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Nº 9
A B R I L / M A I O DE 2 0 0 8
www.esec-se-guarda.rcts.pt
e-mail: jornalolhar@gmail.com
Este homem vem aí ... Pedro Abrunhosa vai estar na nossa escola no dia 27 de
EDITORIAL
Maio, para dar uma conferência, no âmbito da Área de
Muito do trabalho até aqui realizado foi a pensar nos alunos. Projecto do 12º A, intitulada “A Importância da Música
Tentámos e ainda hoje é nossa preocupação ver como reagem para os Jovens de Ontem e de Hoje”.
perante um texto, uma imagem, um tema. Sabemos que muitos
não gostam de ler, é mais agradável olhar para a televisão ou
estar em frente ao computador.
Todos os alunos são “produto” de uma sociedade em que a
imagem tem um papel fundamental. Por tudo isto, tentámos
desde a primeira edição do jornal da nossa escola apresentar
textos / imagens para a partir da sua leitura motivar os alunos
para o gosto e para a reflexão sobre temas de grande actualida-
de. Conscientes destes factos quisemos construir um jornal que
fosse atraente para os alunos como forma de criarmos entre eles
e o jornal uma certa ligação afectiva; que o jornal não fosse um
documento passivo, mas um instrumento válido que reforce
uma interacção pedagógica essencial em toda a comunidade
educativa; que contemplasse uma vasta variedade de temas que
melhor caracterizassem os objectivos a que se propõe; através
das imagens seleccionadas funcionasse como um outro tipo de
texto que, também ele, exige mecanismos de descodificação.
O importante é que todos acreditem que ler, escrever são
competências transversais de todas as outras áreas de aprendiza-
gens propostas pelos currículos ao longo dos vários ciclos de
escolaridade.
Implica dizer, que o jornal é um meio importante de apropria-
ção de conteúdos científicos e pedagógicos, é um instrumento
que ajuda professores e alunos a realizar uma tarefa comum em
que todos estão empenhados.
EM DEBATE
A Educação
“Como um olho que não fosse cobrimos? Podemos ser muito edu- leva-o a conformar-se com um
possível voltar das trevas para a luz, cados, mas, se não somos capazes de modelo, impedindo-o de tomar
senão juntamente com todo o cor- uma profunda integração de pensa- consciência de si próprio.
po, do mesmo modo esse órgão mento, as nossas vidas são incom- Todos nós fomos treinados pela
deve ser desviado juntamente com a pletas e contraditórias. educação e pelo meio a procurar
alma toda, das coisas que se alteram A educação tem que cultivar uma uma segurança pessoal.
até ser capaz de suportar a contem- visão integrada da vida. A educação não é um treino. O
plação do ser e da parte mais bri- Na cultura dos nossos dias, a edu- treino impede a mente de poder
lhante do ser. (…) cação tem muito pouco significado. descobrir o novo. Por essa razão,
A educação seria, por conseguin- Em vez de despertar a inteligência para descobrir qual a educação cor-
te, a arte desse desejo, a maneira integral do indivíduo, a educação recta, temos de nos interrogar sobre
mais fácil e mais eficaz de fazer dar a o significado da vida.
volta a esse órgão, não a de fazer A função da educação é criar seres
obter visão, pois já a tem, mas, uma humanos capazes de apreender o
vez que ele não está na posição cor- “essencial”, é ajudar a descobrir
recta e não olha para onde deve, valores que legitimem a responsabi-
dar-lhe os meios para isso.” lidade e o respeito pelos outros.
A educação não inclui cursos,
Platão, República, Livro VII mentes cheias de astúcias, critérios
de inteligência que evitam as gran-
Qual o significado da vida? Para des questões do homem.
que vivemos e lutamos? Se estamos Qualquer que seja a urgência de
a ser educados para arranjar um uma educação plena, nós devemos
emprego melhor, para sermos efi- fundar o respeito pelo homem, a
cientes, para ter maior domínio descoberta da autenticidade através
sobre os outros, então as nossas do auto-conhecimento na conscien-
vidas são superficiais. cialização dos nossos próprios senti-
Embora haja um significado mais mentos e pensamentos.
