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‘A série Elemenios fol planejada com proposito bem definido: abordar temas essenciais nos campos esotérico, filasficn ¢ rligio- 0 de forma bastante aeessivele pritica ee ee cialist, no apenas por teGricosbrilhantes, mas autores que exerces- sem regularmente a atividade sobre a qual discorreriam, Essa earac- teristica torna a série apropriada ndo s6 para o eitor leigo, iniciantc, mas também para os que jé tém nogées sobre © assualo gostariam de atualiar-se, aprimorar seu conhecimento ou descobvir novos €2- minhos em direcio a objetivos anteriormente alcangados. -Muitos destes livros contém — sempre que justificdvel ¢ 0 tema | pemnila ~ sogesties prticas e exerci que tomnam posstves as expetitncias ¢ 0 vivenciamento da teoria abordada, ‘Série Elementos: ‘Elementos do Herbalismo Caitlin Matthews lementos da Magia Natural Elementos da Meditagio Elementos da Psicossntese Elementos da Sonboterapia lementos das Runas EBlementos do Taoismo . Elementos do Taré Elementos da Tradigao Druid | Blementos da Vistalizagio a Elementos do Zen bi. Blementos da Alguimia Elementos da Astrologin Elementos da Cabala Elementos da Deusa Elementos do Judafsmo | Tradugio de | Maxis Beno & “Tile do originale ight The Element ofthe Goddess © Cain Manbews 1999 Fist plished ia Great Bi 1589 by Element Books Lied, Longmen, Shasbury, Dune, (© datratogo, Boar $A, 1994, Toto tor sar pts Lal 08d 4273. Aredhel rearing pr coe fei olin ean sop nde eos sec epic. anew Can 952 = asse ‘lemcno ds Dees Catia Mates dea 4 i ease Eso, 1094 5 eee (Bement) ‘adap de: Te elemens of te Gosses 1 Dei, 2 Rel Desa 3 Vi pina — Rego Dewsa. L Thulo. 1. Thule: Deusa. IL Série. eee coo -s12114 a epu aa Eprouno S.A. (BveumonA o4 Eaton Tecnorime A) ‘toe Den” oe Vins a Exrcca Ron Now, Jensnaing 343 — Bd \Conmaaronotncus Caica Porat 1880 (CEP 70003.870 = Rio be Juno RS ‘Wea (O21) 260.6122 — Pas (21) 200-2498 Introdugao, 11 1: Limpando o terreno, 17 1. A Deusa a sombra da eolina, 19 2, A dedicagio aos deuses alivia a dor humana, 24 3. Um mito para guiar a vida, 33, 4. A segunda vinda da Dewsa, 38, 2: Visualizando 0 templo, 45 S.A Constelagio interior, 7 {6 O Templo da Sabedoria, 53 0s Patios Externos ‘A subedoria além da sabedoria: Criadora de Todo, 59 Frimeira sabedoria: A Energizadora, 64 ‘Segunda sabedoria: A Medidora, 70, TTetecirasabedoria: A Protetoa, 75 Qs Patios Internos ‘Quarta sabedoria: A Iniciadora, 81 ‘Quinta sabedoria: A Desafiadora, 85 ‘Sexta sabedoria: A. Libertadora, 91 as Patios da Sabedoria "Setima sabedoria: A Teceli, 97 Oitava sabedoria: A Preservadora, 102 Nona sabedoria: A Que Di Poderes, 108 ‘Parte 3: Dangando no espaco, 115 7. © templo interior, 117 8 A trplicidade de nove partes, 124 ‘9. Assim na Terra como no Céu, 131 Glossirio das Deusas, 151 Estamos entrando na era da estela de nove pontas. ‘Acesirela que tornarérealidade, na terra, sonto dourado de paz que vive dentro de nis Brooke Medicine Eagle 3 publicagio deste livro ao tempo livre que me foi concedi- ‘escrové-lo. Esta afirmagio pode parceer estranha, a princi "as (ods as mies entenderio o que quero dizer quando agrade- 5 Bs mulheres que me ajudaram a cuidar de meu filho, Emrys, cialmente Sandra Mandcy, Ann Cox ¢ Léonie Caldecott. Sem ajuda, cu nio teria conseguide produzir mais. do que txés pars rafos por dia. Essas mics de criagio sio mais valiosas, para mim, preciosas. JifsinrkdCaighead, isha sogr divns, elo compani- demonstrou, mantendo-se 2 meu lado ao longo de todo o reverendissimos Olivia Robertson © Lawrence Durdin- fundadores da immandade de Isis, pelos seus insights ‘que me deram inspiraco © confianga para prosseguir na a reverenda Vivienne Vernon-Jones, sacerdotisa- do Liceu de Isis ¢ Sofia das Estrelas por me ajudar a entrar em contato com a Mic. também a Felicity Aldrige — um verdadeiro exemplo cli — por seu simpatico apoio ¢ estimulo. 0 Evens pa DEUsA A. meas muitos alunos, cujos penctrantes énséghts iluminaram men caminho, ‘A Diarmuid, sacerdote e modelo do Energizader, pela ajuda que ime deu e por manter o livro em andamento. Sua inspiragio poética me transformou numa mulher melhor. ‘A Philip Clayton-Gote, meu imo espirtual, que me mostrou o rosto da Libertadora sob uma luz mais clara do que eu jamais teria ‘imaginado ser possivel. Para todos os meus desafiadores, que fizeram com que me con- ‘centrasse mais nitidamente na Deusa ¢ menos em mim mesma: sua ‘grande sabedoria foi uma profunda fonte de humildade quando me ‘enti tentada a ficar cheia de mim, ‘A todos 03 meus leitores, que esperaram pacienlemente por este livro. Embora este seja um dos livros mais curios que jéeserevi, foi também um dos mais dificeis de elaborar — € quase impossivel agradar a todo mundo, ¢ aprescntarfatos ébvios sobre uma divinds- - pectro da mitologia mundial ¢ tradigbo espirtual em maiares deta- hes na medida em que esta parte do live for ce desenvotvendo. 6. O TEMPLO DA SABEDORIA “Vamos voltar & nossa visualizagio. Quando vocé olha para a ‘central ¢ sua constelagio de nove partes, observa que hi relagies enre alguns de seus sléites. Esses telacionamentos {riddicos, formando trés iridngulos equiléteros que tém muito influéncia. Veremos, posteriormente, que cada uma destas [produz um génera de agéo complexa: ‘Transformadora: transforma o que a Criadora de Tudo fez. Dinimica: cnergiza ¢ explora esta criagio. Abrangente: _delimita, define equilibra esta eringlo, Transformadora ‘Transformadora 6 composta dos seguintes aspectas: 9: A que dé poderes; aspecto 3: A Protetora e aspecto 6: Transformadoras produzem mudanga, muitas vezes de for- a. As grandes revolugées que acontecem em nossas egidas por elas, porque trazem liberagio. Elas slo carac- por sua forga, fortitude e visio inalterével. Estas Triades s Fig. 4 Trlade Abrangente joras podem set vistas como representantes da Deusa Rainha do cfu, porque elas nos colocam em contato com 2 de nosso ciclo de vida, mostrando como cada experitncia pode ser transformado. Dinamica Triade Dinémica é composta dos seguintes aspectos: sspecto rpizadora, aspecto 4: A Inicladora e aspecto 7: A Teceli. ica sin etimulanes cade ma Age como uma porta ‘por sua energ fe podem ser visias como representantes da Dewsa come ‘Mundo Subterrinco, pois nos poem diretaments-cm.can> .6s antigos poderes de sabedoria ancestral. Dentro da tradi- ica, o Mundo Sublerrineo nio € semelhante ao inferno de sofrimento, mas uma dimensio do poder primeiro, 0 dinamo da propria vida. Abrangente “Abrangente € composta dos Seguintes aspectos: aspec~ lidora, aspeclo S: A Desafiadora e aspecto 8:.A Preserva- (ss) ELevewTos DA DEUSA ‘dora. As Triades Abrangentes ajustam e retificam, elas governam & ‘Vida, Sao clas que estabelecem 0s limites normais de nossas vidas ‘se caracterizam por sua compaixto, embora possam parecer restr ‘vas, se sua fongao legitima nie for ple “Vistas como representantes da Deusa conto Rainba da Terra, porque nantém unidos os sutis padres de vida, com constante concentra (ao. A terra 6 o lugar em que vivemos ¢ as caraterstcas da Trade ‘SAbrangente sio perceptiveis nas diversas e belas formas de vida que existe em nosso plancta, ‘Outra forma de simbolizar estas triades & pensar nelas como oitavas de um instrumento musical, Na fig. 5 vemos a Citary da Deusa: uma citara coberta por irés cordas, estendidas sobre ela CCads conda pode set “parada” em um das ixés pontos, para criar uma coitva mais alia da mesma nota, Dests modo, nko nos sentimos Tentados a pensar num aspecto como sendo “melhor” ou mais evo~ Jufdo do que outro, j& que cada aspecto ressos com suas proprias notas paradas e também se harmoniza com outras cordas. A.corda A pertence a trade que representa a Raina do C&s; a corda B pertence J telade que representa a Rainha da Terra; a cords C pertence brfade aque representa a Rainha do Mundo Subertineo. "As triplicidades © permutagies de nove partes derivadas des- tes aspectos sio muito mais sutis do que divisées arbitrérias da Deusa em fases da lua (riplas ou como reflexos do ciclo de vida feminino: Donzela, Mie e Velha. Nio que essas definigies sejam es Ce) Fig $A Chara da Dewse Fig. 70 Templo ds Saber completa 8 Eusnesros pa Desa invlidas, na medida em que cada um dos triplos aspectos da Deusa Ccontém elementos de novena, Esta novena de aspecios ¢ infintamente adaptivel, porque é ba- seada no nove, nimero que permite diversas adaptagées e, ainda ‘assim, essencialmente imutivel. Por mais que alguém escolha com- ‘binar méltiplos de nove — por exemplo: 54, 72, 109 —as combina~ ‘gbes sempre chegam a nove, Estudaremos estas trades inter-relacio- nmadas em mais detalhes na Parte 3. Depois, visualize os trés conjuntos de triades interligedos para cviar uma poderosa novena de aspectos. ‘A seguir, visualize 2 esela central da Criadora de Tudo, jogando tum grande facho de luz sobre o cho em que pisa. Vost ficard de pé ‘mum cfrculo de luz cristalina, Agora, do centro de cada aspecto da ‘constelagio-de nove partes, observe os raios de luz que caem sobre 0 ‘chio para criat nove efteulos luminosos sobrepostos. Estes também ‘sé sobrepoem ao efteulo de luz que emana da Criadora de Tudo. Cada um desses aspecios constitui © corpo da Deusa sobre a terra, sob a forma de Tempto da Sabedoria. Na medida em que formos avangando nas péginas seguinies, nos tomaremos.conscien- tes de sua infludneia especial sobre nds, embora seja necessério leibranies que a mesma Deusa tem mais papéis a descrmpenhar, ue hi muitos outros excmplos que podem ser usados, tal como 0 das fungdes da Deusa Afrodite em cada um dos diferentes aspestos. (Os melhores exemplos serio aqueles que vort escolheu ¢ entendeu. Nossa jornada também nos levard # andar pelos trés pétios do ‘Templo da Sabedoria, pois cada um deles revela uma s{ntese € coo- fperagio que existem entre as trindes Transformadora, Dindmica ¢ “Abrangente no interior da Deusi. 