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(GM chase | calmostlina (0) TR ig. 1525. atau gece hes « aft.) Una hice pic ‘scl cru Gum sepa acne (noe sds io) me teste do lpedns Wropue sa daacoche ignores desea (ioe ion to cal uve aus rod cat una Wee «Choma perce einen coh calmodulina? Gomparacoes das sequéncias de aminoacidos dos dominios ligan- tesde celmodulina das proteinas-alvo sugerem que a calmodulina reconhece héli- ces a anfipaticas com carga positiva, Os resultados de estudos estraturais apéiam bastante esta conclusio e revelam os detalhes das interagdes calmodulina-alvo (Fig. 15.23). Os dois dominios da calmodulina estao ao redor da hélice anfipatica ¢sio unidos a ela por amplas interagoes hicrofobas e iénicas. A hélice o unindo as duas mios EF dobra-se pera tris de si propria, facilitando a ligagdo & hélice- alvo, Como esta ligacio da calmoclulina a seu alvo leva a ativagiio enzimatica? Em relagio i GaM cinase I, acalmodulina mira um peptideo presente da extremida de carboxilica da cinase. Esta regiao interage com uma alga que é crucial para & ligagdo do ATP e fixa-a numa conformagio inadequada para @ ligagio do ATP. Acalmodulina circunda este peptideo e o extra, libertando o centro ativo daci- nase para se ligara ATP e fosforilar substratos apropriades. 15.4 ALGUNS RECEPTORES FORMAM DIMEROS EM RESPOSTA A UNIAO DO LIGANDO E _SINALIZAM POR FOSFORILACGAO MUTUA Osreceptores 7TM iniciam 2s vies transmissoras de sinais através de alteragoes na estrutura tercidria, que sto induzidas pela chegade do ligando. Um meca aismo fundarentalmente diferente € utilizado por uma gama de outras classes de receptores, Pera estes, 2 unito do liganco leva a alterapoes na estrutura qua- terndria — especificamente, a formacio de dimeros do receptor. Como vere- mos, a dimerizagio do receptor é crucial, pois os dominios de proteina cinase associados cos dominios intracelulares dos receptores sao trazidos para perto, detal modo que podem fosforilar um ao outro. Tal fosforilagao mitua inicia a sinalizagio posterior. Consideremos 0 horménio do créscimento (GH; do inglés, growth hormone) eseureceptor comonosso primeiro exemplo. O horménio do erescimento é uma proteina, mondmero de 217 aminoécidos que forma uma estrutura compactada dequatro feixes de helices (Fig. 15.2+).O receptor do GH compreende 638 ami- noicidos, divididos em um dominio extracelular de 250 aminodcidos, uma héli- ce transmembranar tinica e um dominio intracelular de 350 aminofcidos, Na auséncia do horménio ligado, o receptor esta presente como um monémero. O GH liga-se ao dominio exiracelular do receptor. De modo marcante, cada bor- ®) fs ; c be 3 es > ve orménto do creaciments humane WD rg tse eu do termini ie conteent Kamer Otereo te Scare hare un fed usr rakes ormonio do © Derfrio exrecelar Homan & [e) ee ae Receptor do Domiio Receptcr drmero rondo do inecetle Grey ‘amnio -extracelular) WD ri. 15.25 a leacto do tortoie do escent eva dimers do receptor. (8) Une st oleve de homeo decrescrvens aire) erage carn domi evo dei ecpoes Gero ans (@) Ala de ue eee dha a os memes isa eracie de um dine da espa. Araneta eu tara gaat ex i te ‘iar toh monio em mondmero liga-se a duuas moléculas do receptor, promovendo assim a formagac de um dimero do receptor (Fig. 15.28). A ligacéo entre o horménioe 0 receptores é altamente cooperativa; uma ve2 ligando-se um horménio a uma molecule de receptor, «ligagao do segundo receptor é muito favorecida, Este processo ocorre fora da célula. A dimerizacao dos dominios extracelu- lares do receptor ocorre juntamente com a dos intracelulares, Associadaa cada dominio intracelular, esti uma molécula de uma proteina dita Janse cinase 2 (JAK2), em uma forma nfo ativada, As cinases Janus tém estruturas modula- res constituidas dos quatro dominios ja descritos (Fig. 15.26). Semelrante Fesfoiresina ER sha protaina.cnare Proveina nace Fig. 15.26 Estrutura em dominios da cinase Jenus. Ur lors chase (JAK) inclu qustio dominios rgenizades: um derinio ERM que favorece infragQes cori as memmbranas, umn SH cue 3 lig: @peptidecs contend fosfotiosa, e dos dominios