Você está na página 1de 75
BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E MATERIAIS PARA CRIANCAS PEQUENAS (1 ANO E MEIO A3 ANOS E 11 MESES) MODULO II|_ ~~ BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E MATERIAIS PARA CRIANGAS PEQUENAS (1 ANO E MEIO A3 ANOS £ 11 MESES) Para facilitar 0 trabalho das professoras, este médulo contém préticas para criangas com idade em torno de 2 ¢ 3 anos, separadas de forma didética E preciso lembrar que cada crianga é diferente de outra e que a idade nao € 0 tinico critério para verificar os interesses e necessidades de cada uma. ‘As cciangas continuam gostando dos brinquedos e brincadeiras que ja conhecern, mas ampliam suas experiéncias e a complexidade do brincar, Assim, as sugestées para os menores podem servir aos maiores e vice-versa Neste médulo serdo incluidas as experiéncias mais significativas para essa fase dacrianca. Durante o segundo ano, as criangas caminham na diregao da independéncia SO de movimentos, utilizando materiais mais estruturados para praticar ativide- des fsicas e de manipulagéo. As professoras exercem um papel fundamental 20 oferecer um ambiente que prepareas criancas para a autonomia no brincar ‘eoportunidades para aprender a se organizar. Esta também 6 a fase em que as criangas apreciam permanecer juntas. Diante de tais responsabilidades, torna-se fundamental pensar, iqualmente, no conforte da professora durante asbrincadeiras. ‘Compéeo segmento para criangasem torno de2 anos: a) Brinquedos e materiais para a drea interna e externa; b) Papel do adulto na brincadeira com objetos e na reorganizacao dos brinquedos; ©) Atividades coletivas com agrupamentos de criancas com idade entre 1 e 2 anos; d) Conforto para a professora durante a observacio. 5 |. Brinquedos e materiais para a area interna e externa sconegador para cangas com idadea partr de 2 anos, com cantor aradondades, DimensSes sugerids: 33 cenimetos de argue por 62 cemtimetoe deat, Degravs com 32 centietros de rofundidade e 32 centimetios de agua Sg cmc as Esirutura simples, sélida, de madeira, com ‘rés pequenos degraus, plataforma com sugestoes ea gras, Pl escorregador do outro lado. Pode ser util zado tanto na érea intema ou externa, inde- pendentemente do clima, CCAIXAPARA BRINCADEIRAS Caixa quadrada grande com furo grande dos dois lados, para quea ctianca possa engatinhar para fora e para dentro. Uma cortina pode ser fixada para cobrir 0 {uro, possibilitando brincadeiras de esconde-esconde, que as criangas gostam. ® CAIKAS DE EMPILHAR Caixa resistente de madeira, com duas caixas menores dentro. A caixa maior deve ter 43cm de comprimento por 28cm de altura e 28 cm de profundidade, para quea crianca possa subir nela sozinha; a caixa menor pode estar cheia de bloquinhos de madeira, Trata-se de um brinquedo versstl, por atender ctian- «cascom diferentes interesses eidades e a creche poderd ter, pelo menos, duas ou trés caixas desse tipo, para que as criancas as utilizer 0 ano todo, Juntas, as caixas se tornam um trenzinho; de lado, um lugar para se esconder; sentar em cima ou subir e equilibrar-se. Com a crianca dentro, a professora pode uxar ou empurrar. As caixas devem ter feltro de protegdo nos cantos, mas ‘sem rodinhas CAIXADE CORREIO Para brincar de mandar cartas e ser usada junto 8 casinha, na cerca que separa cosambientes, COLCHOES ‘Sao boas alternativas para brincar derolare dar cambalhotas. AREA EXTERNA O acesso direto a uma drea externa, coberta ou aberta, propicia o livre movi- mento de entrar e sair da sala, separados dos maiores, evitando colis6es com bicicletas ou carrinhos de bebés. Em certas regides brasileiras, com altas ‘temperaturas, faz-se necessério que os locais sejam sombreados, Na érea externa pode-se ctiar atividades planejadas para oferecer desafios motores para as criangas maiores com a criagSo de circuitos que incluem subir, descer, entrar em ttineis, pular obstculos,utilizando tabuas, caixotes e mesas, ESTOCAGEM DE BRINQUEDOS E MATERIAIS Para organizar o trabalho, é essencial dispor de espaco para estocagem de materiais e objetos de brincadeiras. A creche deve organizar um espago conhecido pelas criancas para a quarda de seus objetos “de afeto”, para que elas possam encontré-tos facilmente, bem como, deixar também & vista os outros brinquedos, para serem usados pelas criangas de forma independente. AREA DABIBLIOTECA Cada sala deve dispor, para seu agrupamento de criancas, de uma drea para ver livros e revistas, que dever estar guardados em cestos ou em estantes na altura das criangas. A professora deve contar histérias, ver livros com as ctiangas, envolveros pais, emprestar livros para os familiares. a ESTO COM OBJETOS DIVERSOS Com pedacos de panos de veludo, lamé, lagos, sedas, bordados e adornos de estofados ou conchas do mar, seixos, caixas decoradas colocados dentro de um cesto, sdo oferecidas oportunidades tranquilas de manipulagéo e ima- ginagio para as criangas. FANTASIAS So tens importantes para as criangas que gostam de imitar outros ¢, gradativamente, vdo assumindo personagens € ingressando no mundo fantéstica dos reis e princesas, dos monstros e bruxas, dos super-herdis e animais de reinos encantados. Caso néo haja fantasias, importantes para 0 repertério das criangas, convocar os pais para a fabricagio de taisitens. A construgdo de um brinquedo ou suporte de brincadeira nao visa apenas 0 aspecto econémico, é também um importante fator de conscientizagao integragao dos pais na tarefa de promover a experiéncia Kidica da crianga ea ampliagao do seu repertério imaginérro. AREA DE IMITAGAO [Nao precisa ser uma casinha fechada, basta um canto de “casinha", em qualquer lugar da sala do agrupamento, com a cozinha e 0 quarto separados por biombos baixos e resistentes, com janela, cotina eos apetrechos doméstcos. (MATERIAIS PARA BRINCAR Para brincar na cozinha é necessério dispor de apetrechos. de uso doméstico, como conchas e colheres, pratos, xicaras e panelinhas pequenas. Depen- dendo da regido, as panelas poderdo ser de barro ou aluminio e as criancas v0 imitara pratica de comer de sua familia edesua comunidade. MEAS ‘As mesas para criangas pequenas brincarem com miniaturas, massinha de farinha de trigo, fazer biscoitos, salada de frutas, carimbar desenhos com batata, beterraba, desenhar, cortar papel e colar ou mesmo brincar com quebra-cabegas ou materiais de construgdo, devem comportar de 6 2 8 ctiangas juntas. As tradicionais mesas para préescolares acolhem somente até 4 criancas. ‘Mesmo que se juntem duas mesas, ocorrem interferéncias na jungéo dos tam- pos @ na altura dos pés das mesas,limitando os trabalhos, principalmente com papéis de grandes dimensies. Deve-se preferir mesas maiores com tampos revestidos de melaminico(férmica). ‘OBJETOS PARA BRINCAR NA MESA ‘A mesa & essencial para brincar de realizar indmeros projetos das criancas. Disponibilizar materiais como contas de madeira grandes e coloridas (maiores que 3 cm) para enfiar em um fio do tipo elétrico plastificado, jogos de montar ‘ou quebra-cabecas, tesouras sem pontas para cortar,argilas, revistas, moldes @ adesivos para imprimir, giz de cera grosso e papéis para desenhar e pintar, que contribuem para ampliar a complexidade das aces das criancas. ORGANIZAGAO DO MATERIAL Existe uma diversidade de materiais que também servem para brincar e que requerem uma organizacdo com previsio de espagos, estantes, lugares mais baixos para uso independente da crianga e maisaltos, para o uso do adulto. AREA PARAACONSTRUGAO Disponibilizar blocos de construgdo de diferentes tamanhos e materiais, carrinhos © miniaturas para compor 0 tema da brincadeira. € divertido construir um castelo, porque as criangas tornam-se mais criativas quando produzem seus projetos mas, para continuar a brincadeira, so precisos personagens como super-herdis, monstros ou princesas em miniatura, para se proporcionar contetido temético ao brincar e para favorecer a entrada no mundo do faz de conta B oo ‘TANQUE DEAREIA, ‘Na drea externa, protegida do sol, dispor um tanque de areia com torneira préxima pata “molhar” a areiae fazer bolinhos. Escolher materias resistentes, para baldes, copinhos eps e objetos para brincar delavar aareia, LAVAR A AREIA Convidar as criancas para lavar a areia como pratica cotidiana. Lavar antes de brincar. Basta colocar um pouco de areia no fundo do balde, encher de agua mexer coma colher e encher novamente de 4gua, para que a sujira sala junto coma agua BRINCAR COM AGUA Junto ao tanque de areia disponibilizar um espago com Agua: tanque baixo com tomeira, uma pequena piscina ou varias bacias grandes ou mangueira para brincar com 4gua nos dias quentes. Aintegracao do espaco da areia com a Agua possibilita a criagéo denovas brincadeiras. Pode-se brincar na banheira, durante o banho, tendo objetos para encher, para flutuar, livros de plastico para “ler”, Qutra opgio 6 0 banho coletivo em dias bem quentes, que oferece o prazer de correr atrés do esguicho de uma mangueira. Ao deliciar-se com o frescor da gua, compartilha-se da alegria de um brincar coletivo, de_corpos movidos pela liberdade de expressdo e de espiritos carregados da esséncia lca. INTEGRAR AREAS PARA BRINCAR Se houver uma parede préxima da érea da agua, cobrir a superficie com azulejos brancos para favorecer a brincadeira de fazer pinturas coletivas ou individuais, usar a mangueira para lavar e dispor uma mesa como suporte para a producio de tintas com diferentes mate- riais, de modo a criar produgées bastante coloridas, O tanque de areia deve ter drea minima de 15m? com profundidade de 30cm. Preferencialmente, as muretas ‘em tomo do tanque de areia devem ter largura de 25cm eestarem ao nivel do cho. Usar rede removivel para proteger a arela de fezes de animais e residuos de folhas e outros materiais, higienizando o ‘tanque com solugio de cloro a cada 15 dias. (Para maiores informacbes & orientacao verificar na Secretaria de Satide ou de Zoonoses da sua cidade.) BRINCAR DE MISTURARE EXPERIMENTAR Selecionar alimentos para misturar e experimentar, Sob a supenisio da professora, misturar gua, suco, gelatina, sal, acicar, farinha, cereal, frutas, verduras, tudo éinteressante para experimentar e observar suas caracteristcas, MATERIAIS PARA MISTURAR E VER © QUE ACONTECE. Sob a superviséo da professora, misturar terra, areia, argila, Squa, farinha, tinta, Jeo, para ver o que acontece e fazer desenhos e marcas com estas misturas. CONSTRUCAO DE CABANAS Brincar de construir cabanas, tneis com cobertores ou toalhas, presas por pregadores sobre dois fios de nylon que atravessam a sala. No interior desses espacos: pode-se contar historias, brincar de faz de conta e de esconder. As criancas se divertem auxiliando a montar e desmontar 0 espaco, solucionando problemas como tirar e por pregadores. Pode-se criar tais espacos no parque, prendendo os fios de nylon nos galhos das Jrvores, junto aos cantos dos muros. Séo espacos mévels que surge desaparecern conforme os projetos de brincadeiras das criancas. a Materiais para brincar na areia e na égua ‘Além dos tradicionais baldinhos, colheres e pés, sugerem-se 5 canecas com asa; - 5 recipientes furados na parte inferior; - 3 regadores de pléstico tamanho grande com ico fino para regar plantas; ~ 3 chaleiras de aluminio para ché; ~ 5 funis de tamanhos e materiais variados; ~5 canos de PVC de % , comprimento de 30cm, cor marron; ~ 5.canos de PVC de %, comprimento de 50cm, cor branca; = 5.canos de PVC de 1%, comprimento de 50cm, cor branca; = 20m de mangueira de regar jardim, cor transparente; = 10 rolhas; - 10 bolas de pingue-pongue para boiar; - objetos para afundar; - recipientes com boca pequene para encher, = 10 tigelas ovais de madeira tamanho de 10 a 25cm (pecas vatiadas) iN Sacolas ¢latas com objetos para brincar gestOes * Envolver professoras e pais na tarefa de selecionar objetos de uso domés- su, 3 passe tico ou tipicos da comunidade e comprar os itens que ndo podem ser doados ver relagio de itens nas sugestdes do Cesto de Objetos) « Escolher 15 variedades de objetos e guardar cada ite em uma sacola de pano fechada com uma cordinha, As sacolas devem ficar penduradas em ganchos nas paredes eidentifcadas pelo tipo de item 2 b. Papel do adulto na brincadeira com objetos € nna reorganizac3o dos brinquedos = Para um grupo de 8 criangas s80 necessérios, pelo menos, 50 ou 60 objetos. + Todos os outros materiais devem ser quardados para que a crianga possa se concentrar, + Reservar uma hora por dia para a brincadeira com os materiais * Aprofessora do agrupamento deve ficar perto das criancas. + Escolher pelo menos 5 variedades de materiais e colocar em latas e bacias, cou caixas préximas a cada crianca para que possam escolher livremente. ‘Aslatas ebacias s3o melhores do que os cestos para esse tipo de atividade. * As criangas precisam de tempo para pensar em como véo brincar com 0 material. Exemplo de combinagio de materiais: correntes, tubos de papelio, pompons, tampas de latas e argolas de cortina, Dependendo do tipo de comunidade a que pertencem as criancas, os materiais podem variar e as combinagdes também, Para manter 0 ambiente organizado e atrativo, recolher os materiais espalhados e colocar novamente nas latas, paraque as-riancas possam continuara exploracéo. © adulto tem papel fundamental na escolha, organizacio e disponibilizagso dos brinquedos e materials, além do_ planejamento eimplementagao de uma “rotina’ junto as criangas para que aprendam a usar, guardar e respeitar as normas de uso dos brinquedos e materiais. Os principais papéis sao: - selecionar e organizar sacolas, atas, caixas ou bacias ¢ recolher os materiais espalhados; - convidar as criangas para guardar os objetos nas sacolas e pendurar ‘nos ganchos; no & preciso estimular ou elogiar o que a crianga faz, mas observa, fazendo 0s registros; - intervir, quando 2 crianca estiveraflita ou precisar de atencéo, ou nto, quando uma delas comesar a perturbar as outras ~ nesse caso, oferecer um recipiente para a crianga colocar os objetos dentro. 