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A referencia ao cinema como meio de representar iluso exprime, aqui, um desejo de i

r para alm do movimento no palco, de ultrapassar a sua concretude fsica. No ser esta
iluso de que fala Andermatt a que resulta da criao de uma temporalidade que emula
a percepo natural, mas que a transcende? Que esconde dentro de si, nas voltas estra
nhas da recursividade infinita um desgnio de infinita fluncia? No se referir matria f
uente que resulta do transporte de uma imagem qualquer (momentos do desenho core
ogrfico como cortes imveis no tempo) para um plano de imanncia onde ela adquire tal
como no cinema - uma perspectiva temporal intuda? Gilles Deleuze, em a Imagem-mov
imento , afirma que para a antiguidade, o movimento remete a ideias que so, elas prpr
ias, eternas e imveis (1985, p. 9). O movimento assim considerado seria a continui
dade de movimentos de transio entre poses ou instantes privilegiados, como uma dana .
Contrapondo a perspectiva da modernidade, Deleuze desenvolve o conceito de image
m movimento em que o cinema vive no de tais poses mas de elementos materiais imanen
tes (cortes) . Visto por este vis, poderemos encontrar na aproximao de Clara Andermat
t a Escher uma afinidade entre a imanncia luminosa da imagem movimento e a procur
a de uma durao interior que abarque os instantes privilegiados da histria, transforma
ndo-os em momentos quaisquer de uma dinmica criadora de encenaes.

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