horndloges a pratehacinases, Somente 9 segundo dominio de protena case parece ser envimticamente (urciona A extremidade carboxilica ¢ um dominio de proteina cinase; sua sequéncia de aminoicidos e as propriedades bioquimicas conhecidas sugerern que este domi- nio funcione como uma tirosina cinase. Adjacente a este dominio, esta uma so- 2 gunda regiio claramente hamélogn a proteina cinase, embora varios aminodci- dos importantes tenham sido alterados,e a atividade bioquimica deste dominio nio esteja bem estabelecida De fato, este par de dominios semelhantes acinase 6 responsével pelo nome destas proteinas. Janus € o deus romano dos portdes, com duas faces. Na extremidade aminica, est um dominio de 300 aminoicidos, dito dominio ERM, que auxilia« ancorar a JAK2 as membranas, Entreestes do- minios e os da cinase, esta um dominio SH2 (SH de homologs a Sre; Secdo 15.4). (Os SH2 sio dominios com 100 aminodcidos que se ligam a peptideos que con- T] rig. 15:27 teconhecinentode —_ tem fesfotiosina (Fig. 15.27). Os dominios ligam-se a fosfotirosinas através de fosfetiosina pelos dominios SH2. cotulua interagdes com argininas conservadas, entre outros aminoécidos, dem doris SH2 (pips) aco eu pptleo cortendofosoosn, Sao mostadas fnlteges pr ponte de ndroénia ence « Demitio SH? : Um Exempla de Dominios Reguladores fesftiosina e dus argras;imeraoes com flares (STRUCTURAL INSIGHTS, SH2 Domains: An Example of Modular ‘utes arninodcidos s40 omitdas pera maior Domains), proporciona um ola: ina nas interardes cb dominia fosfotasing-sH2 #008 areca ‘dversos modos que podem aletar a funcda protece Dirmeriangdo indusida pelo hornéno e es JAK aivada A dimerizacto dos receptores do GH ocorre juntamente com a das protei- nie JAK? associadas a cada dominio intracelular, aparentemente libertando uma alga importame (dite alga de ativagdo) de um dom\- nio de cinase dentro do centro ativo da cinase ligado a0 outro receptor, o que resulta em fosforilacao mu- tua (Fig. 15.28). Nao foi diretamente estabelecido como a fosforilagio da JAK2 leva & sue ativagao ‘Gontudo, os resultados de outras cinases revelam que alga de ativacéo esi em uma conformagio inadle- qquada para a catélise na forma desfosforilada, mas altera-ce para uma conformagao ativa quando sio adi- cionadas fosforilas a locals importantes (Fig, 15.29). Quando ativada por fosforilagdo matua, a JAK2 pode fosforilar outros substratos. No caso presente, pelo menos duas proteinas importantes sao fosfor'- ladas, Um regulador de expresstio génica chamado STATS (STAT; do inglés, signa! transducers and activactors of transcription, transmissores de sinais e ativadores de transcricio) & o proprio receptor do GH. Quais sio at conseqiéneias da fosforilacdo destas duas proteinas? A STATS ¢ fosforilada numa tirosina proxima da extremidade carboxilica da proteina. O aminodcido fosforilado liga-se a um dominio SH2 de uma outa molécula de STATS. Interagdes reciprocas levam a formacio de um dimero estavel de STAT (Fig. 15.30). A proteina STAT dimera, que tem uma afinida- de muito maior por locais ligantes especificos do DNA do que a proteins em monémero, move-se até o mticleo, onde se prende ¢ locais ligantes de DNA, regulando a expressio génica. A fosforilacdo do receptor de GH pode ter varias consequiéncias. Primeira, o receptor fosforilado pode servir como um local de ‘inatia) bi i, ste tr Th Fesfolago © Tigers shvosotosna Sa Mon6meros de STAT Dimera de STAT Tigase ao DNA) [a3 | — Vas de Trenaisto de Sins: vodugto ao metals de era Fig. 15.28 Fosforilacao mata de JAK Induzida peta dimerizagao do receptor. 8 'Ngera0 de hormonio do crescimento leva imenzagio do receptor, que faz com que duas JAksjuntern se de ura tal maneia que cada ‘uma fosfenlaminodados importantes na cute As JAK atvadas penranacem igadas 20 receptor, Protefna cinase nio fostorilads Proteina cinase fosfortlada (otiads) WD nig rsa» aga de uma preci nate por tones. eco Sexo ur ag rprarte eter tra canomacdo pep puns ise A losing em dase comes) bias ume corto ab Fig. 15.30 Dimerizosdo de proteinas STAT Induaida pela fosfortlagBo. 