amplo para a vida, de que vale a
nossa educação se nós nunca o des- Professora Lina Couto
“Cromos” Universais
Vivemos numa sociedade do ime- mundo de possibilidades. O mundo Qualquer “pirueta” feita em horário
diato, das pressas, da imagem pela ao virar da esquina: um museu, uma nobre rende muito mais que árduo
imagem, dos “quinze minutos de biblioteca, uma livraria, uma cidade trabalho feito no silêncio do anoni-
fama”. A sociedade em que se tornou distante e milhões de outros seres mato. É o lema “quem não aparece,
fácil comunicar com qualquer um, humanos disponíveis para trocar esquece” levado ao radicalismo
em qualquer parte. Estamos obceca- ideias. Por vezes tudo isto é concre- absurdo, a imagem de uma sociedade
dos com as possibilidades e rapidez tizado. Mas na maioria dos casos a em declínio. É o prazer decadente de
dessas comunicações mas temos cada face visível é a dos casos absurdos, tornar um gesto diário que poderia
vez menos para dizer ou há coisas dos “cromos”, da parvoíce tornada ser apenas íntimo numa pantomima
que já não sabemos dizer. Muitas das refrão, da anedota de mau gosto, do global. Em muitos casos é a vitória
mensagens não passam de formas parvo que fica famoso por ser, sim- da “cosmética” sobre a Ética. A
redutoras de expressar as parcas plesmente, parvo. É difícil tantas mediocridade nunca esteve tão
ideias colhidas muitas vezes à pressa vezes promover um trabalho digno acessível e foi tão promovida.
na Internet. Corremos o risco de não que levou horas a ser consumado e
passarmos de primatas tecnológicos no entanto uma palhaçada polémica Professor Carlos Adaixo
que têm na ponta dos dedos um atinge picos de audiência fantásticos.
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EM DEBATE
Caminhos…
"Tudo está em devir, tranquilidade. que alguns indivíduos, na viagens, o desejo de convi-
nada persiste, nem per- Porém, muitas pessoas sua ambição desmedida de ver com jovens de outros
manece o mesmo." não se identificam com o enriquecer mais, acabam países com a vontade de
Heraclito (filósofo) dito sentido de missão, não por construir muitos pro- iluminar outras vidas, de
querem servir nem o fazem jectos que geram empre- modo tão simples como
Num tempo em que o por dever; assumem que gos, e, por consequência, o por exemplo pintar uma
individualismo, o egoísmo, querem melhorar o mun- egoísmo gera consequên- sala de convívio de uma
o materialismo, entre do, fazer a diferença, sen- cias positivas. residência para idosos.
outros “ismos”, se enraiza- tem-se bem quando mer- Quem é que adere mais Mais velhos ou mais
ram no nosso viver quoti- gulham neste trabalho. ao voluntariado? O que novos, com generosidade e
diano, deslumbram-nos Por seu turno, as pessoas move a maioria destas pes- entrega, desbravam terre-
aqueles que dedicam algum nos dentro e fora de si,
do seu tempo, precioso e abrem trajectos que fazem
escasso, aos outros: os a diferença para todos os
Voluntários. envolvidos e, assim, cons-
Um voluntário é alguém troem uma vida com senti-
que tem um sentido pro- do. Quando os interpela-
fundo de missão? O volun- mos no sentido de com-
tariado é uma actividade preender esse dom que os
altruísta? Actividade de habita, recebemos respos-
religiosos ou de alguém tas extraordinárias como:
com uma profunda fé num “Recebo muito mais do
Deus? que dou”.
A nosso ver, o volunta- O que precisamos para
riado pode ser realizado nos envolver? Riqueza?
por diferentes razões e Diplomas?...
escolhido por pessoas reli- O poeta Walt Whitman
giosas, agnósticas ou ateias. responde-nos: “Eu não dou
O essencial é a abertura ao esmolas nem sermões;
outro e o sentido de res- dou-me a mim mesmo.”
ponsabilidade. Como sonhar a viagem?
