga © empresdtio © 6 pro- prielério dos malos de produce a empregar esses meios de uma maneira diferente da que empregariam se agissem pelo que Ines determina o mercado. A ordem pode ser representada or um comande ou uma interdigdio, 05 Guais podem nao ser de slensiva emissao do governo. Pode ocarrer que os comiandos fe intercigdes emanem de uma outra fante que dispontia de po- der tambem para fazer com que suas ordens sejam obedacidas, pro governo, Se 0 governo nao aceita © se opde a essa trans- 30, mas no cansegue impedit sua implementacao, est te da ovidéncia de que uma outra autoridade conse- guiu se estabelocer, contestando a supremacia do govern. (gatwo" “iertade siz Lenn, um preconcote Dut ey ‘Sem diva o governo tem o poder de emit comiandas ein- terdigdes, 8 também o poder de implemnentéos através do seu oder de policia. Mas, as quastées que nos interessam neste en- Salo S40: podem esses medicias fazer com que © governe consi- ga alingir os abjetivos que desela? Ou sera que essas interven es produzirao resuitados que, do proprio porto de vista do governo, S40 ainda morios desojdveis do que os que serlam ob- tides pelo live iunc:onamento do mercado que ele esta tontan- do moaiticar? Conseqiientemente, nao ostamos interessados em saber 80 © governo est em macs de pessoas capazes cu incompe: tentes, dignas ou indignas.* Mesmo o mais capaz @ mais digao dos homens 9 pode alinair seu abjetiva se usar 0s meios ade- quads, ‘Tammpouco itemos aqui lidar com as intervengées das auto- Tidacles que visern ditetamente intervir no consumo de mercado- Tias, O governo pode, por exempio, temporaria cu permanente- mente, prolbr @ consumidor de comer cartes alimentos ~ diga- mos, por questdes de satide ou por mat situagao 0 governe assume o panel ce Considera o individuc incapaz de zelar pelo seu melhor se; ele precisaria ser paternalmante protegido para evitar que fi zosse mal a si mesmo. A docisao de implementar au néio medidas dessa natureza 6 uma questo politica, e nao econémica. Para os que acrecltam ue o poder da autoridade emana de Deus e que, portante, deve gir para com o individu come se fosse a Dina Providéncia, ou para aquoles que acrecitam que a autoridade deve representar fue ohn nao 200 abet re nossa nate a tos, cujaint de cada um melhor que © proprio indivicuo ou se entende ser ‘sua missao saorificar @ bem-estar do Individuo em beneficio do bom-astar da coletividade, entdo nao devia hesitar em ceterm nar os abjetvos de cada inaividus Seria, evidentomente, um erro acreditar que a tutela da au: toridade sobre o incividuo pudesse ficar restrita a quesioes de sable; que a avtoridade pravavelmente se contentaria em prot bir ou limitar 0 uso de substancias tbxicas, como opio, marina, talvez também dlcoole nicotina, mas Gue fora isso Hberdace in- Givicual no seria afelada. Uma vez que se admite que as op: (0808 indiviguais de congurno devem sor supervisionadas e res: tringidas pela autoridace, a expansao desse controle cdependera apenas da autoridave e da opinide publica que a apéia, Torna-se, ‘entdo, logicamente impossivel evitar tendencias favorave's 4 que ‘ Estado proteje todas as alividades do individu, Por que prote- ger apenas 2 corpo dos males causados por venenos ou drogas” Por que nao proteger também nossa mente 8 nossa alma de dou ‘rinas @ opiniges perigosas, ue pom em isco nossa saivacto eterna? Privar 0 individuo da liberdads de consumo logicamente condiuz & suspensio de todas as libercades. Podemas agora retornar a0 lado ecanémico do problema, Ao lidar cam 0s problemss do intervencionismo, a ecenomia se preocupa, principalmente, com aqueles medidas que afetarn os meios empregados, © nao cam 03 objetvos da acao. E 0 tinico pacrao cabivel para julgar essas medidas é verificar'se elas con- seguem proauzir jados protondidos pela autoridade. © fate de que a auioridade tena poder para restringir a escolha de ‘a pelo individuo ¢, assim, alterar os dados do morcado esta fora do escopo da andlise econdinica. Por essarazao nao estamos preccupadas com medidas au {oritérias, obj quo ofetivamente: alinjam esse ot lores. da econamia, Acsitamos 9 comportamienio do consumidor ne mercado sem levat em consideragae em que medida, se alguma, esse com- portament idade, Aceitamos as esco- Ihas dos consumidores como um fato, sem questionar'se 0 con- sumidor compra mascaras conlra gases por conta prépria ou Porque © governo ihe ordencu que assim o fizesse, nem se ole compra menos bebidas alcodlicas porque tem oulras proferén- clas ou porque o governo pune quem bebe. Nossa preocupacao 6 a de examinar aquelas intervengoes da autoridade dirigidas nao aos consumicores, mas aos detentores dos melas de pro- ‘cugao @ aos emprasarios. E no questionamos sa essas inter- verges 820 justificéveis e nem se olas so compativeis com 08 oases desejes ou os dassjos dos consumidores Queramos “apenas invastigar se com essas medidas © governe cansegue fazer com que os seus objetivos sejam alingidos 6 - O apelo om favor da reforma moral ‘Antes do prossequir, seria conveniente considerar uma douitina que merece alguma atencéo, se nao pelo seu contet- «do, polo menos porque ¢ endossada por alguns dos mais distin- tos conternpordneos, Refarimo-nos aos que acresitam néo ser necesséia a inter- vencio de governe para fazer com que @ ecoriomia de mercado {enta diferentes resultados daqueles que teria se nBo fosse obs- ida, Os reformistas cristaos e alguns representantes. de uma reforma social beseada na ética acreditam que uma consciéncia, moral ¢ religiosa devia orientar as "boas" pessoas tambam no ‘campo econémico. Se os empresérios se preocupassem nao apenas com 0 lucro @ com sous também com suas obrigagses sociais © necassidade de o geverno emt ‘que as coisas fun cionassem melhor. Nao havaria necessilacie de raformar 0 Esta do; methor seria tazer com que houvesse uma pu a humanidade, um retorno @ Deus e &s leis mor range governamental. 0 capitalisme Moloch seria ido sem que fosse nocessério subslityito pelo Estado Moloch, Nao precisamos examinar aqui os julgamentos de valor sublacentes a essa doutrina, As objecbes desses criticos a0 ca pitaismo ro sao relevantes, € seus comentarios sobre © que coneideram erros ¢ incompreansbes nao nes preocugam. O que nos propames & examinar a sugastac fella de orgenizar a socie dade cam base ria propriedae orivada das meios de producao ‘@ numa le moral limtando 0 exercicio dasse diteite de propne- dade, A organzacae social assim idealzada, na qual os ind 06, especialmenta os ompresérios, 0s capltaistas e os proprieta. Figs, no seciarn mais guiados pela motivagao do |uero, mas pe: las doterminacoes de sua consciéncia, nao poderia ser qualifica~ Ga come socialismo. Tampouce poderia ser quaiticada come in- tervencionisma, por proscindir da intervengaa do governo para fazer a economia {uncionar da maneira desejada, Numa economia de mercado o individua é live para agir e dispar de sus propriodade em toda a exiensao do mercado; $6 fas suas decisdes sAa levadias em consideracao, O que prevale- 09 @ a sua escolha, quaiquer quo ola seja. Sua agae 8, para as Gemais participantes do mercado, um fato que no pode ser esconsiderada. As consaléncias de sua acao no mercado e- floter-se nos luctos @ perdas clos demais; sao dente da engre- agom que transrrite of efeitos de suas acces para o mecanis- mo de cooperagtio social, Numa economia de mercado, a sacie~ dade nao determina o que ¢ individuo deve ou nao fazer; rin- guém tom © poder de dar ordens ou exigir ebediéncia: nenhuma ‘ga pode ser usada, a nao ser para proteger a propriedade pri- vada € © mercado contra uso de violéncia. A cooperacao & uma conseqiSncia natural do tuncionamento do mercado. cooperago social da methar ro 2s consequéncias de sua . igercia € dos seus eros. Para que haja essa coordenagao basia que 0 individuo aja em conformigace com © sau proprio Interaese. Porianto, nao hd necessidade de ordens emi ‘dade dizendo 0 que cada um a deve ou néo fazer, nem do ‘com que essas ordens sejam c ‘edad em que prevaleca © reepelto & propriodade a8 eleiuadas no mercado nao 6 compativel com ‘ato de poder para fazer Policia, Se nao fosse aasim, qualquer indivicuie poderia uttra- ppassar a barreira da legalidads, Os retormistas cujas sugesties estamos aqui analisando pretondom que sejam estabelecidas normas éticas adicionais, ‘alam da ordem legal e do cédige moral existentes para manter ¢ proleger a propriedade privada. Pretendem que-a producao € © ‘consumo aejam diferentes daquilo que Soria numa economia de mercado nac-obsituida, na qual a indivicuo ¢ Ive para fazer suas escolhas desde que nao wolenle @ propiedad privada alhela, Querem eliminar as forgas que guiam as agdes indiv- duais numa economia de mercado, Querem substituir © que qualificarn como egafsma, avider de vera ou alga equivalente or outras forcas. Falam da nscléncia, altruism, tenor a 2 “producae para o lu cero” pola “procucdo para 0 uso". Acreditam que isso bastaria [para garantir a cooperagao harmoniosé entre os homens numa economia baseada na civisdo do trabalho de tal forma que no haveria mais necessidade da autoridade intarvir com seus co- mandos ¢ proibicdes. O erro inerente @ essa doutrina consiste em nao perceber que as forgas que ela condiona como imorais cetempenham um papel muito importante no funcionamento de mercado, Frecisa- "mente porque a economia de mercada nao exige nada do indivi duo em relagao 20 uso dos maios ce producéo; pracisarente por nao precisar fazer nada que nao seja de seu prdprio interes fecisamente porque a economia de mercado © aceita como ‘o procisamente porque 0 seu "egelsmno” é suficiente para ho contexte da cooperagao social, suas atividades nao 38 procisam ser direcionadas por normas @ nem € necessar as auloridades © obriguem a isso. Se ¢ individuo busca Zor S8u prop interesse num contexto de respei de privada e as Voces efetuadas no mercado, estara fazendo 0 que asociedade espera que ele fa lucro, sua agao necessariamente Ao tentar substituir a motvacao pelo lucro—o principio bas co da propriedade privada dos meios de producae pelos assim chamados motives morais, estaremos anulende a ullidade © & ficiéncia da economia de mercado. Nao bast pelo altruisme para gerer uma ordem social que poasa tuncionar mathor que a economia de mercado, Nao basta sug dividuo nao deveria comprar pelo menor prego e ni vender pelo maior prego. Setia precisa ir além, e esiabelecer r= gias de conduta que orieniassem os ind © coformista pensa, por exempio, que © empre: sendo egoista ¢ insensivel quando usa sua Sup vender mals baralo do que um competidor n forcando-o assim a perder a sua posigao empreserial Mas, come deveria agir um empresario “altruista"? Deveria se absier de vender por pregos menores do que os seus compstidores? Em quais circunsténcias poderia vender mals barato do que 03 seus competidores? reformista também pensa que © empresario asta sendo egolsta e insensivel quand s@ aprovoita das condigSes de met- cada @ se recusa a vender seus procutos por um prego mais ba- rato, de forma a permit que os mais pobres. que nao tm candi- c6es de comprélos pelo preco vigente, eudessam adot Gomo deveria agir © "bom! empresairio? Devia d4-lo8 de presen- te? Qualquer que fosse 0 prego estabelecido, por menor que soja, Sempre haveria uma cemenda nao atendica. Quais, dentre 08 potencials compradoras, teria o ampresatio 0 direito de ex cluir ao estabelecer um determinado preco? Nao @ pracise analisar em detalhe, agora, as conseqiénc!