4 osforlaca0 de ma trosite mnpartante er cad proteina STAT leva a uma interacao ente fosfotisina e um dominio SH2 no cutro monomer STAT. O dimero STAT produaido por esas iteraydes reiprocas tem uma ata afnidade per ssequencias espectices do DNA e € cpaz de alterar a expressdo genicaapos aligavdo do DNA 432 acoplamento paraa JAK? através de seu dominio SH2. Segunda, outras prote- Bioquiica {nas podem se associar ao receptor fosforilado, participandoem outras vias de sinalizagio. 15.4.1 Alguns Receptores Contém Dominios de Tirosina Ginase Dentro de Suas Estruturas Covalentes Fatores de crescimento como a insutina, ofator de crescimento epidérmico (EGF, de epidermal growth factor) e 0 fator de crescimento derivado das plaquetas li- gam-se a dominios extracelulares dos receptores transmembranares que tém dominios com tirosina cinase presentes dentro de eua porgio intracslulac. Para estas proteinas, que st encontradas em organismos pluricelulares, mas nao em eveduras, 08 genes que codificam os dominios extracelulares e as cinases de sinalizagio fundiram-se no curso da evolucio. Estes receptores com tirosina ci- nase, ou titosina cinases recaptoras (RTKs, de receptor tyrosine kinases), sinali- zam por mecanismos bastante semelhantes aqueles abordados para as vias ini- ciadas pelo receptor do hormonio do crescimento. Considere, por exemplo, o fator de crescimento epidérmico, uma cadeia pep- tidica de 6 kd que estimula o crescimento das células epiteliais e da epiderme (Fig. 15.31). Este fator de crescimento com 53 aminodcidos € produzico pela W] rig 1531 estuturado ftor de —_-Clivagem de um precursor de EGF, uma grande proteina trarsmembranar. Tal crescimente epidérmico, te tuenorico _prOcessamento, comum para fetores de crescimento e horménios, lembra o decrrmerta Beshbiizalo ports ponies processamenta das zimogénios em enzimas ativas (Segio 10.5). A primeira disuteta etapa na via de transmissio de sinais é a ligugio do EGF ao receptor do fator de crescimento epidérmico, uma unica cadeia peptidica com 1,186 aminoacidos. A tirosina cinase receptora é um monémero enzimaticamente inativo na ausén- cia do fator ce crescimento. A ligacdo do EGF ao dominio extracelular causa dimerizagao do receptor, que sofre fosforilagdo mtitua e ativacae, ‘O recepior de insulina é um dimeto de pares eB, unico por pontes dissulfe- to mesmo quando a insulina néo esta ligada, Contudo, a insulina ¢ ainda ne ccessiria para a ativagao da cinase, demonstrando quea dimerizacao é neces ria, mas no suficiente para a ativagio. A ligagao do fator de crescimento tem. que converter as subunidaces do dimeroa uma conformagao que traga as tiro- sinas adequadas de uma cadeia aocentro ativo da outra, de modo que oco-raa fosforilagao mtitua. Uma experiéncia elegante demonstrou a regra geral do mecanismo sinalizi Cento de igarte dor dos receptores com tirosinacinase, O receptor de EGF eo da insulina con- apeptien tem tirosina cinases intrinsecas, Estes receptores transferem informacoes atra- ves da membrana da mesma maneira? Esta questao foi respondida ao se sinte- tizar um gene que codificava um receptor quimérico — a parte extracelular nha do receptor de insuline, ¢ as partes transmembranar e citossdlica vinham do receptor de EGF. O resultado curioso foi de que a ligagao da insulina indu- zia atividade detirosina cinase, como evidenciado pela rapida autofosforilagao, Dai, oreceptor de insulina e o de EGF empregam um mecanismo comum de trans- missao de sinais através da membrana citoplasmatica, Cort ce eno pepe com ‘esovosne Como o sinal ¢ transferido além da tirosina cinese receptora? Vimos que as tirosina cinases ativadas podem fosforilar outras proteinas, e que fosfotirosinas nos receptores fosforilados podem atuar como locais de ancoragem para os Centro ce lgactoa* dominios SH2 de outras proteinas. Uma proteina adaptadora importante une a Ree fosforilagio do receptor de EGF ao estimulo do erescimento celular por uma Be Fig. 15.32 Estrutura do Grb-2, uma _cadeia de fosforilacao de proteinas (Fig. 15.32). Na fosforilacao do receptor, 0 proteina adaptadora, Gib-? ¢ constiuida de ~— dominio SH2 da proteina