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ZONnres DE REFERENCY (autor desta obra abordao tema propose no tulo de um pnt de ‘sa dnimico, resultant das quatro Seas em que tem vind a deen volver o seu trabalho: a cratividsde ea comunicaclo, onjugadas comm 2formacioe ransormagio de pstoas «organiza. Em prime lugar esaloriza completamente o concelto de «reno de trabalho, caf em descrélto por excessosprodhtivistise tecnocricns, luz de uma ilosofia que o evaiea numa forma de elacionamentae de comunicago esencslmente humans, Mas, para qu o taba sja sfectuamente proto, ew fcicia tansormadoa, que fever los seats da inoperincia de tata reunies despenicadss como Car uma estatégia que fag das um sucesa, €€ ssa que Paulo da Tindade Feria aqui apresent, fase por fase «pont per poate, tedos ‘of pasos necesros 3 preparacio et realzaga de reunites drab ho, tno em conta tanto papel do animador como dos partic: pants. € potanto, um iro qe interest a todas as pats ensoidas Paulo da Trindade Ferreira possi uma ampls expe ‘ncia no desenvolvimento de projector de frmagso a adulos, em especial nos dominios da padagogis para animadores dos comportamentos nas empre. 35 6 otras organizagSes, Tem sido sua constnte preocupacio conjugar a prétea frmativa com 3 investigacio sobre a formagio, enquanta factor isco para @ eservolviment global da Pessoa IN) ——o » REUNIOES, ~ de Trabalho Preparacab - Animaciio - Avaliacao REUNIOES de Trabalho Preparagio — Animagio — Avaliagéo , i ee Paulo da Trindade Ferreira REUNIOES de Trabalho Preparagio — Animagdo — Avaliagao Precio de Acicio F. Catarino EDITORIAL fal PRESENCA HA TEcRICA ape hy Psa Tine Fein atl ess. Lisa 208 ‘nn de ne eda ‘Spm ae: Hate — Aner Grete ‘io tise 08 Dipti iel as 200 fons ngs pepe Stromal PRESENGA (are Bae Ieee pcr prom Para a minha Mulher ‘Maria Delfina € para os nossos Filhos Jodo # Andre ‘Sem voces Janais seriam possiveis ‘estas pdginas. PREFACIO| INTRODUCAO 1. REUNIOES: PERDA OU INVESTIMENTO? — A idade das reunises — Reunides em crise? — Para cada situa, sua reuniio — Pensar antes e reunir depois 2. 1.8 ETAPA: PREPARACAO DA REUNIAO A. POR PARTE DO ANIMADOR 1. Questées prévias — Perfil do animador ~ Designagao do tema = Carifieago do motive ¢ objective — Caracterizagao dos paricipantes — Organizagdo da agenda ~ Esilos de snimagio — Escotha do local e da data — Meios de apoio didetico a convocatéria ae convite Como tomar notas . Importineia da acta ‘OR PARTE DOS PARTICIPANTES ” 19 21 26 29 33 35 35 36 39 43 9 3s 39 63 65 os 3. 2» ETAPA: REALIZACAO DA REUNIKO 1. Questées de fundo = Interaegées: a alma da reunigo — Fungdes do animador — Algumas ténieas de animagao — Escuta activa do outro Comportamentos dos partcipantes na reuniso — Lidar com conflitos 2, Animagio da reuniéo 1 tempo: Acolhimento © Apresntgi dos participants 2. tempo: Desenvolvimento do tema da reunigo => Fase: Introdugao = 2 Fase: Discussio — 3 Fase: Decisto = 4s Fase: Acgio 3° tempo: Avaliagio da reuniso 4, 3s BTAPA: AUTO-AVALIAGAO DO ANIMADOR BIBLIOGRAFIA GERAL FONTES BIBLIOGRAFICAS a 1s 3 sr 84 100 107 no U6 7 us n9 121 126 iar 129 137 ur 150 PREFACIO 1. Paulo da Trindade Ferreira oferece-nos mais um tivo de refle -ulo e proposta dentro das dreas teméticas em que trabalha hd muito. A criatvidade e a comunicagéo, conjugadas com a for magi € a transformardo — de pessoas ede organicapes — consituem, por certo, 0 dmago dessas dreas, NO pensamento do Autor, eas radicam na propria identdade de cada pessoa, fm relagdo com ouirem, e convergem no desenvolvimento es: soal ¢ organizacional A primeira vista, dir-se-d que 0 tema reunides de trabalho <émenor e sem actuaidade, neste quadro de referéncia: menor Porque as reunides sdo consideradas, néo raro, meramente instramentais; em actualidade porque alegadamente, a "tecno- estrutura” competitiva ndo precisa delas. 0 descrédio, assim evidenciado, resulta do abuso e da degra dlagdo das reunides: 0 abuso traduc-se no mimeroirracional de reunides e na sua inoperdncia; a degradagao decorre nao sé cdo proprio abuso mas também da crise de participapao obser- vada nos ditimos tempes. Em nome da compettvidade e de ‘outros valores absolutizados, a “tecnoestutura” dontinanie procede como se as reunides se devessem limitar ao minimo Indispensdvel para que ela prépria funcione e para que seja susegurada a informacdo descendente. A palavra “reunite expressa a ideia de abuso e degradagdo das reunides, ¢ até sugere 0 seu cardeter doentio, 2. Contudo, as reunides continuam a ter lugar, resisiem 2 sua contestacdo, e 08 préprios contestatérios as consideram indispensdveis sem 0 dizerem. Também dizendo-o ou no, foda a gente observa que viver humanamente € viver em reunido: formal ou informal; muito restrita ow mais alar ‘ada; meramente instrumental ou deserminante: rotineira ‘ou devidamente preparada, realizada, avaliada © conse quent Um das méritos significativas deste lvro de Paulo da Trin dade Ferreira esidprecisamente na afrmagdo, clara e consis: tente, de que a verdadeira reuniéo é sempre “de trabalho determinante, na vida eno desenvolvimento das pessoa e dar ‘organizagaes. Por isso, deve ser bem preparada, supde um papel especfico de cada partlepant, reconhece a igualdade fundamental de cada um (na sua idemidade e complemen taridade), visando a consecugto de objectivos precsos ef E decepcionante a reunido que nia transforma partcipantes ¢ organizagdes, e que ndo se insere nos processos de desenvalv ‘mento pessoal e organizacional. Plo consrdrio, ao verificaem: -se estas condigdes, a reunido configura-se como indispensdvel, em ver de inevitdvel, € produtiva e geradora de produtv dade, em ver de simplesmente enquadradora ow reprodutora, constitu um momento privilegiado de abertura de horizontes bem como de renovagdo 4. Deste modo, no fazem sentido nem as reunidespré-forma nem ‘auséncia de reunides, com o recelo de desperdicio formalist ‘Ambes 0s comportamentos podem evidenciardefcienciase blo ‘queios preoenpantes na conceprdo e gestdo ndo 5 das re rides mas também das prdprias organizagdes que as subestinam. Tais comportamentos podem até indiciar fortes resistncias @ inovaedo e @ mudanea, ou a canfusdo destas com ‘a introduedo de modelos inportados ou impostor, que cerceiam ‘avitalidade ea criatividade do tecido organizacional¢das pes- sas que 0 ncegram. ee Retomando as quatro areas tematicas, ards referidas, que 0 Autor vem desenvolvendo e experimentando hd vérias dead, dirse-d, a terminar, que uma reunitio verdadeiramente conse ‘guida é wm espago temporal de criatvidade, de comunicardo, de formap ede transformacdo; em suma, de desenvolvimento, ‘isto, atid, consiste em larga medida o trabatho, ow activi: dade, de ser ser humano. Lisboa, 6 de Janeiro de 2008 Acdcio F. Catarina _ INTRODUCAO Quer se concorde ov nilo, as reunides continuam a preencher uma parte significativa do tempo util das empress e de outras organizagées. Esta evidéncia se, por um lado, questions a neces sidade,utlidade eeficdcia de cers reunies, por outro, é um desa- fio para tornar cada vez mais capazes e proveitsas aquelas cuja realizago se tornaindispensével Foi com evidente agrado que acedi ao convite que me foi feito pra psssar a letra de forma a minha experiaciarelacionada com snimagio de grupos ¢ rouniges de trabalho. Mais complicado foi lidar com a tia de sentimentos e emogdes vivenciada ao longo de ‘quatro décadas. Uma vez por outracheguei mesmo a dar-me conta ‘que algumas reflexdes, com os afecios que Ihe deram vida e cor, teimavam em ficar no tintero. Mas 0 tempo e a vontade encarre. garam-se de dar alma a este projecto, ‘A necessidade © « importincia das reunides de trabalho sio inquestionéveis. Elas sfo um instrumento de gesti, a todos os ives, ao servigo do desenvolvimento organizacional. Podero ser, também, um tempo e um espaso de interacgdo, de relacionammento hhumano e de motivasio para 0s participants, se estes ai se sen- tirem integrados, inervenientes e estimados. $6 assim eneonta- Ho resposta para a5 suas necessidades de pertenca, de poder ¢ de afecto. Neste planeta agit e apressado, em que ninguém espera por rninguém, é cada vez mais importante tomat conscigncia que, se a5, Pessoas nio se enlenderem humanameate, jamais podetio vir & entender-se anvel profissional,ténicoe institucional. O que torna ‘2 mundo mais humano ndo séo as coisas, mas as relagées, escre. vveu 0 pensador Martim Buber. Nio é por acaso que, na eignc social madera, a