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IN Faculdades Alves Faria A ‘Ay. Perimevral Norte, n° 4.129— Vila Jodo Vaz ~ Goidnia/Goiés: + = 74455-190 ~ Tel: (62) 3272-5000 FACULDADES ALVES FARIAS — ALFA Curso de Di Disciplina: Direito Administrativo | Professor: Edson José de Souza Junior PODERES DA ADMINISTRACAO PUBLICA 4, NOGAO DE ADMINISTRAGAO PUBLICA’ © Estado pode ser estudado do ponto de vista de sua estrutura (prisma constitucional), integrado pelos poderes politicos (poderes imanentes e estruturais): Poder Legislativo, Executivo e Judiciario. Pode ser estudado do ponto de vista da atividade, da organizacdo de seus servicos, da administragao de seus bens e pessoal. Aqui teremos o estudo da Administragéio Publica, bem como dos poderes administrativos (poderes incidentes ‘e instrumentais): Poder vinculado, discricionério, hierdrquico, isciplinar, regulamentar e de pollcia. Administracao Publica, em sentido formal, é 0 conjunto dos érgaos instituidos para a consecugao dos objetives do governo. Em sentido material € © conjunto das fungoes necessarias aos servigos publicos em geral ‘Administracéo Publica €, pois, todo o aparelhamento do Estado, preordenado & realizagao de seus servicos, visando a satisfagao das necessidades coletivas. Alias, 0 Estado nao € um fim em si mesmo, mas existe para o bem da coletividade, 0 bem comum. Neste sentido também deve sar voltado a Administragao Publica. 2. PODERES ADMINISTRATIVOS Hely Lopes Meitelles comenta que *..os Foderes Adminisirativos nascem com a Administragao @ se apresentem diversificados segundo as exigénclas do servico piiblico, o interesse da colelividace © os objetivos a que se dirigem. Dentro dessa diversidade, sao classificados, conscante a liberdade da Administragao para a pratica de seus atos, em poder vinculado poder discricionério; segundo visem ao ordenamento da Administragdo ou THely Lopes Meircles faz a seguinte observagSo: "...Pere avila confusdo esaroveromos sempre com matiseulas a expresso Administracao Fables quando nos reterimos a entitade 9 craéos administatives. ¢ com miniscuias ~ adninistragdo piblica ~ quando eludimos & fungéo ov tivkdade acriniztotiva.” 2 punigdo dos que a ela se vinculam, em poder hierérquico © poder disciplinar, diante de sua finalidade normativa, em poder regulamentar, © tenco ern visia seus objetivos de conteneao dos direitos individuals. em poder ce policia.” Desta feita, paccaremos @ analise de cada um dos poderes administrativos: 2.4, Poder Vinculado ou Regrado E aqucle que 0 direito positive - a lei - confere a Administragao Piblica para a prdtica de alos de sua competéncia, determinando os elementos e requisitos necessarios a sua formalizacdo. Na prética, 0 agente puiblico fica intetramente preso 20 enunciado da lei, em todas 2s suas especificagdes. Deixando de atonder qualquer dado expresso na lei o ato & nulo, por desvincular-se 20 seu tipo-padrao. Resumindo, estaremos diante de um ato administrative vineulado quando 0 mesmo estiver totalmente regrado pela lel, estando o administrador publico inteiramente adstrito aos comandos legals: 2.2, Poder Discricionario Como ja foi mencionado, 0 Administrador Publico necessita de poderes discricionarios para atingir a finalidace publica, O poder discricionario refere-se @ possibilidade do administrador piblico fazer julzos de conveniéncia e oportunidade quanto ao contetido e 0 objeto do ato administrativo (mérito administrativo). ‘A discricionariedade distingue-se da aplicagao do poder vinculado pela maior liberdade de ago que € conferida ao administedor. Se para a pratica de um ato vinculado & avtoridade piilica esta adstrta a lei em todos Seus elementos formadores, para praticar um ato discricionério lvre no ambito em que a lei Ihe conferir essa facukdade. Por ai se vé cua iscricionariedede & sempre relativa e parcial, porque todo ato ‘administrativo é vinculado quanto 4 competéncia, 2 finalidade e a forma, 2.3, Poder Hierdrquico © poder hierérquico relaciona-se com a ordem estrutural intema da ‘Administragdo Publica, decorrendo 0 dever de obediénoia do subordinado fm relagao as ordens legais as ordens legais dos superiores hierarquicos. O poder hierarquico define com precisao 08 limites de cada agente e éraao, Fosto que esta incita a idéia de distribuigdes de funcées, organizacao da Stividade administrativa, as respectivas transferéncias de atribuigdes (delegagéo © avocagao), bem como a atvidade fiscalizatoria © de revisdo por parte do superior hierarquico. 