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TEXTO DE MODELO DE NEGÓCIO PARA VENDEDOR DE LIVRO USADO: SEBO

Havendo Livros eu vendo! Ah! Se vendo!


NOTA DO EDITOR

Este não é um texto de ficção.
Deus não existe!
O resto é verdade!

Esse primeiro lettering é FURTADO, Jorge!




Tudo que será dito a seguir corresponde a realidade, nomes e personagens são mesmo de
carne, osso e celulose.



Estava a me desfazer de uns livros e fui num Sebo1 no centro da cidade - BHsítio - lá
consegui vender um bom lote de 15 livros a R$ 20,00.

O sebista2 Eduardo disse que aqueles livros não tinham valor para ele; eu disse que sim
apesar de saber que o perfil daquele sebo não é de vender literatura brasileira e sim livros
técnicos.

Depois de andar um pouco e descobrir que ninguém queria pagar mais de R$ 20,00 pelos
livros; retornei ao Eduardo e falei para ele comprar o "lote" para usar para escorar porta.

Ele comprou e, antes de sair eu disse uma coisa de muito pouca importância para um
negociante – cá entre nós, o que vou descrever está diretamente ligado a IC mas, bico
fechado, sim? – disse que os livros abaixo de R$ 10,00 podem ser usados – sem trocadilho
com o sebo – para um mecanismo de marketing de relacionamento com o cliente.

Prestenção Eduardo: todo cliente que faz uma compra acima de, digamos, R$ 35,00 ganha
um livro abaixo de R$ 10,00 – desses que não valem nada do José de Alencar, Graciliano
Ramos, Euclides da Cunha, Raduan Nassar ou outros do pacote de R$ 20,00 que ele havia
comprado – que o sebista define (em tempo real, olha a inteligência aí, gente! isso é tácito?
Sei naum!) ser adequado ao perfil do comprador, desse modo ele não tem que dar desconto
em dinheiro o que pode comprometer o fluxo de caixa etc e taos...

Mineiro qué pechincha, é munheca de samambaia mas, gosta de um carinho. Assim, o
Eduardo deu um sorrisão, olhinhos brilhando, um aperto de mão e me deu um Nietzsche –
Dos Pensadores da Abril! – de brinde!

Eu disse: Posso escolher?
Eduardo: Não! Presente rapaz!
Eu pensei: Que horror! Já sou um pouco negro em demasia e ele a me dar um Nietzsche.
Pois, bem; agora tenho escorador de porta.

Me ajudem a tentar empacotar para o "cidadão comum" que entender o mínimo de
Marketing e modelos de negocio pode representar um diferencial para mais e para menos,
pois, o Eduardo já despachou quase uma tonelada de # entulhada só nessa de brinde! E
liberando espaço no galpão para o que tem rotatividade alta.

Mas, esse não é o objetivo do GD de IC? Catequizar o cidadão comum para o mundo dos
negocios?

Lembrei até mesmo do estudo do Fábio de Sá Earp, da UFRJ, sobre a Economia do Livro no
Brasil para o BNDES, que numa hora diz sobre a prática da xepa que consiste na compra de
lotes de livros nos grandes centros – deve ser Sampa, ou algo assim! – por menos de R$ 1,00
cada exemplar.

Minha irmã, a menos jovem (mas, nem tanto!), intelectual USPeira, disse que eu tava loco,
pois, preço de banana para textos "tão bons".

Eu, claro, num pude perder a chance de citar o Fábio só mesmo para situar o negócio: vendi
com aprox. R$ 0,08 centavos acima da xepa! Negoção!!!!

Mas, compra o Nietzsche na minha mão, vai imãa?
Por apenas R$ 12,50 procê dar de presente, vai? Ele ta zero-bala!3
Ela munheca não topou e, eu continuo a escorar porta.
Lu comenta: Poxa vida até a porta do Rodrigo é esclarida!


Alguém, por acaso, tem um endereço pro Nietzsche aí?

Para fazer justiça a imãa, tenho que dizer que noutro dia ela levou uma outra leve leva só de
leituras pesadas.


Acredito que esse estudo de caso cumpriu:
• Linguagem coloquial;
• Cidadão fora do mundo dos jargões de negocio;
• Melhores praticas do cotidiano;
• Contar sua história.
REFERÊNCIAS

Birger Hjørland web site http://www.db.dk/bh/Core%20Concepts%20in%20LIS/articles%20a-
z/ignorance.htm. Acessado em 28 Jan 200oito.

EARP, Fábio de Sá; KORNIS, George. A Economia do Livro: A Crise Atual e uma Proposta de
Política. Série Textos para discussão. UFRJ; IE, 2005.



NOTAS

1
Sebo em BH e outra localidades é entendido como um local onde se compra ou vende
livros usados.
2
Sebista é terminologia minha para designar o cara que entende de livro usado – meio
bibliófilo, saca? Mas, não acadêmico!
3
Leia-se: sem furo de traça!




epílogo

"Se esperasse a perfeição esse post não teria sido postado. Ah! Posto!"
QUINTAS, Rodrigo M. 100 comentários. Belo Horizonte: É Difícil Editorial. 200x. (mano-
escrito; no prego!).

-- fim --

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