0S PATIOS EXTERNOS si 0s lugares nos quais a Energizadora, a Medidora c a Protetora atuam, Sio 0s pitios da iniciaglo, onde ‘encontramos nossa dire so ¢ definimos nossos limites. O05 PATIOS INTERNOS sio os lugares nos quais a Iniciadors, & [Desafiadora, ea Libertadora agem. So pitios de instrugio e 6 neles ‘que somos Jevados a uma relaco pessoal com as histérias savificas da Deusa. (OS PATIOS DA SABEDORIA sio aqueles nos quais a Teceli, a Preservadora © a Que Di Poderes agem. Sio os patios da descoberta +¢ da sabedoria pritica. ‘TEMPLO DA SABEDORIA ” [Esces pitios no sio ordenados de forma hierérquica: um mio {cm nivel mais alto, melhor, ou mais avancado do que Os outros. jomada através do Templo da Sabedoria pode comegar por ucr lugar, contanto que voo8 alcaace primeciro a Crisdors de 4 quem 0 templo € dedicado, Para atender aos objetivos de primeira visita a0 Templo, vamos passar por cada um desses tis em sequéncia, os rarios 9 AOus Di Pacers ORNs ANTECAMARA [energie en AS Toca oswATiOs Fig. 8 As aniecdmaras no inirior do Tempo da Sabedoria sma forma como o cho sobie o qual caminhames, 0 Tem- ‘Sabedoria raz, em si, tragos de nossa primeira mie, e isso tal forma que podemos niio conseguir, a principio, ne- perspectivasobre ele. Vocé pode visualiz-1o como uma cons- ircular, na qual um aposento conduz diretameate « outro. Hi, Oulets conexées, entre 08 aposentos, que vac8 pode perce. 5 elas nio devem incomodé-lo. Talver sejam necessrias visitas alé que vocé consign se orientar adequadamente, Nio , pois haverd oportunidade de vocé exploriclomais tarde. ia além da sabedoria: a Criadora de Tudo ‘espago que se esconde no interior do eoragio € Uo ‘quanto este vasto universo, Os ous ¢ a terra estdo Id e o ExeMentos DA DEUSA também 0 sol, lua ¢ as estrelas; 0 ogo, orelimpago ¢ 0s ventos ‘estio Ids também tudo que cxiste agora ¢ 0 que mio existe. (Os Upanishads {Em todas os lugares nos quaisa Deusa se manifestou, foi venera~ 4a sob uma multiplicidade de aspecios. Todas.as tradigbes vivas que ‘existem acerca do Divino Feminino reconhecem que ela € uma © tmuitas. Esse € 0 motivo pelo qual este livro no recebeu o titulo de Elementos das Deusas, pois o moderno conhecimento que existe n° ‘ocidente sobre a Deusa entende que o prinefpio do Divino Feminine se origina de-uma fonte centri ‘Examinaremos, ac longo deste livro, mitos que pertencem « mui- tas das tradigSes do mundo que reverenciaram a Deusa, Ao {az#-1o, (devernos ficaratentos a essas tradiqoes, jd que ¢ muito fic reviar 2 rmitologia e as religides que existem para evar “provas” que funda- menteni um argumento sustentado por algoém. No é, sem diivida, ‘conveniente apenas reescrever abistéria, unindo tradigoes desiguais, $ fim de restaurara figura da Deusa. Isso 6 enganador e desrespeito- soem relagéo A complexa (cia que 4 Deusa teceu ¢, se assumirmas tsa posture, é como se eativéssemos nos opondo a alguma parte de toma ampla tapegaria e comecéssernos a desmanchi-la ¢ a tect-la ‘novamente, visando apenas nosso proprio modo de elhar para a ‘coisas, independente da visio-do artist "A(Deusa teee sua tapecaria numa escala to ampla qué ninguém -consegue distinguir 0 modelo em sua totaidade. Um. dos prin Gesaflos que existem para uma pessoa que deseja encontrar a Deus oda perspective através da qual vé. Como vamos encari-la? ‘Visualize, de novo, a imagem da estrela bem distante. Para st percepeaa cla talvez, quase insignificane, e comparada 3 imens {dio do espago de onde parece pender. Pensar nessa estrela-j4ia como endo 0 goragao da Deuss, © 0 espago que a circunda como a imensi- io de sus natureza, farf com que voce com der © quanto ela & enorme! Antes que a esséncia du joia posse refratar AQuaisquer imagens, através das quais possamos ns fariliarizar com tla, deve ser reconhecida, coma a Criadora ds Tudo. TNo inicio da era dos deuscs, a existéncia nasceu da nfo existén- ‘cia, Depois disto, 0s quadrantes do cfu nasceram da Deusa, que se de pernas abertas, “isa 6a descrigdo da deuss Hinds Aditi que, vista como esp1¢o primordial, é tanio infiniia quanto transeendente, O'TeMPLO DA SaBEDORIA af ‘A terra estépendurada no espago da mesma "0 ligidoarsicco usin. Tal € a coocepto du sto do espago primordial que, &i mesma forma que a deusa Strabhi, a vaca eéemica do expago, fornece um oceano de Ite que ese aia, para ofrecer rs tips de aliments: ee pars 0 yUMANG,BaAAciga para uso taal i samo tenes do stlodecaov Ramakrishna aba oa pia visio desse mistétio. Ele viu, ssindo do rio Ganges, uma elt mulher grévida, que deu 8 tuz quando pisou em tert firme Ela amamentou seu bebe: Em segulda, num espago mfnimo de tem- a bela mulher se transformou murna terrvel feiticeira, que en- ‘& crianga na boca a engoli. Depois, retornou 20 rioe desspa- iagem assustadora mostra, claramente, a5 ages criativas ¢ de Deuss. Da mesma forma que a Criadora de Tudo di toque eit, ela eassimil ete odo; masiaso no 6 dada, e sim de acordo com as leis natuais, perenre 2 leis maturas, porque a das imagens mais comuns que se tem da Dewsa "Ter. Assm, vemos comegalando de noso props pst nossa casi ¢, de muitas formas, nosso provedor. Constam da ia de varias culturas hist6rias sobre comoa Deusa formou 0 ¢ 0 céu também a partir de seu proprio corpo. Essas histrias jo numerosas que formam, virtuslmente sozinhas, uma mitolo- da ctingio, ‘eriagio raramente & trangiila ¢ ficl. Todos nos lembramos, gum nivel do inconscicate,da engSstia eee do stero. A mesma luta que tewvamos para nascer, saindo da mi do corpo materno, ¢ refletida na caética convulsio geoligi- erosta teresre, cujos vestigios encontramos espalhados Beco econo pie ste apenas um exemplo da forma ‘ a sees ‘como celebramos a Deuss ‘tiagio épica babildnica, Tiamat © Apsu s4o.0 casa prt forma © mundo, Tiamat 6 deusa des iguas amarpes, en: o-seu marido ¢ abismo das éguas doces. Numa hst6ria que se a, de forma paralels, itimamente aticulada a0 milo Grego noo eves rctaformados, paride por Tiana r- wndados por Marduk, matam seu pai, Em suas tentat matar Marduk, Tiamat d& 3 luz onze monstros — seme- i Euzisieros ba Devs “© TeP1o DA SABEDORIA 6 ‘As represeniagSes que se fazem da Deusa na Europa do noste uma sheila na gig (nome ietandés que a deusa assume « que fica “a mle que di e que toma") sio apresentadas, habitual. Bec, como uma bra con oF ges salientmete exon como 3c estivessem fazendo um convite. Essas imagens represen. 2 pedras de toque do verddeito teste mumbo, poset costume avalva dessus estituas, enguanto se invocava a Criadora de ‘eneragio e humildereconhecimenta da origem comam Oricutos profétcos foram emitidos das caverns do interior da com as sacerdotisas infernaisrepresentando a propria vor da fe Terra. A soberania da terra é de tal ordem que poueas eultarss bixaram de ter uma deusa da tera. ‘istrias revelam um aspecto importante da Deuss, que i vids «partir de seu proprio eorpa ou, 8630 nko foro sufiiente, divide em pedagos, a fim de cia. A Criadora de Tudo desvenda mistérios da Deuss: ela comtém o espago, o tempo ea ciagho. A fadora de Tudo pede que fagamos uma rellexio sobre o momento que sentimos a compulsio criadora emergindo de dentro de és. ores do parto que 8 Deusa sentiu para eriar © mundo ecoata ens peGpria uta crntiva para dar luz. Eo resultado sera insigniti- 4 lo ser que estejamos dispostos a nos deixar parti em 8 pelo esforgo feito. Todos os artists falam desse terivel 0 de emergencia, no qual a personalidade se despedaca a fim ‘espago para uma presenca maior. Esta 6a ago da Criadors thantes, os Tits Gregos. Mas Marduk assassina sua dese arent Ts Oats een tncie da otra. Sua respiragio se transforma em nuvens e sua umidade, nos os Tigre © Buffates. tides: we Cipactl (ou Talteutli), a deusa mexicana, fol consebida,orig- nalmente, como um erocodilo monstruoso, que nadava ne €$pago. ‘Tudo que signifieava vida estava contido dentro dela, mas nada podia via luz até que a Deusafizessea oferta do seu propo corpo Eto, a8 deusas sexpentesarasguram em pedagos¢ parte inferior do seu corpo transformou-se em terra, enquanlo a parte Supe transformou-se em céu. “De seu cabelo foram feitas as drvores, flores.egrama; de sun pee, ervas muito refinadas¢ flores mintscu. las de sev oles, fonts © pesuen gas de Nos, fos ¢ igrandes grutas; de sew natiz, vales ¢ montanbas; ‘montanhas.” ‘Seu mito foi transmitid aos aslecas que reeneenaram o-sacrificio de Cipacili quase litcralmente, oferecendo seus eorpos