3 Para envolveras criancas na reorganizacao As criangas aprendem a se auto-organizar quando auxiliam a professora na guarda dos materiais nas sacolas. Quando as criancas ja terminaram de brincar, envolvé-las na tarefa de reorganizar o ambiente; aquela que ainda estiver entretida no brincar no deve ser perturbada, mas sim, ser detxada & vontade, para aproveitar seu envolvimento. Para iniciar a guarda dos materiais oferecer, s criangas que jé pararam de brincar, um objeto para guardar na sacola. Ao colocar no mesmo saco os objetos do mesmo tipo, perceber diferengas © semelhangas e entram no mundo da matematica. ¢. Atividades coletivas A brincadeira com objetos pode ser feita também durante a reuniao de dois, com agrupamentos de agrupamentos pequenos, de um a dois anos. Assim, as criancas podem criangas de 1.22 anos observar o que as outras fazem com os abjetos e ampliar suas experiéncias. E importante que o ambiente seja tranquilo, sem excesso de criancas. d. Conforto para a Enquanto as criangas brincam, & importante que a professora fique sentada Professora durante confortavelmente, sem afetar a coluna, e préxima das criangas, para recolher a observacao, os objetos fazer seus registros. A instituigo deve prever mobiliario adequade para a professora em todos os ambientes de trabalho. ‘Aos trés anos, as criangas comecam a ter consciéncia de quem so e apren- dem a conviver em grupo, fazendo negociacées, dando explicagSes sobre as coisas que fazem. Elas jé tm muitas experiéncias: manipulam objetos, constroem coisas ¢ falam 0 tempo todo sobre o que fazem ou pensam. Euma fase de intenso desenvolvimento da linguagem e de grande interesse pelas brincadeiras imaginérias, momento em que as criangas conversam com elas préprias: é comum que, 20 fabricar uma bruxa gigante, na drea da cons- truco, as criangas comparem 0 tamanho dos bloces, avaliem concluam: “reste bloco & grande, nao serve... este ¢ do mesmo tamanho". A fala da crianga para ela mesma & um importante guia para o seu pensamento & condugio da acéo. preety E necessério, entdo, aproveitar essa riqueza de interesses e preparar 0 ambi- ente de modo que haja espacos para a ocorréncia de brincadeiras imaginarias @.a expresso da individualidade. Um espaco estruturado com mobilisio, brinquedos e materiais compativeis com os temas das brincadeiras ¢ enrique- ido com ainteracio da professora, proporciona maior qualidade ao brincar. Em razio do desenvolvimento répido da linguagem da crianca, ¢ importante utilizar ndo 56 a fala, como também a escrta e as imagens para ampliar as narrativas. A conversa didria na érea da imitagéo, os rabiscos e desenhos que fazem ao colocar a carta no correio ou escreverem a receita médica na rea do médico, so brincadeiras capazes de integrar essas diferentes modalidades de linguagem: © brincar de fazer @ consulta, conversar com a mée para “escrever" a receita, j mobilizam a fala ea escrita, que também é visual, pois © desenho ou o rabisco so formas visuais de expressar significado. ssa fase de desenvolvimento intenso da linguagem requer urn ambiente tranquilo, sem excesso de ruido, que possibilite a compreensio da fala da professora e das outras criangas, mesmo durante as brincadeiras movimen- tadas. Como as historias so momentos prazerosos, as criancas, além de ouvir, querem também participar, por isso grandes agrupamentos nao sic adequados, por criarem maior volume de ruidos, exigindo um maior controle por parte da professora e a obrigando a pedir siléncio constantemente para ser ouvida. Se, por exemplo, houver 15 criangas ¢ 2 adultos, é melhor dividir o agrupamento, ¢ cada professora contar histérias separadamente, dando assim maior oportunidade &s criangas de participarem com menor nivel de ruido. Podem-se planejar momentos para um grande grupo ¢ outros para pequenos grupos, em que exercam atividades diferentes das que ocorrem ao mesmo tempo, de modo a atender melhor as necessidades de cada pequeno agrupamento, Basta organizar 0 tempo, 0 espaco ¢ os materiais ¢ fazer a supervisdo eas mediacées. Além do acesso diério aos livros, que devern permanecer em reas apro- priadas para serem escolhidos e “dos”, as criancas devem ter a oportunidade de aproveitar o gosto que nessa idade possuem pela masica, Nessa fase, as criancas j dominam um bom repertério de cangées infantis, dancam e acompanham a professora, o pai, a mae ou convidados que toquem violdo, Portanto, é essencial aproveitar essa forma de expresso das criancas 3 \ % Brincadeiras no exterior, na areia, com 4gua, agora demandam a presenca constante do adulto para fazer perguntas, de modo a levar a crianga a pensar sobresuasagbese levantar hipéteses. Também nessa idade as criangas se interessam por pequenos animais, bichi- rnhos, aves, borboletas, joaninhas, minhocas. Esse interesse pode propiciar conversagées lives, criando momentos de atividades dirigidas para aprender, junto com as outras criangas e a professora, por meio da reflexdo ¢ investi- {gaGio sistematica, Este & 0 potencial do brincar nessa fase da vida da crianca’ forma de exoresséo que, pela interagio com a professora e as outras criancas, amplia experiéncias e impulsiona novos estudos. Fazer minhocério, jardim, horta ou composteira sdo projetos que envolvem as criancas. Meninos e meninas devem ter a mesma oportunidade para brincar com tudo’ carrinhos, bonecas, construgéo. Pessoas de outros grupos culturais, com seus materia, brincadeiras e brinquedos, contribuem para ampliar as experiéncias, ladicas das criancas. Para pensar nas possibilidades de brincadeiras para atender as caracte- risticas dessas criancas, organizou-seas sugestées em oito segmentos: a) Brincadeira de faz de conta - atividade principal da crianca; b) Construcdo de mobilidrio para reas de faz de conta; Ampliagao da qualidade do brincar; d) Dancar, pintar, desenhar e construir: outras formas de expressio liidica; ©) Brincar na areia e na égua; f) Construcao da identidade da crianga por meio do brincar; 9) Valorizagao das diferencas nas criancas; h) Desenvolvimento de projetos ¢ o conhecimento do mundo fisico, social e matemstico. a. Brincadeira de faz de conta atividade principal da crianca Pata que o brincar se transforme na atividade principal da crianga, com impacto positivo na sua educagéo e na ampliagao de suas experiéncias, & preciso organizar 0 espaco e selecionar materiais ¢ objetos que provoquem sua imaginacao. Diante de um estetoscépio, ela élevada a entrarna tematica de “ser médico”; ao ver a mamadeira, torna-se “a mae que dé mamadeira a0 {ilho"; um carrinho a leva a “passear com seu bebé". Aauséncia de mobilério, brinquedos @ acessérios (que acompanham especialmente as bonecas) dificulta o brincar imagingrio. MOBILIARIO, BRINQUEDOS E ACESSORIOS PARA FAVORECER BRINCADEIRAS IMAGINARIAS. ‘+ Bonecas-bebé (com corpo macio e diferentes identidades étnicas e raciais); roupas féceis de tirar e por; mamadeiras; cobertor/lencol de boneca; camaybergo, carrinho * Fogo no tamanho da crianga ( pode ser construido com caixas de lee) + Pia, bacia ou tacho para lavar loucas ‘* Geladeira do tamanho da crianga ‘* Mesas e cadeiras do tamanho da crianca + Telefone/celular (de brinquedo ou de uso doméstico) ‘= Armério para guardar a louga * Vaso de flor ou fruteira como enfeite na mesa da cozinha + Toalha na mesa da cozinha * Quadros ou cortina imitando uma janela, que podem ser feitos pelas professoras ou maes com tecido cru, pintado pelas criangas com rolinhos e tinta guache ‘= Panelas de aluminio, barro, ferro ou aco * Copos, tigelas, pratos de pléstico e outros materiais, conforme usos locais * Colheres, conchas, colher de pau, colheres de medida * Escovas para limpar frascos + Embalagens vazias de alimentos ‘© Objetos ou brinquedos diversos para fazer comida a b. Construcéo de Pode-se construir mobiliéro simples para dreas do faz de conta como cama, ‘mobiliério para reas 503, hanco, mesa, fogio, estante, com caixas de leite de papelio. de faz de conta Construgio do banco, passo.a passo: 1. Convidaras maes paraa construcao do mobiliério; 2, Juntar caixas de leite de papeldo, abrir a caixa sem cortar as bordas, lavar e desinfetar com produtos tipo Lysoform; 3. Juntarjornais velhos, para cada banco separar 15 caixas de leite, 3 tubos de 90 ml de cola branca, 1 bacia, 1 rolo de fita crepe, guache, tinta plastica ou materiais como papel contact para revestir; 4, Em oficina, com a participagio de maes, professoras e criangas, rasgar osjotnais em pedacos pequenos; 5. Encher as caixas de leite com os pedacos de papel e socar bem para que fiquem bem resistentes; 6. Apésencheras caixas, fechar com fita crepe; 7. Unir trés caixas cheias e fechadas, prendendo-as com fita crepe. Fazer ts conjuntos (9 caixas) para o assento; 8. Juntas os trés conjuntos com fita crepe; encosto do banco €feto com dois conjuntos de 3 caixas delete unidas ; 10. Em seguida, juntar com fita crepeo encosto ao assento; 11. Colocar na bacia a mesma medida de cola e de 4gua, molhar os peda- cinhos de jornal dentro da mistura e colarna superficie do banco; 12. Para eliminar as superticies iregulares, fazer uma massa com o papel molhado e preencher os espacos entre as caixas; 13. Preencher com os jornais picados todos os espacos, de modo que o banco fique recoberto de forma homogénea; 14, Deixarsecardurante2 dias; 15. Depois de seco, pintar com tinta ou recobrircom tecido, papel contact, ou outro material que desejar; 16. Para a construcéo de outros itens: diviséria (90 caixas), cama (66 cainas), fogdo (34 caixas); 17. Usara criatividade e fazer mesas, estantes e outros itens, decorando as pecas de acordo coma preferéncia das ctiangas eda culturalocal; 18, Outras sugestées podem ser encontradas no site www labrimp.fe.usp.br e Kishimoto, Monaco, Sigoli(1996). . Ampliagao da Nao basta um ambiente estruturado, com mobildrio, brinquedos e materiais qualidade do brincar —_adequados para o tema da brincadeira. A acdo da professora é fundamental para ampliar a qualidade do brincar, observando os interesses da crianca eas préticas do universo profissional da comunidade, de modo a ctiar outras brincadeiras de faz de conta ou fazer mediagées. As criangas gostam deimitar as pessoasno trabalho, i ‘© Quando a crianga esta encenando o papel de "médico", para dar maior complexidade ao brincar, pode-se entrar na brincadeira oferecendo um lapis para usar como termémetro para medir a febre da boneca e dizer: "est com febre”. Depois, oferecer um bloco de papel para que o “médico” possa