A designação de A jornada pode preparar-se
“missionários” adequa-se a através da Junta de Fregue-
todos aqueles que se reali- que se dedicam a negócios soas? sia de S. Miguel, na Guar-
zam servindo os outros; lucrativos, envolvem os Muitas estão na reforma, da, no consulado de um
constituem exemplos de desfavorecidos e semeiam outras são verdadeiramente país de língua portuguesa,
dedicação, virtude, de neles a esperança e o alento jovens. As primeiras ainda com a ajuda da Igreja, ou
humanidade plena. A parti- para lutar. E estes, certos se sentem com muita ener- noutro país, ou …
lha dos seus conhecimentos que vão construir a sua gia, disponibilidade e com acedendo à Internet.
teóricos e práticos propor- riqueza – uma vida mini- o (bom) hábito de serem Um “clic” mágico na pala-
ciona aos que precisam de mamente digna a partir da elementos úteis à sua socie- vra “Voluntariado” num
oportunidades instrumen- pobreza extrema – supe- dade. Os segundos, muitas qualquer portal, paciente-
tos que promovem o ram-se! Logo, não se trata vezes, em período de mente, à nossa espera com
desenvolvimento de com- de uma esmola para aliviar moratória, experimentam muitas informações!
petências que lhes permi- a consciência, mas da apli- caminhos, lançam-se em
tem, mais tarde, voar sozi- cação de teorias económi- desafios reais abraçando
nhos, ter uma melhor qua- cas. O Prémio Nobel já o ideais; evidenciando, fre-
lidade de vida ou mesmo reconheceu. quentemente, sentido prá- Professora Ana Pinho
partir no final da vida com Verificamos, também, tico ao aliar o gosto pelas
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EM DEBATE
EM DEBATE
EM DEBATE
A Faculdade de Falar
e digestivo, bem como de muitos
músculos e ossos.
É um recurso importante para o
entendimento e um instrumento
de trabalho para a maioria da
população activa (professores,
locutores, actores, cantores…),
embora, por vezes, apresente dis-
túrbios (disfonias – qualquer difi-
culdade na emissão vocal que
impeça a produção natural da voz).
Estes são apontados como um dos
principais problemas diagnostica-
dos em professores. Um dos prin-
cipais distúrbios vocais é o cancro
da laringe e um dos sintomas é a
rouquidão persistente (dura mais
No passado dia 16 de Abril da o número aumenta para 250 de dez dias).
comemorou-se o Dia Mundial da vezes por segundo. A essa caracte- Se queres ter uma voz saudável e
Voz. A voz humana é produzida rística damos o nome de frequên- sem problemas evita o álcool, o
pela vibração do ar nas cordas cia. fumo, as drogas, mudanças bruscas
vocais, que vibram muito rapida- A voz é uma característica huma- de temperatura e a poluição e tenta
mente. na intimamente relacionada com a beber 7 a 8 copos de água por dia e
Nos homens, esse número de necessidade de agrupamento e repousar a voz…
ciclos vibratórios é de cerca 125 comunicação. É produto da nossa
vezes num segundo. Na mulher, evolução, um trabalho conjunto Mariana Faustino, nº20,8ºC
que tem voz, geralmente mais agu- dos sistemas nervoso, respiratório
A carta
EM DEBATE
A indisciplina
Desce as escadarias de que as adornam, descobri- mente aduladoras da sua jovens que, ao experimen-
pedra, no seu traje púrpu- mos uma sombra peculiar. filosofia e comportamento tar diferentes caminhos,
ra, cor da realeza, o seu Seria estranho se não a vís- – todas elas banidas pela encontram condutas alter-
cabelo perfeitamente ali- semos... Quando a Disci- Disciplina, por ela conside- nativas à ordem imposta
nhado num penteado que o plina desfila, também a sua radas como ultrajantes ou pela educação. «A Educa-
imobiliza, firme, enquanto irmã vem, paralelamente, simplesmente ridículas. dora Divina» vê-se assim
meneia a cabeça a quem a com um sorriso de troça. Somos por isso obrigados a impossibilitada de restrin-
observa. Pessoas como eu, Vigia cada passo de saltos mencioná-la como a indis- gir os seus movimentos e
como tu – humanos! – altos, cada elogio atribuído. ciplina (não Indisciplina, pensamentos. Os adoles-
maravilham-se quando a centes tornam-se adul-
Disciplina se mostra. Ape- tos...E são a lacuna das
sar de viver há muito, o gerações imaculadas da Dis-
sorriso da sua cara não se ciplina.