adaptadora Grb-2 liga-se as fosfotirosinas da tirosina des donne 3 ¢ un domino S12 ct cinasereceptora. A seguir Grb-2reerutauma proteina ita Sos, que interage com Satie passo que os SS hgresea egies OFb-2através de dois dominios SH3, que se ligam a trechos ticos em prolina do fas eft praina em ouras potenas, amor Pepticeo e, como os dominios SH2, sio dominios repetitivos que participa Soe em interagoes entre proteinas, Por sua vez, Sos liga-se a Ras e¢ ativa, um com- ponente muito relevante da transmissao de sinais que abordaremos na Seco 15.4.2, Finalmente, Ras na sua forma ativeds liga-se @ outros componentes do circuito molecular, levando a ativacio de proteina cinases especificas para seri- ng etreonina, que fosforilam alvos especificos para promover o ereseimento ce- lular, Vemos aqui urn outro exemplo de como ¢ construida uma via de trans- missdo de sinais, Interagdes especiticas entre proteinas (através de SH2, SH3e ‘outros dominios nao considerados aqui) unemn o evento ligando-ligante origi- nal 20 resultado final — o extimulo do crescimento celular. 15.4.2 Ras, uma Qutra Classe de Proteinas G Sinalizadoras Agora voltemos nossa atengio para uma outra importante familia de proteinas de sinalizagao, as protesnas G pequenas ou GTPases pequenas. Esta grande su- perfimilia de proteinas — agrupadasem subfamilias ditas Ras, Rho, Arf, Rabe Ran —desempenha um papelimportanteem uma gama de fan- gees celulares, incluindo erescimento, difereaciagio, motilidade celular, citccinese ¢ transporte de substancias através da célula (Quadro 13.3). Igual a seus parentes, as proteinasG heterotrime- tas (Seca 15.1.2), as proteinas G pequenasalternam-seentre uma forma ativa ligada a GTP e uma inativa ligada a GDP. Elas dife- rem das proteinas G heterotrimeras por serem menores (20-23 kd contra 30-35 kd) e mondmeras. Contudo, as duas familias estao relacionadas por evolugdo divergente, e as proteinas Grpe- quenastém muitos temas mecanisticos e estruturais em comum coma subunidade G, das proteinas G heterotrimeras. Na sue forma ativa ligada ao GTP, as proteines G pequenas, tais como a Ras, estimulam o crescimento ea diferenciagzo das, células, Relembre que Sos é o precursor imediato da Ras no cir- cuito transmitido pelo sinal de EGF. Como Sos ativa a Ras? Sos liga-se a Ras, sleangao beleto de ligagio a nucleotideo e abre-o, permitindlo ao GDP escapar e ao GTP penetrar em seulugar (Fig. 15,33). Este processoé presumivelmente andlogoao estimulo da troca de nucleotideo nas proteinas Cz heterotrimeras pelos recep- tores 7TM ativados, um procesto para o qual néo esto sinda disponiveis os detalhes estruturais, Sos € referide como um fator de troca de nucleetideo de guanina (GEF; do ingles, quanine-nucleotide exchange factor). Assim, a ligagao do EGF a seu receptor leva & conversio da Ras a sua forma com GTP através da intermediagin de Grb-2 e Sos (Fig. 15.34) Igual a proteina G,, a Ras possui uma atividade intrinseca de GTPase, que serve para terminar o sinal e retomar o sistema ao estadoinativo. Esta atividade é lenta, mas aumentada por proteinas de ajuda, ditas proteinas ativadoras de ————————— SS QUADRO 15.5 Superfamilia Ras de GTPases Subfamilia Funsae Ras Regula o crescimento celular através de proteina cinases para serinae treonine Rho Reorganiza 0 citoesqueleto através de proteina cineses para serina e treonina At Ativs a ADP-ribosiltransferase da subunidade A da toxina clo colera; regula as vies de trafego de vesiculas; ativa a fosfolipase D Rab ‘Desempenha um papel iinportante nas vias de secregioe de endocitose Ran Funciona no transporte de RNA e de proteina para dentroe para fora do ruicleo Local de ligacto Vins de earsmissbo de Sinai: Introdueao a0 Metabaime da normagio hueleosdeo W] ee 1535 certo de Soe um dominio SH2; 2 igacdo entre o domino SH2 20 de proeita nase ¢ presa pelo demic ‘H3, Estas nveragbes mantém o domo de frosna cnase em ume conforma natva, etizcelbr 3 Ae Denna Pee a ctr cop ae GTPase (GAPS; do inglés, GTPase activating proteins). Os fatores de troca de nucleotideo guanilico e as proteinas ativadores de GTPase permitem ao ciclo das