fazer uma receita médica para a “mae” (outra crianca) providenciar os remédios. + A professora pode oferecer orientagées verbais procedimentos para ‘outros “médicos” cuidarem do ouvido, da garganta, da pera ou do braco quebrado, indicando outras especialidades médicas para dar papkis diferentes ascriancas * Modelos acompanhados de orientago verbal auxliam a crianga @ compre ‘ender o roteiro da brincadeira, A crianga pode ampliar ou modificar oroteiro inicial,introduzindo novas experiéncias, que tornam a brincadera mais rca e complexa, com varios personagens e didiogos mais longos. A crianga néo rnasce sabendo brincar, mas aprende com adultos e outras criangas, = Nobrincar live, as criangas sozinhas experimentam e ensaiam diferentes formas de brincar, mas é 0 brincar em ambientes esiruturados, com a participagdo do adulto e de outras criancas, que proporciona maior complexidade ao brincar e qualidade educacao. Aagdo do adulto como parceiro de brincadeira, observador atento, para atender necessidades que surgem, para reorganizar 0 ambiente, substituir um objeto e incluir um novo 60 que fazadiferenca. d. Dangar, pintar, Nessa idade de construgao de identidade, a crianga jé pinta figuras, combina desenhar e construir cores primérias e dé nome as coisas que pinta, Por isso, deve-se colocar numa ~outras formas de tea diferentes materiais para as criangas fazerem as marcas com tinta, expressao ltidica papel, ipis, cadernos, adesivos para recados, agendas, calendérios e cartées, maquinas de escrever Aescrita acompanha a cultura dos pais. Assim, criancas orientais podem fazer ‘marcas de cima para baixo e da direita para a esquerda, diferenciando-se da cultura ocidental, em que se escreve da esquerda para a direita, em linha reta, io e. Brincar na areia ena agua As ctiangas gostam de construir objetos e estruturas idealizadas pelo seu magindrio com caixas de papelo, arames, gesso, argila, tubos, tecidos ¢ madeira, entre outros, sempre com acompanhamento do adulto. Sao brinca deiras prolongadas que podem levar dias, semanas, meses, acompanhando projetos desenvolvidos ao longo do tempo, Para que as brincadeiras com arela e gua se tornem momentos de qualidade pata criangas de 3 anos, preciso © acompanhamento da professorae 0 aporte de materiais adequados. 70 io ATENGAO: I~ - Os comentrios e perguntas das professoras sao essenciais para que 0 brincar no permaneca apenas como manipulacao de objetos, de fazer a gua escorrer pelas maos ou encher € esvaziar canecas, préticas que a ctianga jé adquiriu nos anos anteriores. As perguntas da professora devem fazer emergir preocupacées sobre 0 mundo fisico: por que a Agua escorre pelos furos da caneca e nao fica dentro? por que nao se faz bolo comareia seca? - A fungio da professora nao é ensinar ou falar sobre as pro- priedades da caneca como furo, mas disponibilizar o material e perguntar crianca o que esta acontecendo, para que ela pense sobreasituacao. ~ Ao brincar com gua, a crianga pode dar banho nas bonecas, lavar e guardar os objetos, aprender a se auto-organizar, o que exige a preparacdo do ambiente. -E preciso organizar, selecionar e guardar os materials e brinque- dos em caixas ou locais etiquetados. - Durante as préticas didrias, deve-se garantir & crianga autono- mia para oacesso aos materials. = No momento da brincadeira, a crianca seleciona e leva os ma- teriais para olocal desejado. ~ Apés o término da brincadeira, a crianga lava e leva os objetos para o local de origem. Continuar a pratica de autonomia no uso independente e guarda dos brinquedos é importante, em qualquer periodo da educacSo infantil f. Construcao da Tiés anos é 0 auge da construgéo da identidade da crianga, que j4 percebe identidade da crianca como as pessoas diferenciam brinquedos de meninas e meninos: 0 menino por meio do brincar pode comesar a adauitir preconceitos e nao querer brincar com boneca; a menina pode ndo querer brincar com carrinho, porque ouviuy alguém dizer “cartinho é brinquedo de menino” ATENGAO - Quando a professora adota uma posicéo neutra, nao inter- vindo, favorece a discriminagao porque ndo impede que as ctiangas continuem agindo com preconceito. € preciso que as ctiancas aprendam as diferencas de cor € tragos fisicos, brincando de pentear criangas de cabelo liso e cabelo Griancas com deficiéncias e que tém dificuldades de manipulacéo ‘tm direitos iguais aos outros de usar os brinquedos tecnolégicos. h. Desenvolvimento Criangas que avangam no terceiro ano de vida j4 dispéem de varios de projetos e 0 conhecimentos, sabem tomar decisdes e conduzir projetos por elas definidos. conhecimento do Escutara crianga significa “dar voz" a ela, dar atengéo as suas propostas para mundo fisico, social —_p/anejar junto como desenvolver suas idéias. e matematico £ comum, apés ouvir histérias que dao prazer, as criangas decidirem fazer 0 personagem que gostaram, construindo, por exemplo, uma bruxa ou dinossauro do tamanho gigante. Um grupo de criancas de 3 anos e melo, em ‘uma escola municipal de educagao infantil na cidade de Sao Paulo, decidiu construir ma bruxa do tamanho gigante, cujasatividades aqui detalhamos. iow Descrigo do projeto passoa passo © Apés ouvir varias histérias sobre as bruxas, as criangas brincam de representar bruxas, falam sobre elas o tempo todo. © Aprofessora registra esse interesse, que perdura por varias semanas, ‘© Entdo, as criancas decidem fazer uma bruxa gigante. A idéia é acolhida pela professora, que pergunta como ela seréfeita Comecam @ discutir o que véo usar para essa construgéo. Uma das criangas levanta a idéia de utilizar caixas de papelao (de sapato, de © Terminada a construgio da Bruxa Keka, as criangas comegam a inventar ‘uma nova bruxa: criam histérias, fazem desenhos e pintam, Ou seja, elaboram coletivamente outras narrativas, das quais fazem parte também suas vivéncias. Assim, as criancas tornam-se escritoras, trazendo para dentro da histéria coletiva a sua prépria historia, © Durante o desenvolvimento do projeto, as criancas desenham bruxas, brincam de ser bruxa, correndo pelo patio, contando as histérias, fazendo bruxas com massinhas. © A professora registra © expde uma das narrativas no corredor, para divulgagdo entre as préprias criancas, pais e comunidade. REFLEXOES: * Desse modo, as criangas utilizaram varias linguagens (oral, visual, escrita, matemiética) e ampliaram suas experiéncias, ao entrar em contato com objetos do mundo fisico (caixas, tintas, cola, tesoura, tecido, Ia). Com auxilio da professora e da coordenadora, realizaram seu projeto de construgao da bruxa + Aautoestima cresce quando elas se do conta de que sao capazes, nao sé de fazer a bruxa do tamanho gigante, mas dar explicagées sobre seu processo de construcéo, pois aprenderam a fazer o seu chapéu ea roupa, além das histérias, dos desenhos epinturas que elaboraram, + A observagéo das brincadeiras pode desencadear variados projetos, quando a professora escuta as criancas. Algumas pistas: - Brincar de fazer sombras. Pisar na sombra dos outros pode gerar interessantes reflexdes, - Brincar no jardimn desperta interesse pelos pequenos bichinhos quelé habitam: aranhas, joaninhas, caracéis, borboletas,tatuzinhos, - Deixar as criangas falarem possibilita que elas revelem seusinteresses, - Observar as criangas, fazer registros e verificar a persisténcia de al- guns temas, Depois, perguntar a elas se gostariam de pesquisar os ‘temas registrados rr ‘+ Esses temas de interesse das criancas geram o projeto, que exige inves- tigagdo e planejamento, tarefa que é feita em colaboracao, envolvendo as criancas, a professora e até os pais. * Geralmente, projets dessa natureza sao registrados em portfolios A professora faz a documentacéo pedagégica, ou seja, descreve 0 processo vivido pelas criancas eregistra o que elas aprenderam. = ee * A independéncia ¢ os saberes adquiridos possibilitam atividades com autonomia, como: fazer piquenique na drea externa e levar os materiais da sala para fora, construir uma cabana com caixotes de plastico ou de madeira, cobrir com tecido ¢ levar os objetos de faz de conta para a nova casa 7 Cel Xe) Ur Va Co a DO-ESPACO FISICO, Defoe] ) > 0) ia eT BEBES E CRIANCAS el AN) MODULO IV ORGANIZAGAO DO ESPAGO FisICO, DOS BRINQUEDOS E MATERIAIS PARA BEBES E CRIANCAS PEQUENAS Cada municipio responsével pela Educacdo Infantil no Brasil apresenta uma diversidade de normas préprias em relaco a dimensionamento ¢ tipologia de creches, nlimero de criangas atendidas, salas disponiveis por agrupamento relacao de professoras por agrupamento infant Diante dessa variedade, adotou-se neste manual um projeto baseado em situacées reais de creches brasileras com o objetivo de oferecer informagées sobre a organizacio do espaco fico. A partir dessas sugestées, cada equipe da creche poderd recriar seus espacos para organizar os brinquedos emateriais, para suas criancas. Para educar 6 preciso ter uma idéia clara sobre quem sao as criangas e sobre 0 que & relevante para a sua educagio. Considerar que todas as criangas so cidadas, com diteito a uma educagao de qualidade e que devem ser educadas por meio de brincadeiras e interagbes & 0 primeiro passo. Para implementar esse exo pedagégico principal -as interaces ea brincadeira - & preciso identificar que espacos fisicos a creche dispée, planejar o seu uso, selecionar ¢ organizar os brinquedos © materiais, dispor de equipes que plangjom atividades dentro de programas consistentes para as ctiangas, em conjunto com os pais ea comunidade. Pensar no tipo de espaco e nos materiais necessarios para as brincadeiras interagées & importante, mas deve-se considerar, também, a qualidade dos espacos para as ctiangas dormirem, serem alimentadas, terem suas fraldas trocadas, tomarem banho, explorarem objetos e ambientes sozinhas, com outras criangase coma professora Um ambiente educativo para criancas de creches deve respeitar a pedagogia das relacées, de bebés e criancas pequenas que adquirem experiéncias ricas em um mundo de afetos, de relagées positivas e desafiadoras, de fantasias € encantamentos. Contatos entre criangas da mesma idade, de idades dife rentes, de criangas e adultos, da creche com as familias e membros da comuni- dade, fazem parte desse mundo de relacoes. 108 io Nao se pode esquecer que as relagdes também acontecem entre criangas e os objetos, os brinquedos, os materiais, o mobilisrio, o parque, as reas internas e externas, 0 edificio e suas condigdes de iluminacao, temperatura, ventilagao e aciisticae seus niveis de conforto. Para educar as ctiancas, as pessoas (pais, professora, equipe) precisa saber traduzir esses conhecimentos em um ambiente educativo, composto também por materiaise brinquedos. € a partir dessas informacées que se deve definir a proposta educativa, Primeiro, ter a clareza de que os bebés sdo seres que jé tém vontade, t8m consciéncia sobre 0 que querem, sabem decidir e dizer o que querem. Eles ingressam no mundo da cultura por meio de interagdes com as pessoas € objetos ¢ utilizam seu poder de decisio, seu corpo ¢ os canais do conhe- cimento, que so seus 6rgaos sensoriais (0 tato, o paladar,oolfato, a audigao.e a visio) para explorar esse mundo. Eles ampliam suas experiéncias por meio do uso intencional do corpo, das maos, pés € movimentos e utilizam seu ato voluntério para investigar esse mundo. Se os bebés)é tomam decisdes e sabern o que querem, é fundamental observar © que eles fazem. Pegar objetos e engatinhar em direcdo aos brinquedos séo experiéncias de movimentacées, que requerem a garantia de espacos sequros eadequados. A consciéncia dessa necessidade também é fundamental para a definigao das finalidades de ura educagdo de qualidade e para a organizacdo do projeto curricular. Para definir o projeto curricular & preciso, ainda, considerar a selecéo ade- quada de materiais e mobildrio: tipos de tapetes, divisérias, brinquedos materiais para educar os bebés. Isso requer conhecimentos sobre as caracte- risticas dos brinquedos e materia, aspectos relativos 8 qualidade e sequranca, a quantidade de criancas por agrupamento sob o cuidado da professora e aos espagos disponiveis na creche. Para que as sugestées desse manual sejam, de fato, uma colaboracio proposta curricular da instituigdo, faz-se necessério