- as de um desvio do preco estabelecido pelo mercado. Se ao vendedor naa for permitide vener mais barato do que os seus 9 competidares menos afcentes, polo menos uma parte da pro nao seré vendida, Se, preocupado com os mais fenider por um prego menor dog fo mercado, sua_produgo nao sera sutic der todos aqueles que estariam dispostos a com prego mais baixo, Vollaremos ao assunto ao anaiisarmos os eto) tos da intervengaio na esirutura de precos.* Por ora, varios ape: nas enfatizar quo nao basta simplesmente recomendar a0 em: presério que nao se deixe guier pelo mercadc, também dizer-he o que fazer. Seria preciso di ‘suas concessdes, Sendo € rnais 2 motivacao pel ‘eque determina 6 que @ em que quantioade ele deve produzk, 105 que dar-the ordens especificas, e ele tora que obede. ica que sua atividade tera que sor comancada pelo mesmo tipo de ordens autoritéslas que os reformistas ‘morais quetiam evitar ao spelar para a consciéncia, a moral ‘Ao talatmos de precos “justos” e salérios “razoavais’, to mos que ter em mente que © nice padrao pelo gual podemos tiga ea razoaiblidade de pregos e salarios é pela com- Jealizacla prescindi da economia de mercado, para que ola se realize nao basta exortar 0 individue a ser "Justo" nas suas acdes. € precise especificar o que considera justo ov iusto em cada circunstinca. lem disso, seria necessario estabelecor ro {gras precisas requlando todos os casos passivels ¢ uma agén- ‘la que fosse incumbida de interpreta’ essas regras, zelar pela sua aplicacde e ainda complementéclas e modificélas sempre que necessirio. E irelevante questionar se uma lal auteridade Soria 6 Estado universal ou umn claro teocratico. Algumas vezes © apelo cis reformistas para que os empre- salos e proprietarios sejam mais altrustas ¢ menos ego'stas € irigite 2os trabaihadores. Mas, ofator decisivo numa economia de mercado sao 0s consumidores. $20 les que determina as aliludes a serem tomadas pelos empresarios ¢ proprietirios. 6 Vai ion, Coptu I sag8o 2 49 9. 9888 apelo deveria ser di fazer com que os consumi aqueles bons cuja venda pudesse colocar em! do de uma situacao que fosse considerada iam que auto-reat dos pudessem também compr uma tat atituce de consumidor também come, onde, 0 que comprare aque preco, Alem disso, teriam que obtigar ¢ conaumidor que ndo quisesse seguir essas instrugdes a obedect-las. Se assim o fizessem, os reformistes tegulamentacaa da economia por meio de ordens punigdo para as que as desobedecessem, (CT8) Comentarios do Tradutor ~ Embora escrito em 1940, ra Via, Nada a objeter que assim fa ‘pam: seria apenas razoavel solictar que nao apresentom a Ter- cera Via como uma solucae nova e progressista, (CT2) ~ A total dopendéncia do empresério om relac3o ag consu- midr, que 60 seu soberano, refore-se evidertomente @ uma soo ‘edad na qual prevalega a econamia de mercado, ou seja, uma so- Giedade em que nac hale resrigoes & ive crculsea0 de mercado- nas, nacionals ou intemacionass, soja livre o ditelto de qualquer o- {dado produzit 0 que achar que deva ser produride e nao sejarn cconeedidos orivtégios de nennuma espécle a nenhum grupo. Numa sociedade como a brasileira, onde é muito grande a Interfersneiado Estado, a soberania do consumicor deixa de prevalecer, @ 0 empresario bem-sucadido passa a ser aquele que abtén 0s favores ou aprotecso do gavemno, que s&a conce- didos exatamenta pelas medidas Intervencionisias. No Brasil tom sido murto mais importante para a classe empresaral, naci onal ou mulinacional, Ir & Brasitia para obier tarifas mais eltas ppara 0s seus produitos ou juras subsidiados para os seus invest: Mentos do que atender acs desejos dos consumidores. A FIESP tem sido 0 grande baluarte na defesa da protecao ac empresstio faqul instalado ~ nacional au multinacional - em detrimento ca soberania do consumidor. (CT3) ~A conceituacdo de Mises sobre a amoralidade da fungaa empresa‘ial pode ser aplioada a uma quastéo relevante nos dias de hoje: @ questéo das dragas. Se axistam pessoas que dese. Jam fazer uso de drogas e estao dispostas a pagar um praca ‘mais allo do que 0 seu custo de produed, surgiréo emoresarios dispostos a atendé-las, sejam eles traficantes ou laboratorios farmacéuticos. A unica rastric&o aus deve ser respaito aos danas eventualmente causados a ter ‘seu uso. Mas nesse par nos, bebidas, fumo, etc, N&o produgio e auso de drogas. forme, uso de drogas também néo deveria ser. Quem pode o mais, pode o menos. ‘Querer impediro use de drogas proi galizades de procuzirer-na & querer evitar os efeitos sem ell minar as causas. Se existe demanda para uso de drogas sem causar danos a torceires, essa demanda seria mais bem aten ida por laboraiérios farmacéuticos, que poderiam pagar im- postas elevados (como no case da indtstria de fume e bebi- das), do que por traficantes que estimulam 0 banditismo © © desrespeito 3 (C14) - Como se pode constatar, no plana conceltual uma em- presa estatal pocle ser compativel com a economia de mercado (Os seus inconveniantes comecam a axistir na medida em que Ihes sejam concedidas privlagios ou subsidios (como tambem se forem cancedidos as empresas privadas}, pela deformacac assim causeda na.carga trbutaria e pala delormagao provacada nas condicoes de competigaa que devem prevalecer numa eco- nomia de mercado. A tentativa de evitar os prejuizos das empresas estatals pela concessac de privlégios @ subsidies constitul-se numa das prin- cipals motivagses da intervencao do govema na economia, A ‘nexorabilidade das isis do mercado pode ser aquitataca pela tendincia universal que se verlica nos nossos dias com fend izagio das empresas estatals de- ‘de luctos, Porno poder continuar fa manté-las sem prajuizos e por nao dispor das recursos de ca pital necessarios & sua oxpansao, o Estado se vé diante da ines Ccapavel necessidade de privatizava, Aaternativa para mantéas aprotundar @ implantagae do regime socialista, Se fossem Jas @ nao precisassem de privilegies, poderiam continuar (CTS) ~A cistincae felta por Mises entre itervencionisime v soci alismo merece ser examinada a luz do caso brasiieiro. No Brasi {em prevalacido o que Mises denomina “uma economia de mer- cado cbstruida, cu intervencionisma”, Sao duas as corremtes de ensamento cominantes nas elites intelectuais brasileiras: 08 in Iervancionistas, que defendam a intervoncdo do Estado como mei¢ para atingrr determinados objetivos ou manter 0 status quo, © que 830 formadas por conservadores nacionalistas € por gru 0s empresariais ¢ seus dependentes que buscam obier a pro- Tego ea ajuda do govern. $0 geralmente empresaring que se autoqualficam como progressistas © preocupados com as ‘quostoes socials, Dofendem a intsrvencdo do governo como ne- cessatia para que 6 "parque industrial nacional nao seja ck do" @ paraa " manutencae do emprago para o trabalnador brasi- Ieiro”. Essas colocacées nao resistem a ums analiso elementar representam, no mais das vezes, apenas a disposicao de lutar para mantor priviligios. reduzir a competicag ¢, consequente- mento, fazer com que 0 consumidor pague a conta de sua inet. cléncia, Pretender que a empresa tenha uma “iungao social” ou- tra que produzir melhor e mais barato o cue as consumidores desejam 6 ndo 86 um paradoxo: 6 uma farsa, A outa corrente dorinante no pensamento das elitas inlelectuais brasileiras 6a que detende explicita cu implicitamonte a imptantagao de um re- gime socialista. F a favor das intervenes do governe, mas 0 britica porque entance que a intervencao devia ser maior airea, esas das facgdes, Os que detendiom ostensivamente @ econo: ‘mia dle mercado live e sem obsirugées procuram se congregar imo de insituigoes como o Institute de Estudos Empresar- forgos que vém deserwolvendo para apresentar propestas: nnativas para a realidade brasilira, am poucos adepios. redurt igsime apoio da classe empresarial € praticamiante nenhurna representagao politica (CTE) - A impossivilidade da realizado do calculo cor numa sociedade sociaista fol ampia ¢ exaustivamente enalisaca ne livto Die Gemainwirischalt: Untersuchungen aber den Sozia- lismus, de 1922, nos albores da implaniagao do regime na Unido Sovietiea, Fo) traduzid para o inglés e publicado sob o titulo So- jatism pola Yate University Press em 1851 (0s argumentos apresentados por Mises j@ em 1922 nunca conseguiram ser refutados. O dasmorcnamento econémico da 19 Sovietica 6 uma consequéneia natural @ (6aica da impos- idade do eéleuio eoondrico numa sociedade socislista, ‘de medias ntervencionistas com © propésito de “gerar empre- ‘go". Come ninguérn em s4 consciéncia pode ser contra a oferta de mais emprego, os aus seopdem a intervencao do Estado pa- luce negativa 40 de emprego; sao con- F entenderem que embora certas medidas possam aumentar a. oferta de trabalho no curio prazo, a longo prazo agravaréo ainda mais a situagao de pobreza exis- tent em nosso pals, A geracao de emprego de forma duradoura @ sustentada passa necessariamente pela diminuigdo do nivet cp intervengao noje existe pala aboligao dos scondmica. Sem dvida, para implorn 1m preco a pagar. Mas esse preco seré muito maior qua’ tempo levarmos pera implomenti-las @ quarto maio vancae do Estace, Ge intervengao, 0 valor do détict, 0 nivel dos prvilegios ¢ a parr cola estatizada da nossa economia, Aescalha nao esta entre adotar ou nao uma economia de mercado; a escolha 6 entre pagar um prego menor Hoje ou um prego maior amanha. O prego que a Rissia esta pagando devia sorvir de alerta aos que ainca nao percederam essa inexoravel realidade (C78) - 0 reformista, no caso brasiielo, pode ser localizado num certo clero “progressista”, no chamado PT Jight ou entre os “socialistas somi-arrepandidas”. Sao facgdes que 4 no defen- em ou apdiam a implantacéo de sociaiismo modelo soviético (ou cubano, Aceltam a supremacia de resultados da economia de mercado, mas pretendiem aprim dando um compartamento empres 03 ensinamentas de Mises perceberaa que n éanulanda a es- séncia da sconomia de meroado que sé ié aprimoréla; 40 con- tratio, é precise imiplomentévia em toda a sua extensao para que 10, 0 que dificult & possibilidade de exis idadoira econiomia de eer a, a possibilidade de aprimors-ta istas deveriam se dar conta de que ndo sao vender por menor prego; marden- dorthe as vender por menos. 