vivos, que foram dilacerados nos altares da Dewss. "A Criadora de Tudo também criou & bumanidade. No mito grego, Deucaliso ¢ Pirra formsvam o (nico casal digno de sobreviver a0 tildvio eaviado por Zeus para destrair a humanidade. O casal,além de ser velho demais para ter filhos, percebeu também que eram, OF “Goin, os dltdmos seres humanos vivos. Desesperados, rezaram, pe- “Gindo & deusa Temis que os ajudasse. Bela respondeus "— Saiam de meu templo, cubram a.cabeca, afrouxem 9 cinto de suas roupas e joguem pars tris 0s ossos de sua av. Confusos com ‘que finham ouvido, eles finalmente acharam que deviam jopar pedeas paca trs, Ascim, eada pedraatirada por Deuealiio transfor Frow-se nue homem, enquanto cadx pedra jogada por Pisra trans- formou-se numa mulher. Desta forma, a Terra foi, novamente, eiso deixarmos de Indo a tentative de mane © contoke}{ S83 vidas, de fazer esforcos imtiteis para fazer com que a \~ -pacificamente-20 longo de caminhos. que estio velhos, Caso contrério, estaremos vulnersveis 40 surgimento de sérias. E a menos que estejamos dispostos.a nos deixar af, a abandonar os. velhos. padres, seabaremos nos encon- m momento ¢ lugat em que nos destruiremos, porque nig la mesquinhez de nossos proprios limites. fem contato com a imensidio do espago nos 44 a compre- Criadora de Tudo. Pois sem essa experiéncia primeira, chegaremes a perceber 0 coragio da Dewsa como um cristal ove portées, em cujo centro ela pode set encontrada, ‘Os romanos faziam seus juramentos mais sagrados por “Tellus, rma eratestemunha de tudo e defenderia o que fosse “ Exeeos Da DeUsa © TeuPLo pA SxBEDORA s Qs Patios Externos Primeira sabedoria: A Energizadora ‘6 filhas de Isis, adorem a deusa, ¢, em seu nome, déem o brado ve alegra. Se o fizerem, voces serio abencoadas pel eusa c viverdo em plenitude. ter'em mente, quando pensames na Energizadora, porque mostra © pecto toa das possblidades, Cada un dos daknis etd associ. ‘doa um clemenio, Esotericamente, os quatro elementos, doar, fogo, Agua ¢ terra representam os fundamentos da vida, Para os dakinis, 10 para a Energizadora, cada elemento é um canal através do qual “Avids pode ser intensificada, A meditagio feita acerca das qualids- des mediadas por cada dakini pode esclarecer partes da personali- dade que estio obstruidss por bloqueios elementares ou desequill- A adoragdo de Isis, Dion Fortune. ‘A primeira iluminagio que se encoatta no Templo da Sabedoria 6a da Encrgizadora. A Criadora de Tudo € aquela que dev vida fudo,sbrangendo toda » yoy Coy Fie, 1.0 elreuo a Prosetara com seus sibols do arco do e3cudo (© Tenrio Da SABEDORIA n ‘Os deuses a reverenciam com as seguintes palavras: [Nos nos curvamos & Vosea frente, o Devi ‘Mande-nos Vossos pensamentos para a protecio do universo EE para a crradicagio de todos os pexigos. Vs, cuja natureza 6 ade subjugar os maus (Caja beleza est além ds imaginagho (Cujo poder dest os que promavem a devastagto (Compassiva a16 com extes inimigos... ‘Yossas formas adoriveis, nos Trés Mundos, E vossas formas furiosas [Nos salvem através de todas clas, Durgha faz exatamente iso. Els assume diversas formas no cu- a batalha, subseqientemente renovads, inciuindo Parvati © 1iki ¢, assim como Ambika, fica to furiosa com seus adversé-— que a deusa Kali se desprende de sua sobrancelha. Uma batatha mais temivel se segue. O sangue do dembaio Rajtabija se pelo cho, eriando ainda mais combatentes para liar contra deuses, mas Kal bebe to, sugando sun energa para dentro de ¢ neatalizandons deuses fazem um hin fina de ouvor a Dargha: “O Devi, que content nos garanta protegso contra o medo dos inimigos sempre, dx mesma forma como Tu nos protegeses pela desta os auras. Desir pecados de todas os mundos€ as grandes idades que surgiram através da vit6ria dos pressgios malig- »” Essa histéria nos mostra as desdobramentos possiveis da Prote- is dela surge, também, a Desafiadora (ver pig. 85 do livro). A. assume uma dversidade de formas, algumas das quaissi0 ¢ benevolentes, enquanto outras sio terriveis. os outos aspects da Dousa assumem a forma imediata da se ameagades. Quando Isis foge da devasta- jovida por Set, leva seu filo, Horus, ¢ oesconde no mata- assume a forma de um abutre ¢ permanece alimentando ¢ seu filho até que ele tenha idade suficiente para lutar 10 préprio Sct. Isis, jumio ¢ muilas outras divindades, € repre= usando # pele do abutre sobre a cabega ¢, como um paxsaro aberias, ¢ mostrada em atitude de protegéo. ‘tema foi tomado ¢ aplicado & Virgem Apocaliptica no Apocalipse, onde a hist6ria de Isis ¢ Horus € transposta e ELEMENTOS DA DEUSA para Maria ¢ Jesus, Maria € desesita da seguiate maneira: “Uma vruher vestida com o so}, tendo a luz sob os pés e sobre a cabeca lima goron de doze estrelas:estava gravida e gritava, entre as dores do panto, atormentada pata dar & luz” (Apocalipse, 12, 1-2). Um Mdragio se colocou freste a ela, no papel de Set, pronto para devorar ‘lange: "Ela, porém, tecebeu as duas asis da grande dguia pare vost to deserto, para o lugar em que, longe da serpente, &alimentada por ‘em tempo, tempos.e metade de um tempo" (Apocalipse, 12, 4). "AS veres, a Protetora assume uma forma alerrorizante, como fz Dzalarhons, guardia do tesouro ds Terra. Ela observa a mane como as pessoas perdem o respeito pela vida, torturando, com Jogos Crucis, a grande quantidade de salmo que tinba criado. Irada, man- Ga sou castigo, sob a forrua de uma erupcio vulesnica, © extravasa fu raiva nas cabegas dos membros da trib ofensora ‘Easa veneragio pelo que a Criadora de Tudo fez também & en- ‘contrada ma figura de Artemis que é, de muitas formas, $48 Proteto- fa Ela sempre foi retratada como uma donzela rebelde, na maioria fdas veves com arco elanga de caga. Artemis éfitha de Leto e assistiu fo niscimento de seu préprio irmao géméo, Apolo. Por isso, era nvocada como a patrona das mulheres na hora do parto. esse € um dos papéis principais da Protctora: 0 de parcira ¢ também guardia da inffincia. Até que suas crias estejam com idade saficiente part se defenderem sozinhas, toma conta delss,atimenta~ tse ensina. As vezes, € ela quem dé as armas ¢, sob esse aspecto, ‘como 3 Iniciadora "Atena é conhecida por ser uma deusa da guerra, as no carrega armas em tempos de paz ¢ parece preferir resolver questdes contro ‘vers através de meios pactfcos. Oferece protecio e abrigo is Eris, prometendo Ines oF rites adequados aos altares domésticos, sacrif- Gos ibagies & luz dos archotes e oferendas de fratas, Ela transfor~ ha, Sutilmente, o papel da Medidora © ameaga, que qualquer casa {qué se fecuse a honrar as Erinis, nfo prosperard, Em woes, as Exinis ddevem prometertrazer ventos favordveis para seus navios,fetilida- ide e fecundidade aos campos ¢ pessoss, além de ajudé-la em seu ‘papel de Protetora, exterminando os fmpios. Mo acordo € felo ¢ 4 Wade de Atena se benefici, Aten 6, também, 1 Protetora pessoal de Odisse, levando-o em seguranca ‘para casn e ajudando sua familia. ‘como guerseira, no entanto, que a Protetora ¢ mais difundida, ‘A devsa egipeia Sekhmet, conhecida como “a poderosa", realiza OTeMPLO DA SABEDORIA Pp ardeate vinganga conira os inimigos do fara6, Representada caer d lea Sua ecu penstam ns cages de oor on er cnn mes brea concen ‘agem, frequentemente, como agentes 4, Sesh fot manda por Ra pars punt hace, mas hand comers alice o cso, fea inconolevel allo sacer: ie Helios ¢insrido para moe ote vermelho na cerveja¢ palhar sete mil jarros contendo a bebida sobre a terra, Sekhmet 2 desig, «fis de tober ou el asreia ser sangue mbriagads dene para continua su cif, Seket voli ¢ Embora a Proteiora possa infligit grande dor, ; ela &, também, curadora, Esa justposiio paradoal de apes tive poses neor vis no flcore cela, onde um mulher vel vert alher © corpo do herdi, esgotado pelas facanhas prodigiosas que lizow, Ela evida de suas feridas, mergulhando-o, primi deo de veren, am de forulect lo yet septa ores vex mergulhando-o em seu caldeitio de cura, Esa earacterisica das deisas célticas se tornaclaramente manifestas em Bifgida, tiplo aspecto inelui © apoio & arte crativa, Apossia.