que 0 espaco © os materia dialoguem com o curriculo definido, que se ajustem as concepcoes que se tem de crianga e da forma como se pretende educé-la. conjunto desses fatores constitui o que se denomina ambiente educativo. Antes de se pensar nos brinquedos e materiais, 6 preciso indagar qual & a proposta curricularda creche As configuracées dos ambientes e mobildrios, no seio da proposta curricular construida pela equipe, devem estar em sintonia com os principios das Dire- trizes Curriculares Nacionais para a Educagdo Infantil (2009), para que se possa oferecer um servico educativo de qualidade a crianga ea suas famflas, As sugestées sio apresentadas em quatro blocos 1. Ambientes para bebés 2, Ambientes para criancas pequenas 3. Parque infantil, como espaco de aprendizagem, experimentagao, socializagao e construcdo da cultura Ididica 4, Da simplicidade a originalidade: os materiais para criangas de 4 a 6 anos © bercério é mais do que a sala de atividades onde os bebés brincam Em geral inclui uma sala com bercos, separada da sala principal, uma érea de Teed para bebés troca e banho (fraldério), uma area para alimentacao (lactario) e um solario. Em alguns casos, essas atividades so exercidas em um tinico espaco (exceto solétio), em outros, dividem-se em dois ou mais ambientes A anilise dese ambiente educative, onde os bebés interagern e brincam, é apresentada em 5 segmentos: a) entrada eacothimento; b) sala deatividades; ©) espago do sono; 4) espaco do banho; ) solério ejardim sensorial. Sugestio de beririo par atender a uma propesta curricular ‘eesti, ue venna#favrecero bor-ertar a3 cFanca, © eu sealnmento ea interagio mi a. Entrada E preciso pensar com cuidado e atengdo sobre a importancia desse ambiente eacolhimento para bebés ou criancas pequenas, que deixam 0 espaco aconchegante da amiia para ingressar em um mundo desconhecido. Aansiedade ¢ 0 medo provocados por essa mudanca podem ser amenizados quando se respeita as necessidades das criangas,principaimente no momento da entrada na creche Proporcionar as criangas acolhimento inserg8o gradual na creche, respei- tando suas individualidades e identidades s8o as propostas deste segmento, A ilustragio do projeto sugere a entrada da creche como espaco de acolhi- mento. Para atender a essa finalidade, propée-se uma divisbria de vidro tipo blindex (vidro de seguranca), que define um espaco separado da sala de ativi- dades, para as maes ou responséve's ficarem com seus filhos ou amamen- tarem com tranquilidade, Cria-se, assim, um espaco de acolhimento, ondea professora recebeamaeea crianga antes de entrar na sala de atividades e onde a crianca pode brincar coma professora ou com a me, fortalecendo vinculos, preparando-se para a separagio, acostumando-se 8 mudanga e aprendendo a valorizar a relagdo trilateral - mae - filho(@) - professora. & um ambiente silencioso, mas néo isolado, pois a transparéncia da diviséria favorece 0 contato visual com o restante da sala e transmite seguranca mae, a0 ver sua crianga ser bem acolhida na instituigo. Neste espaco, podem ser apreciados portfélios ou Mobilisrio : um sof, um tapete, algurras almofadas & brinquedos s80 suficientes para garantir o brincar eo bem-estar no acolhimento das criangas. nada sla de atid, sepradas por avséria de vido ansparente os documentagio pedagégica com os desenhos, pinturas e esculturas criadas pelas criangas, e oferecidas cadeiras para que os pais possam acompanhar, com comodidade, as tividades de seus filhos. b. Sala de atividades A sala de atividades & um espaco para experiéncias interativas, de trocas e de experiéncias afetivas e sociais, manipulacio de objetos, construcao, brincadeiras de encai- xe, expressdo de vérias inguagens corporais, motoras, orais e gréficas. E um espaco onde os bebés ficam boa parte do seu dia. Outros espacos, como o solério, o parque e éreas externas, também devem ser utiizados pelos bebés. Oferecer experincias significativas para as criancas garantir seus direitos. Uma educagio de qualidade inclui espacos para que as criancas possam se manifesta por diferentes meios, serern ouvidas, serem acolhidas ese sentirem bemno seu ambiente. A sala de atividades dos bebés deve ser um espaco amplo, arejado, enso- larado, com cores suaves, claras e materiais estimulantes. £ muito importante c.acesso ao exterior, ao parque, possibiltando que algumas criancas brinquem fora e outras nao. Espagos de sono e de troca devem ser “permedveis”, & estarem interligados ao grande ambiente, em que coexistem brincadeiras e atividades organizadas pola professora, para que as ctiangas que estejam brincando nao sejam separadas das que necessitam de cuidados, integrando o processo cuidar/educarorincar Entacae acoimento Sala ge atvidader So ia Como sugestéo, indicam-se divisérias baixas, cortinas, biombos, elementos méveis que permitam a sala expandir-se nos momentos de maior atividade e retrairse em outros momentos do dia, A janela grande e préxima 20 chao possibilita as criancas “enxergarem" o mundo exterior, enquanto que janelas convencionais, com peitoris de 90 cm de altura, somente permitem que os bebés, principalmente quando ficam no chao, vejam o céu e as nuvens. A altura ideal do peitori é de 30 centimetros, permitindo a crianca ver o mundo exterior na altura do seu olhar. © piso deve ser térmico, com tapetes antialérgicos e com almofadées para o bebé escalar, entrar em tuineis, engatinhar no espaco ese movimentar, explo- rando abjetos, usando seu corpo e suas habilidades motoras. Um grande espelho pode ser uma referéncia para as criangas se enxergarem, ajudando a construir suas identidades, diferenciando-se das outras criancas a partirda construgdo das suas imagens. Sugestao de quantidade de brinquedos e materiais para agrupamentos de6a8bebés com atéumanodeidade * Uma bola grande de 40 em, de pidstico resistente einfidvel © 3bolasde ténis « 3bolasdebborracha, com didmetro de 10¢m «3 bolas de espuma revestidas com tecido (cores e texturas diversas) ou bolas confeccionadas com meias, com di&metro de 7em «Um conjunto de bolas de espuma, com miltiplas func6es: espelho, abertura para por o braco e guizos que produzem sons * Uma colcha ou rede, para balancar o bebé © 10.215 tipos de objetos da natureza e de uso doméstico (pedras de rio, pinhas sem espinho, laranjas, piment6es, cenouras, almofadinhas de tecido com aroma ou saquinhos com ervas, colheres de pau, sinos), para serem colocados em cestos do tesouro. Para 8 criancas, dispor de 3 cestose cerca de 40 a 50 objetos (Veritem Cesto do Tesouro-médulo Il) © 6 tipos diferentes de bichinhos para morder epegar « Bichinhos de pelica - as crianca podem trazer de casa o seu brinquedo deafet © Acatrinhos grandes, resistentes, com rodas, para entrar eempurrar © 2conjuntos de blocos pldsticos de encaixe © Tconjunto do tipo ligue-tudo + Sargolas coloridas para porna boca © 3 brinquedos musicais ou sonoros © 3 brinquedos debaterttipo bate -pino + 1 kit de construgao com espuma para movimento (de encaine, rodas, cilindros) © caixa de madeira, com rodase pecas de formas diferentes, © 1 teatro de fantoches, com diferentes personagens © 3.avalosdebalango © 3 conjuntos de canecas ecaixas para encaixar © 3 conjuntos deblocos para empilhar © Umaestrutura de espuma para brincadeiras motoras © 6 tipos diversos delivros de pano ede pléstico ¢. Espaco do sono © espaco do sono deve estar integrado a sala de atividades, masisolado, para propiciarintimidade e protecao nos momentos necessérios. Além da presenca de 4 bercos, 0 espaco do sono poder contar, também, com 4 colchées no piso, com a vantagem de poderem ser removidos, ofere- cendo a oportunidade de ampliar a 4rea de brincar, integrando-se 8 sala de experiéncias sens6rio-motoras (bebés com idades a partir de 7 meses iniciam © engatinhar € nao precisam necessariamente de bergos para dormir). cortina, como elemento divisério, possibilita aconchego ¢ intimidade «, quando aberta, integra os ambientes Uma veneziana ou cortina escura na janela pode escurecer o ambiente na hora do sono, diferenciando os momentos do dia pela luz e pelas atividades. Lembrar que nao se deve "forgar” a crianga a dormir, que o toque eo carinho so importantes neste momento. Deve-se prever outros espacos para as atividades das criancas que nao querem dormit 15 d. Espago do banho © espaco da troca e banho deve estar integrado & sala de atividades e a0 espago do sono, Uma cortina isola a area de banho quando necessario, Esse ambiente integrado facilta a professora visualizar as criangas, que brincam nos outrosambientes, Aintegragio dos ambientes facilta o contato visual entre o adulto e o bebé, oferecendo-the seguranca ¢ autonomia para sentir-se capaz de escolher um canto para brincar sozinho ou coletivamente. Cuidar/educarfbrincar estéo em harmonia em um ambiente de bem-estar que atende com qualidade a0 projeto educative para bebés, respeitando suas especificidades e neces- sidades cotidianas. e. Solérioe © solério & um espago externa interligado a sala do bercério. Pode ser um jardim sensorial Jardim sensorial ou um parque infantil para os bebés. Jardim & uma palavra cuja origem esté associada ao paraiso: um espaco agradavel, de paz, de boas sensagées, belo, com plantas, 4gua, arela e brinquedos. eo jardin for imaginado como o paraiso para as criancas, que espaco seria esse? Na educagao infantil, a tradicéo 0 define como um espaco externo, uma rea com brinquedos e areia para brincar. Mais do que isso, 0 jardim deve ser, também, um espago que desperta a cutiosidade, leva a experiéncias olfativas, sensitivas, sonoras e visuais mas, fundamentalmente, um espaco de bem-estar, agradavel, que oferece boas experiéncias, onde seja muito agradavel de estar, interagir, brincar e fazer descobertas cotidianas. © jardim sensorial requer a escolha de suas plantas pelos aromas que exalam, como manjericéo, hortels, camomila, orégano, lavanda ¢ pelo sabor que se cexperimenta ao serem colocadas na boca. Por ser um espaco de experimentacio, do se deve colocar plantas ornamentais que oferegam risco &s criancas. Os pisos servern para andar, correr e brincar, portanto deve-se atentar para a diversidade de materiais que possibilitem todas essas atividades: brincar com pedrinhas, com giz no cho, correr na areia, andar sobre cascas de drvores & folhas secas so experiéncias diferencadas que podem ser construidas a cada dia. Para as caixas de arela, sugere-se no minimo duas - uma com arela grossa e outra com areia fina. Assim oferece-se 8 crianca diferencas de textura, a possibilidade de construir castelos com dois tipos de areias e agregar outro We materiais como pedras, casca de arvores, frutos etc., que ela mesma possa recolherno jardim. Cantos com pisos mais duros como cimento e outros, com pisos macios € molhados como terra e lama, favorecem a exploracéo multissensorial desse espaco. A cutiosidade ser agucada se, por exemplo, instalar-se um sino de bambu que emita som ao ser movimentado pelo vento, um mébile com bandeiras coloridas € outro com frutos secos, para serem explorados por ciangas e professoras no dia a dia da insttuigéo. Sons, cheiros e texturas, em forma de elementos méveis e varidvels (perecivels ou perenes) devem ser ‘rocados sistematicamente, inserindo a novidade, elemento surpresa no brincar, possibiltando descobertas diferente a cada dia, ‘Além disso, ojardim-parque deve conter um canto com gua eareia, uma rea para correr e/ou exercitar os primeiros passos, um espaco para montar uma ‘cabana e outro, maior, para brincar deroda. PARQUE As ilustracées a seguir apresentam um parque para bebés e criancas pequenas. (© brinquedo deve ser de madeira e desmontével, possibilitando que profes- soras, em conjunto com funcionérios da insttuigae o movam, separando suas partes erectiando o espago de brincar 1 E interessante que o jardim, composto por envas arométicas apresente, também, um pequene relevo. 