46 | — INTERFERENCIA VIA RESTRICAO ee 1 Anatureza das medidas restritivas Medidas restritivas s80 medidas adoradas pela autoridade com © propasite principal e cireto de desviar a produgao, no sgantido abrangents do terme, inclusive camércio e transpores, do curso que sequitia se 4 economia nao fosse obstruida, Toda interteréncia desvia a producao dos caminnos doterrminados pelo mercado. A caracteristioa especitica de uma medida restit ‘ya consist 0 fato de que o dasvio da procugao é o objetiva in- tencional da autoridade que implomentou a medida. Toda inter vencaa, necessariamente, também desvia © consumo do curso {que seguiria numa economia de mercado nao-obstruida, E, nes se parficular, também a medida restitiva. Mas, dasviar ¢ consu- "6 no 6 0 objetivo de seus criadoras; o que eles pratendem & iuenciar a produgao. O falo de esses medides infuenciarem iambém © consumo 6 visto como um eteito lateral, que tanio pode ser inacetavel como pode ser tolerado por ser inevitavel ‘Aauloridade pode, através de uma medida restitiva, proto fa fabricagao de alguns bens, ou proibir a ullizagéo de algum métodio de producao ou tomar a fabricagao que utiliza tal méto~ il e mais cara, Dessa forma, a autoriciade anula a fade de que gajam empregados meios que-estao dispo- an nivels pava salisfazer necessidades humaras. Em yinude da in- fegar seuconhecr esse arguinento, © reado nae for Obsiruido, as forcas \dem a usar 0s molos de produce da manei- ‘sfaga a5 necessidades humanas. O. nosso provosso lazendo com que 03 ateres ivos sejam usacios de forma diferent, 0 resuftado inexo- tivel nas amplas tos econémicos das medidas restritvas mais ireqentes e mais importantes, que sa0 as barre! ras impostas ao comércio internacional. Seria cuperliug tentat acrescentar algo a esse raspeito aue jA nao esteja contide nos ensinamentos da escola classica ce economia poltica. (CT1) 2+ Custos e benoficios das medidas restritivas ‘Tem sido usade 9 argumento de que as clesvantagens cau- sadas pelas medidas restntivas dimineindo a predutividace e, potlanto, resitingindo a oferta, 880 compensadas por vantagans ‘em outras areas. A autoridade pode alegar, pat exemplo, que a preservacio de um grupo de procutores menos efcientes seria sulicientemente importante s ponto de justificar a diminuico do. consumo. Pode considerar justiicdvel que 0 pao custe mais caro para a populagao em geral afim de que os fazendelros pro- pretarios de terras menos férteis possar viabilizar 4 sua produ: (cao. Pode também considerar de Interesse nacional proibira ull lizagao de novos equipamentos a tim de proteger as empresas ‘que nao possam disor dessas maquinas, na compaicao com ‘outtos fabricantes melhor equipados. Pela proscrigao de mas de organizacao comercial, a autoridacie pode estar possibi- Maride que o pequeno varejsta cox bora o consumidor esteja sendo po Se tals medidas forern adotadas com pleno conhecimento de seus efeitos: $e a autoridade tem plana consciénaia do que sta fazendo e dos resultados que ira obter, so podemos discor- dar GOs seus objelivos, ¢ nao des melas que esié empregando para atingi-los. Os meas empragados estariam senda compati- ‘eis com 0s objetivos pretendidos. Do objetivos e proposites, sua agao esté co fazer com que 0s lazendeiros sejam mais benr-sucedisos, a im posigae de um 6nus sobre os consumidares de pao é um meio adequacto ¢ justiicaria a adogao de uma tart moa proibicae da importagao de graos @ de Todos saber que sss coisas S40 apresentadas 20 publi= ce sob uma dtica diferente. & opiniée pibiica tam sido levaca a acreditar que as barreiras larliarias no recuzem a oferta: ao contrario, aumentam-na. Proteger © pequeno empresiio da campatieao com a grands empresa (big business). proteder 0 poguieno varejista da competicaa com as lojas de departamen- tos e cadoias de lojas 540 apresentadas como medidas que fa vorecem 0 bem-estar geval € evitam que o consumidor Seja ex ploraco pelas grandes organizactes. Essa tom sido a maneira ce conseguit apoio para pollticas cuja verdadira esséncia con- iste om conceder privlegios e vantagans para determinados grupos a custa dos ovives grupos da comunidacio. (CT2} 3- A medida restrtiva como um privilegio Uma poltica de modiclas restrtivas favorece os pradutores, ‘enquanto uma politica que néo interfere no funcionamento do. mercadio favorece 0s consumidares. Os que so favoraveis & aviogao de medidas restrtivas castumam justiticar essa poltica alegando que nao cabo ao governo benefigiar aqueles que me- rameanta consomem o produlo do estorgo slheio: ao contraro, 0 governo deveria ajudar aqueles que esiao ativamente engaja- 49 dos na produgao. Mas, num sistema baseado na divisdo do tra batho todos sao tanta produtores como consurmidores. Nao ha consumider cuja ronda nao sela decorrente da producaio. consumicior é ou um empreséric, ou um proptietario de meios de prodiucao ou um trabalhador. Ou, como membro de uma fa iia, 6 sustentado por algum deles, Por outro lado, tode pradu= tor &, necessariamonte, um consumidor E uma ingenuidade imaginar que uma determinada medida ou politica posea benef iar um sem prajudicar © outro, Na realidad, o que se pode a ‘mat oom cerieza é que quase toda medida restrtiva! Waz van’ gens para um limitado grupo de pessoas, enquanto ateta nogat vamente todas 28 outras ou, pelo menos, a grande malo tervencae, poriania, pode ser considerada coma um pr concedido a alguns am darrimanto dos demais. Privtlegios beneticiam os agraciados e prejudicarn os outros, membros do sistema. 0 propésito de um privilégio 6 beneficiar lm limtado niimeso de pessoas a custa das que se prajudica- as. Se, por hipstess, todas fossem iaualmente beneficiadas, © 0s Seria urn contra-senso. Na medidaem que beneficia apenas alguns preciutores ou diver- 808 produtores com intensicade diferente, havera sempre um arupe de pnviagiados. Se, enlretanto, tocios 0s produtores fo- rem igualmenta protegidos, esse tipo de politica se torna auto: destrutiva, Todos perce, ninguem ganha 4-A medida restritiva como despesa Algumas medidas restritivas podem ser consideradas jus ficavels se forem encaradas come decorrentes de uma pol do gastos publicas, ¢ nao mecicias que visern aletar a ao ea oles lezssem rine: signca ape nas que aguas dense medidas podem rao banetelernquim. embore ea sem prajulzos a todos so i Quisormos preservar uma rea no seu estado natural, como um parque nacional, e dessa forma no utlizéta para fins de produ (0, provavelmente teremos 0 apoio da populagtic em geral, dasde que essa inicativa fique contida nos limites do orgamento pilolico, Podemos, em seguida. considerar que nao seria ade- ‘quacio fazer com que o Gus dessa mecida recaisse sobre 0 pro- 8 que seria mais apropriado disttibul-o pi dos 08 cicadas, cormprande a area em vez de dasapropridela, Mas, essa nao é a questao mais imporiante. Oscisivo 4 o fato de ‘que considerares esse propesicas do ponto de vista da despe- 8a, isto é, pelo que ela afeta a despesa, e nao de ponto de vista da producas, ou seja, pele forma como ela afela a producao. Esla éa tnica forma aproptiada de se entender umamedida rostriiva, Medidas resintivas Cujo Unico efeito possivel saja uma Uiminyi¢ao da oferta nao devam ser consideredas uma politica de praducao. Elas atstam o consumo @ nao a produgao. Meci- das restritivas ndo podem jamais gerar eiciéncia econémica cu aumentar 9 nivel de oferta, Pode haver discordéncia quanto & conveniéncia de s@ adotar uma tavifa para proteger a aristocra- cla rural prussiana da competicas contra os fazendeitos cana donses, que produzem num solo muito mais tértl, Mas, se Yor mos favordveis a uma tatifa para proteger 0s produiores d= ‘ordos da Prissia, nao estaremos recomended uma medida fem favor do incremento Ca produgao de graos, mas una meci= da a aludar 0s propriotarios rurais alemaes a custa, imicioras de gros, Nunca sera possivel basear um sis- tema econdmico em uma tal concessao de prvilég narca pade ser uma decorréncia da ladas. Mas (sso no muda sua nalureza essencial. Quer urna despesa Seja jus OM N&O, Isso nao afeta 0 seu efetta co ponte de vista econdmico, nem mesme os reis do ancion régime a concediam sempre os seus favores a quem nao os merecia, ‘Sem duvida podem existr situaedes om que & acocao de ao da maloria de todos 98 cidadaos, Mas, todas as mecidas restitivas sao funclamental- mente despesas. Substiuem a oferia oxistonte de producao pela oferta de outros bens. Conseqientemente, seria absurdo consideray uma economis de mercado ob: as come um sistema de cooperagao social distinio da econo- mia de mercado nao-odsirvida, Armedida restriiva deve ser con- siderada uma politica de gastos, e no um meio de aumantat a oferta de bens de procs, ‘Se compreendermos a verdadelra natureza das medidas resintivas © nos recusermos a ser enganados por argumentos primarios que tentam justiicéslas como capazes de "promover © bem-estar” ou de "promaver a procugao’, perteboremas que os objetivos que se pretends alcangar com essas medidas frequen- temente podem ser mais facitmente atingidos pels cancessio de subsidias com recurses puilicos, Sendo impoditmes os pro- lulores de consequiremn a maior retorno possivel pela utlizacao dos bens de produgao cisconivais. nao estaramos recuzindo a produtividade da economia teremas mais condigdes de extra 10 aumento da riqueza assim gerado os meios necessétios para subsidiar aqueles que desejamos privilegiar. (CT3) Comentarios do Tradutor (CT1) -No case brasileiro 80 muitos e graves os efeltos negatl vos causados plas bar porta. O caso de conse- auénoias desastrosas mais vsiveis f0| a proibiedo ce importar computadorese componentes informetizacos estabelecica pela cchamada Lei ds Iniormatica, promulgada pelos milteres nacio- nalistas com 0 apoio das esquerdas socialistas E