¢ Acura. or isso que Sekhmet é invocads tanto como Rainha da Batalha wo somo Senhora da Vida; é aquela cuja influéncia pode, a0 mo tempo vias «petilnci ¢trzé-a. 0 pode se dever a0 de que o vento ques do deseo er considerado como respiay de Sekt e, prtanio,eapaz de tazsr a peste ou mandé-la nos levados, assim, a refletir sobre te dn Prttra que para defender wee parte deli no processo. A Protetora trabalha,ffeqlentemente sonveniéncia: fendmeno muito visto em nossa propria época, ee ae erllgicssanonmas tm uma pare do mundo, tazend fome, e doengs, enquanto outa pari rcebe frutas com fartura,dovi= oem todos or eu sls Pensa neste sspet da med Velho natural ns denes gar", na realidad, las Bis com ese aspecto aparecen sobs forma de fers, como Iss, abe defer, como Sekine, tnda como protons do w ELMeNTOs DA DEUSA igual a da animais, como Aremis. A célera da Protetora no € igual Desaiadora, que cate, totalmente, qualquer cols que est ja e5- fpotada ou defunta: écbleratransformadora, que cura ¢redime. tudo, ela também é wma Protetora misericordiosa: | Plenas sio as dobrs de'Teu ant, Maria @rotejo-me,encubea-me) todas as geragOes Sejam proteyidas¢ ejudadas Potro man de sua Mie profundo «amp. aparece sob e isericordiose, ‘Até Maria, tio famosa por seu amor miseri paper ne a capa de guerseica. Ela € justa ¢ terrivel, como tropas See SD) SAB’ CPA? hy Fp 120 ctreuto de Iniciadorae sus simbolos do caldirbo «da cavern _O Tempto DA SaBEDORIA a ‘ordenadas para a batalha, dizer as eserituras. Em seu aspecto de Protetora, Maia aparece, novamente, em nosso préprio século, para ‘muita gente. Numa diversidade de aparighes sem precedentes na usiria, mundial, a Abengoada Virgem — pera mnuitas pessoas, a forma do Divino Feminino que conecem — fala de mancira dora, pica da Protetora: “Corrijam sua vids, abram seus “coragies, transformem-se.” A freqiéncia e insisiéncia destas men- 4 ‘ormalmente transmitidas através de pessoas simples ou ‘mosira a0 mundo que a Protetora no ¢ inativa, ‘A Proiciora nos abraga, dando-nos sua mko segura pera aperiar. eu coragio & ardente ¢ temo, €0 coragio de uma mie cujos filhos jameagades. Como muitas mulheres podem testemunbar, 0s ios dias que se seguem ao parto provocam as mais intensas olugées que podem acontecer na vida de uma mulher, pois a iretamente em coniato com 0 desafio da Protetora. Essa cia também acontece com os pais recentes. Os pais da cri- ficam tio maravilhados por terem ajudado a gerar um Bebé. & instinto protetor ¢ tio forte, que si0 sacudidos pela forca do imento. Sentem a mio da Protetora sobre sie, como ela, se m alegres ¢ ernamente protetores, du carreguei o prato sagrado Bu entre furtivamente na cimara interior dos Mistérios de Cybele, conforme registrados por Clemente de Alexandtia. “A Medidora estabelece os limites ¢ a Protetora os patrutha: ago- ga a Iniciadora para ficar um outro aspecto em andamento. ‘55a porta, que também dé entrada aos Patios Intermos do da Sabedori, estio as imagens do caldeirio e da caverna, i808 mistériosinteriores sio encenados nesse lugar. papel da Iniciadora é ode pesquisar reagdese explorar profun- ‘ocultas. Esse aspecto sempre guarda alguma caracteristica ‘segundo nascimento ou de um renascimento, No fntimo da 2 EuswenTos Da Deus Protetora jé hé, como vimos, um elemento de reassimilagio: isso € algo plenamenie definido aa Iniciadora, Em alguns mitos, 380 as ecto apresenta, muitas vezes, uma espécie de mic voraz: — alge ‘Gue 6 bastante malcompreendido, A Iniciadora mio ¢ wma fémea de fera que come sua ninhaca, ncm possui cerios aspecios da Protetors jque, com o intuito de bem realizar sua fungo, ¢ zelar pela aplieacio ‘Socastigo, A lniciadora tem outrs tarefa. “Rlniciadora insiste em mostrar a enormidade de conbecimen 4o que a Criadora de Tudo esconde €, em virtude disso, com muita freqjiéneia, apresenta-se levando pessoas de volta ao Stero, dan- do-thes um segundo nascimento, A Iniciadors € a guardil dos mis- térios. Aparece como contadora de historias, professora, av6. Loca- lizada na mais ala oitava da Energizadora, € uma demonstradora dinimica, que seredita na experiéncia pessoal ¢ pritica dos mis- {étios. E quem nos leva a passar pelos rigorosos tesies de nossas vides. ‘Um dos principais relatos que dizem respeito a esse aspecto é & seqiiéncia iniciatGria de Ceridwen Taliesin. Ceridwen tem um fi~ tho chamado Afsggdu. Ela deseja compensé-lo por sua extrema {ehira, dotando-o de conhecimento. Assim, prepara um caldeirao de jnspitagio para ofilbo eo coloca para ferver durante um ano, Nesse tnelo-tempo, eontata um velho para mexer o caldeiréo ¢ um peque~ ‘no menino chamado Gwion, para buscar lenba para © fogo. Perto do final do ano, algumas gotas entomam do caldeirio ¢ caem sobre 0 ddedode Grwion. As gotas se to quentes que ele coloca os dedos na tboca, para esiid-los. Ceridwen fica imediatamente ciente do que aconteceu, da mesma forma que Gwin: © garoto a viv, transformou-se numa Jebre ¢ fugiu. Mas cla 3c tranaformou num galgo e voltov-se contra ele. E Gwion correuem ites a um rio e transformou-se em peixs. E ela, sob a forma de fuma lontra, 0 perseguiu sob « gua alé que ele decidiu transfor- tmar-se em plssaro, E quando ela estava quase pronia a langar-sc fobre ele, Gwion sentiu medo de morrer, avistou um monte de ttigo no eto do celeiro, ficou entre otrigo © se transformou em “um de seus grios. Entio Ceridwen se transformou numa fémea de fave negra, com ain pensch alio¢ foi para o celeio © 0 arranhou com os pés ¢ o engoliu. E, camo conta a hisiéria, ela 0 carregou [POF nove meses'e 0 pariu, mas nfo tinha coragem de mati-lo por ‘Eausa de sua belers. Assim, ela 6 enrolou num saco de COUr0 ¢ © langou a0 mar. O Tempio DA SABEDORIA 5 ___ Nesta histria, Ceridwen € tanto Iniciadora quanto Desafiadors. “O fato de preparar um caldeirio de inspiracto e, mais tarde, colocar Grianga dentro de scu Gtero € significative, pois estamos lidando, |. com uma histGria de mister. Na lendaeéltica, 0 aspecto. wen realiza 6 chamado de “A Malber Sombra do Conbes E sob esse disfarce que as outras faces da Iniciadora se ‘Quando Deméter estd pranteando sua filha perdida, Perséfone, desconsolada, rumo a0 Muro da Donzela, em Eléusis, e 1é yemprega como ama de criangas. Fla ¢ levada a casa de Metancira eve, recentemente, um filho: “E cla andava as escondidas, com ia no coragio, com a eabesa coberta e usando um manto ‘a em torno de seus delicados pés de deuss. AO ‘um copo de vinho, ela prepara uma beberagem especis ia de-cevads, égua © menta” (isto € 0 Kykeon, bebida sacramental ps iniciados eléusicos). Em seguida, vai camprir sua tarcfa: “Assim a deusa amamestou Dernophodn no palicio..e a crian Fae cas ental an me en co | da, nem amamentido ao selo: pois, durante © dia, 4 corosda ‘Deméter o ungia com ambrosia, como se fossefilho de um deus, e Tespirava suavemente sobre cle, enquanto 0 carregava no cola, “Mis & noite ela. escondia, como se ele fosse enka, no meio do “Hopo,o que era ignorado por seus pais. ‘Metaneira descobre Deméter deitando seu filho sobre 0 fogo © i tm tal escindalo, que Deméter € forcada a revelar quem real- € € que teria tornado Demophodn imorial se niio houvesse jo descoberta, Ela ordena ao povo de Eléusis que construa um jo para homenagei-la. os instrui na pritica dos rites adequados adoragio. Conta-se a mesma histéra sobre Isis, que, ao saber que 0 ataide tint desembarcado em Biblos, onde foi coberto com urze © palicio-do re, para ser wtilizado como pedra da coluna, u-se 3 morada do soberano, Ela fot indicada como ama do filbo ‘4 quem alimentou com 0 dedo, ao invés de fazé-lo com o “A noite, queimava partes da mortalidade da erianga, colocan- {sobre 0 fogo. A rainha vin e gritou, privando seu filho da Isis lovou o ataide de Osiris emborae, posteriormen- Biblos como Eléusis tornaramese lugares de veneracio especial u ‘BuaMENTOs DA DEUSA ‘Tanto Deméter quanto Isis realizam fungio iniciatéria para o beneficio inicial de uma crianga, logo depois de terem vivenciado extrema tristeza. No caso de Deméter,o¢rtos de Eléusis dio partida 4 iniciagdo que @ Deusa oferece a todos 0s. gregas que masceram livres. Ceridwen inicia apenas Taliesin, que renasceu do seu caldei- to ¢ de seu dtero, respectivamente, ganbando, portanta, um s¢gun- do nascimento, Vemos, em cada instincia, como o fogo desempenha lum papel importante na narrativa ds Iniciadora, ‘A Desa Kalwadi figura, largamente, nos ritos de iniciagto aus- tralianos. A historia conta que ela gostava muito de cvidar de bebés, ‘mas que seus pupilos desepareciam misteriosamente. Irados com. ‘perda dos fithos, os pais foram & procure de Kalwadi e a encontra- Fam escondida em sua toca subaquética. Embora os aflitos pais a famassem ¢ a respeitassem como sua Mie, mataram Kalwadi ¢ abri- tam seu corpo, As criangas, no entanto, ni estavam onde tinham {maginado, iso 6 no estémago da densa, mas em seu Gtero, esperan- ‘A reencenagio mistica destas historias estavn na raiz de mui ‘eultos 6e mistério antigos. A iniciagio na masculinidade ou femini- Tidade, nos tadicionais ritos de passagem, nfo ¢ uma caracteristica exclusiva da sociedade ocidental, Em soviedades primitivas, os Ciados sio levados de volta ao estado da pré-infincis entio mis feamente renascidos. A iniciagio, em qualquer tradigio espirtual ‘exige uma aproximagio a estes ritos.Se uma pessoa nasce das iguas ‘So atismo ou da mikvs (banho ritual judaico), uma forma de parifi ‘eagio rival semelhante & nossa condiglo original — a de boiar na ‘aninidtica do utero —# realizada, ‘A inicisgio ¢, frequentemente, dolorosa c exigente. Mesmo s¢ iio formes submetidos, formalmente, 30s ritos inisiatGrios, a pré- pris vidi nos confronta com iniciagdes que nao so diferentes. A do eu esto sob a égide da Iniiadosa, AS Ties ‘em fungio das quais renascemos pars aprender, nesta ‘encamagio, podem tornar a aconiecer em nosss vida. Raramente temos Consciéncia-de que estamos exccutando un programa miico = nosso parte de nés-conhece bem, ¢ nio hé motivo para no encontrarmos Srimétodo de entendimento mais eficiente e aplicar suas ligies, fem vez de nos tomnarmos sus vitima. A Iniciadora di a garantie de {gue nossos olhos © ouvides ‘icardo abertos c atentos &s pistas que surgirem: ‘ciclo do misiério. Essa 6 uma histéria que uma OTeMPLO DA SABEDORIA 8 ‘Vemos também a Iniciadora como mie adotiva, que prepara seus jgidos e Ihes ensina. Tanto Arianrhod quanto Atena sSo respon recuse permisséo para se casar com wma mulher mortal A. in Giacio de Licu ¢feita para superar essas temniveis proibigbes estabe- idas por sua mie, Para conseguila, ele deve induzi-la, pela ast6- athe dar um nome mésculo. poder, sem os quais ele € uma no- lade social. Atena concede a dédiva do escudo protetor a Perseu, 0 ajudara a-vencer a Medusa. Esse 6 um presente da Iniciadora, ajudari 0 her6i no momento de sua confrontacio com a Desa ‘A Iniciadora ¢ uma professora cruel ¢ radical. Ela no ests prea a com acarinhar ¢ alimentar 0 inieiado de forma confortivel, 3s sim em exigir a espcie de atengio concentrada que um insins- ntalista virtuoso espera de uma turma de alunos que j6 alcangou um determinado padrao de competéncis. A experiéneia da Iniciado- /é chocante e surpreendente, mas, da mesma forma que a energia. 