nogo de grupo suplanta 0 conceto de sociedade. “Mas, paradoxalmente, ¢crescente a tendéncia, amas vezes as claras © outras de forma subliminar, para retirar ou reduziro espago de imervengfo e participagdo as pessoas, considerando-as simples tnidades, como se de miias se tratasse, Vem a propdsito recordar Kant — 0 inesquecivel Fildsofo dos Direitos Humanos: Procede de tal modo que trates a humanidade, tanto em si mesma como na sso deourem, como amin em i, nunca como un melo, que Reuniges de Trabalho abord, numa linguagem que procurou ser simples © acessvel, a8 etapas fundamentais de uma reunio: Preparagio, Animagao e Avaliao. Destina-se a quem, nas empre- sas e noutras organizages, tem de dinamizarreunidese grupos de trabalho, especificamente nas reas do desenvolvimento pessoal, da gesto, da educagfo, da formagio de adultos, da acgto social, da sauide e da actvidede religiosa, associaiva sindical poltca. En fim, este livo foi eserio a pensar nas mulheres e homens que acre ditam que cada reuniso pode ser uma oportunidade privilegiada para ligar de novo (resuni) sentimentos, experincias, saberes € afectos, tomando-se, assim, motor de mudanga pessoal e socal ‘Agradego muito particularmente 99 Dr. Acécio Catarina — reco- ‘hecido experiente na animagio de reunides — 0 estimulo © 0 apoio dados ao longo da elaborago destas piginas, traduzidos na ‘sua leitura erica e sinda no pefieio que para elas esereveu, Lisboa, 22 de Janeiro de 2005 aS eSen REUNIOES: PERDA OU @ INVESTIMENTO? A pedra ndo tem esperanca de ser outra ‘olsa sendo petra. Mas em conjunto, tuindo-se,rorna-se tempo, Antoine de Sain-Exupéry A IDADE DAS REUNIOES ‘Tao velhas como o homem, a runides de trabalho foram, desde ‘muito cedo, uma oportunidade para as pessoas falarem dos perigos ‘que 8s ameagavam e, em conjumto, encontrarem formas org ‘zadas para assegurar a sobreviséncia. Designadamente, os chefes dos cagadores © os chefes dos guer- reiros, nos momentos erficos, convacavam, com certeza 0s Sets Vizinhos para reunides de trabalho. Ai, os primeiros congemin- ‘vam engenhosas armadithas para capturar 0s animais ferozes que. ‘oferecism maior pergo, e os segundos, os guerreiro, preacupados ‘om a defess do seu terrtério, dedicavam:se ao esto de esraté- 4ias. Tanto uns como outros, na inseguranga em que viviam, nfo tinham outrasolugso sendo agruparsee asociarainvengéo& cora- sem, Cada decisto que iam tomando em conjunto tomava-os mais prcximos © mais soidérios. A medida que os dias passam, 2 sua ‘demiticagdo com o grupo eo seatimento de pertengaa esse mesmo _Eupo saem mais reforgados. ‘A prépria exsténcia do grupo — como afirma ocientsta Robert CClarcke — deve ter sido forificada pelo erercicio de uma activ. dae en comum. Foi talvez com ela que surgiram, iguaimente, as primeiras regras de vida comunitdria vigentes entre as pessoas." je, mais do que nunca as eunides, quando convenientemente preparadas, animadas, participadas eavaliadas, so um instrumento de trabalho indispensével a0 desenvolvimento das pessoas © 20 Progresso das organizagées. Isto requer, por parte do animador, eterminadas competéneias humanas e tenicas e, por parte dos atcipantes, uma abertura & mudanga e ume decidida vontade de ‘Uma reuniso, por mais simples que sea, no diz respeito x6 20 snimador. Animador e participantes sfo protagonists, cada um & ‘ua manera, de um projeto que a ambos diz respeito.Jéndo chega, portato, a boa vontade, a intigéo, o sexzo sentido, a aplicagto ¥igorosa de ténicas. Tudo iso tem o seu valor ea sua importéncia, ‘as, nos das que correm, & a competéncia do animedore 0 envol- vimento dos paricipantes que tomam frawosas as reunies. Poten- lalmente, elas sd um tempo ¢ um espego de interacgao © de inter relago , por sso, uma eportunidase de comunicag ede apren izagem para quem nelas participa. A, aprende-se a desenvolver as capacidades de abservagio, de andlise, de sentido erftco e de proposta, ‘AG aprende-se a partlhar afectos, a escutar ativamente os ‘outros ¢ a argumentar de uma forma estruturada e fundamentade, Ai, aprende-se a descobrir que cada situagdo é multifacetads, dead sr outa mani mais spopiiss pra a eet A, aprende-se que a tolerfncia nfo significa perda de identi- dade, mas antes capacidade para reconhecer aos autos o dieito de terem vox vec para livemente se expressrem, ‘Af aprende-se a construir pontes através do dilogo, pois, como to lucidamente eferiu Dominique Pire — titular do Premio Nobel 4 Paz de 1958 —, 0 didiogo no consste em expor o meu ponto de vista aos que pensam de maneira diferente da minha; consis, sim, em po provisoriamente, entre paréntess, 0 que eu penso, pars tentar,primero, compreender o ponto de vista dos outros e ver 0 ‘que nele hd de aprecidvel. ‘64 putr da integragdo das diferentes prspectivas — as pré- pias e as ds outros — ¢ possivel obter uma visto global de deter- ‘mineda situa ou reaidade, Cada reunio ¢, ainda, um desafo & criatividede © um apeto & mudanga, no s6 em order ao futuro, mas dem ordem ao presents Py Mudar & ter disponibildade interior © exterior pata pereeber « interpretar criticamente sentimentos, aspragies e modos de sctua.E, também, prem questo, e sem ansiedad, algumas cert 73s, conviegGese valores até entlo tidos como intocdve vallidade pode estar ultrapassada. A importéncia das reunides de trabalho continua actual, como actual continua © principio do Direto Romano, mais tarde reto- ‘mado e amplamentedivulgado na Idade Média: Aguila que dic res- eito a todos, por todos deve ser tratado. mas caja REUNIOES EM CRISE? Esti fora de vida que jé todos participaram em reunies con- sideradas produtivas, motivadoras e eficazes. A rapide apreensio dda sua utlidade, a clareza de objetivo, o entsiasmo do debate, qualidade das interacy6es ea competéncia do animador... desper. ‘aram nos participates o interessee 0 desejo de estarem presentes ‘a reunido seguinte ‘Mas € igualmente verdade que hi também, quem jé tena enpe- rimentado a frustrgo © mesmo algum malestr, decorrentes de reunides neplizentemente preparads, conduzidas ¢evaliadas, sem indiio de qualquer objetivo norteador. Certs desabafos manifestados pelos participants das reunites nas pausas para café, nos corredores, nos elevadores e até nos lavabos falam por i — Outra reunido que ndo leva a nada! = F viemos nds agui perder 0 nosso tempo! — Ele (0 coordenador) € que faz a “despesa da conversa” € és, de “bico calado”, ndo passamos de mides de escola — Ainda ndo consegul perceber a wslidade desta reunido! — Se alguém diz 0 que pensa, recebe logo 0 troco: “Id estava ‘mesmo a espera dessa respostat”™ — Até agora sé se falow ¢ ndo se disse nada de jit. E pelos “cozinhadas” antes da reunizo comegar, apenas se pretende, Vistas este castigo esid para ir até ds tanta. demagogicament, obteraconcendénca "cxga” das partcpants, A par destes comentitiosespontinees, surgem outros mais el Maria Augusta, 39 anos borados. Séo respostas de quadros tenicos de varias empresas © outras organizagses A questo — Certs reunides sd0 mesmo um pesadelo! Os assuntos, além de serem desinceressanes, tim pouco a ver com aquilo que nos preocupa no dia-a-dia de trabalho. = Quando tenho de ir a uma reunido ¢ antes no sow infor Depois, a forma como sdo conducidas também ndo alica mada dos assuntos que vdo ser tratados, do Seu objective e ninguém. das pessoas que nela wo esta, intencionalmente “entro muda saio calada”, pois considera isso uma afronta a quem = Por que fracassam tantas reunibes? ‘Ana Margarida, 35 anos er que sei = O clima de certas reunides& de “cortar @faca”. A animosi- Helena, 42 anos dade, a competigao ¢ a conflitwosidade ene as pessoas s0 ‘do vincadas que inpedem a abertra ao didlogo dcomseni- — Estou farto de rewnidesestérels. Muitoscoordenadores de reu- ‘agdo, Parece que esié tudo sentado mum barril de pébora, rides, normalmente acalitads por wm ow dois “yes man”, sem se saber bem ao certo quando este rebenta. O mais ‘passamo tempo afelar de generalidades, para no diver bana: | grave € quando esta situagao ¢ fomentada e estimulada por Tidades, sem nunca irem directos equi que realmente & impor. ‘quem condus a reunido. ante ¢ il. Sai-se de uma reunido destas completamente rusirado com um forte senimento de inutidade, ee Jorge, 37 anos — Por que serd que certos responsavels pelas reunides tém recessidade de empregar um palavreado rebuscado, com = Mites rewites nile pasa de ama asarputs. As pervoss cexpressdesinglesas@ mistura e siglas que ninguéim sabe bert Interompemse umas as ouras, as conversas crucadas 340 420 certo 0 que querem dizer? Eles saberdo? Srequentes ¢ 08 apartes ainda baralham mais. O respons vel pela reunido, fingindo que nada é com ele, assiste pas- sivamente a tudo isto. E assim se vai desperdigando 0 tempo... Nos ultimos minutos, & pressa, surge um pacote de “boas” intengdes que, normalimente, nunca € posto em pr ‘ica. E apenas "para que conste”. A hipocrisia€ tral! Lis Pedro, 41 anos = Quando sou convocado para uma rena € muito raro envi rem-me documentagdo que me aude a preparar convenien femente os assuntos que vio ser debatidas. Pergunto: 0 ‘coordenador desconhecerd a importancia do que acabo de José Manuel, 35 anos refer? Serd por medo que ndo 0 faz? Serd por defea (0 se- ‘redo éa alma do negdeio!)