tamcem cenhecida a consequencia resuhante das eleva cue durante muito tempo protagerarm a industria au- fazencio com que 0s cares aqui produzidos fos- ‘som maracicamente qualificados de carrocas, epesar ce seus fabricantes sorom todos multinacionais eterem, portanto, aces <0 indiscutlvel a tecnologia de ponta. A simples redugao das tar fas provocou uma evidente melhoria né qualidade dos carro: rnacionais, asm de uma reducao no sey preco rxstom ainda segments politcas e ompresarais de nossa sosiedads que defender oestabolacimento de batreiras tartir- ‘aS como um made necessério e desejével de proteger a induis- tra nacional, No inicia essa protecto era invocada sob @ alesa- cio de que nossa indiistia nascente nao tenia condigoes da competir com a indisria ja forlermente dasenvolvda dos paises mais ticos. © tompo se enearregou de dest mento; a protegao fez com que a nossa inc ‘sem se tornar compelitva ~ com honroses excecoes, que so confrmam aregra. O argumerto agora om favor da protegao ta- ‘feria. polamanuteneao do emprego. Se nao protegermos nas- ‘aduaneiras estaremos exportando em .alegam os defensores da protecéo tarlana. Iss 6 um Squlvaco. Numa economia nao-obstrulda 0 balanco ce paga- mentos tonde 20 equiliaro autoatcamente, da mesma forma @-a procura de qualquor produie tendem 20 04 houver medias restrivas Um pais 80 consegue importar 0 que expota. O emprego fo num caso eguivale ao emprego gerado no outro. no balano de pagamento poderd nda ocorrer em tude da inlorvencéo das autoridades no mercac de cet 33 Mas isco sera tratado mais adiame, no Capit Alegam tamipém que deviamos adotar minuem a oferta, enaracem os produtos e empobrecem 0 pave em geral {CT2) - As cbsewagses de Mises podem ser ideniiicadas. no caso Biasieiro pelo generalizado apoio gue tem side dado as pequenas e médias empresas. Nao obstanie a aura de simpatia que sempre favarece 0 “pacuenc" na sua disputa com 0 “gran= *, medias desse génerc represenlam sempre um equiveco. 10 ¢as0, representa reniincia fiscal, avxlio financeiro ou de outro qualquer tipo (e que tem ooviaments um custo}. 686 pode ser efeiivado desviando-se recursos da arrecadacao que poderiam ser usados para outros fins ou poderiam ser usados pilbfico. Exisiem atvidades empresariais ‘nas quals a paquena @ média empresas, a empresa local, é mais eficiente; existem outras em qua so 2 grande escala, a presenca em toda 6 territério nacienel, pade prover @ eficiéncia necessée ria, O funcionamento do mercado se enearrega de definir onde e em que setores uma e outra aluardo. Alam disso, a pequena em- presa pode compatir com a grande, soja crescencio ao longo de tempo, seja ocupando um nicho para o qual a grande empresa 1ndo possa ter a agilidade necessaria para competi. Mais uma vez 0 foco esa erradc: o problerna na esta em proteger a pequena empresa de competigao com a grande, © sim em zZelar para que o consumigor sempre possa ter acesso & produtos melhores @ mais barstos com a menar carga tributaria possivat ‘ivessom ecess0 @ sade 0 a educa: jotvo soja atingido sao artotacas medidas edlucagaa e savice ‘despesa, que ihe per de satide Estudoe olaboradas pelo INSTITUTO LIBERAL mestiarn que isse pagar pela escola e por um plano proviso para as necessétios gastos admit sda populagao em Idade es colar um cheque-ectucagae suficiente para pagar o curso baisico 9.0 curso secundstio numa escola piivada @ um seguro de sa- de basioo, que poupatia 0 cidado da humilhagao de ser atenci- do no INSS ou num hespltal puiblico (quanco este nao esta em greve! 35 {| — INTERFERENCIA VIA CONTROLE DE PREGOS 1 Aalternat lei econémica ou lei ordinaria As medidas de controle de pregos tém por objetivo estabe- acer precas, salarios e juros em valores prego minime toma passivel ao vendiacior ob (05 para OS Sous produlos: © prego méxlmo pert 198, Nunca minimnos. A conveniéncia nou. ‘tacdo de precos, salirios ¢ juros nde impediu que a ciéncia eco- nomica evolu'sse. Ourante centonas, e até mesmo milhares de anos, as autoridades (entaram infiur na formacao dos precos uulizando para isso seu poder de coeredo. Impunham as mais pesadas penalidades Aqueles que se recusassem a obadacer '8ua3 orcens, Inumoras vidas Toram porcicias nese canfito. Em nenhuria outa circunstancla a policia revelou-se tao zelosa no emprogo da forca, e em renhum outro caso a indole vingativa das auloridades recebeu das massas um apoio Wo emtusi E, ainda asin, nenhutna dessas tentatives. consegul explicagao para esse tt 340 conhacidas, ¢ foram sis- jo a ser denominacio Lei de Gresham, em a economia obedece a certas [eis & que esto sujeitos todas es fenémenos de mercado, A dascoberta dessas Inexordve's leis do mercado fol uma das maiores conguistas da mente humana. Langou as bases para o desenvolvimento da sociologia liberal, dau origom a0 Ii Dberaiismo », por consegiéncia, a cultura e & economia modes 58 has, Pavimentou 0 caminho para os grandes avangos tecnoldg)- cos de nosso tempo. Foi também, o ponte de partida para a sis rematizagdo dla cléncia da ago humana, ou seja, da economia, ‘Amente pré-cientfica distinguia entre © bom © 0 mau, © us- 1689 injusto na agao humana. Achava que o compertamento, humane podia ser avaliado € 0 comporamento humane. O homem devia, cizia-se, agir mo- ralmente; se assim nao fizesse Deus punina ne vida fulura, se nao 0 #e9se durante sua propria vidana Terra; nao se imagina- va que as agbes humans pudessem conseqisncias. Portanto, a acae das autoridades 50” 0 que Ihe fosse imposte par um poder vor aiem do Estado e seu aparato de poder, @ descobre qué a so- cledade humana ¢ fruto da cooperagae humana, Descobre que 0 fendmano do mercado, que é © resultado dessas leis, determina (5 pregos, & que © sistema de pragos de mercado fornece a base Jogica para e eooperacaio humana. Os pragos deixam de ser con siderados decor ependente do seu senso de percebidos: coma 0 resultado necessatic ragao das for gas do mercado, Cada constelacao de dados da origem @ uma determinada estrutura de precos come seu cor sivel mudar esses precos - 08 preges “naturals Wa de que uma autoridade, por um mere ato de vontade, através de orcans, in terdigdes e punicoes, poesa alterar os pregos. Se os pregos S40 determinacos peta existéncia de um conjunto de dacios, ge 880 89 © elemento essencial no processo de cocperacéo social que su- bordina as atvidades ae todos os inaividues a setisfagao dos ‘9s membros da comunidade, entio, uma mu- a nos preces - isto 6, uma muddanga sem que te: nnha hayido uma correspondent altoracag dos dagos ~ itd, ne- cessariaments, perturbar a coopsracao social. Sem dlivids um determinade e forte pode desretar precos 6 punir posa- damente quem o desobedecer. Mas néo consequird dessa mae nngira atingir os objetives que pretendia. Sua intervenican & ape- nas mais um dado afetande 0 mercado, @ s0us efeitos acorrerio como o determinam as inexoraveis lels do mercado. Mutto pro- vavelmente 0 governo néo ficara salisfeito com esses efeitos & muito provavelmente os ira consicerar, quando surgirem, como ‘algo menos desejavel do quea situacdo gue pretendia melhorar ‘Seja coma for, esse tipo de medida nao atinge o resultado pre- lendice pela aulorigade. Intervencdes na estrutura de precos ‘860, portanto, Co ponto de vista da autoridado que as determina, rao 80 initels € ineficazes como também preluciciais, absurdas ©, conseqilentements, iigicas. Quem quiser refutar essas conclusoes terd cue negar a pos- sitilidade de analise logica no eampe da economia, Ss assim fos- 6 possivel, nao haveria @ que denominamos economia, e tudo ‘que jd foi publicade sobre assuntas acondmicos seria destituido ce sentido, Se os precas pudessem ser fnxados pela alstoridade sein produzir uma reagae no mercado contravia As intengoes da autoridade, eMiao seria indtl tentar explicer os precas como de- comtentes da interacao das forgas de mercado. © simplos reco- Ahecimento de que os pregos dacorrem de funcionamenta do mercado implica admit que cada constelacae de dacos cores- ponde a uma esirutura ce pregos, e que no mercado operam for- ‘gas que tonciom 2 restaurar essa “ralural”- estrutura de precos, depois de cade tentativa de perturba-laartifcialmente, ‘A argumentagae cos represantantes da Escola Historica do derada bastante ligica, em conta que eles nao re- conhecem e validade da teoria econémica. Para ales 2 econo- 2 Inia 6 meramente um conjunto de ordens e medidas emitidas pola autoridade. lldgico, por um lado, recorem a analise teérica par mas do funcionamento do mercade mas, por ou! cusam a reconhecer que os efeitos das medidas de prego’ S80, necessariamente, 0 oposto do que s= ‘As tinicas alternativas 80° lei econémica ou lei ort ‘Ou os ptecos 580 arbitrariamente determinados pelas aul Ges ¢ dessa forma podem ter qualquer valor, ou S80 ci os pela interacae das forgas ce mercado, habitualmente dene. rminadias oferta © procura, € a iniervencao da autoridace afeta mercado apenas como um fator deatre muitos. Nao na po: dade de acomedagtie entra esses dois pontos de vista, (CT2) 2.