0 panorama do parque, que deve ainda conter um anfiteatro eum paleo, muda conforme a disposicSo dos brinquedos, sendo intimeras es5as possibilidades. Indica-se, ainda, 0 acréscimo de tecidos, cordas e elementos da natureza, que enriquecem o brincar e criam um novo visual para parque. Na creche, os projetos de parque devem prever esse conceito de brincar em um ambiente que se transformee ofereca sempre novas experiéncias as criancas. Os brinquedos tradicionais como escorregadores, gangorras € gira-giras so fixos eimobitizam o espaco Para diversificar a brincadeira e encantar as criangas, pode-se fazer pequenas modificagdes no uso desses espacos: + Colocar elementos méveis agregados ao brinquedo, como tecidos de malha, jersey ou de outras texturas ecores; © Um tecido de 2 3 metros transforma o trepa-trepa em uma cabana; + Tiras de pano criam movimentos que encantam as criangas; © Um tecido de chita pendurado entre uma arvore e outra cria um colorido e recria areas para uma cabana, uma casinha para brincadeiras simbélicas ‘ou para “ler” livros com os amigos. Te © Duascaixas de areia © Diversidade de pisos * Areas com sombra edreas ensolaradas * Cantos com plantas sensoriais como temperos earomsticas © Plantas comestiveis (tipo hortelé, manjericdo, alface, orégano, racul, ena-doceetc,) + Brinquedos que podem mudar de lugar (ver ilustragées) + Espaco de correr + Espaco para brincar de roda, com bola ecomtticiclo ‘= Cantos para montar cabanas. Para os menorzinhos, uma corda estendida tipo varal com lencis ou tecidos pendurados & um étimo divisor de ‘espaco, além de propiciar divertidas brincadeiras de esconder-achar, ATENCAO: > Quando se oferecem poucas possibilidades de ago, como subire escorregar, ou se reduz o piso a um tinico tipo (cimentado) e os ‘objetos da caixa de areia a simples baldes de pldstico (em geral sucatas de baixa qualidade), imita-se a riqueza da brincadeira. O brincar, para a crianga, & muito importante e néo pode ser cerce- ado, limitado pela pobreza de espaco e material e pela falta de interagées do adulto durante as brincadeiras. © parque infantil é um espaco riquissimo para invencdes, ginagdo e fantasia e para ampliar experiéncias das criangas. Instalado junta & sala de atividades, integra-se o aprendizado aolazer coma mesma valoracéo. ima 18 eee cc) criangas pequenas EU) a. Entrada eacolhimento Ro (Os ambientes para criangas pequenas devem estar em consondncia com as atividades que sao por elas exercidas e com 0 respectivo curticulo da educagio infantil, e sero analisados através dos se- guintes segmentos: a) Entrada e acolhimento; b) Sala deatividades; ©) Sugestées de materiais; d) Espacos de banho, trocae sono; e) Parqu 4) Brinquedos para espaco externo. Nas salas das criancas pequenas de 1a 3 anos, a proposta de acolhimento considera que a crianga jé esté acostumada ao convivio na instituigéo. Ela & recebida em um espaco que a convida a participar da brincadeira_imaginéria junto com sua me, pai eirmaos. ‘© momento de entrada e saida da instituicao, transigSo entre a creche € o lr, deve receber atengao especial, valorizando-se vinculos eritmos das ctiangas. Por isso, é importante um espaco de brincar live, para brincadeiras de imitacao, construgo ou representacdes teatrais, lembrando que o envolvimento das criangas pequenas aumentam quando elas tém a oportunidade de escolher suas brincadeiras e de convidar outras criangas ¢ adultos para se juntar a elas rnesse momento de prazet. ‘Ao longo do dia, 0 espaco da entrada pode ser transformado em area para descanso, ou em um espago livre para brincadeiras de roda com milsicas € ‘anges populares. Propée-se que 0 ambiente seja facilmente adaptado 20 longo do dia, contemplando as diversas atividades do curriculo para criangas equenas, que demandam espagos para expor as suas realizagSes como esculturas, desenhos e fotografias produzidas por elas, pelas professoras ou plas maes. Deve-se, também, viabilizar 0 espaco para produzir sons, misicas e diferentes inguagens expressivas, b. Sala de atividades As atividades curriculares para criancas pequenas incluern © atividades fisicas; « atividades deleitura; » atividades deimitagao; « atividades intelectuais e de relagées sociais; « atividades de construgao ede ctiacao; + atividades de experimentagao. Na proposta desenhada, as salas compartilham banheiro ¢ espaco externo. Sugere-se ainda que compartlhem, igualmente, 0 conjunto de materials, js ‘que 0 uso comum de jogos e brinquedos oferece maior variedade. Isso ndo significa trabalhar com grupos grandes. Pelo contrério, ¢ preciso valorizar as atividades no pequeno grupo (como contar histérias au brincar com o cesto dos tesouros), 0 que requer um ambiente com pouco ruido, de modo a promover a concentracao. Planta da sala para criangas entre 1e 3 ‘anos com duas propostas de configuragao espacial, utlizando ‘omesmo tipo de mobilirio © materia’ 7 Areas reservadas separadas por um biombo, como diviséria mével, podem ajudar a resolver 0 problema, criando intimidade a cada pequeno grupo. Deve-se lembrar que as criancas precisam de tranquilidade para a exploragdo de materiaise para brincar. Observa-se que as duas salas apresentadas na planta da pagina anterior promovem duas configuracées distintas, utilizando o mesmo mobilério, porém disposto de forma diversa oferecendo, & professora e as criancas, alternativas de modificagao dos ambientes, de acordo com a programagso pedagégica previamente definida. Assim, criam-se diferentes espacos com mesas para atividades e para jogos deimitacso Area préxima & entrada recebe colchdes e pode ser utilizada para descanso ou para atividades de leituraybrincadeiras calmas, rodas de masica etc, Uma pia com armarios facilita a organizagio do material de uso cotidiano, ‘Ao dispor os materiais dejogos de imitacao no espaco da entrada, libera-se a sala para uma atividade voltada para a exploracéo corporal, aproveitando 0 uso dos colchonetes para atividades motoras. Ao disponibilizar maior quantidade de materials, com diversidade € qualidade, a variagao sobre o mesmo tema faz aumentar o repertério as possibilidades de ampliar experiéncias (por exemplo, 3 jogos diferentes de domind, um de piastico, um de madeira e outro de pano ou, um com tema de animais, outro mais tradicional com bolinhas e outro com cores) i ita © que foi feito? Para melhor adaptar o espaco da sala & diversidade de aces que deve ser contempiada na educasao infantil, sugere-se um espaco amplo e facilitador, que seja flexivel e possa ser facilmente ampliado ou dividido, adequando-se da melhor forma possivelatividade proposta Um mesmo espago pode ser transformado com facilidade, de modo a atender a diferentes propostas de trabalho, tanto da instituigéo como da propria professora, sem a necessidade de se efetuar obras de reforma na sala ou no edificio. Basta mudar o mobildrio, Se uma atividade requer mesa e cadeiras, pode-se organizar 0 espaco colocando-as no centro da sala. Para favorecer 0 ambiente do faz de conta, as mesas e cadeiras podem ficar encostadas, liberando 0 espaco central para as brincadeiras simbélicas. No mesmo dia, é possivel reorganizar varias vezes a mesma sala, Basta combinar com as ctiangas.a rotina de reorganizacao desse espaco. Uma professora de uma escola municipal de educagéo infantina cidade de Sao Paulo, com um agrupamento de 30 criancas de 4 anos, teve a clareza de que se pode melhorara qualidade da educaco, mesmo em condicées adversas Esta instituico mantinha a mesma organizacao em todas as salas: mesas e cadeiras e materials em armério fechado. ‘Amesma sala era ocupada diariamente por tr professoras diferentes com seus agrupamentos (das 7 as 11 horas, das 11 as 15 horas edas 15 as 19 horas), Ela decidiu, com suas criangas, reorganizar 0 espaco da sala para oferecer autonomia is criangas eo direito ao brinquedo e8 brincadeira = Conversou com as criangas ejuntas decidiram pela mudanga; = Logo no inicio das atividades, as criangas encostavam as mesas e as cadeiras e criavam éreas de brincadeiras; ~ Retiravam do armério da professora os brinquedos ¢ materiais ¢ os distribufam nas areas; ~ Discutiamn entre elas o que cada uma ia fazer no dia: brincar na érea de faz de conta, na construgéo, na fantasia, nos livros ou em atividades artisticas; = Terminado 0 tempo de brincar explorar, elas guardavam todos os brinquedos e colocavam as mesas e cadeiras no lugar, para que a turma seguinte encontrasse tudo no lugar definido pela instituicao. Assim, a professora trocou o modelo tradicional de organizacéo de sala de atividades, com mesas e cadeiras, pela proposta de oferecer autonomia as criangas, oferecendo oportunidades para brincar e interagit. Modificou espaco fisico, retirou os materiais e brinquedos do armario e recriou novos desafios as criancas. As criancas tiveram autonomia para brincar, para inte- ragir. Foram protagonistas nessa aca de reorganizar a sala cotidianamente Sugestao de mobiliario para sala de atividades de criancas pequenas Nessa sala sugere-se2 mesas menores e rettéteis (que se encaixam, quando sso ee guardadas) ou empilhadas, para util- zacio por 4.26 ctiangas cada, Elas ndo dever ser sobrepostas, com os pés para cima, de modo a nao sugeri falta de organizagéo para as criangas. As cadei- ras também devem ser emoihadas © armazenadas debaixo das mesas Um grande tapete redondo pode ser utiizado para brincadeiras de roda Um armario na entrada serve para a organiza¢éo dos materia das criangas (machilas ete) e outro armatio na sala, para brinquedos e materia. Deve-se prever portas transparentes caixas de armazenamento, para que as ctiangas tenham faciidade para aru- mar a sala e autonomia para escolher osmateriais. A tea de jogos de imitagéo, momento de live brincadeira, pode ser um canto reservado, também utiizado para atividades espectficas. O piso com cor dife- renciada demarca o espaco na sala, podendo ser, altemnativamente, um tapete Colchées s4o distribuldos no centro da sala, favorecendo brincadeiras corporais ou atividades de estar, relaxamento esono. 15 ¢. Sugestées de materiais + 3 tipos decestodo tesouro + Cestos com tecidos grandes + Poca de tecido do tipo veludo de algodao liso, em cores escuras como azul, preta ou roxa, com comprimento deSm elargura de 1.40m + Peca de tecido do tipo viscose ou Wycra, com motivos estampadas comprimento de Sm elargurade 1.40m = Pocas de chita de algodio estampado com motivos florais ou festivos, nas cores de fundo vermelha, amarela e verde e comprimento de Sm € largura de 1.40m © Pocas de tecido tipo voil ou equivalente, mas que possua transparéncia Motive liso, cores suaves como bege, pérola, azul claro, verde claro etc Comprimento de Sm elargura de 1.40m + Domings coloridos de animais domésticos ou selvagens + Dominés de profissses, de pano ou tradicionais + Jogos de percurso (variar temas) +» Jogos de meméria (variar temas) + 3quebra-cabecas de 10 a 20 pecas (variar temas) + 1 conjunto de fantoches de familia branca © 1 conjunto de fantoches de famflianegra © 1 fantoche de personagens do folelore + Teatrinho de antoches (pode serde tecido para ser pendurado na sala) + 3conjuntos de bichos de pano com fihotes + Tkitmédico ‘+ 2conjuntos de5 a8 bonecas diversas, brancasenegras + 3 carrinhos de bebé- varia tipologia e material © 2 conjuntos de acessérios para brincadeiras de faz de conta de casinha fogao, cama, geladeira, mesa e cadeira, pratos, xicaras, colheres, panelas etc.) * Acessérios de caixas ¢ embalagens reutilizadas para montar supermercado Re + Uma cesta com frutas, verduras esementes + 1 jogo de construcio com pecas gigantes ‘jogo de construgao em madeira, com pecasmenores © 1 figue-tudo + 1 conjunto deblocos légicos de madeira ‘+ Caminhées tipo cegonha, cagamba e de bombeiro de material plistico resistente de qualidade + 1 posto de gasolina © T conjunto de ferramentas © T grande mesa com 8 a1 0 cadeiras ‘© Zmesas pequenas para 4 cadeiras * 1 bolichede pano * 1 boliche de pléstico Tanda ritmica + Tminhocio + 3 caixas para empithar Fantasias diversas Lembrar que muitos desses brinquedos podem ser construidos pelas professoras em atividades de integracéo com as familias, durante as oficinas deconstrugao de brinquedos. d. Espagos de banho, —_Nassalas de atividades para criangas pequenas, as necessidades daquelas que troca e sono iniciam o controle do xixia construirsua autonomia, é completamente diversa do bersério. Para o banheiro compartilhado com as duas salas foram previstos: 1 bancada para troca; 2 vasos sanitérios pequenos - ressalta-se a importincia da experimentagio nessa idade, em que as criangas preferem