? Serd por inseguranga? Certa- O que me desconcerta numa reunio€ver que os assunts so ‘mente ¢ por tudo isto em: conjunto ‘bordadas em prfundidadee que quem preside, est powcocon- Mara, 39 anos vencido daguilo que die fc. Com as concustese detsces i | 2 | as — Certos coondenadores de reunies revelam competéncia nivel téenico, mas a nivel humano so uma desgrapa. A sua ‘maior difcuidade é saber estar atento a tudo ¢ a todos, ¢ todos owwir até ao fim. E frequent, por exemplo, perante inervengoes mais fracas, “deicaremnas cair", quando de- viam, a mew ver, saber reforcar, pelo menos, a iniciaiva de participagdo daguele elemento do grup. Patricia, 44 anos Hi que ter coragem para enfrentar © assumir 0 deseréito de ‘eras reunides,Inflizmente so indigesta, desengragadss, longas « desgastantes, nfo passando de simples perda de tempo. Algumas pesquisas fetas em diversos paises sobre esta temé- tica,designadamente nos Estados Unidos da América, constataram {que as reunides absorver,frequentemente, 40 a 60% do tempo dos estores e quacos com responsabilidades.E ainda que 40 2 80% do tempo reservado ds eunides € desperdigado com interveng6es palavrosas mas que nada dizem, agendas deficientemente organi 7adas, falta de ineresse, incompeténcia do animador da reaniio, Na Holanda, outra pesquisa mais recente feta a 25 gestores de diferentes actividades de uma grande empresa demonstrou que, ‘de um tempo total de trabalho de 1000 hors, foram desperdigadas «em trabalho improdutivo 320 hors, ou se, 32% do trabalho total, das quais a maior parte foi gasta em reuniGes e telefonemas.”> © autor do artigo, a conclu, afirma: (0 mimero excessivo de reunides ndo € 0 aspecto mais grave da crise em que estamos envolvidos, mas sim ¢ tempo desperdi- ‘ado em reunides constants ndo planeadas ¢ sem duragdo deter- minada, Numa recente pubicagio francesa, o autor refere que 53% do tempo dos quadros das organizagdes€ ocupado em reunies eentze- Vista. A informagao termina com um conselho bastante oportun: Esias actividades so com certeza necessérias, mas podem ser ‘encurtadas ¢ tornadas mais efcazes:™ un A crise das reunides no € de agora nem do séeulo passado, quando comecaram a institucionalizarse, Recuando no tempo, na altura em que os animais falavam, jf entio, segundo 0 escritor Anténio Bott (1897-1959) — mestreno conto tanto para criangas ‘como para adultos — havia reunides que ndo passavam de meras intengbes. Quando chegava 0 momento de arregaar as mangas € Dassar 2 aegdo, logo os desacordas adiavam, sine di, a eoncreti- ago dos compromissos assumidos. Foram imensas as vezes que os quatro amigos — a toupeira 2 ganso. a tartaruga e a cofovia — se encontraram para deli bberar constrir wna pequena moradia onde pudessem passar Juntos a hora quente dasesta. Proposta @ldeia, 0 ganto excla- mow de pe: — Para cortar as canas daguele esbelo canavial, ninguém ‘como eu 0 poderd faser. Escolho-asroligas e ber feta. fim de que a paredes possam ficar diretnhas, eat, em timo caso, tatare! de as acartar, apesar da minha situapo na zoologi, = Para as trazer, ed estou eu, declarou a tartaruga, pis cando 0 olka direto Mas, para abrir os alicerces, 8 a minha competéncia, disse a toupeira,serenamente. E para cobrir o wecto ndo se esquesam do meu jeito, sgritow alto a cotovia. = Muito bem! Principiamos amanki, que é dia de Santo Anténio,dsseram ao mesmo tempo. A tartaruga fei a primeira 4 despedirse porque queria chegar ao seu buraco um powo antes de anoitecer. Mas, antes de sai, voliouse para o ganso perguntou: Tencionas cother as canas muito altas? = Muto alas, ndo drei, respondew ele: @ altura sufciente de eu no ter que me dobrar entrada. = Desconfo que pensas demasiado nas tuas comodidades. = Nao se esquecam de que a moradia deve ser pequena, ‘replicou a toupeira a brincar com a terra, = As casas grandes oferecem um certo desconforto, arris- — “Bs a arrefecer: a noite no tarda; amanhé conversa: vemos”, disseram todos a uma, Eq moradia continua por fazer porque nunca entre os qua- tro ho necessério acordo. Ej Id vao muitos anos, Anténio Botte” PARA CADA SITUACAO, SUA REUNIAO [Nao € fl consruir uma definigdo ou crar uma classifcago. “Tanto uma como outra podem limitar ou empobrecer a realidade. [No entanto, hf vantagens em fazé-o, desde que ida em conta alt sma versatilidade ‘Uma definigfo pode tomar mais claro o sentido de um termo, de uma ideia ou de uma situapio. Uma classificagio pode ajudar 4 delimitar 0 conjunto do qual um determinado assunto faz parte. Consults vivios dicionrios sobre o conteddo do temo ret- nif, transereve-se do Dicionério da Lingua Portuguesa Contem- pordinea da Academia das Cigncas de Lisboa o seguinte: Encontro de pessoas ow organizaeées para tratar de assuntos ‘espectficos, segundo uma ordem preestabelecida de trabalho, sobre os quaissdo tomadas decisoes!" [Nem sempre tem sido fil organizar uma classficagdo adequa ‘da dos diferentes tipos de reunite, 0 que, em parte, tem dificultado ‘-estudoe aprofundamento deste importante meio de comunicagio ‘supal De manera geral, os crtéios mais frequents para esta classfice- (fo t8m a ver com o$ métodos de animaeio, 0 maior ou menor gras e drectividade por parte do animador, & dimensSo do grupo, «for. ‘magidoespectics dos participants, otrmpodispontvel para areunifo wo © 0s objectivos que se pretendem ating. Eafim, os tipos de reuniso dem ser tntos quantos 0s evitérios que esto na sta origem. E indiscutivel, porém, que existem diferencas relevanes entre Aeterminados tipos de reunido e que, por isso mesmo, nem todas Podem ser organizadas, animadas e avaliadas do mesma modo A experigncia confirma que aproveitar uma reunigo pare tratar um conjunto variado de temas pode redundar em fiacssso, Por um lado, o tempo éeseasso para abordar, com a devida seriedade, urna multipicidade de temas sem qualquer afinidade entre si; por outro lado, ata assuntos diversos, num tempo determinado pela agenda 4 reuno, leva cada partcipante a sobrevalovizaraquele que mais The agrada ou diz respeito, acabendo por se asistir a um vend Aeiro exercicio de poder pessoal Para ultrapassar esta stuagio hi que dssociar os assuntos, is crevendo na agenda da reuniso somente aqueles que tenham uma cea igago entre sie que se situem na mesma ardem de preo- ceupagées, Muitas reunites estio inseridas no contex‘o organizacional gue as suporta, Deverfo, por is80, enquanto instrumento privilegiado Ge gest, responder as suas expectatvas de inovagdo de mda ‘58, a nivel tecnoldgico e social Se, apés uma reunifo, nade se altera e nada de novo acontece, ‘ng que questonara sua wilidade para os participants e paras orga nizagto que a promove iguns tipos de reunides com base em necessidades sentidas plas empresas e outras organizagSes que se destacam os seguntes tipos de reunides — Reunio de formagio, cujo objective ¢ faclitar 0 desen volvimento de competéacias a nivel do saber-mas, do saber-faer-methor, to saber-ser-diferente, do saber viver com o$ outros, ~ Reunifo de informagio, cujo objetivo & estimular, de for ma organiza, a patlha eciculagio de informagao descen dente, ascendente e horizontal, em ordem a um elim mats Uwansparente e auténtico entre as pessoas, — Reuniio de negociagio, cujo objectivo¢ desenvolvera reci- procidade entre a5 pares adversas e abrir camino A reso- ugdo de potencias bloqueios,parlisagées e conflitos. = Reuniso de avaliagio,cujo objetivo & desencadear a apre ciagio de avangos e retrocestos e encontrar formas de stig que mantenham os primero comm os segn- — Reuniso de criatividade, cujo objectivo¢ potenciar as cape cidades imaginativas e criadoras das pessoas, incentivando. “as