- Areagao do mercado Medicas de controle de precos paralisam 0 funcionamento do mercado. Destroem 0 mercado. Tiram da economia de mer- iga motora # © toam inoperante. ‘a de precas do mercado se caracieriza por sua tencéncia a equillrar @ oferta © a procura. Sea auloridade estabelecer um prago diferente do de mercado, essa s' nao conseque prevalecer. No caso de pregas maximos, ros compradares am potencial nde consequirdo comprar, em- bora estejam dispostos a pagar © prego estabelecico pela auto- Fidade ou até mesmo um prege maior. Ou, no case de preoos mi- rhimos, indmeros potenciais vendadores nao conseguirés en- contrar compradores., embora estejam cispostos a vender pelos procos estabelecides pela autoridade ou por um prego ainda menor. O praga deixa de ser a forma de cistinguir os potenciais compradores e vendedores que podem comprar ou vender dos que nao o podem. Uma nova forma de selecao tem que ser esta- pelecida, Pace ser que apenas aqueles que cheaarem primeira ‘ou que tenham algum prestigio (devide a felagtes pessoas, por exemplo} consigam comprar ou vender. Pode também serque a idade passe a determinar como se fard a distribu (980. De qualquer forma, a distribuigao da oferta existente entre ita pola mercado. Se a autoriga- que prevaleca uma situagao cadtica © se nao deseja ue a sorte ou a forga selam os fatores determinantes ca dist buicdo, tert que recorrer 2 alguma forma de racionamenio. Mas a func do ingrcado nao consiste apenas em distibulr um detaminad estoque de hens de consumo. Sua funcao prin- ‘cipal consiste em cirecionar @ producaa: cirecionar 0s meios de produc para aqueles usos que irdo alender as necessicacles mais urgentos, Se forem estabolecidos procos maximos aba do valor de mercado para apenas alguns hens de consumo, sem que 20 mesma tempo sejam reajustadas os precos do to- dos os melos de producao complementares ublizades na sua la- bricagao, @ conseqiincia natural seré fazer com que aqueles mains de producdo que possam ter outras aplicagoes sejam ull lizados, em maior mecida, na produgao de outras bens de con- Jos pregos nao este sendo controlados pola autorida- sendo, @ produgao serd desviada, deixanco-se de bens que 2&0 mais urgentemente desejados pefo con- outros bens que, do ponto de vista idor, s80 manos importantes mas qua nc foram atin -egulamentagao. Se a intengao Ga autoridade, ao s- tabelecer pregos méxirnos, era fazer com que uma parcela maior populacao tivesse acesso a esses bens, evidentomente seu ivo nao sera alngide, porque 4 produgao cesses bens sera ja ou completamente paralisada, Tampouco adiantaria, ‘2 prego dos bens complementares, a nao ser {dos os bens comple mentares iossem de tal maneira esp sagdo de um Unico bem. Como a mao-de-obra nao tern esse caralor aspeciico, essa hk potese nao precisa ser considerada, Se a autondade nao de que o resultado das medidas adotadas com 0 produgao desse bem. Tera que ir mais alm € |, m&o-de-obra e capacidade empresarial sejam empregadas para produz’-lo. Tera que fixar 0s pregas de todos os bens 6: 1ncos, inclusive juros. E tera que emitirorciens especttoas deter minando camo 8 quals bens e sefvigos deveriam ser procuzi ‘dos, por que pregos e para quem deveriam ser vendidas. ‘Uma medida isolada de controle de prego nao consegue afetar 0 funcionamento da economia de mercado da maneita ‘que os seus criadores pretanciam; ela é, do préprio Angulo de avalacao de sev mentores, n30 apenas indi! mas contraprodu- cente, porque agrava o “mal” que se pretend aliviar. Antos de ter seu praco controlado, © bem era, na opiniao da autoridade, caro; agora ele nde é mais produzido, Mas, 38 n&0 era 0 feito pretencido pela autoridade, que queria apenas fazer com ‘qua a bem custasse menos para o consumidar, fm vez disso, propria autoridade tera que considerar que a falta desse bem, sua indlggonibilidade, é um mal ainda maior; seu abjtivo era au mentar, ¢ nao ciminuir a oferta. Podeos dizer, portanto, que & medida isolada de proge trustra a realizacao do objetve proten- ido com a sua mplementagao, © que uma politica econdmica baseada em medidas desse tipo & contraproducente ¢ init ‘Se 2 autoridade nao prelende evitar 0 mal causado por uma tervengéo isolada, cancolando-a, terd que fazer com que medidas restriivas sejam adotadas. Novas ordens terao ue ser acrescentadas aquela inicial que estabelecia um prego maxima: ordens cbrigando @ vender tado © estoque. instrugoes para quem vender # em quais quantidades. controle de precos dos bens compiementares,” nivel salarial ¢ trabalho compuleo- fe orden determinando 03 i vestimentas a soram feites pelos detentores dos meics de pro- dugdo. Essas ordans nao podem ficarrestritas apenas aum oua recessed su se Fas om roe os iy «a alguns setores de produgdo, precisam ser estoncidas 2 totalida- de do proceso produllvo, Terao nevessariamente que abranger 5 pregos de todas as mercadorias, todos os salarios eas acoes de tod0s 05 empresérios, capitaistas, propr rabalhadores. Isso signilica cotecar nas maos da aut poder de determinar © que dove ser produzide ¢ para quem dove ser distibuido. A econamia de mercado tera se transforma- do numa economia socialista, mesmo que nao tenha sido essaa Intengae ds iniciadores do proceso. Existern apenas duas situacdes em que mecidas de contro- le de pregos podem ser usadas eficazmante, desde que fiquem restritas 2 um campo de apiicag: jor fa} Megigas ce conwole de preeos provacam uma redugao de produgae parque impassibiltam 0 produtor marginal de pro- duzir com lucre, Os fatoras procullvos nao-especticos padern izaddos em outros setores de pradugao. Mas os latoros mas, na medida em q vocata desajustes en auma situacdo cadtica, a menos que a orSoria al ule como se fard a alocagao dos produtos entre os respec compradores. Por exemplo: a autoridade izar auas propriedades para fins agricolas, a introduce des: medida nao provocara uma dimnuicao da oferta de aparta- mentos ¢ fojas.” Mas, ao proce fixaclo pela autoricade a deman- dda sera maior do que 0 nlimara de unidades di is. Nao importa come 4 autoridade ira distnibuir esse numero limitado de unidacas entra aquales que eslao cispostos congelaco, $2j@ qual for a distibuicas, © resultado 1 Luma redugéo da rencia do proprietario em favor dos ingui auloridade resolveu tomar rigueza de alguns individuos para dla a outros. bb} A segunda situagae om que madicas de controle de pre- copoder ser usadias comalqum grau de aficacia come nos ca 505 am que estejam sendo exercidos pregos monopolistas, A medida de conirole de praca no case de pragos monopolista pode ser bemrsucedida desde que nao pretenda reduzit oprege ‘alum valor menot do que ele teria num mercado nao-obstruido & ‘sem monopdlio. No casa de pregos monapolistas estabelecdos por urn car nacional de produtores de mercurio, uma au- toridade mundial (ou internacional} poce implementar um cone trole de pregos que force a recugao do prece do mercirio até © ‘toria se houvesse competicao entre os clversos produ- ores. Claro que o mesmo se aplica no case de monopolies insti- usionais. Se uma intervenc3e das autoridades deu origem & (que pudessem ser cobradios precos manopolistas, uma novain= tervengao seré necossarie para recuzilas a valores ce meroado. So, no caso de concessao de ums patente, o detentor desse ck rello pretender cobrar pregos onopolistas, a autoridade poce lagio concedlido e estabelecer para 0 amigo paten- icado 0 prego que ale teria num ambiente de competigao, Por isso, 6 controle de ore0s era eficaz no tempo das gullcas que +r precos monopolistas. Da mesma forma, pode \caz cont'a cartéis que se tornaram possiveis om lo de taritas protecionistas 2. Rar razoes de simpliteagn ne exlomas eonsidorando os custos de const oo. Ge suas aces, Seo congelamanto de prepos fez com que mer cadorias de melnor qualidade iossem sunstituidas por bens de ‘que a intervencao produziu o efvito desejado. As vezes um su: ‘cesso pequend e tempordrio pode ser atingido a custa de um prego cavo a sa! pago no fuluro: os produtores de bens atingi- 0s pele cungelamento de pregos podem preferir suponar per das por um cert tempo, para nav corer noves riscos: podem {er medo, por exempio, de que suas faticas sejam saqueadas polas masses incitadas, sem que o governs hes dé & protegao adequada, Nesses casos, a mecida de controle fiscal conduz a um consume de capital e, dessa forma, indireta @ eventualmen- te, 2.uma diminuigas de fulura oferta de progutos. Exceto no cago cas duas mencionadas excegdes, medidas de controle de precos néo sao © meio adequaddo de as autorida- {das concuzirem a economia de mercado na direcao que imagi- nam desejavel. As jorgas que aiuam ne mercada revolar-so-a0 mais fortes do que o poder da autoridade, A sutoridace tam que y @ alternativa: ou agelta © mercado e suas feis como ‘40, ou tenta substitu a economia de mercade por um sistema ‘sem mercado, OU ea, polo socialism. 3 Salétio minimo e desemprego Entre as diversas medidas de uma politica do tixacao de precos, as de maior importancia pratica so aquelas que perm tem que pressdo sindical soja o lalor dominante na determina- (20 dos valores que devern prevalecer ao fongo da escala: ft Em alguns paises o valor do galatio minima 6 estabe retamente pelo govern, Em outras o gov rios apenas de forma indireta, ao permit) sam exercer uma presse vigorosa sobre as omy aqueles que estae dispostes « trabalhar por salarios diferentes . O salario uma pparte consideravel da forga de trabalho. Quande isso acon tace 6 governa mais uma vaz intervém, concedendo algum tipo de auxilio desemprego. Gonvém esclarecer que quando falamos de salérios esta, mos nos refering a salatios reais, e nao a salarios nomina's ex pressos em maeda, E dbvic que uma mudanca no pocior acu lwo da unidade monetéria ter que ser acomipanhada, mais edo ou mais tarde, por uma mudanga na expressio nominal do saléria (Os economistas sempre tiveramn consciéncia de que os sala ‘ios também $0 um fonémeno de mercado, e que se fore tha. ‘das por um valor diferente daquele que resultaria do funciona: manto do mercado as forgas que neste atuam tendem a fazer ‘com que © gallario vollaa ter um valor compativel com as conde .qbes do mercado. Se 08 salarios calrom para um valor menor do uo‘o preserite pelo mercado, a competigac entre as emprosarios ‘que desejam contratar mao-de-obrra fara com quo eles Suibam de novo, Se 0 valor dos salarios for ixado em um valor acima do nivel de mercado, parte da demianda por mao-de-obra dexara de exis- tir, 2 pressao dos que ficaram desormpregados faté com que os 1$ diminuam, Até mesmo Katl Mars @ oS marxistas sempre souberam que ¢ impossivel, através de pressao sindical, aumen- lar 08 salaries de todos os Wabathadores de forma duradoura, aci- mado nivel estabelecice pelas condigdes de marcad Os deten- ores do sindlealism nunca relutaram esse argumento, Preferem apenas dizer que @ economia é uma “ciéncia sista” Tentarnegar que aumentar os salérios acima do ponto esta- belecido pelas condigées do mercado necessatiamente provo- es uma redugao no nimero de tabalhadores empregados equi- Irmar que © tamanho da ofena de mo-de-obra nao tem pequena. Se a oferta de tenores fosse tio grande quanto a oferta de m , supondo una ‘cemands correspon para o nivel de um galario de moto! quando ne- ‘que faz um emor soquéncia da poiltica salatial dos sindicates passavam a dispu- tar una vaga de trabalhador néo-especializado, aumentanco desea forma a correspondente oferta. A cortrapattida de maio- 10s salarios para os trabaihacores organizados 6 manores si (95 para a mao-de-obra sem poder de pressao, Mas, logo que foda 2 massa trabalhadora consegue se organizar, a situagao muda. Quando iss ocorre o rabalhador que perdeu sou emare- {go na indisiria gnc trabalhava nao mais conseque se ampre- ‘ger em outa funcao: permanece desempregado, (Os sindicatos alestam a validade dessas observaches quando tentam evitaro ailuxo dle rabalhadores na sua categona ‘ou mesmo no su pals. Quando os sindicatos se recusam a