proteinas G ocorrer com velocidaces apropriadas para um nivel balancea- do da sinalizacéo “corente abaixo”. “15.5 DEFEITOS NAS VIAS DE SINALIZACAO PODEM _LEVAR A CANCER E OUTRAS DOENCAS Alluz desua complexidade, nao é surpreendente que as vias de transmissao de sinais falhem, levandoa estados de doenca. O.cancer, um conjunto de doengas caracterizado por um crescimento celular incontzolado ou inadequado, esta fortemente associado a defeitos nas proteinas transmissoras de sinais, De fato, ‘oestudo do cancer, particularmente o causado por certos virus, tem contribu- ido muito para o nosso entendimento das viase das proteinas transmissoras de Por exemplo, 0 virus do sarcoma de Rous um retrovirus que causa sarco- ma (um cancer dos tecidos de origem mesodeérmica, como o muisculo € o teci- do conjuntivo) em galinhas. Alem dos genes necessarios para a sua replicagéo, este virus carreia um gene dito v-src, O gene v-sre 6 um oncogene; ele promove atransformagao de tipos celulares susceptiveis. A proteina codificada pelo v- src € uma tirosina cinase de proteina que inclui os dominios $H2 e SH3 (Fig. 15.35), De fata, os nomes destes dominios derivam do fato de que eles sio dominios homélogos a Src (do inglés, Src homology domains). A proteina v-Sre 2 ® Protea cinase Fostotrosina semelhante na sequéncia de aminoacidos a uma proteina normalmente en- contrada nas células musculares de galinhas, referidas como c-Src (do inglés, cellular Src}. O gene c-sre nao induz.transfermagio celular, e é dito um proto- oncogene. A proteina que cle codifica ¢ uma proteina transmissorade sinais que regula o crescimento celular, Como devemos ver, pequenas diferengas nas se- qiiencias de aminoacidos entre as proteinas codificadas pelo proto-oncogene ‘oncogene sAo responsaveis pelo produto do oncogene ser capturado na posi- Gio "ligado” ‘Um exame da estrutura da c-Src em uma conformagio inativa revela uma relagdo complexa entre os tres dominios principais. O dominio SH situa-se ‘mais proximo da extremidade aminica, seguido pelo dominio SH2 e daf pelo de cinase. Ha também um trecho carboxi-terminal distendido que inclui uma fosfotirosina. Esta esta lignda dentro do dominio SH2, ao passo que o trecho de ligagao entze o dominio SH2 e o dominio de cinase € preso pelo dominio SH3. Estas interagoes mantém 0 dominio de cinase em uma conformacao inativa. A proteina Ste neste forma pode ser ativada por trés processos distintos (Fig. 15.36): (1) a fosfotirosina ligada ao bolsio em $H2 pode ser deslocada por um outro peptides contendo fesfotirosina com uma maior afinidade por este do- minio SH2; (2) a fosforila da tirosina pode ser removida por uma fosfatase; e (3) 0 trecho de ligacao pode ser deslocado do dominio SH3 por um peptideo com afinidade maior por este dominio SH3. Assim, a Src respondea presenca de um conjanto de sinais distintos. A seqiiéncia de aminoiicidos do oncogene viral é mais de 90% idéntica a seu equivalente celular, O que faz tal atividade biologica ser diferente? Os 19 amincacidos da extremidade C-terminal do c- Src sdo substituidos por um trecho completamente diferente de 11 aminoéci- dls, ¢ esta regiao no postu a tirosina que é fosforilaca nac-Sre inativa. Desde a descoberta da Sre, muitos outros mutantes de proteina cinases foram identi- ficados como oncogenes. Como 0 virusdo sarcoma de Rous adquiriu ¢ versio mutada de Sre? Em uma infeccao, um genoma viral pode captar um gene de seu hospedei- 10, de tal modo que seja perdida a regido que codifica os ultimos aminodcidos. ‘Tal gene modificado pode ter dado ao virus do sarcoma de Rous uma vanta- gem seletiva, pois ele favoreceri 0 crescimento do virus quando introduaido junto com este em ume célula hospedeira, ‘Aatividade prejudicada de GTPase em uma proteina reguladora pode levar aocincer. De fato, o7as é um dos genes mais comumente mutados em tumo- res humanos. As células dos mamiferos contém trés proteinas Ras de 21 kd (Ras H, KeN] quese alternam entre as formas com GDP e com GTP, As mutagoes doce de “obe ir Seeesade Ste inate Ss eee Vins de transisso de Snes: Intodusao 20 Metatolsme de ivormecso Fig. 