ir em duplas a0 banheiro quando estdo iniciando a aprendizagem do controle do xixi; 1 bancada de pia com 4 torneiras, que deve ter em torno de 45cm de altura, prevendo que essas criangas tenham entre 90 ¢ 110cm de altura total 7 Colocar um espelho na frenteda bancada da pia, para que as criancasiniciem oprocesso de higienizacao e conhecimento corporal Banho é, portanto, um momento para brincar com agua (sem desperdicio) e aprender nogées de higiene ¢ cuidados corporais. Mais do que uma simples 4gua no corpo, éum trabalho educativo e corporal. Porisso, éimportante que © espaco do chuveiro seja grande o suficiente para que mais de uma crianga 1possa se banhar/brincar e, ao mesmo tempo, seja confortével para o adulto dar banho na crianca. Valoriza-se a autonomia ¢ 0 conhecimento do proprio corpo, o que muitas vezes ¢ partithado em pares (sejam meninas ou meninos) Tinas, bacias e outros elementos, que proporcionam conforto para a crianga nessa atividade, também so recomendados, Diferente do bergério, onde o espaco de banho esté totalmente integrado com a sala, esse banheiro & mais reservado. A transparéncia no plano das portas (de madeira, mas com visores baixos, na altura da crianga) aumenta a comunicagao entreo ambiente da sala de atividades eo banhe'o. © espaco do sono deixa de ser reservado, pare ser criado conforme as necessidades do cotidiano, sendo opgao da professora estabelecer este ambiente de dormir no canto préximo a entrada, ou em um canto préximo a janela, liberando o restante da sala para outras atividades. e. Parque © parque infantil, instalado junto as salas de atividades, é um ganho para criangas e professoras no cotidiano das instituicdes de educacao infantil Planejado nos mesmos moldes do parque para os bebés, propde que o espaco exteino seja_um potencializador da imaginagio, de encantamento, de experiéncias, de desafios e exercicio da sensorialidade. Nesta proposta, sugerem-se um canto com areia, uma érea para plantas, sensoriais como temperos, flores ¢ verduras e um espaco cimentado com desenho no piso para brincadeiras de triciclo, corrida e jogos corporais coletivos. No canto do jardim das plantas sensoriais, pode haver uma pequena casa ou cabana para o inicio da imitacao (ndo significa construt-la em alvenaria ou madeira). Préximo ao tanque de areia, cria-se um espaco com gua, valorizando as brincadeiras, incrementando ¢ ampliando o brincar mais complexo, ie Nessa composiga0, o jardim projetado oferece: © Area © Diversidade de pisos + Areascom sombra e areas ensolaradas + Cantos com plantas sensoriais como temperos ¢ aromaticas © Plantas comestiveis © Espago decorrida + Espaco para brincar de bola, trciclo, deroda © Cantos para montar cabanas ou uma corda estendida do tipo varal, com. leng6is pendurados, étimo divisor de espago que propicia divertidas brincadeiras de esconder-achar. f. Sugestdes de © 5 triciclos sem pedal brinquedos para © S triciclos com pedal eassento regulével espaco externo ‘+ Scarros para entrare empurrar © Sbaldes grandes de pléstico © Sbaldes médios dealuminio + Sbaldes pequenos de pléstico © 10 pas grandes de pléstico resistente #10 canecas de tamanhos e materiais diversos (metal e plistico) + Speneiras de plistico detamanhos diversos © Scanos de PVCde%%comprimento de 30 cm—cormarrom = Scanosde PVCde Ys comprimento de 50 cm— cor branca © ScanosdePVCde 1 ¥ecomprimento de50.em — cor branca © Tecidos para pendurar formando varal deroupas © 10 pecas de tecido estampados de algodao com cores diversas. Comprimento 2m e largura 1.40m 1 Brincar no parque faz parte da educacao infantil. Prém, nem sempre & visto CRC] assim pelas professoras, que ndo consideram que o brincar nas areas externas ener rod seja capaz de atuar positivamente na construcéo de aividades curriculares de aprendizagem, [Rrra ene xa Entretanto € comum encontrar em muitas instituigées Areas externas Penta precirias, com mato alto e equipamentos quebrados. Em alguns casos & OC) negado aos bebés 0 direito de brincar nessas areas, pela falta de pisos Rr adequados para engatinhar ou um canto com sombra. Séo reas que constam apenas nos projetos, mas que no receberam a devida atencao, reyelando-se imprSprias para o uso cotidiano pelas criancas A falta de manutenco, o descuido de alguns servigos por parte das politicas piiblicas € a depredacéo sao fatores que cercelam o direito das criangas brincarem nas reas externas: os balangos com frequéncia estao quebrados, faltam pecas nas gangorras, as caixas de areia muitas vezes nao esto higieni- zadas adequadamente, tornando-se focos de doengas, hd lixo amontoado ¢ faltam 05 cuidados minimos para receber as criancas Nesse contexto pergunta-se: © Por que os parques néo contemplam os direitos das criangas de brincarem de forma saudavel em espacos externos de qualidade, que atendam as suas especificidades? © Por que esses espagos ndo respeitam as especificidades das criangas pequenas? © Por que nao se oferecem com mais frequéncia situag6es que propiciem atividades de exploracdo eampliagdo de experiéncias para as criancas? AAs respostas nem sempre sao féceis e dependem de fatores que incluem concepgdes sobre a educacio e a crianca, valorizacao da brincadeira no curticulo, além de questées relativas ao orgamento, entre outras, que mobi- lizam o direcionamento das politicas pablicas. Um parque que atenda a essas especificacdes deve prever: + Plenitudle, com espagos que aconchegam e outros que desafiam, espacos para brincar sozinho, para olhar ¢ explorar, outros para brincadciras coletivas, para correr eescalar; + Areas sombreadas para descanso ¢ dreas ensolaradas para aquecerse nos dias fios; Bo = Canteiros com plantas coloridas, ervas arométicas, pedrinhas para colegdes € caixas de areia para construir castelos e dreas para brincar com agua; ‘© Brinquedos para escalar, escorregar, rvores frutiferas para colher frutas doces egostosas, ampliando a qualidadeda educacio infantil; + Uma proposta ideal de parque é possive e acessivel a todas as insttui- Bes, por meio de esforcos coletivos. A construgéo desses espacos incluem agbes simples e pontuais, como revelam as autoras Goldschmied edackson (2006). 0 espaco externo é rico para o olhar curioso das ctiangas, que gostam de colecionar pequenos bichinhos, pedras, folhas e cascalhos e limpar as éreas, jSqueestéo aprendendo a seauto-organizar © 0 jardim, com diferentes espécies de plantas, coloridas ¢ de formas diferentes, ervas arométicas, Srvores que fazem sombra, arbustos para esconder-se, éreas com grama, pedrinhas e cascalhos, caminhos para percorter, morros para escalar e descer, oferece muitas oportunidades para brincar e vivenciar experiéncias do mundo fisico, além da explo- ragdo motora e da vivéncia social, que despertam a curiosidade das ctiangas e podem gerar projetos de estudos «© Paradar qualidade esse brincar, pode-se reservar momentos para que a professora atenda a pequenos grupos e converse com cada crianca durante as brincadeiras. Essa mediacao faz 2 diferenca ¢ amplia a qualidade do brincar nos espacos externos. © As criangas podem divertirse auxiiando na limpeza, catando e varrendo as folhas, galhinhos e pedacos de papel do chao, empilhando em carrinhos de mao com as maos e as espatulas, conversando sobre a importéncia da limpeza doambiente. ‘© Pequenos seres vives, como joaninhas, minhocas, centopéias, caractis, lagartas, borboletas, tatuzinhos, despertam grande interesse nas criancas. Tais temas podem permanecer como interesses duradouros e gerar projetos de estudo das criancas junto com suas professoras.e suas famfias i * Bichos de estimacéo como coelhos, porquinhos-da-india, peixes, galinhas, patos, tatus-bola, criam um ambiente positivo, desde que inclufdos nas rnormas sanitérias municipais e com funcionérios que gostem de animais € cuidem deles nos finais de semanas, de forma voluntaria, © Equipamentos elaborados com materiais naturais, como madeira, cascas de drvore, pedras e metais, que se desgastam mas mantém boa aparéncia por muito tempo, devem ser preferidos aos de pléstico, com cores espalhafatosas, que sujamemancham. * Mosaicos proporcionarn uma aparéncia bonita e um ambiente colorido Desenhos de animais ou outros temas, que podem ser feitos por funcio- nétios, professoras ¢ pais, criam identidade e aproximacao entrea creche ea familia, Convidar a comunidade é uma © Pedacos de toras de drvores, dispostos como degraus, bancos ou ‘opcéo importante obstéculos, serve para pular, subir ou imaginar - por exempio, um eee volantena ponta da tora pode tornar-seum simpatico carro de uma proposta + Duas caixas de areia pequenas, ao invés deuma grande, atendem melhor educativa democratica as necessidades das criancas, evitando conflitos ¢ reduzindo aglomera- focada na qualidade ‘es, além de serem mais faceis de cobrir para proteger. A areia pode ser ena crianga como desinfetada pela professora e pelas ctiancas com pequenos regadores. elementos principais ‘ ‘ds aio, * Area para experiéncias com Sgua, integrada & de areia, com matetiais como tubos, peneiras, canudos, canecas, recipientes de plastico, funil, objetos que afundam eque flutuam, © Horta construida com auxlio dos pais, para que as criangas usem a sua terra orgéinica, levando saquinhos com essa terra para ampliar tais experiéncias em casa ROTEIRO PARA ORGANIZAR O PARQUE A seguir foi elaborado um roteiro para faciltar acoes e atividades de brincar nos parques infantis ¢ para que comunidade educativa, professoras e direcao da instituigSo possam refletir sobre esse espaco de brincer. «© Observar atentamente o parque para verificar o que ele oferece, o que jé dispdeeoquesepretende mudar; * Certificar seo parque oferece oportunidades de brincar, incluindo peque nos cantos temsticos para favorecer as brincadeiras de faz de cont: cor Propiciar espacos para brincadeiras coletivas (organizar um pega-pega, brincadeira de roda, pequena competigéo, jagos com bola etc); Propiciar espagos para brincadeiras solitarias ou em pequenos grupos, envolvendo as criancas em brincadeiras tematicas com auxilio de fan- tasias, brinquedos e materiais kidicos; Inserir no parque espacos para expressdo sensorial, valorizando brinque- dos que utlizam vento, luz, gua; Dispor de bacias/recipientes com gua e sabso para brincar com bolhas desabao; Brincar com cataventos; Brincar com prismas; Ter materials que podem ser utiizados tanto em areas externas como nternas (tecidos, bolas leves, baldes, bambolés etc.); Ter brinquedos em diferentes tamanhos para oferecer as ctiancas a oportunidade de brincar com escalas (baldes de areia pequenos e grandes para brincar na areia, canecas de diferentes tamanhos); A incluso dessas acdes ampliars as oportunidades de brincadeiras @ favoreceré a inclusdo de projetos associados ao curriculo da edu cago infantil. Muitas creches ainda atendem criangas da fase pré - rrr escolar, de a anos, que jé tém maior experiéncia que as menores de 3 anos. Elas se diferencia das criancas pequenas pela preferéncia de brincadeiras mais voltadas para a realidade. So mais criticas em relago 2 légica da brincadeira, Nao aceitam o desempenho de papéis, em quea mesma crianca pode ser, a0 mesmo tempo, mae e filha, ou assume um papel contraditério. Assim, a dramatizacao neste agrupamento vai se aproximando cada vez mais do brincar de teatro, de simulagées de histérias como Chapeuzinho Vermelho, em quese busca a representagao mais compativel com personagens com a sua recriagéo. Essa caracteristica & comum na expressdo das varias linguagens, corporal, musical, gréficae oral As criangas maiores tém maior clareza do que querem e procuram um grau de De ered perfeigdo no que fazem. Ao pintar uma flor do jardim buscam a tonalidade que se assemelha & flor que escolheram. Sua insisténcia em realizar a aco da forma que conceberam é a marca de seu grau de aproximacéo com a reali- Hagens dade, Nao se contentam com qualquer cor, como nos anos anteriores. CORES © desenvolvimento da linguagem oral € intenso e elas adoram ouvir e contar hist6rias. % «Livros de imagens com poucas letras e com temas diversos devem estar sempre disponiveis na sala. © tempo para a leitura, contar e recontar gumas histérias, deve ser cotidiano. A observagao e o registro do que falam, do egestoe ue gostam, éimportante para definir propostas conjuntas de trabalho. ‘+ Muitas criangas ja t8m um desenvolvimento légico bastante avangado e gostam de desafios, para resolver problemas. * Adoram brincar de adivinhar e fazem colegées de tudo que gostam: pedrinhas, adivinhas, letras, ndmeros, figurinhas, desenhos, bone- quinhos, miniaturas, folhinhas, flores, sementes. Assim, suas expe- rincias vo sedimentando ages que colaboram para a emergéncia no mundo da matematica, E 0 letramento em diferentes campos por meio da brincadeira ‘+ Nas reas das brincadeiras livres , como uma vendinha, com estantes com projeto curricular; ea familia ea comunidade, partcipam da educaco de suas a equipe . criangas trazendo ariqueza ea diversidadedas culturas de seus membros. docente é mais rica ‘8 escolha dos brinquedos ¢ materiais esté relacionada com a gestio e 0 eda ao trabalho pedagégico ds instituico. Uma gestéo colaborativa, democritica, grupo maior apoia a compra de materias selecionados por suas professoras. A observacao responsabilidade. dos interesses das criangas e a participagéo dos pais fazem parte desse processo de escolha, portanto, a gestéo partilhada é um critério importante para definira escolha dos brinquedos. Para efetuar a compra de brinquedos e materiais e ter um uso adequado na creche, é preciso compreender alguns principios que sero detalhados nos itens especificados: 1, Processo de escolha e caracteristicas do brinquedo 2. Escolha dos materiais por licitagao ou tomada de prego, 3, Critérios de compra 4, Critérios de uso Dereee Cy Coen Cerecun te Ceres i . Idades e interesses das criancas 5. 