ad: mitir novos membros ov ternama sua iliagéo mas dificil pela co- branca de texas de admissdo ofevadas, ou quando combatem & imigracao, estae dando a prova de que eles mosmos esto con- voncitios de que poderia haver emprego para uma quantidade maior de tabalhadores, se 0s salétios fossom dirninuicos, Da mesma forma, ao recomendar a expanso do crédito come uma mancira de recuzir 0 desemprego, 08 sindicatos a5- tao admitindo @ consisténcia da leoria salarial defendda por ‘ecenomistas que eles costuman repudiar, quabicande-os como “ortadaxos". Uma expansae crediticia reduz 0 valor da unidadle monetaria, fazencc com que os precos aumentem de valor. Se os salatios permanecerem estéveis cu pelo menos su birem menos que os precos das civersas mercadorias, isso re presenta uma redugao no salario real. A reducao do salario real toma possive! empregar mais trabalhacores. Finalmente, devemos considerar corno uma homenagemn & teoria salanal ‘ortodoxa' 0 fato de que 0s sindicatos se autolimi lam ao reivindicar melhores salérios. Osmesmos métodos pelos ido tamsém poderiam ser usados ul salévios ainda malores. Por que nao reivinicar de $0%, cu 100%? Os sindicatos saber que se assim procede- rem um numero ainda maior de seus membros ira perder seu jemprege. (0 economista considera que 0 valor do saldrio & um fend- mena de mercado; entends que, num dade momento, os s ‘08820 determinados pela oforta oxistonte de meios de producae de méo-de-obra © pela demmanda por bens de consumo, Se por um allo de intervengao, es salarios forern fixacos por umn va lor maior de que 0 valor de mercade, uma parte da oferta de méo-de-obra ne conseguir emprego, © desemprego aumen= ta, Astuagao & precisamente a mesma que no caso de qualquer mercadoria: Se 0 proprietario de uma mercadoria ped: um pre- goacima co valor de mercado nao consegulrd vencier todo seu estoque Se. entretanto, como sustentam os que sao tavordveis a que 8 Salatios sejam estabeloc'dios polos sincicatos au pelo gover no, 08 salvi08 no so daterminacios pelo mercado, 8 6 caso de perguntar: por que nao aumentar 08 salarios ainda mais? Ovie~ mento, é desejavel que os trabalhadores tantiam a maior renda possivel. O que impede os sindicatcs de assim o reivindicarem. Sendo 0 mado de um desemptego ainda maior? ‘A esses argumontos 08 sindicatos respondem: nao esta- mos lutando por salrios elevadios, e sim por salévios “justos" Mas, 0 que significa “justo” nosso caso? Se eumentar os salaries or meio de uma intervenc3e no provaca efeitos prejudiciais ‘aos interess0s dos trebalhadores, inusto seria nao aumenta-ios ‘ainda mais. © que impede os sindicatos e os agentes do gover no, a quem & confiada o papel de arbitro nas disputes salarais, e ceterminarem saldrios ainda maiores? Em alguns paises chegau a ser exigiso que es salarios fos- sem fxados de uma tal manoira que todaa renda dos empresari= esomprego ndo aumentasse, Mas, a longo prazo, 08 is a0S intaresses cios trabathadlores. Se empres- tas Nao recebessem os luctas @ Os |uros que Ines corespondiam, eles nao iriam movrer de fome ou vivar da car dade alneia ~ subsistiiam consumindo seu propria capital. O musaarelagto capi ‘diminui a produtividade da mao-de-obra e, no final das contas, acaba reduando os saldrics. No proprio interesse dos assalaria- dos, dave-se evitar quo 0 capital seja consumido. E preciso enializar que essas consideragdes reterem-se ape- nas um tipo de cao sindical, qual sela, a poltica de aumentar 103 salarios acima dos valores que prevalaceriam na mercado nao-obstiuido. Qutras atividaces que sejam ou venham a sor om: preendiddas pelos sinalaatos togem ao escopo desta anaiise 4- As conseqliéncias politicas do desemprego Odesemprego como um tendmeno permanente ede consi- deravel magnitude tomou-se o principal problems polilce de to- 08 os paises democréticas. Que mithoes fieuem pormanente- mente exciuidos de proceso produtivo é algo que nao pode ser {olerado, mesmo aue seja per urn curto periode de tempo. O in~ oviduo desempregado quer trabalhar. Quer ganhar um sak Porque considera que a8 oportunidades que um emprega Ihe proporciona sa0 maiores do que 9 duvideso valor de dolo na pe- breza Fica desesperado porque nic conseque encontrar traba- tho. £ entre os desemprevados que os avenlureiros © 0 asp! rantes 2 ditador costumiam recrutar as suas tropas de choaue. A opinido publica considera que essa situagae de desem- prego € uma prova do fracasso da economia de mercado. O pl- blica acredita que jé ficou demonstrada a incapacidace deo 0 capitalismo resolver os problemas de desemprego € apresentado como o in: antinomias, das conadig6es ca economia capi opiniae publica ndo percebe é que a causa real ck desernprego em larga escala deve ser alribuida a p digo a esse tipo de poliica, A voz do economista nao chega a ser ouvida pelo publics, E orenca geral teonologico tira de plo gustento. Por essa razao as quildas persequiarn os invento- Fes; por essa razao os arleséos destiuiam as maguinas. Hoje er dia 05 que se opdem ao progressy tecnolégico recebem o apoto de pessoas que sia habilualmente consideradas cientislas. Ein livros e artigos atrmam que o desempregs tecnolégicg é ineviti vel - pola menas na sistema capitalist. Como um melo de com: ator o desemprego racamendam que & Jornada de trabaiho ela reduzida; como os salérios devam ser mantidos sar altera- a0 (ou diminuides menos que proparcionaimente, ov até mes: mo aumentados), isso signiica que na realidad of ealdrios os. lao sendo aumentados ©, par canseguinte, também © dasem: prego. Recomendamn que sejam Imiplementatlos programas de ‘obras pblicas para gerar emprego. Mas se os recursos neces: Sarios S20 oriuntios da arrecadagao de impostos ou da emissa0 de tiulos, a situagao permanece a mesma. Os recursos usados nesses projetos 20 retirados de outros projetes, ¢ 0 aumento da oportunidads de emprego num seter da economia & neutral: zado pela redugao noulto setor do sistema eeanémica. Finalmente, acabam recorendo & expansao do crédito @ a inflagio. Mas, com precos aumentanco ¢ salarios reais diminu: indo, ag reivindicagoes sind cais gor malores salavios cam cada vez mais intensas. Nao obstante, deverios mencionar que a esvalorizagio da moeds @ medidas inilacionavias semelhantes congeguiram, em alguns casos, temporariamente, suavizer os efetos ca poltica salarial dos sindicatos e reduzir por algum tempo 0 crescimento do desomprege ‘Comparada com a forma ineticaz com que é tratado 0 pro- ro a5 pessoas leigas, que 0 progress fas pessoas a possibilidade de S6u pro- blema de cesemprego nos paises habitualmente chamados de Gemoctticos, os citaderes conseguem set muito mais bem-sucedidos. O desemprego desaparece se forem adotadas formas de trabalho compulsério, como prestagao de servigo mil tar, criagdio de camaos de trabalho ou qualquer outra forma cam. ulséria de prestacéo de servico. Os rabalhadores nesses om- Pregos terao que se dar por sat'sfeitos com salétios bem menores do que 0s recebidos por outros travahadores. Graciativamonte, uma reduc dessa diterenga iré ocorrer, seja pelo aumento dos. Salarios dos que trabalham nesses frentes de servico, seja pala dl. ‘minuigae do salario dos demais trabalthadares, O sucesso poll ‘80 de alguns clovernos totaténios se deve sobretudo aas resuita- dos abticies na sua luta contra 0 desemprago, Comentarios do Tradutor (CT1)- lustra bom o “apoio entusiastico” das massas 2 "indole des" 0 episédio dos fiscais do Sarney, no \G0 © indice de aprovacao da atuagaa co Presidente atingiu 20%! (€72) - As medidas de controle de prego so nossas velhas co- nhecidas, Plano Cruzado, Plano Yarac. Piano Galior, Plano Garalmente implomentados com 0 propésito de conter o au mento de progos, assas mecidas acabaremn por provocar um au- mento anda maior. Come Mises previa, oefeto ter sido sempre © contrario do que se pretencia. Sao tember de tista memoria para os brasileros as intervencées do rmalfadado CIP - Conse- iho Interministerial de Pregos.~,criaco com o objetivo de estaba. lecgr precos méximos para diversas setores da aividace eco rromica, Invaiiavelmente, ou os precos fixados como méxmos ‘tam mais slavados do que se obleriz no mercado (grava Competéncia ou a corup¢ao do aparato governat foram ineufiiontas, 4az0ndo com que 0 produto deve produzido ou £6 0 fosse por qualidade adlos” aque se refere M! dadeira alleracao na ‘forma de produzit uma ver abelecidos ‘como encargos sociais bastante onero= azer com que © abalhador brasileiro gare mais ¢ tana vantagens adiciona is mais generosas. a to de méo-de-ot da economia br semprogo e uma fuga para a economia informal ‘emprega mais de 50% da populagae economicamente Mais uma vez, como divaticariante preconiza Mises, as efeitos ‘880 0 oposto do que se pretendia atingir lil — INFLAGAO E EXPANSAQ DO CREDITO 1 Inflagao Inflacionismo 6 a poltica que visa, alravés de emnissao demo- eda ou expansao do crédito, aumentar a expresséa monetéria dos pregos e salérios ou campensar uma ameaga de diminuicao da expreseiio monotaria dos pregos e salérios que esteja sendo pravosada por um aumento da oferta de bens de consumo. Para bem compreencer o significads ecanémico de uma politica inflaciondria, & mister fazer referencia a uma lei funde- mental da teoria sconémica, Essa ei asiabelece: 0 servico pres- tatio pole moada a uma comunidade econdmice indepence da quantidade de mooda utllizacia, Nao importa se a quantidade to- tal da moede usada num sistema econdmice grande ou pe- ‘quena. O poder aquisitive da unidads monetaria, a longo prazo sera aquele que naluralmente equillra a demanda por moeda cam a quantidade de moeda. Nao devemos nos deixar ilucir de ter mais dinheiro, To satista¢ao que alguém pode ober por consoguir uma quantida- {de adicional de dinheiro dependerd de que esse adicional sea maior do que 0 aticional recebido pelas outras pessoas ¢ de qus 0 seja recebido antes cas outras pessoas. Um habitante de Berlim, que em 1974 ficaria raciante com uma inesperada heran- ga de mil marcos, cansideraria inexpressiva a importdincia ce 1 biinao de marcos ern 1923. Se descansideramos a fungao da moeds como um pacrao de valor para conlas a pagar, ow s9ja, se desconsiderarmos 0 fata ‘de que existem obrigagoes ¢ direitos que so expressos em quan- fidades de moeda a seram exicldes no futuro, fica evdente que no importa ge a quantidade de moeda numa dererminada econo- mi é de x mithoes ou de 190 milhioes de unicades monetarias. NO segundo caso, 08 precose os salarios simplesmente serdo expres 808 por uma