2.4, Poder Disciplinar Este poder decorre do anterior (poder hierarquico), caracterizando-se pelo poder de punir, internamente, as infragdes ordem administrativa. Ora, Sreventual incbservancia, pelo agente publico, de qualquer dever inerente Go exercicio da funcéo’ administrativa gera para o poder hierarquico, Fesumindo-se no manter a integridade funcional mediante a aplicacao de fangées, apés regular apuracao em procedimento sujeito aos ditames da legaidade, do devido proceso legal, de contraditério © da ampla defesa 2.5. Poder Regulamentar ou Normative © poder regulamentar dé a0 administrador publico competéncia para editar decretos e regulamentos, visando 0 esclarecimento © a correta execugao da lei. Existo uma discussao doutrinaria @ respeito dos Chefes dos Poderes Executives s0 paderiam editar decretos regulamentares ou se teriam compeléncia para edigao de decretos e/au regulamentos autonomos. A doutrina majonitaria era sedimentada no sentido de que os Chefes do Poder Executive 36 pederiam editar decretos regulamentes, porquanto nao caberia regulamentar uma hipotese nao prevista nos diplomas legais. Coniudo, apés a ediggo da EC N.° 32/2001, que alterou o inciso VI, do art. 84 da Consttuigao Federal de 1988’, ficou claro, que em determinadas matérias ha a possibilidade de edigso de decretos auténomos. (_ CONSTUIGAO FEL ‘act 84, Compotente pivativamonte ao Presidente da Repdbica Vi- dispar, modiarto dacreto, sobre a) bigandiagao ¢ Tunelonementa da adminietagdo fed, quando néo implica 2 Shepea nom cragao ou extngae de fungSes ou cargos publens, quando vagos © poder de policia condiciona 0 uso, 0 gozo @ a disposicao da propriedade © 0 exercicio de liberdade individual, motivado peto Biendimento do bem comum, E um instrumento de equalizacao de lretos € Geveres (inleresse individual x intoresse coletivos). Lim excelente concelto legal pode ser extreido do art. 78 do CTN. Vejamos: “Art. 78. Considera-se poder de policia atividade da administragao pabica que. Fmitando ou Gisciplinando diroito, interesse ou Iberdade, regula @ prélice de ato ou abstongao do fefo, em razao ce interesse pabiico concernente a seguranca, S higiene, 2 ordem, aos costumes, a disciplina da produgao e do mercado, 0 exorcicio de atividades econmiicas dependentes de concesséo ou autorizacao do Poder Publico, & tranguilidade piblica ou ao respoito 4 propnedade @ 20s dirltos individua's ou coletivos.” A razio do poder de policia 6 0 interesse social e 0 seu fundamento esta na supremacia geral que o Estado exerce em seu territério sobre todas as pessoas, bens e atividaces. © objetivo do poder de policia administrativa é toda bem, direito ou atvidede individual que posta afetar a coletividade ou por em risco a seguranga nacional, exigido, por isso mesmo, regulamentagao, controle € contenco pelo Poder Publica, Os limites do poder de policia administrativa so demarcados pelo interesse social em conciliag4o com os direitos e gerantias fundamontais. Tem por meio de atuagao preferencial as de ordem preventiva, através da fixagao de ordens e proibigoes, mas atua por meio de normas limitadoras © sancionadoras. S40 seus instrumentos, p. ex, 2 expedigao de alvaras® e fiscalizagao das atividades e bene cujoitos ao controle da Administragao E tem por condigées de validade a legalidade do meio empregado e a proporcionalidade da sangao. 3. OS PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PUBLICO. PODER-DEVER DE AGIR DEVER DE EFICIENCIA _ DEVER DE PROBIDADE DEVER DE PRESTAR CONTAS VRvara @ 9 nsturremio da lcenga cu da autorizagi para a pratica de alo, realzagio de atvidade ov enrceo da droite dependenia da polsiamerte admirisiatvo 4, TEORIA DO USO E ABUSO DE PODER (© uso do poder é prerrogativa da autoridade, Mas 0 poder ha que ser usado notmalmente, sem abusos. ABUSO DE PODER © abuso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente pratica 0 ato, utrapassando os limites de suas atribuigoes ou se desvia cas finalidades administrativas. <2Excesso de poder - O excesso de poder ocorre quando a autoridade, embora competente para praticar 0 ato, vai além do permitido © exorbita no uso de suas faculdades administrativas core quando se caracteriza 0 descumprimento frontal da lei, ou quando a autoridade age claramente além de sua competéncia. Desvio de finalidade ~ O desvio de finalidede ou de poder verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competncia, pratica 0 ato por motivos ou com fins civersos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse pubiico. 08S. A Omissao da Administrag3o também pode se converter em abuso ‘de poder. Quando nde houver prazo legal, regulamente ou regimental para a decisso da administrac3o, deve-se aguardar por um prazo Tazoavel a marifestagao da autoridade ou dorado competente, Ultrapassade o qual o siléncio da Admnistragao converte-se om abuso de poder, corrigivel pela via judicial adequada (MS, apa0 ordinérla, medida cautelar, etc.)

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