6. Brinquedo adequado a Instituicao de Educagéo Infantil 7. Prego do brinquedo 8. 3. Critérios para compra publica que garantam a qualidade do material 9. Escolha, selecio e especificagio dos materiais para compra publica © brinquedo que chega na creche pode vir de compra governamental, doagéo ou compra direta pela instituigdo. Em qualquer dessas modalidades, para o brinquedo atendler aos interesses de cada crianga edo agrupamento, deve passar por critérios de selegdo que respondam as indagacdes que listamos abairo: Como brinquedo e materiais chegam & nossa creche? ‘© 5 materiais e brinquedos que as criancas brincam so escolhidos dentro de critérios elaborados pela equipe pedagégica? Todo e qualquer material ou brinquedo que entra na creche deve passar por um processo criterioso de selecao e aprovacao, pela equipe pedagégica Os brinquedos nao podem ser comprados sem uso de critérios claros, que atendam as necessidades da educagéo das crianas. Nao se pode também receber doacdes de brinquedos, sem antes verificar a adequacio dos mesmos, uma vez que podem oferecer riscos a satide das criangas ou serem inade- quados ao uso coletivo, DoAcAO £ muito comum instituigdes de educagéo infantil receberem doacées de materiais e brinquedos. Em um processo educativo participativo e colaborativo, doagdes so muito bem vindas e fazem parte das relacdes entre a instituigdo ea comunidade. No entanto, dentro de uma instituigao educativa para ctiangas pequenas ndo se pode aceitar qualquer brinquedo. € preciso analisar 0 brinquedo segundo os critérios de escolha definido pela equipe pedagégicae, seforocaso, encaminharomaterial para outro local, explicar a0 doador que esse tipo de material nao faz parte daqueles que podem ser aceitos pela instituicéo. Receber doagées & muito bom. & importante informar a comunidade e potenciais doadores as necessidades da inslituicdo, divulgando em murais ¢ jornais os matetiais e brinquedos que so bem-vindos. Isso faciita o tipo de doacao ¢ agiiza o recebimento de materiais que a creche/pré-escola tem necessidade. Por exemplo, criar um quadro na entrada teres [oa ete ee en oa see rene enare ree ete crea er ene eer ee ee eee Te eran Perera Crete en eens ent cy ere eee ores ror ‘Ao receber um material, deve-se valorizar o doador divulgando o recebimento ‘em murais e eventos. ‘COMPRA GOVERNAMENTAL (utra forma dos brinquedos e materiais chegarem as creches ¢ pela distribuico ou remessas provenientes das politicas educacionais municipais, estaduais ‘ederais, Nesse caso, as creches e pré-escolas recebem uma quantidade ou um tipo determinado de materiais e brinquedos. Essa forma de compra e distri- buigéo nao privilegia a individualidade das creches, pelo contrério, pode trazer prejuizos aquelas instituigdes que jé esto mais avancadas no processo de compra de brinquedos e jd disper de critérios de qualidade préprios, pois os brinquedos que recebemn podem no atender suas necessidades. No processo de compra governamental, a creche ou pré-escola_raramente participa de forma individual. No entanto, em muitos casos, observa-se que técnicos preocupados com a qualidade da educagéo, trazem a voz das instituigoes e das professoras, indicando para o departamento de compras a especificagdes técnicas detalhadas sobre a tipologia, 0 tamanho ea cor dos materiaise brinquedos indicados pelos usuarios da educasao infantil Esse processo é lento e faz parte de um conceito novo: a compra de brinquedos para creches sustentada por uma deciséo coletiva, que ver sendo aprimorada a cada nova experiéncia vivenciada. As instituigées, a0 avaliarem tais brinquedos durante ‘05 us0s, vao relatando aos técnicos e dirigentes suas observacoes, possibilitando um aprimoramento das escolhas, indicando novas necessidade de materials, ressaltando aqueles que so de primeira qualidade. Esse processo coletivo vai aprimorando a qualidade das compras futuras. Lembrar que é preciso diferenciar a educagio infantil do ensino fundamental, inclusive pelos materias, para deixar no passado a prética em que se recebia réguas ecadernos para os bebés, Participar dos processos de compra ¢ escolha dos brinquedos e materiais é€ uma forma de garantir a qualidade do processo educativo, Pode-se iniciar esse proceso de participacio e escolha, por meio de cartas, reunides e assembléias junto aos 6rg40s municipais. S80 processos que se iniciam localmente, nas secretarias € departamentos regionais, mas reverberam em insténcias maiores como as estaduais @ as federais, podendo, a médio prazo, contribuir para compras de melhor qualidade em todos os niveis administrativos ACOMPRAPELAINSTITUIGAO Materiais e brinquedos so itens de consumo, gastam e precisam ser repostos sistematicamente ao longo do ano letivo. Comprar bons brinquedos e materiais de qualidade no 6a mesma coisa que fazer compras no dia da crianca, no natal eno inicio do ano. Requer a definigéo de ritérios para sua compra, fruto de observagées das criangas, planejamento, reunides, lstagens que atendam tanto a singularidade de cada crianga como 0 conjunto dos agrupamentos infantis © os projetos das crecheypré-escolas. © programa Dinheiro Direto Na Escola (PDE), tem como principio oferecer uma verba diretamente a instituicéo, Co objetivo desses recursos é a melhoria da infraestrutura fsica © pedagdgica, 0 reforco da autogestio escolar e a elevagdo dos indices de desempenho da educacéo bésica, 0s recursos do programa séo transferidos de acordo com 0 numero de alunos, de acordo com o.censo escolar do ano anterior ao do repasse, {tp shaw inde govbr/ndex phayprogramas-dinheiro-dirto-na-escola, 14 defev2012) ia So valores limitados (dependem do niimero de crianga por instituigso, portanto seu valor é varidvel), mas que podem ser aplicados conforme a demanda da gestéo escolar, A principal dificuldade dos gestores é a apresentagéo da prestacio de contas do uso dessa verba, proceso novo e que demanda apoio e formacao para que a compra dos materiais realmente atinja seus objetivos 0 processo de compra direta pela escolavia PDDE, facilita 3 instituigao manter seu acervo ao longo do ano letivo As professoras participam da escolha dos materiais para seu agrupamento? Nao basta que as professoras participem da elaboragio de listagens de brinquedos. As listagens devem ser frutos dos interesses e necessidades das ctiangas ingividualmente e de seus agrupamentos, assim como de_projetos sob a responsabilidade de seus profissionais. Certificar-se de que os brinque- dose materiais adquiridos refletem essa preocupacéo. Brinquedos e materiais esto de acordo com as especificacoes das programagées curriculares? A professora é responsdvel pela elaboracio das atividades do seu grupo de ctiangas. Uma programacao adequada prevé para cada atividade os materiais necessérios para 0 conjunto das criancas. A falta de planejamento ou a previséo inadequada dos recursos pode conduzir a situagdes de pouco envolimento das criangas, gerando priticas que no satisfazem nem as tiangas nem as professoras. Para que a atividade tenha qualidade & preciso prever espacos, brinquedos e materiais de acordo com a proposta educativa definida para o agrupamento infantil Ao planejar uma atividade, pensar cuidadosamente na quantidade de mate- riais, para atender todas as criangas. Mas como ha diversidade de interesses em relagdo aos brinquedos @ materiais, é preciso prever outras opgbes caso algumas criangas nao se envolvam com a atividade planejada pela professora Tais opgdes devern atender os interesses e necessidades individuais, do agrupamento infantile de projetos planejados pela professora. A inexisténcia de uma programacio prévia reproduz préticas espontaneistas , de um brincar pobre, sem recursos e materials 3 ‘Além das sugestées oferecidas, 0 processo de escolha dos brinquedos deve considerar: « Ideias partithadas entre professoras, pais e criangas; + Lista de prioridades afixada em local publico; ‘Reais necessidades das criancas relacionadas as das Instituigoes de Educagao infantil; ‘© Divulgar uma lista dos materiaisbrinquedos escolhidos, dando espaco ara que 0 grupo possa se manifestar, possibilitando trocas e didlogos ‘coma comunidade até que se finalize uma lista definitiva; ‘+ Terinformagées sobre os brinquedos antes de adquir-los, por meio dos pro- ‘gramas governamentais, em loas, sites ou ourtrasinstituigées comerciais, ‘A compra dos materias fica facil quando se conhece os produtos ese tem uma Escolha dos lista dos itensa serem adquiridos. Saeed Cite) Antes de adauitir os materiais é preciso observa: CUS erc + Presenca de diversidade de materiais (ndo s6 de pléstico, produtos industralizados ou um sé fabricante); ‘+ Tipos diversos do mesmo brinquedo (carrinhos grandes e pequenos, articulados, coloridos, de madeira, de ferro); ‘+ VariagSo de temas em todas as salas de atividades (no € necessério 0 mesmo material nas salas, mas todas as salas deve possuir recursos suficientes para as criancasbrincarem e construirem projetos); * Disponibiiidade de materiais adequados em quantidade suficiente para todasas criancas; ' Resistincia do material (pedir amostra e testar junto com as ciangas € adultos antes de comprar); * Referéncias do fabricante (garantia contra quebra) e como & proposta amanutengéo; '* Construgio dos brinquedos e materiais sugeridos na prépriaInstituigdo de Educagéo Infantil ou por artesdos da comunidade, devem ter os mesmos critérios de qualidade e seguranca utlizado na escolha dos brinquedos industrializados, ia B $22 C id térios de escolha do brinquedo, deve-se observar '* Obrinquedo deve atender & faixa etaria recomendada pelo fabricante; + O brinquedo deve atender as normas de seguranca, (nao s6 0 que vem escrito pelo fabricante, mas observar se nao possui pontas, objetos muito pequenos, farpas, material t6xico, ete; ‘+ Possuir selo do INMETRO. (isso & obrigatério para qualquer brinquedo, sendo que os artesanais devem ser fabricados dentro nas normas de seguranca para brinquedos, seguindo as indicacbes da Associagio Brasileira de Notmas Técnicas - ABNT) @ preferencialmente possuirem algum selo indicative, por exemplo: selo da associagio de fabricantes artessos da tegido, selo de material ecologicamente correto, etc; © site www.abrinquedoteca.com.br divulga informacées sobre normas técnicas de seguranca do brinquedo: A cortiticagao de brinquedas importados e nacionas no Brasil é um dos modelos de certifcacdo exstentes,sendo uma atvidade de carétercompulsério (obrgatéi), que esté baseada na norma brasieta NBR NM-300:2002 ~ Seguranga de Brinquedo, publcada pela Associagio Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e regularmentade peas