5 Baegzadra oa ale una ona fsportante— 6 a. (© processo do iniciagdo pode ser comparado 20 ato de se deixar gma. pessoa livre em meio a um tesouro cheio de itens de poder, ¢ gja forma de usar nfo se tem condigdes de conhecer — ainda, Com. eorrer do tempo, a-experiéncia vai nos ensinando seu significado e hos permite adguitr o controle desse tesouro de possibilidades, part spossames viver de forma mais eficiente ema da Iniciadora no: ber ol istura que ela estd 5 na mistura que eli estd pre i pois sla nos ensina Taudar, O poder, ¢ Je maneirs tho livre para Yods"s Pela Energizadore & agora devolvido, para que outros tam- [possam encontrar a Vida. “O cadinho da experiéncia €, portanto, enriquecido por todos os. tram nessa cimara, E sO através dessa toca eficaz — ambos doe recehendo poder — ficamos em condig6es de entrar na mara, a da Desafiadora sabedoria: A Desafiadora ois Terror Vosso nome, morte esté em Vosso hilt, % Eueqentos Da DEUSA EE cada passo dado DestrSi um mundo ‘Ves, "Tempo", aquele que Tado dest! ‘Vem, 6 Mae, vem! Kali a Mae Vivekananda ‘Sea Iniciadora 6 a que abre as portas, a Desafiadora € quem passa através delas. Por alguma razio, ninguém jamais conta com Desafiadora. Os simbolos que hi sobre essa porta so, eles mesmos, desafiadores: a caveira € 0 labirinto slo indicativos dessa fungio do ‘aspecto, pois ela ¢ a senbora da segunda morte © est aliada & Iniia- dora, A segunda morte € aquela sofrida pelo iniciada , diferente da, ‘OTewpcoDa SaBeDoRA a ‘primeira, a morte fisiea, gera uma nova forma de vida. A Desafiado- ‘fa Se encosira na oitsva mais alla da Triade Abrangente ¢, como 4 “Medidora, antes dela, stabelece limites estritos na imagem do labi- ‘inlo, cujos caminhes devem ser trlhades por todos os iniciados. As pessoas criadas no Ocidente consideram, geralmente, que qualquer coisa que Ihes faga oposigio 6, aulomaticamente, “mi. ‘Mas, para entender esse aspecto da Deusa, varnes ler que transcen- der ssa atitade fundamentalmente duslista, As divindades hindus ¢ budisias tm aparéacias multiformes, 0 benevolentes quanto coléricas. Na pritica, € claro, ninguém que a divindade em questio tenha uma identidade “bow” ow s adivindade é um todo inviolada que pode, As vezes, aparecer formas que nos.assustam ou chocam nas elaboragies que preci- 10 fazer, Por exemplo: a bem-aventurada Branca Tara, da longa ¢ inteiramente compassiva com seus devotos, mas pode apare- sob ovtras formas, tais como Kurukulla, cuja fungio € a de jugar om Presto homenagem aguela da cor vermelha revelando suas presas cujo compo é medonho, ¢mmameniada cam os cinco sinas a ferocidade, cujo colar é metade de cer cabecas humanas, aque ¢ x conquistadors de Mara, ‘A Desafindors transmite, certamente, a idéia de que a Deusa & dogura e sabedoria. ‘Nem mesmo a Senhora do Céu, a prépris Inann, esth sents de Jconfrontar com 1 Desafiadors. Quando desce no Mundo Subterr- [para sssstir aos ritos funeraie de sev marido, Gugulanna, & a seqUenclalmente de seus adornos reais e trazida nus & pre- de Ereshkigal, sua imi mais velha, que 6 senhora do Mundo 60; ‘Entig Ereshkigalfxou sobre Inanna seu othar mortal {E pronunciou contra cla a palavra daira ‘E.conta ela promunciou o grito de culpa, Elna golpoou. ‘manna fo ransformada mum cadver, ‘um pedago de carne putrefts 1 foi pendurada num pancho na parede 8 [BLEMENTOS DA DEUSA Nesta hist6ria, Inanna pode nio duvider de seu poder pessoal ccomo Rainha do Céu, mas tem que ser despida de seus simbolos de fungéo divina, um por um, até que enire nua no Mundo Subterrineo. ‘Contudo, embora Ereshkigal deseje a morte de Inanna, ela mesma é olpeada dolorosamente ¢ fica gemendo, pois ambas slo partes de todo. sn A Desafiadora 6, frequentemente, representada como a Senhora dos portdes do Mundo Subterrineo. O supremo cxemplo disto vera {4a Melinécia, onde Le-Hev-Hev desafia todos aqucles que vem & sua terra, 2p6s a morte, para prestar contas, Ela.ou se arrasta sobre a areia que fiea em frente a seu complexo mus imparcia! labirino, 9 fentio se aproxima do labirint c elimina parte dele, deixando que # ‘alma adivinhe o resto do plano.'Se a alma for bem-sucedida, conhe- ‘cera o caminho para passar pelas regites do Mundo Subterrinco. Caso contrério, Lev-Hev-Hev a comer no janter i 'A Desafiadora nio & permangntemente agressiva, mas convids, com frequéncia, ao desafio, de forma que o que ests gasto ou velho possa ser renovado. Na histéria de Arafo sobre a Mulher Coryja Branca, a Desafiadora aparece no inverno que tem que serullrapas- sado para que a primavera possa chegar. Ela submete Raw Gums — ‘um bebé prodigioso —a.uma série de pergunias riteais: 4 gues ai iid, perpintou 4 Maer Cog Branca, preteagonamente “2 cétebo, que vaj apidamente ea grande tna” apondeu Raw Gums. “Qual anima! mais noe wo qucexac™ “Dom, a clatara mals nofeiva 60 coeio “Qual das duas mos 60 mals GUI. “Ea mio esqueréa, porque sent totais prs sxgrda,respontea Rew Gums, “Ban, sectieoctresdon deus ins ergot corctament por Groves ¢umdsde pon para vot, Agora, poe dar um pope fo ode miana cabo dase «voli Mather Crue Branca, (damon Row au pes sn vn ne com hah de pia, cpl se riioe loa paar, ‘Gisunandbe Uneve que fl derek padualnente ise € ‘motivo pelo qual hi uma estagdo de vegetagio, ‘A dousa hindu Chinnamasta e a tibetana Varjayogini sfo similar- mente representadss decapitando asi proprias¢ alimeniande os ow: ‘mos com seu sangue. Seus pés descansam sobre um casal unido em ‘elagbes sexuais. Ela aparece para desafié-los com sua faca em for- © TewrLo Dx Sanenonta @ ‘ma de foice, mas, na verdade, tdima 0 conhecimento tintrico dispo- nivel através de suas ages As vezes, « Desafiadora apresemta formas de superar o mal, mas “$6 0 faz se 0 suplicante puder, igualmente, superar preferéncias. “haturais. Nisso, « Desafiadora ¢ a professora de compaixéo, aqucla e afirma a verdide sobre s influéncia da Libertadora ¢ de A Que Poderes. Historias de homens defroatando-se com velhas bras feias sio eas na Lend céltiea. Quando o ei Arthut é desafiado por um gigante, Gromer Somer Joure, para descobrir o que as mulheres ejam, dirige-se, primeiro, a seu cavaleito, Sir Gawain, para que {e 0 ajude a encontrar a tesposta so enigma. Ele se defroata com ma bruxa chamada Dama Ragnell, que oferece a solugSo em troca seu proprio casamento com Sir Gawain. Arthur concords em Jer scu cavaleiro ¢ Gawain, firmemente cavalheiresco, aceita sua repugnantc noiva. Gromer chega ¢ € informado acerca da verdadeira a do enigma, exclamando, com repugniincia, que sO sua irma ria ter permitido essa salucio. ‘Gawain se casa e fica sazinho com sua noiva na noite de nipcias. Ragnell Ihe pode um beijo, que Gawain the dé, alegremente. 0 momento em que o casal esté abracado, Dama Ragnelle trans- mt numa bela mulher, Repelindo as manifestagies de prazer de a Ihe diz que ele deve escolher entre tla bela de dia e ov Fela de dia ¢ bela & noite, Incapaz de decidir entre a rgonha piblica e 0 softimento privado, Gawain the solicta que ida por si mesma. Esa € s resposta a0 enigma — diz cla — pois as mulheres dese- ter 0 controle sobre os homens que amar. ‘Nesta histsria, a Cailleach céltics (Muller Velh) s¢ torn, 20 esmo tempo, Desafiadora e Aquela que Dé Poderes, sob a forma jencantaca Dama Regnell. Ela libera Arthur de sew compromisso ‘Gromer, que ameaca o reino, ¢ € também liberada por Gawain forma desafiadora, por ter acertado ma resposta 0 enigma. ma Desifiadora, nada ¢ de graga, mas, quando é récempensida ira nio egoista, ela mesma € generasa wverdade, « Desafiadora exige que suas dividas sejam pagas. A asicca Tlazoltcotl era considerada a purificadora de seu povo Je seus sacerdotcs podiam ouvir confissdes de culpa. Coma confissio a Tlazoltcoll $6 podia ser feita uma vez. 20 longo da a Exeuextos ba DEUSA ‘vids, muitos astecas a adiavam até o momento da morte, No entanto, ‘no momento da morte, nio podia haver fravde, ‘A Dacna € a Desafiadora a quem #8 almas dos mortos tém que encontrar antes de passar pela poate que os levard ao cfu ou a0 Inferno. Ela aparece como a soma total das ages boas oumés da Sea alma levou uma vida correta, a Dacna serd encaniadora ‘com ela ¢ a conduziré