quantidade maior de unidacies monetavias. © que os defensores da inilacéo desejar, © 08 particlarios de uma moeda saudavel ss oper, no 60 resultado tinal da in- ago, qual seja, o aumento em si da quantigade de moeda, & sim 08 efeitos decorrentes da forma pela qual a quantidade adt- clonal de moeda é intraduzida no sistama econémico e, conse uentemente, 2 torma com que sao alterados os larios. As conseqUéncias da inflacto sao de duat valor dos pagmentas ditsridos 4 aterado em dores 6 om prejuizo dos eredores, « (2) as mudancas nos precos 'nA0 o¢orrem simullaneamente @ nem na mesma extensdo para todas 08 bans @ servigos, Assim sendo, o efeito do process in flaciondiio sobre os preqos & s: pos se beneliciem @ outros sejam prejudicados. Ganharn act les que estao numa posigao de poder vender os seus bens. vigos por pragas jd majaracos, enquanto ainda estéo act 95 bens © servigos de que necessitam pelos progos anti outro lado, majorados enquanto ainda aside vendendo, por ngo-majorados, os seus produtos e servicos, 76 ‘cas serdo os pitmeitos a realizar ganhos intiacionatios. Outros ‘grupos serao prejuciicados pela consequente alta de pregos, alé que os pregas de seus produtos e servicos sejam majorades. Essa diferenga tomporal na mudanga dos pregos das varias mercadorias e servicos é que provoca ganhos e perdas deren. tes num proceso de Ciminui¢ao do poder aguisitivo da moeda Uma vez que os efeitos ca injlagao sao de natureza ternpo- ‘aria, os que desajam esses vieitos s6 podardo obtHos se & flacao for continuaca e cada yez mailer. Uma vez que deixe ce haver expansao da quantidade demoed, os grupos que até en- ‘ao se beneficiavem com a infiagao perdam a sua posicao prvi- legiada, Poder manter os gannos jé auferidos dure ‘2a vantage que gem, clamam por lado, a inflacao née pode continuar inde’ (co poreaba que c gaverno nao val ciondrio, que a quantidade de moedia jos, mas também na perda consideravel da rente da diminuicao do pades aquisitive da moeda. As des gens vao fieande tao onerosas que ningt recursos em espécie, Durante as grandes i melee Guerra Mundial, essa evolucao era denominada de “tuga para ‘ma monatano 6 compelide a entrar em colapso; seque-s9 0 pa- nico; termina com um completa desvalarizacao da moeda. As pessoas passam a recorrer & troca cireta ou alguma nova forma de moeda. Sao exemplas disso a Contizantal Currency na Ar rica, em 1781, os Assignats franceses, em 1796, © © matco ale- mao, om 1923, Muitos falsos argumentos sao usados para defender 0 inl cionismo, © menos daninno é o que alega que uma pequena in- flagao nao causa muito Gano. E verdade. Uma paquena dose de veneno faz menos mal do que uma grande dose. Mas iss0 Nao pode ser ura justficatwa para se ministrar veneno @ alguém, Tem sida alagado que no ease de uma grave emergéncia se o omprego de mieios que em tempos normais nau se \d0s, Mas quem decide so a emergéricia é suficiente- mente grave & ponte de j aladocéo de medidas de exce- (ga0? Quaiquer gaverno e qualquer pariio politico que esteja no podar tem tencéncia a considersr as suas ciflcuigades como ex- cepcionais e a coneiuir que o emprego de qualsquer meios para comivaté-las é justficavel. O victado em drogas que promete se aster de usé-las a partir de amanh’ nunca se vraré do vicio. A adogao de politieas corretas nao deve esperar o dia de amantia dove ser felta imediatamenta, hoje ‘Tambémn se costuma alegar com frequéneia que néo seria possive! haver in lagi enguanto existiram trabathadores desem- pregados e maquinas aciosas. E um erro grave. Se, num perio- do inflacionéric, os salirios expressos em mooca permanecem inalletados ¢, consequenlerrente, 03 salétios reais ciminuem, enquanto prevalecer essa situagao poderd hever aumento da fatta de emprego, Mas isso nao afeta os outros efeitos da infiar a0. As fabricas £6 diminulrae a sua capacicacie oclosa se puce- rem vender os bens que produzem por precas [8 majorados om 190 daintlagao, Se nao for oss0 6 caso, a inflacao nao conse- gulrd fazer com que aument ‘Ainda mais grave é 0 nao se pode considerar moda que correspanda a um aumento clos meiosde produgio, No que conceme as inudangas Ge precos e salarios provocadas pela infiacao, ielevante a forma como esta sendo gasie a quantidade adicionat de moeda, Quaiquer que soja a maneira como sao empregados os recursos nlbicns, o interesse da So- ciedade # de saus cidadaos eslara mais bem atendido se torem 5 Tuas, casas e fabricas do que se rae, casas 7 mada inflacao. Seus efeitos sobre os progas e sobre & praducao ‘0 fardo sentir mesmo se 0s recursos forem utllzados para finar los ditets. lagéo, a emissae de papel-mocda e a exoansao do cré- lito Sao sempre atos intencionais; nao sao calamidades natur que atingem as pessoas, como um tertemoto. Uma nece: de, per maior e mais urgente que seja, 56 poderd ser suot zagao de bens disponiveis, bers cuja produeao mpl fodueao de outros bens. A inflagao nao gerariqueza apenas estabelece quanto cada individuo tera que suportar, Da mesma forma que os imposios ou a dlvida publics, 8 um melo ce ‘ober recursos, e néic um meio para salsfazer a demande, Costuma-se cizer que, em tempos de guerra, a inflacao & Inevilével, Isso também é um erro, Um aumento na quantidace de moeca nao gera equipamenta bélico—nem direta nemindlro- tamenie. Melhor seria dizer que um governio que nao tem a cora- gem de informar claramente ao povo 0 valor do seu orcamento bélica e nao tem earagem de impor as inevitaveis restricdes 20 consumo, acabara por prefenr recorrer & inflagao do que recor rer 20 aumento de impostos ou ao endividarnento. De qualquer mantra, 0 aumento da produgao bélica ¢ a guerra terao que set pags pelo povo atiavés da reducao do consumo. Mas, tem sido poliicamente corvenienie - embava fundamentalmente antide- moeratico - dizer 20 povs gue a produgao bélica 6 a cuerra cr ‘am condigées para 0 desenvolvimento e para a goracio de ‘queza, Quaisquer que sejam as razées, ainflagao 6 uma politica do wisao cure. Alguns grupos acreditam que a inflagao 6 benéfica porque ica © credor © benelicla ¢ Gevedor; acreditam que seja uma medida em favor dos pobres e contra os ricos. E surpreer dante constatar como concsites radicionais permanecam vi dos, mesmo quando as condigées que as gerai ‘completamente, Ja houve tempo em queos ricos eam 0 pobres, na sua maior parte, eram devedores. Mas, nos dias ‘guradoras @ previe 08, como j inves residéncias, propriedades rurais © acdes, reqlentemente sao mais devedores do quo credotes. Por outro lado, os pobres— ox- ccelo 0 agricullores ~ mais reqdenlemente sao credores do que devecoras. Ao adotar uma poltica que prejudica 9 credor, aca- bba-se por prejudicar a poupanga das massas, prejudica so es- pocialmente a classe media, 05 profissionais auténomos, as fur ages mantidas por doagdes e as Universidades, Todos os de- pencientes da previdéncia social também se tomam vilimas de Uma politica anticracior. Nao me parece necessSno discutr a contrapartida do inflaci- anism, qual sea, 0 Geflacionisma. A defiaede ¢ impopular pela razao mesma de benefciar os credotes & custa cos devedores, Nenhum partido poltico e nenhum governo jamais tentou adotar conscientemente medicias deflacionatias. A impopularidade da detiagao fiea evidente pela ‘ato de os inflacionistas constarte- monte advertirem para os perigos da deftacao como uma forma Ge conseguir apoio para suas propostas inflacionatias. {C12} 2 - Expansao do crédito Uma das caracter humane consistena bem de que possar bem que 86 esteja cispor disponivel para consumo imediato tem um valor mator do uma maga que $6 estara isponivel ano. E, por sua ver, uma maga que estara disponivel ia ano vale mais do que uma maga que so estara ¢isponivel dagui cinco anes, Numa economia de mercada essa diterenca de vax ic80 se aprasonta sob a forma de um desconto a que as ens 5 e810 Sujeitos q) ‘omparacios com os bens presen Nas transagdes monetarias, esse desconto reoabe a deno- rminagao de jure. ur, portanto, nao pode ser abolido, Para que née exists se seria necassério que as pessoas atribuissem @ una casa que pode ser habitads imediatamiente o mesmo valor que @ usta icas fundamentals co comportamento de que as pessoas 36 mais valor a um Fo casa que 86 tara condicées de uso daqui a 10 anos. Juros no ‘540 uma caracteristica apenas do sistema capitaista, Tambem uma sociedade socialista ha que se considerar o fato de que lum pao que s6 possa ser consumido dagui a um salisfazer a forme de hoje. Jem dos juros nao decorte de uma necessidade de no equil maicado. Ao contrério, a {ungac do mercado de emprest que no [argéo comercial € denominado mercado finance {quando se rata do cuno prazo) ¢ mercadc de capitass {quando Se trata de longo prazo). consiste precipuamente em aiustar 28 texas de juros estabelacidas Tas transagées finan tenca de valor entre a8 bons presentes ¢ os bens futuros. Essa iferenca é a verdadeira ongem do juro. Um aumento na quant dace de moeda, por maior que seja, ndo conseguir, no longo pprazo, influenciar a taxa de juros. Nenhuma lef econémica 6 t80 impoputar quanto a que afi rma que as taxas de Jur9s, s longo prazo, inclependom da quan dade de moeda A opiniao piblica é relutante em reconhecer ‘que o juto @ um fenémano de mercado, Pretere considera-lo como um mal, um ebstaculo 20 aumento de borr-estal ®, Bor tanto, come algo a ser eliminadio ou pelo menos substanciah reduzide. E assim, a expansao do crédito passa a ser ada como tin meio adequado para proporcionar *cré- dito bay E ovidente que, a curto prazo, a exoansio do orétito provor ca uma reducao na taxa Ge juros. No principio, o crédito acicio= ral faz oom que a taxa de juros cala para um valor menor do que ‘9 que prevalecena num mercado nao-manipulado, Mas tambern & evidente que ura expansao Go crédito, por maior que seja ferenga de valor ene um bem futuro das contas, a taxa de juros tera que Joonde a essa diferenga de valor en- 19 da econerria cenhecide come teoria jefa de explicar © descrever como se G4 esse procesco de ajustamento. Para cada constolagae de pregos, salarios @ juros, existe a projelos que néo poderao ser lavados adiante porque o célculo de sua lucratividads tora evident a sua inviabilidede econérni- ca. 0 empresar preendimento porque, pelos seus calc luiza e nda Wuero. monetarias ou crediticias; decorre da escassez de materiais € méo-de-obra que getao sendo utllizacdos para atender anecessi dades mais urgentes e, porlanto, mais demandads. ‘A redueae arrlfcial da taxa de juros em vinude da expanse do eracilo