a sentir a pensar € a agir de modo nove e diferente — Reunito de convivio, exo objective € aproximar as pes- soas, possiblitando-ties, através de actividades socaisecul- ‘arais, um maior e melhor conhecimento mituo — Reuniio de decisdo,cujo objetivo ¢ analisar determinado problema ou situagdo em ordem a poder ser tomada a deci- ‘io mais adequada para a sua resolugéo. Como ¢evidente, nfo se pretende fazer uma abordagem exaus- tiva de cada tipo de reunito acabado de referir.Optou-se por tomar como referencia a reunlo de decisio, uma vez que a sua matriz Estilo autocrético — Directividade quanto a0 conteddo fe niio drectividade quanto ao procedimento > Estilo semiautocrético — Nilo direetividade quanto ao comesido quanto 30 procedimento > Estilo permissivo — Nilo directividade quanto 29 contesdo ce directvidade quanto so procedimento > Estilo participative Antes de caracterizar cada um destes estilos, parece ser impor- tune clarifier 0s seguintes concetos: 1.» Directvidade quanto ao conteido Forma de actuagdo do animador que eonsiste na imposigd0, cexplicta ou nfo, de ideas e orientagées relativas a0 con- teu. 22 Directvidade quanto ao procedimento Forma de actuago do animador que consiste em exiir, com ‘0 prévio acardo do grupo, o respeito pelas decisses toma- das relativas « hortis, programas ¢ cures norms. 3Nao directividade quanto ao conteido Forma de actuago do animador que consise em faciitar 30s paricipantes a expressdo das suas ieias,posigdes e suges- tes, em ordem & elaborago de uma sintese consensual do que foi debatido. st 40 Nao directvidade quanto ao procedimento Form de actagéo do animador que consiste em accitar que © grupo faga aquilo que tem por conveniente, sem interven 0 externa, Caracterizaco dos estilos de animagio Entende-se por estilo de animagdo a marca pessoal posta pelo ‘animador no desempenko das suas fungoes de animagdo, A motivacio de um grupo est estritamente relacionada com ‘estilo de animagéa utiliza. 1° Estilo autocrdtico Directivo quanto ao contetido e quanto ao procedimento, © animador tem tendéacia pare — Fundamentarse, antes de mais, nos seus conhecimentos competéncias. ‘= Impor as solugSes que the parecem mais convenientes para os problemas que surgem, ~ Centalizar © debate em sie nas suas conviegdes. — Aceitar ov respeitar as sugestées dos paricipantes, se estiverem de acordo com as sus ideias. = Impor o seu ritmo e visto dos problemas. ‘A sun preocupago bisica & manter © poder pessoal ¢ fazer reser a produtividade. 2+ Estilo semiautocrdtico Directvo quanto ao conteido ¢ néo directive quanto ao procedimento,o snimador tem tendéncia pare: — Permits aos participantes uma diseusso mais aberta do ‘que do estilo anterior, sem, connido, chegarem a gran des conclusées 2. = Sustere retardar a obtengo de resultados. — Resolver os problemas a sua maneira, sem valor FORMULACAO DE PERGUNTAS. Fazer perguntas é uma técnica privilegiada de animagilo que requer are. Quando wtlizada de forma conveniente e oportuna, tem ume dupla vantagem: ara os paicpants ¢ uma ocaio par presentarem as sus ies, sugestes,ponos de vista ea as suas concontncase discordant, Para o animador possibilitae, através da informayie que vai recolhendo, fazer a avalingdo continua da reunito Tipos de perguntas, consoante a finalidade: + Para desencadcar 0 debate Exemplos = Quem quer pronunciar-se sobre a importincia do assunto (que vamos debater? = Se este problema vos batesse & porta, que reacedo teriam? = Para estimular a participagio Exemplos: = Agora que alguns jf se pronunciaram sobre oassunto, quem, ddos que ainda ndo flaram, gostaria de dar @ sua opinido? 8 — Este problema tem, com certeca, outros aspectos que ainda no foram referidos. Quem deseja refer mais algum? ara gerir as intervengies Exemplos: Todos apreciémos, creio eu, a intervengao do Joo. Parece ‘me, contulo, que poderd ser enriquectda com outras intervenedes, sobretudo daqueles que ainda no te mani Jestaram. Quem quer intervir? — A Ana acaba de fer uma inervengto deveras interessante ‘Quem quer comenté-la? Para centrar 0 grupo nos objectivos Exemplos — Como estamos em relagdo aos objectivos da reunio? Nao estaremos a afastar-nos deles? 0 seu comentério é muito curioso, mas ndo sei se estard ‘mesmo relacionado com 0 que estamos a debater. Qual a sua opinido? Para ajudar o grupo a prosseguir Exemplos = Dado o empo de que dspomas, nd serd melhor passarmos ‘a0 asnunto seguinte? — Uma ver que este ponto estd suficlentemente debatido, valerd a pena continuar a falar dele? Para ajudar o grupo a avaliar-se Exemplos: — Ha qualquer coisa que ndo est acorrer da melhor maneira [Nao sentem isso? O que serd? — Agora que chegdmos ao fim da reanido, néo seria impor ‘ante fazer uma breve apreciagdo a forma como ela decor reu? Quem quer comegar? + Para consolidar 0 debate Exemplos: = Concordam com este resumo sobre 0 que fol debatido? Haverd reajustamentos a inroducir? — Antes de tomarmos wna decisdo sobre o assunto, néo seria Importame dzermos 0 que signcou para nds esta dis + Para dar continuidade & reunio Exemplos: = Dos trésassuntos que tinhamos para debater, apenas fol pos sive abordar dois, Quando nos podemes reunir para ana- Tisar 0 assunto que falta? — Uma vee que hd apenas um assunto para debarer na pr ima reunido, ndo poderfamos acrescentar mais ouo? ‘Quem tem propostas a fazer? 1D Recomendacées ao animador ‘Ao colocar perguntas: — Chamar o participante pelo nome antes de Ihe dirigir a pergunta. — Parr do prinepio de que os participants estio em condi (62s de responder as questées que Ihes sio colocadas. — Limitar cada pergunta a uma dnicaquestéo. A incluso de vé ‘os assuntos numa mesma perguna gra confusto e dispers — Procurar obter respostas concretas e objectivas, sem ev sivas nem meias resposts. — Evitar colocar questdes genércas, abstractas © despropo- sitadas. = Nie fazer pergunts de uma forma inquisitorial ou acuse ‘ria, com pladas e ndivecas 3 mistura we “Minimizar este principio € corre orisco de fazer com que © participante se sinta culpabilizada ou entre no contra- -ataque, © que prejudica gravemente a relaggo animador. “erupo, — Nio se impacientar com os siléncios que porsam su parte dos participants, face & pergunta que les foi digi. Se estes siléncos se prolongarem, o animador pode tansfor- mar pergunta geral Quem quer responder? numa pergunta pessoalizada: (nome), quer responder d questfo colocada? [As perguntas devem ser fetas com autentcidade,objetividade « cordialidade, para que os paricipantes se sintam encorajados a responder. O tom de voz, 0 entusiasmo ea conviegio do animador ‘tém um importante papel a desempenhar em todo este processo. (© que mais pode hostilizar alguém € dirigir-Ihe perguntas de uma forma fra, distnte e arrogant, a nossa postura para com os outros que determina, em larga medida, a sua postura para conosco. » DEVOLUCAO DE PERGUNTAS. Quando, durante a dscusso, algum participant pedi ao anima- dor para responder coneretamente a uma determinada questi, sugere-se que este, com 0 propésito de estimular @ maturidade de quem pergunta, em particular, ¢ do grupo, em gerl, devolva a questi: = A quem a colocou (pergunta eco), 0 que iré permitr-the ‘uma melhor estraturagoe aprofundamento de ideas posi g8es sobre o assunt. Exemplo: Depois de a Joana ter colocado a0 nada questo, este responders. limador uma determi- Joana, que resposta daria & pergunta que me acaba de ‘olocar? s — A outro partiipante (pergunta pas), sobretudo quando fa resposta tem a ver com conhecimentos ou experiéncias {o seu domino. Exemplo: — Filipe, « partir da experiéneta que tem, que resposta daria questo colocada pela Joana? = Ao grupo (perguntaespetho), para proporcionar um debate larga, Exempla: — Qual a opinizo do grupo relaivamente ds respostas dadas fm primero lugar pela Catarina e depois pelo Filipe? A devolugio de uma pergunta nio € uma técnica fill. Pres- supe, por parte de quem a devolve, competéncia, sentido de opor- tunidade e alguma experiénca. Fazé-lo apenas porque € moda ou para se libertar de situagdes lifces, para as quais no se estépreparado, € tocar de perto a it- respoasabilidade. Quando tal sucede, fecilmente © participante 1 quem se devolve a pergunta pode interpetaraattude do anima- ‘dor como atague pessoal, 0 que vai prejudicar o relacionamento ‘enire ambos ‘A experincia mostra que o paricipante, ao colocar uma per- gunte a0 animador, algumas vezes jf tem a resposta preparade: = Sobre isto eu penso que... diz ele, apis ter colocado a per- una, sem esperar pela resposta do animador Pode suceder aps 2 devoluso da pergunta pelo animador, que © panicipante Ihe responds: — Se ui eu a pér-he a pergunta, ndo compreendo a razio pela ‘qual me € devolvida! Neste caso sugere-se que o animador, serenamente, esclareca: — Ao devolver-the a pergunta foi minka intendo propor- cionar ¢ Catarina e 20 grupo wna oportunidade para reflec- ey tirem ¢ aprofundarem o assunto. Gostara, ainda, de acres. Centar que tenho wna ideia pessoal sobre 0 mesmo, a ‘qual poderd ser enriquecida com 0 seu contribute, sendo ‘inka intengdo expressa-la mais adiante, quando for oportuno > REFORMULACAO _A reformulagio consiste em alguém reprodueir por palavras rdprias 0 que fi dito por outrem, confirmando, desta forma, que fentendew correctamente as suas idelas ¢ sentimentos. (Quando alguém se apercebe de que foi compreendido, sente-se ‘encorjado para de novo interviz. Se a reformulapto for clara, breve, preci e fel, tem a vantagem de proporcionar aos restantes parti cipantes da reunio a compreenséo do essenial da mensagem trans mitids, sem qualquer equtvoco ou ambiguidade. Destacam-se dois tipos de reformulagio: — A reformulagio confirmativa ‘Tem por objectivo reproduziro que foi dito, ainda que seja introduzida uma marea pessoal Exemplo: Um partcipante, de nome Pedro, dia na reunito =A meu ver as reunides no pastam de uma perda de tempo e uma justificardo para nada faze. Falando com toda a franquecza, tenho aigumas divides se esta reuniao leva a algun lado. 0 animador, retomando o que foi dito, responde: — Se bem entendi 0 Pedro afirmou que as reunides incuin- do esta em que estamos, so uma perda de tempo e una desculpa para nada fazer. A reformulagdo feita pelo animador confirma ao Pedro que «sus opinifo foi wtalmente compreendida, podendo est, se quiter eforgla com exemplos, histries de vida, esta — A reformulagio explicativa ‘Tem por objectivo obter um esclarecimento ou carificagao, por parte de quem emitiu determinada opinio ou afiema- (0. Assim, em Telagdo ao exemplo utilizado, o animador poder fazer a seguinte reformulasio — Pelos visto, 0 Pedro ndo acredita muito na efledcia das reunides, inclindo esta. Pode referi-nos algumas cau sas comcreias que, no Seu entender, jusificam a sua posi- sto? Esa reformulagio nio incrimina 0 Pedro; pelo contrério, pode abrir a porta a-um debate devera interesante e eleidatvo, refor- Gado peas experiéncias que, com certeza, vio ser relatadas. Pode Ser ainda uma oportunidade para o Pedso aprofundar esistematizar 8 sus ideas sobre o assunto em questo, © animador, durante reunigo, no tem o monopsio da wil _zagio da reformulagio, tanto confirmativa como explicaliva, Tam- ‘bém cada paricipante pode recorer a ela, quer em relasio aos ‘outros patiipantes, quer em relago a0 animador, Enquanto técnica de animacéo de reuniSes, a reformulago nfo 6 fait # concérdia, a compreensio e a autovonfianga — facto- res indispensivels & coesto de um grupo — como ainda é uma forma de se evitarem ou cortigirem mal-entendidos ¢ diluirem tenses. ‘Tal como a formulagio de perguntas, também esta tcnica deve ser uilizads de forma correcta e oportuna. Banalizé-la pode preju- dicar 0 rumo ¢ eficdcia de uma reunito, > ANALISE DE PROBLEMAS "Tao simples como il tratase de uma técnica que consiste emt ‘encontrar resposias consistentes para algumas questdes, através da idenificagdo de um conjunto de informagdes relativas a uma determinada situagdo técnica ou humane, ‘Um problema € um desvio ou deseqt centre © que deveria acontecer e 0 que realmente esti a acontecer. Serd esta a sua representagao: A———*B As pmmoaepitn > Gree se ier cape AX EB Cote rtimanse tege © Kedar econiso ‘robiena} E a parr de X que a Anise de Problemas vai actar, percor- endo um itineério, individual ou grupal,consituidopelas seguntes tapas: 1Ls Apresentar, dfinir e delimitar o problema: — Qual é 0 probiema em concreto? — Quais sto 0s seus limites reais, isto €, onde comega © onde acaba? 0 que se pretende altar? 2+ Recolher ¢ relacionar 0 maior mimero possivel de informagies sobre o problema: = Quando ocorre ¢ como se manifesta? — Quais as suas verdadeiras causes? — Quais as suas consequéncias? 3.Imaginar as vrias hipéteses de solugio: — Quais as possfveis hipsteses de solugio que se apresen- ‘am? — Quais as vantagens ¢ desvantagens de cada uma delas? Decidir-se pela escotha da melhor solugio: — Qual a solugdo que melhor responde ao que se pretende? — Como aplicé-la? = Qual o momento oportuno para pola em pritica? 52 Pér em execugio a solugdo escolhida, seguida de uma aviliagio ¢ acompanhamento continuos, om ordem a comi- {ir os novos desvios e a inroduzit os reajustamentos neces- Nem sempre estas etapas obedecem a uma ordem rigida. Pode vontecer que o grupo esteja a analisar 23+ etapa — Imaginar as ‘érias hipSteses de solugdo — c tenha necessidade de voltar & 1 etapa — Apresentar, definir ¢ delimitar © problema. Um problema bem definido estd meio resolv, dizia John Dewey, figsoto norte-americano (1859-1952) AA técnica acabada de referitrequer muita paticipagto e disc plina por parte do grupo ov, melhor dizendo, requer uma part ‘ipagdo disciplinada, » ESTUDO DE CASOS Enquadramento hist6rico 14 utilizado como ténica de ensino na Universidade da Sor- bonne (Paris) na Hdade Média e, mais tarde, noutrs centros ed cativos, 0 Estudo de Casos veio a ser posteriormenteretomado & tesuturado por Malvin T. Copeland, professor na Universidade de Harvard, que af ointroduziu, em 1908, para a preparagdo de dir -gentes de empresas. ‘A utilizasao desta enica comegou, de cera forma, a questionar ‘até a substi o tradicionais cursos, magistalmentetansmitidos. ‘Acs estudantes, dvididos em pequenos grupos, eniregava-se 0 relato pormenorizade de um acontecimento eu caso par, fora das ~s horas de aula, procurarem s informsgdo necessdria a sus solugto DDepois, com a supervsto dos professores, cada grupo relatava os resultados do seu trabalho, seguindo-se um tempo de debate Os estudantes de Harvard, durante 2 anos, trataram cerea de 3 cas0s por dia, o que significava o estudo de 1200 casos, aprox smacament, Depressa o Estudo de Casos foi utilizado na andlise dos mais diversosassuntes em todas as univesidades amerieanase se esten- dew a outros paises, [Em 1935, com o desenvolvimento da dindmica de grupos por Kurt Lewin ¢a sua equipa, o Estudo de Casosatinge a sua matu- "dade: além da Seea do saber fazer pasa a ser utlizado, ambéxn, a rea do saber-ser. 2. Em que consiste © Estado de Casos ¢ uma téenica gue consiste na apresen 1agdo ao grupo de wm caso concret, imagindrio ou real, em ordem @ tomar-se wna decisdo. As solugdes que vdo sendo propostas = sempre justfcadas por referéncia a principios — sdo discut- das até se encontrar a soluedo que relina o consenso de todos 0 elementos do grupo" Esta tdonica parte do principio e da conviego de que as situa 48s humanas sfo, por natureza, complexas, pois slo constituides por una densa tama de factos de ordem psicoldgica, sociolégica, ‘enice, profisional e moral. Para actuar com efidcia, nfo chega ‘0 saber terico adquirdo nas escolas; 0 saber que se adguire a par- tir da experigncia da vida toma-se cada vez mais importante e deci- ‘vo, pos € ele que permite desenvolver a ineligéncia da sag, 0 Estudo de Casos ¢ uma técnica privilegiada para se encon- trarem pistas de solugio para problemas relacionados com os ‘comportamentos humans, sobretudo para quem desempeaha fan- g8es de gestdo, aconselhamento, cooperagio, desenvolvimento pessoal e outras 3. Caracteristicas do caso Para atingir as sus fnalidades, o caso a apresentar deverdé: 1.» Relatar uma situago concreta, o mals possivelrelacionada com os participantes, no que respeita & sua vida pessoal, familiar, profissional e social. De modo contrério, jamais estes se sentitio envolvides. 2° Referir uma situagio problemética que exija um urgente iagndstico e uma acertada decisdo. Situagtes indiferentes rotinlras nfo estimolam a participapio. 3. Conte todos os dados reais que possam ajudar a definir ‘0 problems ou situago: factos,sentimentos, aitudes dos protagonists econtexto espacio temporal — onde e quando fe desenvalveram os factos —, de forma a poder ser feito lum diagndstico corecoe a ser tomada uma decisfoacertada 4p Apresentar um 56 problema ou situagdo, A existéncia de vrios problemas pode dificultr o sed entendimento pelos paricipantes 552 Expor of factos de uma forma objectiva ¢ imparcial, sem ‘qualquer jurz0 de valor sobre eles, para nio influenciar sua apreciagio. 