em sua passagem pela ponte. Se 0s alos da tlma foram maus, a Daena aparece somo broxa, que arrasta 4 alma da ponte © a leva para 0 inferno. Kasim como Medidoraesabelece 0 tempo em movimento, 4 Desafadoa fi com que o tempo retome para la mesma concede ‘uma prorrogagio que é tanto profunda quanto surprecadente, Com + Desehadora veluos padres so reafirmadon, de al modo gue mo irc a Libertador com seus smtoos dew borboets wind ut ‘de wna crisdlida © wma corrente partide ‘© Tero Da SaBEDORIA 31 Ind como fugir de seu comprometimento. Bla 6 a guardia dos segre- ddos do tempo da etemidade. Por isso, nio importa quaisligdes nos ‘stejim destinadas; para que possammos aprender seus ensinamentos “nesta encamnacio, a Desafiadora as reafirmard para nds, de forma que possamos agir sobre elas de modo mais eficiente. Essa, portan- 4o, a funcio abrangente da Desafiadora que € tocada pelo insight ‘a Iniciador Se padites repetitivos ameagam nos Limitar dentro do esterestipo de nosso verdadciro eu, « Desafiadora nos confroniari repetidamen- ‘te, dizendo, “Aprenda bem esta ligio", a6 que estejamos proatos para cagirpositivamente, ela ni pode ser liberada ou afastada do objetivo. Aqueles que amam a Deusa valorizam esse aspecto pela sabedoria que conkém, na medida em que ela nos conduz atra- 4: dor em diregio a um alegre insight, Se voot resist, fique 0 de que ela perseguird seus passe até o fim. if melhor encontrar com a morte e acertar as conins antes que-a pria morte veaha cobrar velhas divides. A Desafiadora extermina tudo que atingiu o limite de seu tcrmo. Ela impede sua continuidade, sua sabedoria se destina a renovar a face da terrae purificar 03 tos sombrios do coragho. Sua <6 pm sua forga efetiva exla sabedoria: A Libertadora Mergulbei no sel de Despina, Ranh do Mund Subterrineo; -Pasei com pasts aniosos ao Citculo desejad Eragoca venho como supicane da Sagrada Persone, Que por sua graga me recebe nos assentos destinados ans ‘Abengondos Insergin encontriaenterrica mas mios de um iniciado os ristroselvsico. Tnisiadora nos leva mais a0 fundo do Templo da Sabedoria, to.a Desafiadora guarda 0 eaminho, Agora a Libertadora nos 30 centro das Pitios Interas ¢ revelagéo que estésinaliza- pelos simbolos encontrados sobre a porta dessa cimers: a borbo- tigindo da crisdlida e uma corrente quebrada. \ fungi da Libertadora ¢ peneirar na profundidade do sofrimen- fansformi-lo. Por esse motivo, assume, freqlentementc, 0 far- sofrimenta ou da mortalidade, para executar tal fungéo. # ELEMENTOS DA DEUSA 44 cxaminames um episédio dos Mistérios Eléusicos. Agora, v ‘mos nos voltar sobte a histGria completa do Hino Homérice para ‘Deméter, Perséfone, « amada filha de Demétes, quando estava num ‘prado, colheu um murcso, mas, a0 fazé-lo, a terra se abriu ¢ Hades, Senhor do Mundo Subtertineo, a seqUestrou para 0 reino dos mor- ton, Hecate, deusa da magia, Ouviu seus gritos ¢, com uma techs ‘acesa na mio, fol contar a Deméter o que tina acontecido e para ‘onde sua filha havia sido levada, Deméter vestu, imediatamente, fum grande manto preto, coma sinal de tristeza. Juntas,dirigiram-se 1) Helios, que Ihes disse que Zeus tinba escolhide Perséfone como ‘tsposa para seu irmio Hades. Isso nko comsolou Deméter, que velo leusis-vestida como vela ¢ If, foi set ama de Demophodn. Quan- do a mae da crianga reclamou da mancira pela qual a bab estava tratando seu filho, Deméter imediatamente reassumiu sua beleza ddivina, Depois de ordenar ao povo de Eltusis que consiruisse um templo para.si, produziu um ano insuportivel para a humanidade: 28 ‘OTewrvo DA SABEDORIA % proundamentecarnhoss,cujo cabelo € da cor da eapiga {Fare ina tts vl cca plans Ee a dnidt te Peston os sles voi f tem ds Mi Eléusicos, nos quals os sdoradores celebravame pessoalmente cenavam as ts ses dt Libertador. Els carepivam tochas ra iluminaro camiaho, como fe Hecate, sori atv do jjumn ‘puriicaco, como Demeter, fnalmenf,vivenclvam a ress ‘dP rstfone do reina dos mortos. Kf longo curso dos Mistérios. cos, nunce houve neabum iniciado que tivesse divulgado os ibs secretos que Deméterinaugron, embors alguns tenbamt excita cles em linguagem veladt: “Triplamentefelizes 30 aqucles ais qu, tendo visto estes ris, partem para Hades; para estes ht sta de terem uma verdaeira vida Ta. Para o reo, a0 © ‘Assim escreveu Séfacles sobre os Mistérios Elbusicos. A Lil fra — se acrediamca ps palrvrs ds Séloiee = tne natn hhorrores da morte fisica. O fato de Perséfone permanecer Subterineo durante parte do ano nfo um fracasso da tadors, mas sus realizagio, pois todos os seus iniciados podem Evoltar para Deméter enquanio vivem ou para Perséfone, quando =m, enquanto Hecate iluminars as eaminhos intermedifrios com sme vise am Perséfone, com a condigao de qué sua filha nko howves- $e comido nada enquanio estava no Mundo Subterraneo, Mas Hades finha dado uma romé a Perséfone e ela a comeu. Assim, o periodo de tempo que ela podia permanecer, 2 cada ano, com sua mic, era regulado pelo numero de sementes que havia no interior da romd. A alggria de Deméter ¢ Perséfone por se reencontrarem foi aument for iigeate, que também abragiu a Jovem, tornandorse sua serva ¢ Eompanhia daquele momenio em diante, Deméter insiruiu 08 gu Gas de seu templo, em Eléusis, acerca de sews mistérios ¢ = terra recuperou a fertilidade. asa histria simples envolve camadas complenas. Embora scja Perséfone quem desce ao Mundo Sublerrineo, o papel da Libertado- ta € desempenhado por Deméter e Hecate ¢ também por Perséfone ‘Astiés deusas formam entio, em alguma extensio, um grupo rl ‘plo, no qual Demeter c Perséfone desempenham o papel principal da TLibertadora ¢ Heeate fica no papel de Teceli, embora Deméter € Peaéfone assumam a aparéncia que ¢, normalmente, associa & ‘Heceate, a teceli e feiticeira, j& que Perstfone desce 20 Mundo Subs jerrineo para a longa separaglo de sua mie, que Ihe € imposta, © se torm a Senhora dos Mortos. (Neste papel ela também ¢ cham: de Despoina, « Senhora.) Deméter sofre ainda uma trans 4do tipo da que Hecate sofren, passando da condigio de uma dew Explorar plenamente a natureza do sacrificio f modo ‘Libertadora, A palavea’ Meas? Cuma een we tra, em si, lnplheagses de ede Iga 80 que € preciso. O uso corriqueiro que fazemos te Seu significado vital e essencial que & 0 de “tomar sagrado”. A [sighificado vital es 2 6 ode A. ‘oma fodas as coisas sagradas ou santas; ela 2s tranefor- ‘religando-as a seu objetivo sagrado. Hé, sempre, uma de sentimentalismo eee a cercando a agio trans- da Libertadora. Iss0 pode ser testemunhado a partir do nvolvimento do mesmo papel na eristandade, na qual Cristo ce como Salvador e inumeriveisfoones da ervificagto ¢ ima ‘de devogdo para sua sofredora mie abundam. Quando dizemos iio queremos subestimar a acho de nenhuma divindade liberta- esses desequillbcios provém do alinhamento incorreio dos Os com © principio ds transformglo libertadora, e nunca da fia divindade. No entanto, o simbolisma intrinseeo do crit HO feve a tendéncia de conduzir a uma glorificacéo do sofrimen= *” ELeMENTOs Da DEUSA, | to em alguns de seus pontos cardeais. E esse legado ainda esti conosco. "A Libertadora nio promove sofrimento inatil,embera ela mesma ‘muilas vezes, por grandes tormentos, 40 assumir os sofrimen= fos dos outros e transformé-té, pels eapacidade que tem de cotres- ponder com compaixio, Nio bi nads de virtuoso ou glorioso no Pofrimento: nem tampouco ele n0s toma, necessariamente, pessoas melhores, a mens que’ ‘encontrar nossa propria capacida- ide de scwtit compaixio. 0 ego de algumas pessoas €, certamente, testimulado pelo sofrimento: ele se toma sua doenga ¢ clas relutam fm ficar cufadas por causa do status ou atengo que recebem come fuera secundario decorrente do seu sofrimento, A Libertadora acaba ‘com este logro auto-impasto. "A maneira pela qual 2 deusa sumeriana Inanna dese a0 Mundo Subterrineo e fiea pendurada mum gancho, como se fosse came dssando no espeto, pode parecer uma caricatura da libertagSo, tas era uma comparagio com a pritica betana ds Cho. A mestra Machig Lapdron, cujo estudo da Prajna ‘Paramita Sutra (0 Discurso da Sabedoria Transcendental) Ine ensi- ou que nio hd uma auto-csséncia, que um ego separado € tai. Os praticantes de Ch6d seguem o-cxemplo de Machig Lapdron e afere- ‘ert, literalmente, scus corpo TEles visualizam a consciéncia, abandonando-os ¢ transforman- 4do-se em irados dakinis, que cortam © corpo, transformando sua feeséncia num néctar que & oferecido a todas as espécies de scres- FEasa extraordindria pritica visual & uma abertura e uma oferenda do, {que normalmente pereebemos ser nossa individualidade. Ela trans Ende a identidade pessoal, transformando 0 corpo fisico num ali mento para toda erage A eoléria dakini, com sa faca em forma de foice, efetua essa transformagio, deixando o corpo em pedagos, ‘exatamente da meseba forma como Inanna foi tratada. ‘Sio mulheres. nas quais a Deusa fines vvezes, a propria Deusa assume ‘mortalidade. Rhiannon fica noiva de Gwaw! no Mundo Subierrineo, ‘pas em ve7 de casar-se com cle, prefers tornar-se uma mull deradas sob este aspect raizes ¢ consiruiu sua cast. As ‘As vezes,a Libertadora