dissolve, as costas estão Não é por isso estranha a
direitas e a sua pele, digna- reacção da dama ao desco-
mente envelhecida, se reju- brir (mais uma vez) a sua
venesce ao notar o interes- irmã por detrás de uma
se por nós concedido às coluna. O seu auto contro-
suas leis e ideias. lo eclipsa-se, o sorriso
A humanidade deve mui- esmorece num esgar e os
to a esta dama, que desce as olhos faíscam perante a
escadarias ao nosso encon- insolência:
tro. Graças a ela construiu- - Continuas tu a atormen-
se a sociedade, por ela tole- tar-me?
raram-se as regras de eti- Continua. Os humanos
queta, com ela somos obe- como nós dispersam-se e
dientes e mantemos a nossa desaparecem por entre as
vida em ordem. Chama- colunas. Ver o confronto?
mos-lhe por isso Obediên- Ninguém é tolo o suficiente
cia, Ordem ou casualmente para assistir a um conflito
Etiqueta. O peito da Disci- entre ideias personificados,
plina enche-se de orgulho e arriscar-se a ser atingido
quando as suas alcunhas são pelo fogo cruzado. Pergun-
exageradas pelos bajulado- tamo-nos se a Disciplina
res: cognomes como «A alguma vez descerá as esca-
Justiça do Mundo», «A das.
Educadora Divina», «A Muitos pensam que é a mas indisciplina), sendo esta
Perfeita». irmã da Disciplina aquilo de uma das medidas mais
Mas muitos são aqueles que o Homem precisou desesperadas d’«A Justiça
que a não consideram a para o seu zeloso equilí- do Mundo» com o intuito Ana Isabel Varelas,nº3,
perfeição num todo. brio, uma forma de expres- de apagar a sua irmã da 10ºC
Se desviarmos a atenção são que originou as revolu- mente dos homens.
da mulher que desce as ções e as mudanças do cur- A indisciplina renasce a
escadarias que parecem so do mundo. Com tantas cada geração graças à
intermináveis, e olharmos alcunhas como a dama de humanidade que a alimen-
para as sombras das colunas vestido púrpura – igual- ta. Nomeadamente os
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REFLEXÃO
“Elogio da Embriaguez”
desventuras e monotonias do quoti-
diano, mas também é certo que
tudo isto não passa apenas de uma
ilusão, então, e por que não, substi-
tuirmos esta droga por algo que nos
enriqueça simultaneamente?
Todos os dias temos momentos
de embriaguês, quer de riso, de
alegria, de tristeza, de prazer…
É urgente e necessário, estar
embriagado, seja do que for, faz
parte de nós…ajuda-nos a viver,
quando nos cansamos da vida…e
isto não significa propriamente
álcool!
Porque não havemos nós de nos
embriagarmos de uma forma saudá-
vel e responsável? Apenas temos de
desenvolver a capacidade de olhar o
mundo, não apenas olhando, mas
observando, questionando e admi-
rando, e assim basta ver em redor
para entrarmos em estado de
Quando ouvimos a palavra Comecemos com o álcool: como embriaguês; um simples livro, uma
embriaguês, temos sempre uma foi dito acima este é um inibidor da música, uma paisagem, uma pessoa,
certa tendência para olhar para o nossa liberdade, visto que reduz a pode embriagar-nos de tal maneira
seu sentido literal. A própria pala- nossa racionalidade e responsabili- que, deste modo, veremos, com
vra causa-nos uma certa repugnân- dade de agir, descoordenando toda a certeza, o mundo de maneira
cia, sabendo nós o que sabemos das orientando toda a nossa tábua de diferente.