62 Bvitarreferie na deserigdo dos facts pormenores secunds- ios e intel 4, Organizagio e funcionamento — Modelo a): para grupos até 10 pantcipantes 1.8 fase: trabalho individual 29 minase) ' entrega a cada participente, por escrito, do relato do caso; * leitura,andlse e solugio. 2 fase: trabalho em grupo (0 winzs) ‘debate das solugSes individusis; «+ sclecgo das solugdes mais apropriadas. — Modelo b): para grupos até 20 participantes Depois de constiuidos subgrupos de'4 elementos, passar As seguints fases: s. 1 fase: trabalho individu (20 niawos) * enitega a cada paticipante, por escrito, do relato do caso: * Ietua, andlise © solugio. 2 fase: trabalho em subgrupo (0 nina») + escolha do enimadorirelatr; * debate das solugées individaais; * selecsdo das solugdes mais spropriadss, 3 fase: plendrio (40min) * apresentasti e diseusséo das solugées dos subgrupos FungGes do animador — Elaborar cada caso, devidamentecircunstanciado,concluin- {do-0 com 4 ou 5 questées com ele relacionadas, para fac litar a sua anise pelos partiipantes. — Dinamizar a apresentagdo do grupo, se tl se justficar, € cexplicar, de forma clara, em que cansiste 0 Estudio de Casos, ‘qual 0 seu objecivo e etapas a pereorer Colocer-s & dsposigio dos participants para esclarecer as ‘vidas que possam surgir. — Proceder a consttuglo de subgrupos (no aso do madelo b), 1 gual pode ser: = de forma dirigia, se assim for entendido; * por sorts; * finformalmente, convidando os paricipantes a fazé-to. — Informar os subgrupos das fungSes do animadorirelator, por cles eeio: + gerir o tempo; ‘+ lmpedir que os participantes se desviem do assunto; ‘+ estimular a participagio de todos: mandar falar os cata. ‘dos e mandar calar 0s faladores; 1 snotar a solugdes a que o subsrupo vai chegando, para depois as apresentar no plendo, — Convidar 0 grupo, tanto no modelo a) como no modelo b) 4 fazer um pequeno interval quando for oportuno. = Na 2 fase do modelo a) e na 3. fase do modelo bj ‘+ fciltar a livre expressfo dos participants; ' questionar o grupo sempre que necessrio; ‘+ resumire evidenciar a importincia dos factos: * evitar desvios e centrar 0 debate nos pontos essenciais; * fazer sintesesintermédias e conclusGes pariais; * encerrar os tabalhos com uma sintese dis conclusSes sapresentadas pelos pariipantes. (© Estudo de Casos é uma oportunidade pasa despertar nos pat oe Peery Potencials fontes de conflito nas reunides -Muitos confites podem ser faclmente esolvidos se a suas casas forem, em devido tempo, idemificadas. O velho ditado que diz que ‘tempo se encarregard de resolver as cosas nem sempre tem a 20 do se ldo, Consideram-se como potencissfontes de conflito numa reunite: — A conduta individual e relacional dos participantese do ant ‘mador quando autogerida de forma inadequada. Uma reunio é sempre um encontro de pessoas portadoras da singularidade da sua histria, com destaque para (05 seus desejs e desencantos; as suas vitrias einsuoessos; (0s seus afectos e azedumes; (0s seus saberes e experiéncias: as suas hesitagées e loucuras. Se € importante realgar a vertente social das pessoas, expressa nos lagos que as unem, € igualmente importante ter em conta 8 ua individualidade, manifesiada naquilo que de tnico e de insubstiuivel as caractriza. E natural, portnto, que as vivén- ius sociais © individuais dos participantes © do animador, ‘quando desajustadamente autogeridas, inte das reunides,gerando tensses e confites. — 0 funcionamento ineicaz da reunio EE de destacar em especial + Entlos auortéios de animago + Auséncia de comunicagio, + Falta de cooperago entre os participants. + Desconhecimento ou falta de compreensio des objecivos da * Auséncia de pedagogia na introdugdo de mudangas¢ inove oes, * Aparecimento de subgrupos ou facg6es que péem em causa ‘0 que foi scordado. * Burocraciasimpeditivas do funcionamento do grupo. + Manifestagses de indecsio, * Deticienteatibuigio de responsabilidaes. + Desigualdade de watamento do animador em rego tos par ticipants e s suas intervengbes. * Agenda sobrecarregads * Selecedo desajustada dos panticipantes. Ly * Clima competitivo entre os participants, tomando-se mai rave quando fomentado pelo animador. Alguns aspectos positives do confito Possibilitar 0 contacto com diferentes formas de ver, sentir © agi. — Estimular a capscidade de roaceio, — Permit a clarticagdo de ideas, facts esituagdes. — Desenvolver as capacidades de decisto eresolugdo de proble — Tomar a comunicagio mais espontines. — Fortalecer consolidar 0 relacionamento humano, — Bxercitara cepacidade de dentifcago de causaseconsequéncias. — Aumentar 0 poder de negociagdo. — Faciltar © desenvolvimento da personalidad. Alguns aspectos negativos do confit — Acentuar as dferengas e divergencias — Dificultar a paritha de experiéneias, — Alimentar suspeitas e desconfiancas. — Enfraquecer « motivago das pessoas © grupos. — Reduzit« interajuda e produtividade, Intensificar a agressividade e intolerinca, = Aumentar as atudes defensivas — Deteriorar 0 relacionamento humano. — Bloquear a criatividade, a iniiativa e a tomada de decisdes. Atitudes perante 0 confito Por vere, lidar com o coniito nfo € fil nem agradével, mas ‘ao se pode negar a sua existncia e utilidade quando critiva e construtivamente resalvido, ca Dentre as diversas attudes perante 0 conflte,evidenciam-se quatro: Le Ignoril no se colocando, sequer, 0 problema da sua exsténcia ou 2+ Negar a sua existéncia continuando, contudo, © enflito a manter-se ‘compreensio,continuando, por isso, este a manters, Admitir a sua existineia ras rlatvamente& Sua narurezae origem: undo so conhecidas ‘neste caso 0 confito mantém-se; ‘ou do conhecidas mas a pessoa ou grupo ‘+ considera-se impotente para resolver 0 conflite: * ou opta por uma estratégiaincorecta para a sua res. lugao. Tanto numa como noutra situagdo, 0 conflito continua smanierse. ‘86 quando a possoa ou grupo consegue: * admit consciente ¢ voluntariamente a existéncia do confit; * identficar correctamente a sua natureza e origem; * coptar pela estratégia que melhor se ajuste a situagto, havers perspectivas de resolugio do confit, ‘Vias para a resolugdo de conftos A forma como slo encarados e resolvidos 0s conflitos &, por vores, a chave da eficdcia de uma reuni, Exemplo X tem wm conjunto de propostas e objectivos para determi nado projecto; mas tem igualmente para esse projecto tom outro conjunto de propostas e objectives. ‘Como resolver esta stuagso? Sugerem-se tes vias 1+ Pela dominagdo (Eu ganho, 1 perdes) Analisada a siuagio, a razio € dada a x, ficando y elimi- nado, SS uma parte & beneficiada 2+ Pelo compromisso (Nao perdemos) X-ey estio decides a ceder um pouco para encontrar uma ‘solugto satisatéria ou chegar a um acordo [Ambas as partes beneficiam com o resultado, 3+ Pela integracio (Ganhamos) ‘A diferenga de pontos de vista entre x ey dius, surgindo ‘um novo objetivo, o que implica cratividade,inovagio & cooperacio, mais para resolver 0 problema do que pra climinar a stuapio de tensio.E de realgar que a diferenga, ‘que resulta dos pontos de vista néo & propriedade de x ou 6e y, mas dos dois. {A resolugdo do conflito, como se verifia, reside mais em ‘ambas as partes do que numa delas, 1D Recomendagées ao animador Perante uma situagio de confito — Evidenciar as diferengas. Nao & possvel proceder integra ‘fo das diferengas sem as conhecer. — Definir com clareza 0 conflto — sua naturezae origem — center toda a tengo no seu conteddo e no nas pessoas nee impicadas — Procurar o que i de signiicativo no conflito eno se deter nos seus aspects secundérios. — Idenificar as convergéncias e divergéncias em relagio 20 conflito, para melhor facilitar a sua compreensio, — Determinar com exactidfo os pontos de desentendimento para, a partir deles,sugerr solugées parcais. ~ Evitar que a sua propria influéncia pese na decisio @ —Dominar-se pare no pegar no assunto e resolvé-o de uma ‘penada, Estria a enganar-se a si prépio, pis a realidade ‘mostra que os conflites resolvidos desta forma depressa renascem e com maior violénca, — Passar para 0 assunto seguinte assim que o confito esteja resolvido ese renha chegado um acordo. Evita desenterrar questes antigas que jd tenbam sido defnitivamente enter- radas, pois, como diz sbedora, um estado raz esquecimento de outro, 2. ANIMACAO DA REUNIAO Animar, segundo os dicionéros, é dar vida, ini alma, ror- narouornarse mal imprimir maven, enoejr eine A partir deste esclaecimento € possivel evidencier algumas caracterfsticas que idemtfieam o animador, como o entusiasmo, 1 vivacidade, a iniciatva, a determinasdo, a persuasSoe a eritivi dade. (© animador ¢alguém que faciita o desenvelviment individual « colectivo dos paricipantes, através da cago de condigées que assegurem a reflex e a acgio. Na primeira, procurs-se a com- preensto da realidade; na segunda, investe-se na sua tansforms- ‘fo. S40 dois momentos de um mesmo processo:areflexgo ilumina orienta a acyio; a acgdo confirma e renova a reflex, rn {Nao dispondo de nenhum poder para impor uma soluedo ao problema que surge — salienta Raymond Toraylle — 0 anima- dor deve recusar-se a usar a sua sitwago para manipular 0 (grupo de maneira a fasi-loescolhero que ele dseja.