15.36 Vias de ativago para ac-Sre. ‘Ste inatva pode ser ativade por uma de pelo menos rés vas distin: (1) deslcamenta. do ‘domino SH2; (2) destostorato; ou (3) deslcamento do dominio SHS, —— mais comuns em tumores levam a perda da capacidade de hidrolisar GTP, ‘Assim, a proteina Ras é mantida na posiedo “ligada” e continua a estimmular 0 crescimento celular, 15.5.1 Inibidores de Proteina Cinase Podem Ser Eficazes como Medicamentos contra o Cancer A ocorréncia farta de proteina cinases superativas em células cancero- sas sugere que moléculas que inibam estas enzimes poderiam atuar como agentes contra tumores. Resultados recentes tém apoiado este conceit de modo dramitico, Mais de 90% dos pacientes com leucemia miclogénica cronica (LMC) exibem um defeito cromossOmico em células infectadas (Fig. 15,37). A translocagio do material genético en- te 08 cromaseomns 9 ¢ 22 faz com que gene c~ abl, que codifica uma tirosina cinsse, seja inse- oa rido no gene ber do cromossomo 22, O resulta- do ¢ a produgao de uma proteina de fusao dita A Ber-Abl, que ¢ constituida primariamente de se- oH quéncias para a cinase c-Abl. Contudo, 0 gene HN ber-ab! nao € regulado de modo adequado; cle é expresso em niveis mais elevacios do que o gene quecodifica a c-Abl cinase normal. Além disto, 1a proteina Ber-Abl pode ter propriedades de re~ Cromassome gulago que siosutilmente diferentes das da pré- - priac-Abl cinase. Assim, as células leucémicas SarpesiO expressam um alvo especial para quimioterapia, @ Resultados clinicos ecentes de um inibidor es- peeifico dacinase Ber-Ab| mostraram resultados draméticos: mais de 90% dos pacientes respon- deram bem ao tratamento, Este enfoque da qui- mioterapia do cancer é fundamentalmente dis- __qnbrio es treseborte) tinto da maioria das abordagens, que mirani as células cancerosas somente tendo por base o seu rapido crescimento, levando pred aefeitoscolaierais devido a também ser afetado.o erescimento das célulasner- mais que crescem de modo rapido, Portanto, nosso entendimento das vias de \ transmissdo de sinais esta conduzindo a novos conceitos de tratamento da doenca. Tranlocarda ere ber 15.5.2 Célera e Coqueluche Sao Devidos a Atividade Alterada de Proteina G = Consideramos aqui algumas doengas das vias de sinelizagio dependen- tes de proteinas G, Cansideremos primeiro 0 mecanismo da agi da to- xina do edlera, secretada pela bactéria intestinal Vibrio cholera, Coleraé uma di- gene berabl —_arria aguda, que pode ser incompativel com a vida. Ele causa secrecéo volumo- sade eletrélitos e iquidos nos intestinos das pessoas infectadas. A toxina do cé- Jera, coleragena, € uma proteina compesta de duas unidaces funcionais —uma subunidade B que se liga aos gangliosideos Gi, do epitelio intestinal e uma su- bunidade A catalitica que penetra nacélula, A subunidade A catalisa a modifica- Gia cavalente ca proteina G,. A subunidade a é modificada pela unio de uma or ADP-ribose a unna arginine, Esta modificagio estabiliza a forma de G,, igada a Fg 1557 Formackode gene berh!Pe! CyTP, deixando amolécula na conformacio ativa. A proteina G ativada, por sua Conca, partes dos ctovosstmnas Se 2280 vez, ativa continuamente a proteina cinase A, Esta abre um canal de cloreto (um teaprocamente pernuzacas,causando atusio canal CFTR: Secio 13.3) e inibe o trocador de Na* eH”, por fosforilagao, O re- dos genes bo © abl. A proteina cinase sultado global da fosforilagdo destes canais é uma perda excessiva de NaCl ea oatca ne gene barbie exes €™_percla de grandes volumes de agua no intestino, Pecientes que sofrem de eélera sweats to weconeeratlesesui, — por4a 6 dias podem perder 0 dobro de seu peso corporal em iquido. O rrara- rosa. mento consiste em reidratago com uma solucdo de glicose e eletroitos, ——— _____., QUADRO 15.4 Doengas de Protefnas G Heterotrimeras Doenga Sinalizagio excessiva Célera Cancer (adenoma) de hipdtise etiredicle Cancer (adenoma) de acrenal e ovirio, Fhpertensao essencial Sinalizagio deficiente Cogueiea noruma Preudo-hipoparatireoidismo tipo Ib Coqueluche Fone: 2, Farfel, H.R Bourne eT, N. Engl J. Med. $40(3909) 1033, Enquanto