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INQ IROCB) Session IPA: muito lapulo, pouco alcool e polémica com moderacao. © conceito de “drinkability” para uma cerveja pode envolver questdes bastante pessoais. Em teoria, “drinkability” traduz 0 quao facil de beber é uma cerveja. Ou seja, quanto mais, vocé queira (e consiga!) repetir um copo da cerveja, maior é a “drinkability” dela. Como a preferéncia por estilos varia de pessoa para pessoa, a “drinkability” de uma cerveja pode acompanhar esta distingdo. Entretanto, pode-se afirmar que ao menos uma caracteristica afeta da mesma maneira a “drinkability” de qualquer cerveja, independente das preferéncias do avaliador: 0 teor alcodlico. Quanto maior 0 teor alcodlico de uma cerveja, menor tende a ser 0 volume de cerveja consumido. E é esta caracteristica que motivou o surgimento das famigeradas “Session Beers” O conceito de “Session” envolve a facilidade de beber do ponto de vista do teor alcodlico. De modo pratico, seria a capacidade de se conseguir passar muito tempo bebendo uma cerveja, sem que se entre em coma alcoélico por causa disto! Na falta de um conceito robusto, bem definido, estabelecido em algum livro de referéncias, admite-se de maneira geral que uma “Session” tenha um teor alcoélico abaixo de 4% ABV. Assim, existem estilos j4 consagrados que ja teriam nascidos como auténticas “Session Beers”. A Berliner Weisse é um exemplo destes. ‘Mas agora, saindo do conceito geral e partindo para aplicagGes especificas, cervejeiros mundo afora passaram a incluir 0 adjetivo “Session” em cervejas produzidas para atender todos os requisitos de um dado estilo, com excegio do teor alcoélico, propositadamente reduzido. Seria algo como o inverso do adjetivo “Imperial”. E foi neste contexto que lupulomaniacos criaram 0 conceito de Session IPA. E foi neste contexto que lupulomanfacos criaram 0 conceito de Session IPA. E também quando a polémica comegou. © que distinguiria uma Session American IPA de uma American Pale Ale? Foi com esta questéo que muitos discursos e textos inflamados comecaram 0 ataque ao conceito de Session IPA. E a depender do que se pretenda produzir, eles esto corretos. Tomando o BJCP como base, caso se produza uma cerveja com 43 IBU’s e 45% ABV, apenas para citar caracteristicas marcantes destes estilos, apesar de se destoar em teor alcoélico de uma American IPA, enquadra-se em tudo em uma American Pale Ale. © que muitas receitas vém apresentando, e que talvez apazigue o clima entre defensores ¢ criticos das Session IPA, sao teores alcodlicos menores que de uma APA e valores de IBU dentro da faixa de uma AIPA (muitas vezes maiores que o limite superior da Pale Ale). ‘Traduzindo em ntimero baseados no BJCP, teor alcoélico menor que 4,5% ABV e IBU maior que 40 (sendo que 40 a 45 contemplam tanto APA quanto AIPA). © grande desafio desta abordagem é nao fazer com que a redugio de corpo (ou viscosidade) causada pelo baixo teor alcodlico destoe muito da percepcao de amargor, tornando a cerveja intragavel. Assim, a aplicagao de técnicas que aumentem a percep¢ao de corpo s40 extremamente bem-vindas em uma Session IPA. A utilizagao de maltes base que acentuem o cardter maltado, como Maris Otter, Viena e Munich, a sacarificacao em temperaturas que favorecam a atuac4o da a-amilase, 0 uso de cepas de leveduras de baixa atenuagao e a utilizagao de grdos nao maltados como aveia e centeio talvez sejam as mais indicadas. Assim como para AIPA’s tradicionais, técnicas de lupulagem tardia so também muito exploradas, pois exaltam o sabor e 0 aroma dos lipulos utilizados, complementando bem 0 cardter maltado turbinado pelas técnicas anteriores. A quantidade de exemplares comerciais de Session IPA’s cresce a cada dia. No mercado atual cabe destacar a All Day IPA, da Founders, e as novissimas Funk IPA, da 2 Cabecas, e Landel Session IPA, da cervejaria Landel. E este crescimento de opg6es sé mostra que, independente de que lado vocé esteja da polémica, argumentos nao vio faltar para vocé! Em digo aos argumentos comerciais, deixamos aqui um inspirado em uma receita elaborada pelo conceituado cervejeiro caseiro americano Michael Tonsmeire, autor do blog The Mad Fermentationist. E que a polémica continue! 20 litros - Vienna Session IPA - Inspirado na publicagio de 30 de Janeiro de 2012, do blog The Mad Fermentationist: 3,30 kg Malte Vienna 1,00 kg Malte 2-row 0,23 kg Malte Caravienna 114g Lipulo Simcoe a 15 minutos do fim da fervura 7g Lipulo Columbus a 15 minutos do fim da fervura 211g Lipulo Amarillo a 10 minutos do fim da fervura 2.1g Liipulo Simcoe a 5 minutos do fim da fervura 42g Lipulo Amarillo no fim da fervura 42g Liipulo Columbus no fim da fervura 42g Lupulo Simcoe no fim da fervura 35g Litpulo Amarillo para dry hop 35g Liipulo Simcoe para dry hop 35g Lipulo Columbus para dry hop Levedura WLP 037 ou Wyeast 1469 ou cepa inglesa de preferéncia. Sacarificagao a 67°C com uma relagao de agua por kg de malte que permita ter o volume necessério sem que haja lavagem dos gros. Fervura por 60 minutos. Fermentacao a 18°C e maturacao (com dry hop) a 7°C por I semana. OG = 1,038 / FG = 1,010 / IBU = 38 / SRM = 6 / ABV = 3,8% = Rafael Bertges

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