[..] Eno eu papel de caalisador e promotor que ele se deve manter, 0 que ‘requer una elevada maturidade psicoldgicae afectva, associa da a wna enorme capacidade de comunicagao™ [Nig tendo a chave das certezase das verdades, o animador pro ‘cura com os participantesrespostas para asinterrogag¥es esalugdes para os problemas. Sem set mais um elemento do grupo, 0 seu stato € 0 de animador, o que the exige condutas espectfias e ‘uma relapo singular com todos. CConfndi nfo diretividade com permissividade e ver na forma 4e actuagto do animador um indicio de inércia€ desconhecer que ‘a metodologia da animagio€ fazer em conjunto, 0 que forma 0 grupo ‘mais leido, mais comprometido e mais produtivo. “TEMPO. ACOLHIMENTO E APRESENTACAO: DOS PARTICIPANTES Acficécia de uma reunido depende muito da qualidade humana {que se ivese no acothimentoe apresentacio dos participantes. Nio se trata de uma perda de tempo, como por vezes se pens, pois os resultados fa-s-do sentt no deconer da reunido. D1 Recomendagies a0 animador — 0 animador deve chegar antes da hora a0 local onde decorte a reunido, nfo s6 para verificar se tado est em ondem mas tam bbém para, como anfitrido que ¢, acolher e cumprimentar os participants & medida que vio chegando. — A hora marcada,inciar a reunigo com os patiipantes presen- tes, Fazer depender 0 seu inicio da chegada do titimo pant oF im ppante pode ser inerpretado como a primeira demonstragso de fraqueza por parte do animador. CComecar por convidar os partcipantes a retirarem da mesa de apoio a sua placa idetifieatva e a ocuparem 0 lugar que dese- jarem, evitando-se, assim, a marcasio prévia de lugares. ropor aos participants, depois de dar as boss-vindas, que de uma maneira simples e breve Fagam a sua apresentagi, isto no 280 de ni se conhecerem ou de se conhecerem menos bem. Refeir na apresentagdo os seguntes dados: + actvidade profissional; * empresa ou institlgfo a que pertence: = fungio que af desempenhs, Deixar a cada paricipante a inicitiva de se apresenar quando ‘ deseja,evitando a pritica escolarizada de comegar por uma pponta e acabar noua, (© animador faré também a sua apresentagéo, de referéncia no final, para ndo condicionar a espontaneidade dos participates Durante apresentaeo e * interromper alguém enquanto se apresenta; * tomar notas reativamente 20 que é dito nas apresentagéess * movimentar-se de um lado para o outro ou ocupar-se com actividades alheias a0 que est a acontecer, * olhar nervosamente para o reldgio ou dizer a quem se ape Senta expresses como: Pronto! Jd chega’...Um pouco mais depressa!.. Comportamentos desta natureza podem fechar Portas que difcilmente voltario a abri-se. ‘Se o grupo jf se conhece, ni parece haver necessidade de presenta, ‘Terminada a apresentagio, desejar bom trabalho 0 grupo e recordar que o éxito da reunio depende do envolvimenta e pat= ticipago de todos. " TEMPO DESENVOLVIMENTO DO TEMA DA REUNIAO (0.2: tempo & composto por quatro fases fundamentas e inter- relacionadas 1 fase: Introducio 2 fase: Discussio 3 fase: Decisto 44> fase: Accto| ‘Oencadeamento harmonioso destas fase fciitarto desenvol- vimento do tema da reunido, onde se concenteam, de um modo ‘muito particular, as energias © potencalidades dos participants. ‘A partir dos suas convergéncias e divergéncias, cds suas ousadias e hesiagses, dos seus scordos e desajustes, dos seus compromissos e medos, das suas certezas e duvidas bnfo-de encontrar-sesolugées concretas para problemas e stuagdes iis. O importante € que cada participante, continuando a acre- litar naquilo que considera sero essencal,deixe de se centrar no ‘que €acessrioe, norteado pela tolerinca, se abra a outras mane ras de pensar as quests em debate. [Neste 2 zempo 0 animador €, sobretudo, um faciltador € um regulador do grupo, competindo-the conjugar, de forma equil brads, as seguines actividades: ~ Questionar, fazendo perguntas. — Clarificar, reformulando o que € dito pelos panticipants. — Resunmir, sintetizando e classificando os factos segundo a sua importncia. 1 FASE: INTRODUGAO ‘Ainda que muito breve (5 minvtos),afinalidede da introdugdo € esperar o neresse do grupo peo tema da reunio eeiar um ambien 1” favorivel& diseussio dos diferentes assuntos que integra a agen- da. Tet, por sso, de ser acolhedora, come porta que se abre, para Proporcionar aos pareipantes a partlha do que sentem, pensar ‘Compete 40 animador — Apresentar os diferentes assuntos que vo ser discutidos| (agenda da reuniso) — Relembrar o que se pretende com a reunito (objectivo). Sugere-se que, depois de escrito numa fotha de cavalete (00.60), 0 objective sea afixado de forma a poder se faci- ‘mente ldo por todos. Ai permanccerd durante toda a reunigo, fancionando como recordatériaechamada de atengdo, ser. pre que o grupo dele se desviae — Referir a metodologi, realgando o tempo global tsb do as quatro fases que constituem o desenvolvimento do tems, ££ natural que, entttanto, os partcipanes se interroguem: = Se os elementos informativos acabeaos le refer fazem parte ‘da conocatéra recebida, por que so novamente mencio- rados? também natural que, depois de lid a convocatéra, cada parti- cipante, reagindo a sua maneira, tena rotulado a reunigo: para os mais interessados, ser muito importante, para os pessimists, no leyard a nada; para os indiferentes, € questao que fd passow ao esquecimento A introdugo pode ser uma oportunidade para, em primeiro lugar, criar uma homogeneidade de informagio edespertar nos par ticipants o sentimento de pertenga a0 grupo e para, em segundo lugar, clrificaralgumas quest6es ¢ introduzir pontuais rejusta- ‘mentos propostos pelos participants, ISCUSSAO A discuss — parte nobre da reunito — consist em examinar| determinado assunto, em conjunto com ouiras pessoas, apresen tando argumentes contraditrios, no inuito de chegar a conclusdes que permitam tomar decisbes. ‘Adiscussdo — arte que requer vontade para pensar os sentimen- tos dos outros tlerincia par aceitaradiversdade des seus modes de ver, pensar e agit — € um meio de estimular a criatividade © 2 sprendizagem individual, * FASE: Admit viver com o8 outros — escreveu Edouard Limbos — ‘aceitando-osdivergentes tal como so, com zonas em que ndo Ind pontos de visa de enconir, € dar um passo considervel para a insturasio de um esto de vida democratico Acontece, porém, que ceras pessoas, tlvez por confundirem 39 Avaliagéo final Ocorrendo no final da reunto, ese tipo de avaliagto tem por ‘objective demonstra e medir 0 grau de envolvimento e de inte- resse dos participantes, a partir da reclha e anise das suas reac~ ‘6es 808 objectives estabelecidos, conteidos debatidas, métodos tilizados e actuagéo do animador. ‘A avaliaio final responde & questo — Os participantes gostaram da reunlio? (© apuramento da qualidade da reunitoreliza-s,geralmente,ara- ‘vésde um questiondro semelhante ao modelo que a seguir se prope. a MODELO DE AVALIAGAO FINAL DA REUNIAO ‘Questions dos participantes Para mudorar utr reunsasn opiniones nipensie Pr tor clsgo ada em astlunde com i 0 nanero ge eto correconds 3 opine. "Oar daecala¢0 spun Mato obrigato pla sua claro! 1. 0 animador demonstrou capacidade para 1 Eagercon cen raison venience eer | spares. 