escolhe 1 mortalidade de um modo bat tani copeciico. Ha muitas herons de lenda que podem ser consi= ‘e eseolhe Pwyll como seu companheiro, Ela dé 8 luz im 9s ‘que € roubado na mesma neite de fees oom en usin ag ‘hm que Rhiannon matou ¢ comeu seu prépso filho. Embora nnon thes implore para que digam a verdad, persistem nesta ina ¢ assim, a Raina de Dyfed ¢ julgada e condenada a ficar uma elevacio, perio dos portées, onde contard a todos que vierem jr aquclc caminho a histGria do seu crime, oferecendo-se para nls al emda a con como oe fos um cavalo Et je suportar esse castigo durante sete anos, alé que sou fll ue foi raptado e criado por Teymon, ve Stelle Ge mie travis de sainpletpeenge ‘A grande mestra tintrics, Yeshe Tsogyel, aleanga uma grande rtagho, em todos os niveis de sua existéncis, através da diseplina ual, concentrada em tal medida, que se torn uma perfeita |, capaz de dar podetes, curate ensinat, A. gue sofre ser cstuprada, pode render fraos 8s mul vias de apres m nosso proprio tempo. Yeshe € aquela que conegue transforma, ‘uma ago ¢, assim, acaba transformando até o estupro numa Epericiaposiva: “Se os estupradores de uma muerpudessem con duidos um profudo rconbrimenie dau aide ei la ‘experiéncia que uma molherlhes dé, no existiria situsglo que nio pudesse ser revetida em benefici a0 cma Sea pers Sec stint rae : ¢ enlram em contata com e i forma em nia vibestaes he Fla 6 capaz de pacificar e destruir sua vis cape de ica desl so vila © erqucet ih, da tradigdo judaica, foi a co-criadora, junto a soci cm critura) do terceiro século, e com a tradigdo cabalista subse~ 4 Shekinah deixou voluniariameateo paraiso para ficar entre Esse fato aconteceu tanto no momentoem que Adio ¢ Eva expulsos do parafto, quanto mais adiante, quando os israclias uiram 0 Tabernéculo: “Naquele dia aconteceu algo, inédite vag do mando At nie, Shekina nance mors es inferiores. Mas desde a épaca da ‘Taber es irene poca da construgio do Taber- f entanto, quando os israclitas conclufram sua cami Sees monde acreditava-se que Shekinah morava "Templo 6 EVEMENTOS DA DEUSA {oi destrusdo duas vezes: uma vez no exilio babilénico ¢ outra sob a cupagio romana. Muitas judeus devotos, depois da Didspora, estu- davam, para se transformarem, eles mesmos, em lares que fossem dignos de Shekinah, que acreditava-se estar sem moradia desde & destruigdo do Templo, © relacionamento especial que os devotos tinham com Shckinal hes trouxe a libertagdo do exilio, dando-thes ficesso a0 estado sagrado, que antes S6estava disponivel no paraiso. ’A Libertadora age com aquela que acaba com todas as formas de cativeiro. Liberia pestoalmente qualquer coisa que esteja reida A Soja presa ou privada de movimento, Seu método consist em ir 4s raizes do bloqueio ¢,literalmente, explodi-lo, para que baja liber- dade. ‘Neste ponto, a Libertadora guarda forte semethanga com & Cria- dora de Tudo, que esth disposi a se deixar fazer em pedagor. “imagem simbolica desta transformago € a da borboleta emer- gindo da crisilida: da monte ¢ da desiruigio aparentes surge uma fhova forma de vida, Assim, nascemos da Libertadora,renovados ¢ transformados para viver de forma mais eficiente dentro de nosso ide atuagho escolhido cat ends évna fort alia de ods aquele ques sete injustigados pela vida, pois ela mostra iluso que é a autopiedade ¢ permite que toda a criagho penetre nos mistérios do seu olbar com- “vo. Nenbuma experiéneia é pavorosa a ponto de nos impedir de Encontrar a compsixio da Libertadora dentro de nés. Bessa com Jaixio que scabs com nossa servidio ao medo, No atual clims de onsciéncia feminina emergente, hi grande necessidade da Liberts- ora. Quando as mulheres tiverem os estigios iniiais Ge raiva e recriminagio, a compsixio da Libertadora serd essencial paraclas,cas0 nio desejem permanecer no papel de eterna viimas, "A Libertadora quebra acorrente que nés irrefletidamente, passi~ mos a0 redor dos outros. Essa corrente & forjada de sofrimento, decepeio, frustragio ¢ desespero, que sfo as energias que, inconscl- fentemente, projetamos sobre os outros, transformando-0s em cons "e escravos de nossas preocupagies obsessivas € suv» Husérias, A Libertadora diz; "Aqui, a corrente est irrevogavelmer te quebrada; deixem que haja. um novo comego.” Seu sucrificio vandeo sufciente pars que nos habilitemos a partihar da Imago do espirto trazida por ela. Por set a oitava mais aia Protetora, cla € nossa guardia maxima c aquela que mostra o ea © Tempo DA SABEDORIA a _nho, pois desde as alturas do céu aié as profundezas de nosso deses- pero, nlc existe lugar onde ela mio esteja. “Vamos nos volar, agora, para os Pitios da Sabedoria e descobrir “© largo carminho que leva, novamente, 26 mundo exterior. Patios da Sabedoria, ima sabedoria: A Teceli | Mas havin casa da Deusa icles icavam, 20 porto, E Cree os ouvia cantar com uma adordvel voz interior. Engunato cla tela a tla imortal,essas obras que o povo divine conus Essas obras tio completamente gloriosas, delicadase bes Hiomero,reduzido por Wiliam Moris A Oilissdia (0s Pitios da Sabedoria nos mostram uma outra triade de fungbes, {qual a Deusa trabalha para nos dar os meios de continuarmos a “A portira da Setima Sabedoria € a Tecela. A Teceli jt foi desig- ‘como Feiticeira, Encantadora ¢ Bruxa, mas n6s a chamaremos ‘Teceli, pois a arte especial que desenvolve ¢ ade tecer. Seus dois Hos Sio a icin de aranha¢ a miscars, Como « aranha, ela pode leias sobre ess porta ou entio colocar em nossas mios o fio to que nos levark para fora do existalinoIabicinto do Templo, “E assim que Hécate leva Demétera Perséfone, ea essa condula & por indmeros inieiados nos Misiérios Eldusicos, que abai- suas tochas de modo sagrado para reencenar 0s santos rtos. ‘encontra-se numa eneruzilhada, sob uma lua minguante, jun- ‘eachorros ganindo sua cangao de amor, £ ela quem concede os “Pojs, como foi até hoje, sempre que um homem que estiver Terra oferecer grandiosos sacrificios ¢ rezar pedindo prote- ‘segundo 0 costume, estarh invocando Hecate... Zeus) nio lhe Fnenhum mal nem nada tou da parte que Ihe pertencia desde dos antigos deuses Titis; mas ela mantém, — coms a divisho ‘desde 0 inicio — o dominio da terra, do ou e do mast.” “Teceli 6, também, uma dissimuladora, motiva pelo qual hd j méscara sobre a porta de sua cimara. Hecate se apresenta its cabecas: ade serpent, a de cavalo ¢ x de cachorro. Quando ‘invoca Hecate nas Metamorfoses, ax pedras comecam a 8 ELEMBNTOS DA DEUSA ibombar, 0 cachorresIatem e a terra fervilha de cobras negras, ta é 8 forga com que a feticeira invoca a Teceld. Circe possui também a wacidade de transformar os homens em bestas selvagens, como Ulissese sous companheiros descobriram. ‘ ‘Jivimos, anteriormente, um exemplo dessa capacidade de mudar ‘a forma, em Cetidwen, que associa os papéis de Iniciadora e Teceli {er pigina 81 do livro) E ela no rejeita assumis 2 aparencia de qualquer animal que existe na terra, mar ou ar em sua perscguigso & ‘Taliesin. ‘Segundo os valores do mundo fisico, a mutabilidade da Teceli deve ser considerada suspeita. Da mesma forma que a Energizadora, de cxjo poder dintmien compartiha e estimula, a Teceld coloca em (0 TeMpLo DA SABEDORIA » discussio 0 reino das aparéncias, Ela é « sembora dos mundos mu- tantes ¢ muitas vezes é apresentada sob a forma de uma mulher do Teino das fadas, que atrai os mortas a regides fantasmagoricas, en- ‘ encantando-0s. Com exeegio daqueles que passaram pela experiéncia de se deixarem enganar por seu ar fralerno, 05 Outros no conbecem esse aspecto di Iniciadora, que pode, assim, agit impunemente, Aqueles que, como Thomas, o Rimador passa- am pelo reino das fadas, descobrem que voltaram a um mundo que ‘enysihieceu, embora tenham adquirido a “Lingua que no consegue Brosatir’, ot o dom da vaedsdeirs profecia ¢ viaho. Ea Tecoll qus “concede esses dons, da mesma forma que os da misica, poesia ou ‘a seus favoritos, em troca de um companheirismo magico, ‘A Tecelé parece ser imune a qualquer tentativa feta para subor- inar seus pores. Wimos, anteriomeate, como Zeus fl incapaz de ir Hecate de seus poderes ttinicos ancestrais, Um tema seme- ne aparece na hist6ria de Isis. Ela manda uma cobra envenenada order Ra, 0 mais alto dos deuses, Em sua fraqucza, cle chama para socorré-lo, mas ela finge ser incapaz de curat 0 ferimento, a 108 que ele Ihe revele seu nome seezeto, Como 0 nome continhs 6 poder essencial de Ra, Isis devolveu a satide do deus, mas o coaheci- nto de seu nome secreto Ihe transmitiu seu poder. __ Essa. optidlo para obter ¢ exercer © poder nfo ¢ i, 1 Teceld pertence a Trade dialmics (ver pgina SS do livto) ¢ amis significa poder. O uso do poder pela Tecell tem muito a ps cnsinar sobre nosso préprio potencial mortal, pois estamos sem- A procura de poceres migicos ou de um “pagamento” edsmnico, ‘nos garantira a oblengio de poderes. A Teceli nos ensiaa que 0 € uma ifusio, como fica evidente na historia que se segue. s Sioux contam que um monstro, em forma de cobra, chamado Ingce ila vagava, outrora. A pessoa que O maiasse © relirasse seu go de cristal Obteria grandes poderes premonitérios, de persua- visio. O monstro 56 poderia ser sbatido