consequências do consumo desme- valores. Num outro ponto de vista, Termino com uma citação da obra
surado de álcool. Uma pessoa embora o álcool, sirva para nos “Pequenos Poemas em Prosa” de
embriagada, ou melhor bêbada, não desinibir, apesar de estarmos sobre Charles Baudelaire:
age com consciência, com responsa- o seu controlo, ela parece facilitar- “É necessário estar sempre
bilidade, na medida em que as suas nos a vida a nível da nossa expres- embriagado. Tudo está aí: é a única
capacidades racionais ficam limita- são, quer de sentimentos ou mesmo questão. Para não se sentir o horrí-
das pela acção do álcool, para além de emoções, “apagando” todos os vel fardo do tempo que quebranta
de que todos nós sabemos que, problemas da vida por instantes, os vossos ombros e vos curva em
este, ingerido em quantidades des- esta “droga” parece dar-nos a possi- direcção à terra, deveis-vos embria-
proporcionadas prejudica a nossa bilidade de descansarmos de nós gar sem trégua. Mas de quê? De
saúde. próprios e da vida. Tendo presente vinho, de poesia ou de virtude,
Se analisarmos ao pormenor a o que se acabou de referir, e na como quiserdes. Mas embriagai-
palavra, e até mesmo se pensarmos minha opinião, vence a ideia de que vos.”
que a “embriaguês alcoólica” tem o o álcool é uma droga e enquanto
seu lado positivo, podemos, aparen- droga podemos deduzir que não Joana Valente
temente, arranjar argumentos váli- será benéfica para o ser humano. 10º A
dos que justifiquem o estado de Sabemos, igualmente, que, por
embriaguês. vezes, pode aliviar-nos de certas
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REFLEXÃO
“Elogio da Embriaguez”
A embriaguez é um estado, em que condicionantes psicológicos ou biológi- menos prejudicial, de vendar os olhos
muitas vezes o ser humano se encontra. cas, mais acentuadas em determinadas face aos problemas que nos rodeiam,
É um estado em que se deixa de pensar áreas, ou quem simplesmente se deixou assim como é uma forma de sentir pra-
racionalmente, em que se perde o con- levar pelo desespero de não conseguir zer pelo facto de estarmos “fechados”
trolo de nós mesmos, da noção do mun- alcançar os seus objectivos. Por exem- nesse mundo perfeito, apenas rodeados
do, em que se é deixado levar por algo plo, quem é portador de uma doença das coisas fáceis e de que gostamos. Daí
mais forte. A palavra embriaguês apre- hereditária, tem por instinto a necessida- que como diz Charles Baudelaire deve-
senta dois sentidos: o literal, o sentido de de se embriagar (condicionante psico- mos embriagar-nos de alguma forma,
mais comum da palavra, que define um lógica). No entanto, a palavra também mas devemos fazê-lo, para nos aliviar-
estado de completo descontrolo físico e possuiu sentido menos comum, engloba mos, para não sentirmos a responsabili-
emocional, causado pelo consumo de outras formas de embriagar. Também é dade de viver, esquecermos a maldade,
bebidas alcoólicas. Quem se deixa levar possível esquecer o mundo e os proble- o tempo e o mundo.
por esta forma fácil de esquecer os seus mas mergulhando em certas áreas, como
problemas, os da sociedade e do mundo, a música, a poesia, as artes, as ciências, Ana Carolina Silveira
são pessoas como todas as outras, com etc. Esta é uma forma, de certo modo 10º A
A embriaguez da consciência por conduzir um carro cheio de crianças, há trazer algumas verdades que estavam
vezes é uma bênção. O significado literal uma enorme irresponsabilidade e falta trancadas no seu coração. Por seu turno,
de embriaguez está relacionada com uma de bom senso; promove situações de as pessoas em redor, passam a sentir a
distorção da mente por causa do álcool, violência doméstica, por exemplo, em verdadeira pessoa. A embriaguez neste
porém, um significado mais subjectivo que a família (mulher/marido ou filhos) contexto é uma forma de comunicação
está ligado a uma distorção da mente e sofrem com a atitude de quem está (ainda que distorcida).
da realidade, que não é adquirida por embriagada. Diogo Jorge
causa do álcool, mas sim pelas vivências. Bernardo Santos
A embriaguez pode referir-se à igno- Tomamos muitas vezes a
rância, à falsa sensação de bem-estar e “embriaguez” no sentido objectivo da
talvez a uma indiferença quanto ao que Como é sabido por todos, o palavra, criticando as suas erráticas con-
nos rodeia. Por isto a embriaguez pode álcool consumido em excesso é uma sequências a nível da saúde, sociedade e
ser vista como positiva já que nos abstrai “moda” actual dos adolescentes; origina da própria pessoa. Porém, todos nós
da realidade e protege-nos dos factos, um estado psicológico de leveza de espí- deveremos estar sempre “embriagados”.