4 ese as pS eco T | Ours aes pts de vis ‘es, seme gue ope. "Estilo eaolvinenio «a prippio de Toor oF lees do po to ert deni "Selesosartcies © meas apopends para nigir 7 tr benno da rani = Baers oe er a Rese 7 Ast © go coms «cms a | Para melhorar a actuasio do animador em futures reunides,sugiro- The que: ne 2. Para mim, enquanto participante, esta reunigo foi uma oport- nidade pare: rin feo, eager bers Gon 5 on ‘eos cog. ~ Descobar gee sua unl aaa ingore qu SO sr slot denies do problema. Exper le © egotieamene os EUS Sem, [te modes de ee. Rice mi + conc da SS Relativamente & organizagdo da reunio (duragdo, instalagées, horérie, nimero de participantes..., quero evidenciar Finalmente destaco: (© que mais me agradou riper u dacs ens ec Gu a mals legs rt nngir cj deni “ 7 Eien ates eo cnt, pocuands reo es (© que menos me agradou foi: Refer o meu end de wide wo go Deservler mith cpacidade de bern Jolie de snineic ede rzos [Em relagio ao impacte que esta reunlo teve sobre mim, gostaria ainda de referr: 3. Os assuntos desenvalvides na reunio revelaram-se: Gonerets cna er om w Taine es | Outros Comentiros: ‘cine eae) Hé quem afirme que avaliar uma reunito €tarefa dificil pet ‘g0sa porquanto pode magoar ou ferir os sentimentos do animador © dos participantes, No entanto, a avaliagfo €, antes de mais, uma ‘oportunidade para aferir a utldade do objectivo da reuniso, em {que medida foi atingido © a validade dos meios para o ating, ‘io para emiti juizos de valor sobre quem quer que sea. A PROCURA APE eek 1H mil anos, dois fldsofos encontraram-se numa encosta do Libano e um deles perguntou ao outro: —Aonde vais? = Ando a procura da Fonte da Juventude, pois sei que brota de entre estas colinas. Achei escritos que falam dessa fonte que corre para o sol. E tu, 0 que procuras? © primeira respondeu: ~ Eu cd ando & procura do Mistério da Morte Enido cada um deles pensou que 0 outro tina fathas na sua iéncia e comecaram a discuir € a acusarem-se mutuamente de cegueiraespiritual. Enguanto os dois coninuava a dirigir crt as wm ao outro, calhou passar por ali um homem que era tide Por “tonto” na sua aldeia e quando as ouviu em acalorada dis- ‘ussdo parou wm instante a escutar 0 que disiam, Depois aprosi- mows e disse: — Meus senhores, parece-me que ambos pertencem & mesma escola de flosofia que estdo a falar da mesma coisa, #5 que fempregam palavras diferentes. Um procura a Fonte da Juventude, 0 outreprocura 0 Misério da Morte. Contudo, sem divida alguma que ambas as coisas sdo wma s6e, como uma 36, ambasextdo den- 170 de vs. Logo a seguir 0 caminheiro parti dizendo: Ate mais ver, amigos sabios! , ao afastar-s, ria-te com um risa de compreensdo Enido os dois fildsofos olhara um para 0 our, em siléncio, durante um momento, e depos rramse também. E um delesdise = Bem, jd agora, por que ndo caminhamos juntos e juntos caminkames a procurar? Kalil Gibran?” 136 3." ETAPA: AUTO-AVALIACAO DO @ ANIMADOR 0 essencial é saber ver, Sober ver tem estar a pensar Saber ver quando se ve Enem pensar quando se vé, ‘Nem ver quando se pens... Isso exige um estudo profndo, Uma aprendizagem do desaprender. Alberto Caziro Percorridas as duas primeiras ctapes da reunifo, cabe 80 ani mador fazer um tempo de paragem e reflexio para interiorzar, de forma hicidae serena, que, da sua parte, facilitou ov dificultou ‘orumo da reunio, Em geral é grande a distinca entre a maneira como teoricamente se imagina que determinada atividade vai decorrer e © modo como cla, na relidade, decor. A auto-avaliagdo permite ao animador aperceber-se do desfasamento entre pensadoorealizadoe cori. imterpetagdes que se afastaram demasiado da realidad vivid. (© suporte que se apresenta para a auto-avalagso do animador apenas um instrumento para aferir a qualidade das diferentes tapas da reunilo, Neste sentido, sugere-se que, depois de preen- chido, se faga uma letura dos seus resultados, percorrendo serena mente as quatro fses que a seguir se descrevem: 1 Observagio E saber ver a8 ctcunstincias 0s factos, os comportamen: tos, a5 stuagSes... sem emitr qualquer juizo de valor sobre si ou sobre outrem. Observar io é julger 2+ Andlise E saber ver com lucdez e objectividade as causas € conse- {quéncias do que foi observado, a 34 Avaliagio E saber ver em que media o que foi observado eanalisado {ez progreir o grupo em direegio aos seus objctivose se (6s meios utilizados se revelaram efiazes, Rectiicagio E saber ver guais 0s reajustamentos a introduzir em fut as reunies, A auto-avaiago efectuada aps a reunido pode considera-se, antes de mais, um rediagnéstico. A panir da recolha de dados concretos ¢ sua consequenteanslise € possvel ao animador verif car em que medida foram atingidas as metas da reunifo e assim ‘dentifear os seus pontos fortes ¢fracos. ‘A auto-avaliag0 6, ainda, um momento de autoformagio pars © animador, enquanto 0 questiona sobre qualidade das suas competénciss. Vem a propdsio recordar que 0 primeiro objetivo da formagdo é 0 questionamento e a ruptira com atitudes ¢ com- Portamentos inadequados, em ordem & aquisigio ¢ interorizagio de novas condutas. Reside aqui a alma da mudanga. A auto-avaliagio nfo deverd ser entendida, portanto, como uma ‘autolagelagdo, mas como uma etapa que faz parte do processo da atonomia do animador 140 AUTO-AVALIACAO DO ANIMADOR Questionério gr penn abr a ‘Pandan led ce con i Sens “Aina pimein tide fol tenor e fea psiclogicamen- ‘estan em forma para assegurarodesevolviment dest ei. 2 Reflect madurament, ates deme decidir pla realizago dare. io, sobre a sua imporsdnia enecessidade. _ g 3 Invest tempo e reflex na prepara da reunio a nivel da designagao do tema ‘efnigio do objectbo, selecgio dos parcipantes, ‘rguizagso a agenda, ‘enlicngo do estilo de animagdo, scolha do loc dae hoa, pars obtero mor nero posvel de dados. “.Redigia convocatGela de forma clara, aarat epersnalizada, | props: procure informare te ria chegad a tempo 0 pareipanes para poderem prepara conveienmente a eo? 5. Comecl a reunio hora marcda, coms paricipanes queesta- vam eteine/-a& hora previst “6: Acrodie& pata ns potencalidades de ods os parispanies ‘esfrceime por respetar o ritmo de cads Um dels. a 7. Tive a preocupagio de faze do Acolhinento « da Apreseniagio dos parcipntes ma opotnidde para a is integra o grupo. 5. Geri o tempo deforma cterioss, em particular os inervengSes dos paicipants. “1 °9, Procure despertarno grupo interest pelo ema eassunios da eae no emcomos vote de ela parca active prodativamente 10, Proporeione’ um clima de &-vontade que permitisse atodos livre expresso das sus ideas e maneira deena na vida, lo 1, Pasi a pri de saberes, xpeiéncia vivénciasapelando are importnca da toler L 12, Blaborei sinteses intermedius, reformalagdese concluslss par Saupe pmo ieee dette mtn 13, Soubeevideneiareelogiaro grupo pelos rogressos otis eeneo- ‘ajo a prosseguir nos momentos mais fics 14. Estill nos prcipants o seu sentido eco © © desenvalvi> ‘mento da sua cxpaciade viata, io 15, Estabeleci a gradualidade na discuss e orienci-a sempre para 05 objectivos ating. lo 16, Conse ensiaar os parianes mai ered moder lo 17. iti tomar pando nas discusses, lniandoae a realar a con- ‘veradacas e's divergenci, o 18. Enfenteleventuns stages de tnsfoe mesma de conto, pom ‘urand, como grupo, Slusio mas crave, jstdaeoportna 19, Elabore «snes final de reuigo em eset colaboragio com grupo, Oo 20, Seni que as minhas sugestes © eso de animapo form ack ‘ese aolhids pelo grupo 142 Classificagio da reuniso 18-209 6-18 > M16 > n> 0-29 <0 Excelente Muito boa Boa Sarisfaxsria Pouco satisfatéria Fraca O SABER HP E Theat ‘Aquele que ndo sabe Endo sabe que ndo sabe, E wm tolo! Evita, Aquele que ndo sabe E sabe que nao sabe, E uma crianga! Ensina.o Aquele que sabe E ndo sabe que sabe, Esa dormir! Acorda-o, Aquele que sabe E sabe que sabe, E um sdbio! Segue-o Eu sei que m pensas que compreendeste 2 que pensas que eu disse Mas ndo tenho a certeza que tu te dds conta que 0 que ouviste do € 0 que eu preendia dicer. a sabedora drabe BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA GERAL AMADO, Gilles, © GUITTET, Ani, Dindmica da Comunicagdo nas Grupos, raga brasileira de Analicia T. Ribeiro, Rio de Janeiro, ar Baitoes. 1978, 6. ANZIEU, D., © MARTIN, J ¥, La Dynamique des Groupes Restreins, Pais, PU. B, 1986 ARGYLE, Michael. A Dueracy Soil Rode Janeiro, Zaha Bitores, 1975. ARTAUD, Jean, L'Bcowe ~ Atinudes et Techniques, 3° ed, Lyon, rang, Chronique Secale, 1995. [BOUVARD, Claude, BUISSON, Monique, GéreretAnimer Un Groupe, Pass, Les Editions d'Orgensstion, 1988, 'BUZAN, Tony, Saber Pensar, Lisboa, Editorial Preseaga, 1996, (CORNATON, Michel, Grupa e Sociedade, wadueo pouguosa de Maria de Lardes Boavida, Lisboa, Voga Universidade, 1979. 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