se alguém Ihe desse tiro no sétimo ponto que ficava atris da sua cabeca. Mas havia problema: a pessoa que alhasse para Unecegila morreria € 0 0 também aconteceria com o resto de sua familia js irmos gemeos decidiram tentar a proeza. O maisjovem era G0. por isso, ficaria invulneravel a Unecegila. Mas, se nio enxer- ja matar o monstro? Os irmées foram a0 encontro da Mulher Feia ¢ the rogaram que thes desse suas flechas migi- {que nunca erravam 0 alvo, A Velha Mulher Feia viu que el jpobres e exigiu que um deles dormisse com ela. O irmio mais 100 EUEMENTOS DA DEUSA ‘velho recusow-se a fazt-lo, porque era muito feia, mas o irmio cego ‘concordow ¢, imediatamenie, ela transformou-se na Bela Mulber ‘over. Eli fez as flechas e profetizou que o irmao cego voltaria & ‘enxergire, quando isso acontecesse, voltaria para cl. (Os rapazes enfrentaram Unecegila com sucesso ¢tiveram 0 cui- dado de ignorar os 1og0s do seu coragio de cristal para que fizessern cerias coisas que o trariam de volta 4 vida. Com o sangue do mons- {to o imo cego recuperou a visio. Guardaram o coragio de cristal « cuvirim seu conselho: cle Ihes daria grandes poderes, que torna- iam ambos chefes importantes. No entanto, o exercicio do poder acabou transformando-se num inabmodo para os irmios porque, partir daquele momento, passaram a acertar sempre o-alvo, saber 0 futuro encontrar belas mulheres. Entio lembraram-se do que 2 Jovem Mullet Bela Thes tina dito: se 0 coragio de eristal fosse visto por outra peswoa, além dos dois immiios, perderiam seus pode- res. Assim, convidaram todes para virem i tenda onde o coragio de ‘cristal estava guardado © o jogaram pelos ares, quebrando-o em mil pedagos. A responsabilidade de controlar o poder ssiu, imediata- ‘mente, dos ombros dos iemios, que voltaram, novamente, & sua vida rotine “Unecegila ea Velha Muller Feia atuaram, nesta histéria, nos papéis de Desafiadora ¢ Teceli, Unecegila ¢ uma fonte do poder ‘incomensurivel c objeto de sua matanga. A Velha Mulher Feia aju- ddaos infos a alcengar o poder, mas.um deles tem que se deitar com ‘la, mesmo indo contra sua inclinacio natural. Eles aprenderam que ‘0 poder total viciae traz descontenlamento — uma mensagem que & ‘Velha Mulher Feia tentou thes transmitir. A Teceli se avalia em stelagio a reago dos rapazes eles se enconiram dese)ando algo, até ‘que encontram a liberdade que resulla de “abrir mio” do poder. O ‘ignificado dessa histiria € que a utilizagio pessoa! do poder cor= ‘mas partilhar © poder para o bem da tribo beneficia a todos, Em Isis, podemos observara combinagdo de aptidGes de praticar 4 magia e de curar, uma facilidade que ¢ concedida a todas as bru xas, Num papiro do século dezesseis foi enconirada a seguinte prece feita aela: * O Isis, tu que és. a grande Maga, cura-me, liberta-me de todas ssas coisas que sto ruins nocivas, da demoniace docaga fatal, que pertencem a Set, — como salvasie e libertaste teu filbo Horus.” Isis, como Ceridwen, é uma slquimista, Ea & chamada de “Raix the das Trevas™, Essa expressio se deriva da palavra usada para ‘© Temr10 pa Saneoonin 101 designar 0 Egito, que é a “Terra do Solo Fértil ov Negro” Ela também se refere ao negrume da matéria prima — a substincia fessencial, a partir da qual 0 ouro & transmutado, A Deusa foi a0 “templo de Hormanouthle Ii Ihe foi dado, conhecimento da alquir ‘mia. Isso 6 mencionado na observagio dp Plutarco sobre os mantos is: “Os de Isis sio variados em suas cores: pois seu poder ésté “felacionado & matéria, que em tudo se transforma ¢ tudo recebe, uz je, fogo ¢ Sgua, vida e morte, comego e fim.” ‘Antes que peda negra possa transformar-se em Ouro, pass. por Juma diversidade de cores, chamada em alquimia de “cauda de pa- ‘vio". © manto muito eolorido de Isis tece ¢ cobre toda a vida. ‘A Teceli, quando esti sob a forma de Tlazolteotl, certamente pra medo, pois, nesse momento, aparece como bruxa arquetipi- Bla cavalgn um eabo de vassourn através da noite, sob seus quatro aspectos, usando um chapéu pontudo alto ¢ freqientando eruzithadas, onde muitas decisies importantes sfc tomadas. Mas ssc aspecto da Teceli como Fefticeira €realmenle mais profundo. junto com a Iniciadors, a Teceli guarda 0s mistérios ¢ tece, nown- _mente, os padrées que criamos para nosss vida. O que consideramos no encantamenio é, normalmente, aulo-luséo, uma parandia auto da, na qual a Deusa, como Encantadora, é 0 objeto de nassas ajegdes ¢ carrega 0 fardo de nossos problemas..A Teceli reafirma jencrgia selvagem da Enerpizadora c usa 05 mistérios ds Iniciadora tecer sua visio. Esté tio perto dos mistérios da vida e da morte pode atuar coma curandeira, profetisa, alquimista ou dakini. qucles que temem a proximidade da morte a invocam, pedindo-the da, embora normalmente rejeitem + Tescl8 como feiticeira quan- sio desafiados, A Teceli € a confidente dos processos terapéuti- ‘# mestra dos soahos e da sua interpretagto, a letra do tard, a cigana, Ela é a mediadora ou parteira, que vé além do que gparentamos ser. Os que trabalham com o esoterismo sabem que ela sdigna de todo crédito ¢ deve ser vista como uma intermediadora bilitada entre esi mundo ¢ O Mundo Apis 4 Morte, que aio iludiro verdadeiro viajante ¢ que conduzii o diletante & algo gre, disarcando-e fingindo como ela f ‘A deevsa egipcia Neith era chamada de “A. que abre Caminhos” ¢ ra considerads uma espécie de Anubis feminina, dando orientagio {caminho que leva a0 Mundo Subterrineo. Seu simbolo, que € 0 sma seta foi mais tarde substituido pela lagadeira da teceli. Ela conbecida como migica e firbitro entre Horus ¢ Set. Seu 10a ‘Eueentos pa Deusa | templo cm Sais ficou famoso pela inscrigio que nele havia: “Eu sou tudo o que foi, que € ¢ que serd. Nenhum mortal foi ainda capaz de tiraro véu que me sobre,” ‘Ariadne &a saccrdotisa da Teceli e deposite nas mos de Teseu fio vermelho que 0 condur pars dentro ¢ para fora do Iabirinto, Podemos observar, aqui, como a Iniciadora © a Energizadora sio subordinadas ao aspecto da Tecela, que ambas estimulam, iniciam ¢ dda qual revelam os mistérics. ‘Antes de Eva tornar-se a mie de todss.as eristurss vivas, Adio cra casado com Lilith, que tinha uma prote de filhos gigantescos, ‘cujos poderes nio eram iguais 208 da espécie humana morta. Ape- sar de a tradigio semitica posterior ter representado Lilith como a rainha dos deménios, cla deveria ser chamada, de forma mais ade- ‘quada, de mie original dos daimons. © dation era 0 espitito ov {Etnio que morava em cada alma cuja ajuda motivacionalinspitava ‘05 mortais. Bm seu significado original, daimon nfo tern conatagio de intengSo maligna. ‘Aqueles que procuram a Teceliichegam 3 exséncia dos mistérios da vida criativa, porque ela € a suprema alquimista ¢ artista, uma rmesira da magia muito capacitada. Esses poderes nfo devem scr temidos, salvo par aqueles que nfo tm os pés incados na reaidade uma experiéncia que a Preservadora fornece de muito bam grado. F por isso que a Teceld fica na porta dos Pitios da Sabedori ‘ocultando e dissimulando 0 mistério da Deusa daguilo que € profa- ‘no, até que o tiltimo véu entre nds © a Deusa seja levantado pelo ‘conhecimento, Oitava sabedoria: A Preservadora [No campo lueninoso e no lavrado, w6s fizestes 1 divina Espiga de Miho nascer; salve, 6 vis, Mex Viva, que d lugar a0 Pio da ‘Vida; salve, Senhora, fonte perenc de agua viva, Hino Aesdico ‘A Tecell esti preocupacia com a estimulagao © 0 aparecimenta de novas formas de vida e seu desenvolvimento. J4 a Preservadora surge para mantcr © mutrira vida. Pode parecer, a prineipio, que /e a Criadora de Tudo sho uma 36, 8 mesma, mas no & “A Criadora de Tudo ¢ responsivel pela criscio: 4 fungi da € mianler 4 existéacis, Os simbolos principals de sux (© Teneo pa Saneponta 103 fungio sio a fogucira eo jaro cheio de grios, que estio expostos em ‘aia porta de entrada. ‘A Preservadora pode, is vezes, dar a impressto de estar mal ‘adiptada, por ficar a0 lado de aspectos tais como a Mediadora ¢ a ‘Desafiadora, embora seja sua oitava mais alts. A Medidora estabele- Ce os limites da realidade, a Desafiadora patrutha esses limites, mas 6 4 Preservadora quem neles habita, soprando-Ihes o hilite da sua ‘vida que sustenta. "AS mais antigas histrias existentes sobre a Preservadora m0s- tram uma preocupagio muito grande em relagio alimentagio do ‘compo. Adusa japonesa Ukemochi, que significa, literalmente, “deu- ‘que pros alimento”; fornece alimenta através do vomito. En- janio olha para a terra, expele arroz; olbando para © mar, o peixe; jando para a3 montanhas, vomits came de caps. De forma wm pparecids com a Criadora de Tudo, Ukemochi era alimentos a VLOG wee SEY} 108 ELeMENTOS DA DEUSA partir da utilizagio de partes de seu corpo, mais do que 0 faz: a0 llilizar a terra: Da eaboga sho erisdos obo eo cavalo; da fronte, © milho mi «4s sobrancelhs, 0 bicho-da-seda; dos olhos, 0 pasta; do vente, fc; da genlilia, trigo © gylos. Eases produics sho levados pelos ros ¢ outrage & Deusa-Sol.Depois, Amaterasuproduz ‘SEmentes de grio designa uma divindade para semeilos para a furura subasténcia da humani dade. Ademais, ao colocaro bicho-

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