o coleraeé resultado de uma proteina G retida naconformagio ati- va, fazendo com que a via de transmissio de sinais fique perpetuamente esti- miulada, « coqueluche, otesse convulsa, é resultado da situaczo oposta. A to- xina da coqueluche também adiciona uma porséo ADP-ribose — nesse caso, uma proteina G,., uma protein Gi, que inibe a adenilato ciclase, fecha canais deCa® eabre canais de K~. Contudo, oefeito desta modificacao ¢ baixar aafi- nidade da proteina Gpelo GTP, retenclo-a permanentemente na conformagao “desligada”. Os sintomas pulmonares nao foram ainda correlacionados com al- gum alvo particular da proteina Gi,. A toxina da coqueluche ¢ secretada pela Bordetella pertussis, a bactéria responsavel pela tosse convilsa. Occlerae a coqueluiche sio apenas dois exemplos dedoencas causadas por defeicos nas proteinas G. O Quadro 15 4 lista outras. A luz do fato de que as proteinas Gtransmitem sinais para mais cle 500 receptores, ¢ provavel que esta lista continue a crescer. 15.6 CARACTERISTICAS REPETITIVAS DAS VIAS DE TRANSMISSAO DE SINAIS REVELAM _RELACOES EVOLUTIVAS 4 Muitascarateristicas da vias de trnsmiendo de sinnis sto aatigas, Por exemplo, cAMP sinaliza a necessidade de energia em procariontes, as- sim comoem eucariontes, embore sejam diferentes os mecanismos para detecta- Jo. De modo semelhante, as proteinas ligantes de GTP — as subunidades G, das proteinas G heterotrimeras e os membros de familia Ras — sio parte de uma superfamilia antiga de proteinas aparentadas na evolucdo, Quiros mem- bros desta superfamilia sao proteinas que se alternam entre as formas ligadas a ATPe a ADP; estas proteinas funcionam na sintese do ATP (Secao 18.4.5) € na geracdo de movimento de moléculas (Cap. 34). A superfamilia também in. lui proteinas que tomam parte na sintese de proteinas (Seqao 29.4.2). A carac- teristica principal destas proteins ¢ que elas experimentam alteragoes de con- formacao significativas quando da ligacao a nucleosideos trifosfatos, hicrolisando-s a nucleosideos difoMfatos. Estas proteinas podem assim funci- onar como dispesitivos “liga-cleslign” moleculares. Um dominio com esta ca- pacidade deve ter surgido cedo na evolusio, ¢ se adaptado para enfrenter de- pois disso uma faixa de necessidades celulares. Outras proteinas cnuciais para as vias de transmissdo de sinais surgiram muito mais tarde, Por exemple, as protefna cinases eucariéticas sio uma das maiores familias de proteinas em todos os eucariontes, e por ora parecem estar ausentes em procariontes. A evolugio do dominio de proteina cinase eucariética parece +437, — Vins de Transrissio de Sinai: lntreaucdo a0 Metaboli da normagho Fig. 15.38 Conservagto de vias. Ui vis herneloga 2 wie transmussora ce sas do EGE derarnferos tunciona em Drosgphifa pare comvalaro deservoivmenta de una céiula foroireceptore espectice no oho Sil 1 T Tiosnachise —Reapardescr Sew weed | | Priced cib2 j For decade meio 7 7 ci nas ts Wein Fries» Desens ae pei tore 7 ter sido uma importante etapa bioquimica no aparecimento dos eucariontes ¢ no desenvolvimento subsequente dos organismos plaricelulares Vias sinelizadorasinteiras foram conservadas entre os organismos, Por exem- plo, uma via importante no desenvolvimento do olhoem Drosephila écomple- ‘tamente andloga as vias de EGF em seres humanos (Fig. 15,38), Assim, ainsta- Iago desta via de controle do crescimentotem pelo menos 800 milhées de anos. Alligacdo altamente especifica de moléculas sinalizacoras, muitas delas hor- monios ¢ fatores de crescimento, a moléculas receptoras inicia a cascata de transmissio de sinais. Mensageiros secundarios carrelam o sinal dentro da célula e com freqiiéncia utilizam a fosforilacio de proteinas coma um dis- positivo de sinalizagao. Roceptoros com Sete Hiélices Transmembranares Mudam de Conformacio fam Resposta & Unidic de um Ligando e Ativam Proteinas G Receptores com sete hélices transmembranares operam em comunhao com | proteinas G heverotsimeras. A ligacao de urn hormOnio a urn receptor 7TM | dispara a troca de GDP por GT? ligado a subunidade a das proteinas G. As, proteinas G, podem transmitir informacées por uma gama de vias. G,,-GTP ativa ¢ adenilato ciclase, uma proteina integrante de membrana que catalita a sintese de cAMP. © AMP ciclico ativa a seguir a proteina cinase A ao se | ligar a sua subunidade reguladora, libertando assim as suas cadeias cataliti- cas. A PKA, uma cinase multifuncional, altera a atividade de muitas prote!