portugus radicado em Paris. Galardoado com o Prmio Pessoa em 2000. A sua obra, repartida entre pera, coro, msica de cmara,
referenciada pelo partido que tira de
conceitos como melodia e tonalidade.
http://www.youtube.com/watch?v=x9p1g ja6Uqg
A sonoridade da msica de Emmanuel Nunes
completamente diversa das sonoridades a que estamos habituados, os nossos ouvidos tendem a recus-la aos primeiros acordes. uma msica estranha e, aparentemente, disforme. Tal como numa pintura expressionista abstracta no conseguimos relacionar a forma e o contedo do objecto visual com nada que exista no mundo "real", tambm no encontramos uma relao directa entre esta msica e a que estamos habituados a consumir.
H uma cadeia de relaes que Emmanuel
Nunes estabelece entre o seu trabalho e as artes plsticas. A obra foi dedicada pintora Maria Helena Vieira da Silva. Segundo o autor, Lichtung I e II, no resultam de uma inspirao direta nos quadros de Vieira da Silva, tm sobretudo a ver com a forma como ele conhece e vive a obra da pintora "h em ambos uma estrutura rigorosa, ainda que excessiva e cheia de imaginao".
Analisar a obra de Emmanuel Nunes prende-se,
principalmente, com a maneira como a esttica influencia a tcnica e a importncia que esta ganha relativamente ao resultado final do objecto sonoro. Em Lichtung II, o desejo de dissertar musicalmente sobre coisas to etreas como "a claridade depois da tempestade, a clareira de um bosque ou o iar da ncora de um barco" tentado atravs do recurso a uma parafernlia tcnica que acaba por determinar o ambiente sonoro final. Procura-se relacionar os meios acsticos com meios electroacsticos e informticos.
A conceo da obra joga ainda com a
disposio dos diferentes tipos de fontes sonoras no espao onde a pea executada ao vivo. Isto exige uma adaptao especfica a cada espao fsico, obrigando a uma reinterpretao acstica das partituras. O resultado ser uma linguagem musical complexa em termos conceptuais e auditivos. O compositor descreveu a sua complexa obra como "cubismo em
A msica deste compositor no
consensual e, mesmo entre melmanos convictos, h quem considere a sua obra demasiado formal e de difcil digesto. A contemporaneidade raramente uma coisa pacfica.