portarasINMETRO pertnentesao assunto, ‘No conter pecas pequenas em jogos e brinquedos para criangas menores de3anos; '» Ser um produto para uso COLETIVO, 0 que difere do uso particular ou daquele brinquedo que costumamos te + Tercosturas reforgadas; ‘© Bichos de pano ou de pelticia au enchimentos devem ser f acrfica eantialérgica; com manta '» Produtos confeccionados em madeira NAO DEVEM TER PREGOS, devern ser COLADOS e preferencialmente utilizar PARAFUSOS; ‘+ Teracabamento arredondado nos cantos; ‘+ Nao conterfarpas, nfo soltarlascas ou se esfarelar, ‘+ Nao ser TOXICO nem ser fabricado com MATERIAL TOXICO; «* Serleve para facltar o manuseio pela crianca pequena ou bebé; ‘© Possuir uma estética interessante, comunicar um desenho rico e belo para a crianga; 13 += Preocupar-se com a DIVERSIDADE DE MATERIAL. Por exempio, no caso de ‘chocalhos: adquirir os de boracha, de tecido, de made'ra, de palha, ‘oferecendo as criangas um repertério e uma variedade de sons, materials, formatos e cores, que ampliem as possibilidades de brincadeiras. Nao & necessério que cada bebé tenha cinco tipos de chocalhos, mas possibilitar ‘que todos os bebés possam brincar, cada um ao seu tempo com 5 tipos de ‘chocalhos diferentes, de modo que possam exploraros materiais, as cores, formas, sons, texturase peso. © O sistema de compra nas instituigées de cardter piblico & a da lcitagso caTretit por meio do pregdo eletrénico legitimado pela LEI 8.666, na qual a Ceres ac) fungéo do Estado ¢a compra pelo menor prego; * No processo delicitagdo, ao fornecedor nao é facultado o didlogo com o receptor. O melhor meio de garantir que o que esté sendo pedido é0 que sera entregue, & por meio da DESCRIGAO DETALHADA do material desejado. Sempre utilizar no sistema descritivo a palavra MATERIAL DE PRIMEIRA QUALIDADE, Isso possbilita que sejam descartados produtos ‘econdmicos ou de segunda linha, E EXIGIR SELOS DE QUALIFICAGAO DO MATERIAL (INMETRO, ABRINE). A instituigéo, a0 exigir/fornecer uma des- crigao detalhada do produto, incluindo medidas, cores, tipo de material, tipologia e formato da peca ( brinquedo), exigindo selos e certficados, possui maiores possiblidades de receber material solicitado com garantia de origem e qualidade. €, se necessério, complementar a descrigio com as catactersticas do brinquedo, justificando-as dentro das especfici- dades de uso pela crianga pequena, de modo a auxiliar que 0 material solicitado seja de primeira qualidade ede uso apropriado para creches; © Colocar na licitagdo a necessidade de se entregar amostras para comprovar a qualidade do material escolhido. Dessa forma, empresas ‘quendo tenham materiais de primeira qualidade so impossibilitadas de continuar a partcipar do processolicitatério; © Essas agGes garantem que a instituicso busque sempre materiais comprovadamente de PRIMEIRA QUALIDADE e fabricados para uso ‘especifico em Instituigbes de Educagdo Infantil, que requerem uso coletivo eintenso; + Incluir_nos semvigos a serem solictados no processolicitatério ASSISTENCIA TECNICA E MANUTENGAO, de modo a obrigar a empresa vencedora a oferecer servicos eas garantias; ve ater Cenry Acriagso de normas de utilizagao e critérios de sos a partir de acordos coletivos entre professoras e criangas 6 fundamental para que os produtos adquiridos sejam bem utilizados, ampliando sua vida Util ‘+ Comprar de fabricantes éticos. (selos de procedéncia, registro em associagbes, cartas de referéncias, so documentos que a creche pode pedir para comprovara origem e qualidade do material; + Priorizar producao locaVartesanal/cultural da regio; * Priorizar brinquedos éticos.e étnicos, Brinquedo nao é sé para ver, € para tocar, sentir, amber, movimentar, exper mentar suas possibilidades em todas as formas e jeitos. As vezes, a curios dade leva a destruir o brinquedo para conhecer seu interior, ver como funcio- ra, o que acontece com ele, o que faz ele se mover. Brinquedo & para todas as idades e s6 tem fungao quando utilizado para brincat. Brinquedo é material de consumo, estraga, perde validade, fica antigo, fora de moda, quebra. Nao € objeto de decoragdo. Brinquedo é suporte de brincadeira, portanto, deve estar sempre dispontvel. (Os materiais adauiridos so propriedade da creche PARMA SEREM UTILIZADOS PELAS CRIANCAS, mesmo aqueles brinquedos novos e caros. Néo devem permanecer em prateleiras altissimas e em salas trancadas, para “melhor conservagdo”, como muitas vezes acontece Bebés € criancas pequenas sdo capazes de compreender 05 limites, quando ha comunicacao. 7 Embora da mesma idade, cada crianga tem caracteristcas diferentes, uma nao Perec] — é igual & outra. Nem todas as criangas gostam dos mesmos tipos de Coerarircd brinquedos: algumas se interessam por blocos, outras, por quebra-cabecas, outras ainda preferem andar de bicicleta ou jogar bola. Ao oferecer o brinquedo para a crianga, deve-se ter em mente que o interesse dela pelo objeto kidico pode iralém de sua faixa etaria. A professora precisa conhecer os seus interesses, habilidades ¢ limitag6es. Ninguém conhece melhor a crianga do queaquele que cuida/educa Para selecionar brinquedos, além de observar o selo do INMETRO é necessério considerar uma variedade de fatores: adequagao crianga, seguranca, durabilidade, oportunidades para brincar que propiciam, diversidade dos usos, diversidade de materiais, se sio atraentes, se atendem a diversidade racial sem preconceitos de género, classe social etnia, se ndo estimulam a violencia, se so brinquedos tecnolégicos, artesanais e/ou produzidos pelas criancas, professoras e pais, além de atender 8 quantidade de criancas do agrupamento Te Cone Peter) eee eet CI) + Escolher brinquedos que contempler todas as reas de desenvolvimento: fisico, cognitive, emocional e social. Nao se restringir aos brinquedos de sucata. Valorizar os brinquedos feitos pelos pais/educadoras/criancas. Incluir brinquedos industralizados, tecnolégicos e artesanais; Valorizar a diversidade de tipologias, tamanhos e materias, Por exemplo: comprar cartinhos pequenos de pléstico, carrinhos grandes de madeira (para entrar dentro) e de pléstico (para manipular e compor situagdes imaginarias + Comprar acessérios para as brincadeiras de carrinho, cones, bandeiras, sinalizadores, pista de carrinho, posto de gasolina, oficina mecénica. "esse conjunto incluir carrinhos ¢ objetos feitos de sucata ¢ lata de leo por artesios locais; * Incluir carrinhos feitos pelas criangas, paise professoras; © Retirar os brinquedos quebrados e trocar periodicamente alguns brinque- dos para renovaro acervo da instituico. Nesse contexto, brinquedo institucional & + Desafiador, mas ndo frustra; * Possui nivel de complexidade adequado a idade: * Atende a uma variedade de niveis de desenvolvimento, ‘Tem design, cor, forma, texturas, variedade de materiais e estilo; Adequado para o espaco disponivel, Possibilitao trabalho com o numero de criancas desejado; E durdvel para o uso esperado. 1 Eetntce ain «+ Passa em testede avaliacdo © Nao étoxico + Nao se desmancha ou esfarela * Nao possui pecas pequenas (ver idade da crianca) * Nao tem pontas agudas * Naoapresentarsco de sufocar © N30 é perigoso paraa visio Btn © Nao se quebra ou fica logo inutilizado © Pode ser usado mais que algurnas semanas ou meses + Eadequado para uso em grupo na instituico rT ic Prune + Eflexvel, amplia a brincadeira + E feito de material de facillimpeza Enea + Propiciam o pensamento divergente » Favorecema diversidade de usos Citi + Adequado a uma variedade de grupos étnicos + Nao apresenta estereétipos i eect) Peet Preece) + E.utlizével pormeninos emeninas ‘+ Nao sugere a utiizac3o por um dos géneros em fungdo da cor, ‘como fogio rosinha e carrinhos azuis ‘* Nao tem um papel determinado Beeches © Naoincluiarmas ® Nao encorajaaagressio '* Apresenta personagens que nao representam violéncia poetry + Valoriza trabalho de pais eartesaos locais ‘= Ensinaacriangaa reaproveitar materiais que estariam em desuso * Valorizaa criatividade © Promove ensinamentos sobre ecologia esustentabilidade ‘S40 brinquedos construidos com embalagens recicladas ‘ou recicléveis © brincar e as caractersticas do brinquedo institucional sao mais importantes, assim o prego do brinquedo inclu fatores que devem ser considerados na hora da compra e nao se pode simplesmente dizer “esse & mais caro ou barato” Caro e barato sao critérios que devem ser discutidos e avaliados dentro de uma perspectiva institucional, lembrando que 0 uso desses brinquedos sempre & coletivo, Usos, durabilidade, qualidade, tipologia influem no custo final. No uso coletivo, 0 brinquedo deve ser mais robusto, maior, ¢ “aguentar” usos dversos, fatores incluidos no proceso de manufatura, Portanto, ao comprar um brin- quedo deve-se estar atento para nao levar simplesmente o mais barato, mas aquele que oferece 0 melhor custo/beneticio aos sos da crianga e da insttuigéo. ra ‘Adquirir materiais de primeira qualidade & um processo arduo e dispendioso. cere) Quando se trata de adauirir em grande escala © por meio de licitagées & enc) pregaes eletrénicos €, sem ddvida, um processo mais complexo, que exige eee cca itérios muito bem elaborados para que © material inicialmente escolhido a qualidade chegue as unidades de destino como foi pensado pelas professoras. Err ‘A especificagio do material & um trabalho de grande importancia e deve ser eect feito por especialistas nas éreas de educacso, inféncia, crianca e outras éreas ificaca afins. Implica na elaborago de uma publicag3o oficial com descritivos extremamente minuciosos, que no podem ser direcionados a um fabricante Cee sic espectfico mas deve garantira compra de um material adequado, equivalente a0 selecionado, e ser de primeira qualidade. Addescrigéo das caracteristicas especificas do material selecionado deve conter a) descritivo de medidas; ») descritivo de cores; ©) especificagao do material de fabricacéo (tipo de pléstico, por exemplo polipropileno, poliestreno ete); 4d) especiticagao do métado de fabricagdo ( plastico injetavel, soprado, moldado etc); €) especiticagao de qualidade do material a ser utlizado no brinquedo - material de primeira qualidade; 4) especificagao detoxicidade; @) exigéncia de selos de procedéncia, testes e garantias do produto/ equipamento selecionado (|NMETRO, ABRINE, entre outros, que indiquem a sua origem ea qualidade); h) observacio da faixa etéria para que esteja adequado a faixa etdria das Instituigbes de Educagéo Infanti; i) Nao direcionamento do descritivo a um tnico fabricante, possibil- tando que diversas indiistrias ¢ ou mictoindistrias possam atender prazos eo ntimero de pecas exigidas pelo edital; m }) elaborar uma pesquisa prévia de mercado e adequar os nimeros & demanda das instituigées e capacidade de producéo das indiistrias de brinquedos nacionais que se propdem a desenvolver produtos de primeira qualidade para Instituicbes de Educagéo Infanti; ky Material de origem ecologicamente correta; I). Material de origem tnica eética correta; ‘m) Produto de origem nacional; 1) Produto montado no territério nacional; ©) Manual em portugu p) Forecimento de assisténcia técnica. Uma das etapas do processo de compra por meio do pregao eletrénico - licitagao- deve incluir a solicitagdo de amostras dos produtos vencedores, que serdo apresentados aos gestores das instituigGes - as amostras devem ser em uantidade suficiente para atender oslocais deentrega, Realizar alguns testes com as amostras para verifiar se as mesmas possuem a mesma qualidade do produto escolhido. Garantir que o fornecedor apre- sente amostras de lotes diferentes pata observar a qualidade do material a seradauirido. Capacitar os gestores das unidades para discernir sobre a qualidade do material a ser recebido, observando se ele corresponde ao descritivo da icitacao. Ofertar formacao ¢ informagéo indicando: especificidades, garantias, necessidades de reparo, manutengio.e troca. 13 RECOMENDAGOES FINAIS Nos tempos atuais, a educagdo deve agregar as questées da diversidade, da sustentabilidade e da biodiversidade do pais. Com suas florestas, matas, cerrados, ios, praia, plantag6es, montanhas, pequenos bairros e grandes cidades, 0 pals produz uma invulgar cultura liidica que, por meio de um rico artesanato, em

Você também pode gostar