- nas-alvo ao fosforilar serinase treoninas, ‘AHidr6lise do Fosfatidil inositol Bisfosfato pela Fosfolipase C Gera Dois Mensageiros A.cascata de fosfo-inositolideo ¢ mediada pelos receptores 7T Me proteinas Gig. A ativagio da fosfolipase C disparada pelo receptor gera dois mensa- geitos intracelulares por hidrulise do fosfatidil inositel 4,5-bisfosfato. Oino- sitoltrisfosfazo abre canais de calcio nas membranas do reticulo endo- esar- coplasmtico, levandoa um nivel elevadode Ga* no citossol. O diacilglice- rol ativa a proteing cinase C, que fosforila serinas e treoninas nas proteinas- alvo. O lonte Calcio £ um Mensageiro Citossdlico Onipresente Cionte calcio atua por se igar a calmodulina ea outros sensores de célcio, A calmodulina contém quatro médulos ligantes de célcio, ditos maos 8-P, que ocorrem em outras proteinas. A Ca*-calmodulina ativa proteinas-alvo por se ligar a hélices anfipaticas com carga positiva ‘Alguns Receptores Formam Dimeros em Resposta & Unido do Ligando e Sinalizam por Fosforilacdo Miitua Alguns ligandosinduzem dimerizacao dos receptores 20s quais se ligam. Tais receptores contém um dominio extracelular que se prende ao ligando, uma regio transmembranar e umn dominio citoss6lico que se liga a uma proteina cinase, ou que acontém. O receptor do horménio do crescimento participa em um exemplo deste tipo de via transmissora de sinais, A dimerizacio do receptor ativaa cinase Janus 2, uma proteina cinase associada 4 parte intra- celulardo receptor. A cinase, por sua vez, fosforilae ativa um fator de trans- missio dito STATS Astirosina cinases intrinsecas sto incorporadas por covaléncia nos domi- nios intracelulares de alguns teceptotes, como o receptor do fator de cresci- | mento epidérmice e o de insulina. Quando tal receptor com tirosina cinase forma ur dimero, ocorre fosforilagdo mutua. As tirosina cinases fosforila- ds nos receptores com tirosina cinase ativacos servem como locais de an- ‘coragem para os dominios SH2 presentes em varias proteinas sinalizadoras ‘epermitem propagagao posterior do sinal. Um componente relevante detais vias é « Ras, uma GTPase pequena. Esta proteina, igual a subunidade G,, alterna-se entre uma forma inativa ligada a GDP e uma forma ativa ligadaa GTP. 4} Defeitos nas Vias de Sinalizagiio Podem Levar a Céncer ¢ Outras Doengas Ses genes que codificam os componentes das vias de transmissao de sinais forem alterados por mutagéo, podem resultar condigdes patolégicas, mais notavelmenteo cancer. Nas suas formas mutadas, este genes sic chamados deoncogenes. Os aparentados normsis sto ditos proto-oncogenes e funcio- nam em vias que controlar o crescimento celular e a replicagao. Versdes ‘mutadas de Ras so com frequencia encontradas em cénceres humanos, 4} Caracteristicas Repetitivas des Vies de Transmissao de Sinais Revelam Relagdes Evolutivas Muitos aspectos da transmisszo de sinais sao antigos e aparecem através dos reinos da vida, As proteinas G de varias classes sio empregadas como acio- adores moleculares em uma gama de procestos bioquimicos. ——______ _- | TERMOS PRINCIPAIs |}. -- ——_ adenilato cslase mio EF proto-oncogene calmedulina (CaM) -mensageiro primario receptor acoplado a proteina G (GFR: do «ascata de fosfo-inositolideo ‘oncogene inglés, Gepretem-coupled recepter) ddessensibilizagto (adaptarac) 4 Proteinacinase receptor com sete hélicestransmembranares dominio SH2 protein cinase A (PKA:de protein kinase A) (7 TM) dominio SH3 proteinecinase C segunda mensageico fosiolipase C Droteinecinase dependente decaimodulina _sequéncia de pseudo substrata G, proteine fosfaxase tirosinacinase receptora, ou receptor com Gs, proteins G tirosina cine [RTK de receptor tyrosine ligand protein G pequena kinasel

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