gera a falsa impressao de que esses empreendimen- 108, que ale entao eram consideragos Inviavels, agora sao luca tivos. O dinheito facil incz os empresérios a levar aciente ern preendimentos que nao seriam soquer iniciatios £0 prevalocos- S¢ a taxa de juros alnda no reduzida. Com dinheiro emprestado polos bancos vao ao mercado, aumenianda a demanda @ cau- sando, assim, uma elevacaa dos salarios @ dos pracos dos bons, de produgao. Sea expansao do crédito fosse interrompida, esse aumento da atvidade econémica evidentemente faria em co- lapso, porque 08 noves precos e saléirios tornariam invivels es- ‘998 novos ompreendimentos. Mas se os bancos coritinuam a ox- pandir 0 crécito, continuando assim a viabilzar negdcios invié- veis,a allvidade econémica continua se expancindo. Mas ossa situacao nao pode continuar indefinidamente, ‘So auas as alternetivas: ou os banens continuam a expendi 0 crédito, provocando assim um constanle aumento de precos & uma erescente orgia especulativa, que, como em todos 0s ca- 808 de inflagio desentreaca, termina numa “alta desastrosa™ (crack-up boom)’ eno colapso co sistema monetario; ou 0s ban- cos param de expandiro crédito, antes que esse ponte seja atl gido, preduzindo assim uma crise econémica, Em amioas 05 ca- 908 2 depressée é uima conseqaéncia inevitével. (CT3) E obvio que um mero expediente bancario ci '8a0 da crédito nao pode criar mats bens e me lidade, 0 que a expansao do crédito consegue fonte de era nas avaiiagdes emnpresariais. Os em 1 .Goma expieado na seco nner 82 bens de produgao. Como a quant producao nao é sufciente para atender ‘mag falpicas nda podem {uncionar por falta de instalagoes com: plementares; outtas nao chegam a ser concluldas: outras ainda nao consequem vender seus produtes, porque os consumido- res dao preferéncia a outros produtos mais urgentemente dase- Jados, cule demandia deixa de gor atendida porque a produce foi desviada de seu curso natural. Q aumento da atividade eco- némica nao ¢ consequéncia do umn excesso de investimento, ¢ sim de investimentos malfeitos, Freglentemente, contradtando essa concluséo, tem sido dito que ela seria verdadeira somente quando no inicio da ex: pansao do crécite nao houvesse riem capacidade ociosa enem ‘desomprege e que, portanto, navendo desemiprego @ caf ‘ociosa as coisas seriam diferentes. Mas esse arqument ‘Ofato de urna parte da capacidade produtiva, que nao pode ser ulllzada para outros fins, n&o estar sendo utlizada @ uma ‘consequneia de erros cometidos antoriormente. Invastimentos foram foitos no passado baseados em hipdteses que ge mostra- ram orradas; 0 mercado agora quer algo diferente do que pode ser produzide com 9 investimento ja feta.” A acumulacao ce es- teques ¢ egpeculaeao. O proprietario nao quer vender os bens ‘205 pragos vigentes no mercado porque espera poder ven- é-los mais tarde, por urn prego maior. O desemprago também 6 uma forma de egpeculacan, O trabalhador nao quer mudar de atividade ou de locafidade de trabalho e também nao quer cir nuir suas exgéncias galariais porque espera encontrar 0 empre: go que deseja, no local que pretere © pelo salario que almeja Tanto os proy 1s de mereadarias como os desemipregados justar as condigdes de meroade, porue espe ram que ocorram mudangas que Ines sejam favoraveis. Sua re- 2 Mesnsniohavndooxposdo do oma, ae nave i ue este cuss em fazer os necessaries alustes némice passa alingir o “ponto de equi __Na opinido dos que deferidem medidas de expanséo do cradito, 0 crédito agicional assim gerade possibiltaria que aca pacidade ociosa fosse plenamente uillzada, que @ producao fosso vendida z pregos considerados aceitave's por seus conos: e que os desemiprecados achassem um emprego com um sale rig que thes fosse satistatério, Essa é a viedo subjacente a todas as propostas que, no fun 60, implica “imprimir moeds". Elas poderian iuncionar no caso das desernpregacios ¢ das estogues encalhados sob duas condigées: (1) se 0s aumentos de pregos provocadios pela quantidade acicional de moeda e crédito ocorressem uniforms simultansamento, afotando iqualmente todos os precas ¢ salar- 08, € (2) S@ 08 proprietarios das excedentas de producao @ es Gasempregades nao reivindicassent salarios © pregos ainda maiores, So ossas condicées fore abedecidas, a tlagdo do tro- ca entre esses bens e servicos # 0s outros bens & Serwigos muds- fia da mesma maneira que tera que mudar case nao houvesse & expansdo do crédito, qua seja, reduzindo os precas ¢ saldnos que pretendiam obter a fm de conseguir encontrar quer Ines comprasse as mercadonas e Ihes olerecesse emprego, ‘As coisas nao se passariam de manera diferente 8 no ini clo dosse aumento artificial da alividade econdmica houvesse capacidade produtwa nao-utiizada, estoques de mercadoria ‘sem compraciar ¢trabalhadores desempregacos, Digamas, por incio com minas de cobrs, estoques m minas de cobra. O prece do cobre algunas minas a continuar ope- ‘us sisterna eco. prece menex, Para que as minas vollassem a funcionar, es rie olros conseguissem manter os sous empregios & os ek pudessem sar vendidos sem dirinuir 0 preco, seria necast ue Rouvesse um aumento ép} Nos bens de producéo ern Que permitisse @ expansio da produg3o como um todo és forma que, como conseqUencia, houvesse um aumento nO pre: G0, nas vendas © na progucao de cobre. Se esse aumento (p) ‘no ocorrou, mas os empresarios SED jevados crer, POF MES da expansdo do crécito, que ele tenha ocorrido, 05 eterios sobre ‘9 meroade de cobre serao, num tivesse ocorrido, Mas tudo © que ja fold tos da expansdo do cre ca ciforenga consiste no fato de que os investimentos equivoca dos, nesse nosso caso da indust {que capita: e mao-de-abra sojam transteridos de outros setores da producae cue sao cansidertados mais importantes pelos com sumidores. Mas isso se deve ao fato de qua, nesse caso, a ex pansio de crédto fara seus efeitos sobre © capital © a mo-ce-obra, previamente mal alocados, ¢ que aincta nao foram ajustacos pelo processa de corrocao natural decorrenle do me: canisme de preces. Fice asain’ evidente © verdadelro significado dos argumen- 16s invocando 0s astoques de mercadionas - Incorratamente 9) nao-vendaveis- ¢ méo-de-obra nao empragacia. A expansa0 do ctésito encontra esses rermanescantes de investimentos anterio- res malfeilas @ aparentemente os ‘corrige’. Na realidade, ape- hag perturba © funcionamento do processo de ajustamento. A existéncia de meios de produce nao-utilzados nao invalica as ‘conclusdes da tearia monetaria do ciolo econdmica, Os aue sao Tavoraveis & ex:ansdo do crédito se aquivocam ao acreditar que, em havens. meios de produgao ociosos, no racorcer 8a pansao do crédito parpetuaria @ dapressao, As medidas que propaens, em vez de perpatuet a prosy manent jade, seria uma per- lerferéncia no processo de alustamento e de retomo ‘ica maneifa plausivel de explicat as mudanges cicicas que ocerrem na economia @ a tearia monetéria do ciclo econd- ico. Mesmo os economistas que $e recusam a teconhece! na teoria monetéria uma explicacks correta do ciclo econdmico nunca tentaram nega’ a validade de suas conclusdes sobre os efeitos da expansée do crédito, Na dlelesa de suas teorias Sobre 9 ciclo econémico, que diferem da teoria monetéria, sa0 for- ads a admit que © aumento da atividage econémica nae pode ‘corre? sem que haja a expanséo do erédito, e que o fim da ex pansSo do crédito provoca a reverséo do ciclo. Eases contestaco- res da teoria manetéria, na realidade, lmtarn-se a afrmar que © aumento da alividade econdmica nao teria sido provocado pela expanséo do crédito © sim por outros faleres, e Que a expansao ‘0 crédito, sem a qual no tera havido aumento da atividags eco- némica, no & fruto de urna politica qua visa 2 reduzir os juros © ‘estimular investimentas, e sim algo que decorre de condioaes que deram origer ao aumenta da atividade econémica sem que ppara isso contribuissem os bancos ou es autoridades. Tom sido alegadio que © que gera a expaneao do crédito 6 9 de os bancos no conseguirem aumie as tawas do esse argumenio escat da ciclo econémico, "6 a expansao do crad) detlagrada parque os ram as condicoes de to ou porque nao consegul smentar 0s |uros de a ‘com as niovas condigGes do mercado. Decisivo & apenas ‘de que houve expansio do crédito porque existem inatticées que consideram neces: cancessae de crédito adicional* Quem acrecitar que a expan: 840 do crédito 6 uma medida necessaia para provocar um au- mento da atividade econdmica, 0 qual, nevilavelments, serd accmpanhado por uma crise ¢ por uma depressao, teré que ad- ir que 0 meio mais seguro de um sistema econdmico ser & PBSyeaoenlondeve, portant, suos ese sie sturdadoe a6 prova de cicios consiste em evitar a expansao do erédito, Mas, lapesar de tados concordarem coma necessidada da adocao de medidas para suavizar 0s alos © taixos do ciclo economico, mecidas pare evitar a expansso do crédito nao sao levadas em consideragao, Profende-so que se)a possi politica capaz de perpetuar e aumento da criaco pela expansae do crédito e, ae mesmo t 15 elaboradas com 0 proposito de im ‘expanaan dp eréato, ‘$6 quem ignorar os fatos da histona eronémica contempo- ranea poder negar que medidas para reduzir a texa de jUTOs a0 cor fis @ que a expansio do crécito é con- siderada como 6 melo mais elicaz para que esse Obj stingido. 0 fato de que 0 funcionarmento suave da economia © © cesenvolvimento continuado sejam trequentemente perturba- ‘dos por sumentes adtciais da atvidade econdmica e suas cor soqiiontes depressées nao © una caracteristica ineronte & eco nomia demercado. E, a0 contrario, aconseqtiénota inevitavel Ce repelicias intervengoes feitas com 0 propésito de propiciar em- prestimos a juros baretos através da expansio do crédito, 3- Controle de cémbio Qualquer tentativa do governo de for jor para a sua rmoecta maior do que 0 sau valor de mercado dard origem aos efei- tos desertospelalel de Gresham, Resuttainvariavelmente 0 que se costuma cionorninar escassez de divises, Essa oxpressio é enga- nadora. Quem oteraoe meres do que c valor de mercado not UR detorminado ber nao conseguira comprévto; isso 6 tao verdadero quer outro bem, \9 de um bem econémico consiste em nao ser tc abundante a ponto de poder satistazor todos ¢s usos. Um bem que, nesse sentido, nao fosse escasso, um bom livre. Como a moeda necessariamento urn bem, econémico @ ndo um bem livre, € inconcabivel imaginar uma moecla que nao seja escassa. Lim gaverno que adota una polit

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