verdades e da procura da verdade que rito e desinibição, é considerado para a Mas não embriagados de bebidas alcoóli-
nos poderia “magoar”. maior parte dos jovens sinónimo de cas, mas sim “embriagadas” de responsa-
Diogo Carriço divertimento e de farra. (…) A embria- bilidade, moralidade, racionalidade, que
guês é uma ilusão! nos permitem participar de forma activa
Exaltar algo que é causador de Rodrigo Madeira na sociedade, praticando actos morais e
acidentes e de distúrbios da mais variada desenvolvendo a nossa própria consciên-
espécie como o álcool, é uma tarefa É fundamental ver o fenómeno da cia cívica. Apenas “embriagados” pode-
impossível, uma vez que este tomado embriaguez tendo presente o enredo à mos realmente conhecer-nos e dominar-
em excesso, tira parte da capacidade sua volta, analisar os factores que podem nos. Apenas nesta “embriaguez” pode-
racional das pessoas, podendo estas vir a ajudar a que esta se torne “maior”: o mos realmente agir em sociedade com a
fazer coisas que não querem, não gostam estado de espírito de uma pessoa, a racionalidade que nos torna únicos.
ou até se envergonham de fazer. Em música que ouve, as luzes, as próprias
estado de embriaguez as pessoas perdem pessoas com que estão, entre outros. O Joana Rei
noção de bem e de mal, muitas vezes, fenómeno torna-se mais inteligível ao
causando enormes problemas não só constatarmos que é assim que alguns
para elas, como também para quem as jovens conseguem desinibir-se, desaba- Alunos do 10º Ano,
rodeia. Se uma pessoa embriagada for far sobre assuntos profundos e mesmo Turma A
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REFLEXÃO
REFLEXÃO
Cai a chuva…
também apressado, dá-lhe um forte azul do céu, e o que eram simples
encontrão. Um saco que continha gotinhas, são agora gotas enormes de
laranjas, salta pelo ar, e estas rolam água que caem sobre o asfalto arden-
pela estrada, ao som de um riso agu- te.
do. São várias as pessoas que se abri-
As dezenas de pessoas que andam gam em paragens de autocarro, lojas
na rua e na cidade são como estas ou cafés, de modo a fugirem a esta
laranjas, ao fugirem pela estrada, em tempestade, como se agora mesmo o
passo apressado. Ou então múltiplos mundo acabasse.
pontos negros intermitentes, que Mas elas não são como eu, não
Vou descendo a rua principal e, nada têm de único ou especial. De sentem a frescura da água, limitan-
inexplicavelmente, reparo em pes- rostos tristes, gastos ou pálidos do-se a fugir das coisas e dos obstá-
soas e situações, que noutro dia caminham como se a vida dependes- culos ou, simplesmente, a ignorá-
qualquer, não sei porquê, me passa- se unicamente deste movimento tão las. Eu tenho sentidos e consigo sen-
riam completamente ao lado. “sem sabor”. Caminham de olhos tir a água. Sinto que estou viva e, ao
Sinto alguém contornar-me. É postos no chão, de cabeça curva e contrário dos múltiplos pontos
uma senhora, já em idade avançada, nada mais lhes interessa. Nem o sol negros que se movimentam freneti-
que se dirige em ritmo apressado que brilha por entre as nuvens, nem camente por entre a confusão, abro
para uma passadeira. Olha para um a brisa fresca que sopra e lhes bate na os braços e olho para o céu, rece-
lado e para o outro, de modo a cara. São seres estranhos que não bendo esta dádiva, a chuva. Eu sou
encontrar passagem entre a multidão olham para cima, para o céu, para a feliz.
que se aproxima ao piscar o sinal felicidade.
verde de peões. Com vários sacos de E, de repente, sinto algo cair em Soraia Silva, nº28,12ºD
compras nas mãos, acentua-se, ao de cima de mim. É uma simples gota de
leve, a corcunda que ostenta para água, fresca, que agora percorre o
uma vida. Decide caminhar sobre a meu rosto. Numa questão de segun-
passadeira, e, num ápice, um jovem, dos, as nuvens cinzentas cobrem o
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REFLEXÃO
Saudade do Presente
Será estranho falar da sau- mos! nos viram crescer, deram- tempo nos recordarão
dade do que ainda temos? Mas só agora, que senti- nos o que melhor de si pequenos? Espero que para
Ainda ontem, me parece, mos a despedida, é que nos tinham e forjaram-nos o sempre, pois nós somos
entrámos pela porta desta pesa o “adeus”. Cadeiras, melhor que puderam, mar- como nos recordam.
escola com pouco mais de quadros, mesas, que nos cando-nos para sempre Chega também o adeus
metro e meio de corpo e de viram chegar e agora nos com, muitas vezes, mais de das protectoras saias da mãe
gente, tremendo de ansie- vêem partir. Tantas gera- um ano do nosso nome e do que, apesar de podermos
dade com a visão de tão ções de inocência por aqui nosso ser. Sentir-se-ão regressar sempre para o seu
novas aventuras. Se pudesse seio quente, nunca será
viajar no tempo, sabendo o como agora, tal como quan-
que sei, diria à pequena do nascemos e nos cortam o
“eu” que tudo passou, cordão umbilical.
intenso, mas a voar? Talvez Então hoje penso. Pode-
não, pois não acreditaria. rei já sentir saudade desta
Começou este décimo escola, desta vida, desta
segundo Outono escolar e o pessoa que sou, deste ano,
tempo corre e não espera. deste momento em que
É um ano de emoções for- desabafo linhas de tinta?
tes e sentimos um impasse Estranho pensar este…
interior, pois não sabemos Tenho saudades do que ain-
o que esperar, o que dese- da não partiu.
jar: que o tempo pare ou
que o tempo passe. O baile, Diana Monteiro,
a viagem de finalistas, os passadas para amadurece- orgulhosos por nos terem
exames, a entrada na facul- rem e se tornarem adultas ajudado a ser quem somos nº4, 12ºD
dade, ... Até corta o ar homens e mulheres do futu- quando um dia passarem
pensar que estão tão próxi- ro. Também os professores por nós na vida? Quanto
Ser Finalista
Seis anos. Há seis anos Apercebemo-nos das espera. É da sua “noite de jovem rabugento e chato,
que andamos nesta escola. amizades perdidas, que se fadas” que passa, escorrega- fazemos as malas e partimos
Passámos de “caloiros” a tentaram manter a todo o dia e apressada, sem olhar rumo a Lloret de Mar ou
“coisa nenhuma” e agora, custo; dos amores arrebata- para trás, nem para se des- qualquer outro lugar. Qual-
finalmente, alcançámos o dos, sem piedade, e do pedir. São os vestidos ondu- quer sítio serve. Apenas a
lugar de ouro: “finalista”. receio do novo mundo lá lantes, os sorrisos incapazes companhia importa. E
Mas afinal o que é ser fina- fora que nos aguarda. de mostrar tamanha alegria. como temos listas enormes
lista? Ser visto com respeito É certo que o adolescente É a imagem que guardamos de coisas essenciais para
e uma pontada de inveja é um “dramático” por exce- dos nossos tempos de estu- levar e muito em que pen-
por toda a escola? Ter cons- lência mas não exageremos. dante. sar, pedimos a compreen-
ciência de se estar às portas Não há muito tempo para Mas a festa não acaba são dos nossos pais e profes-
do ensino superior (sem pensar em exames, faculda- aqui. Nem pensar. Uma sores, pedimos desculpa
saber se elas se irão abrir de e outras coisas que tais noite, por muito maravilho- pelos esquecimentos e pela
para nós)? Sentir que a nos- (professores e pais que nos sa que seja, não é o suficien- ansiedade, mas, com certe-
sa vida vai mudar repentina- perdoem). Pelo menos, até te para satisfazer os capri- za, não somos os primeiros
mente a partir do dia em as férias da Páscoa chega- chos aventureiros dum gru- a manifestar os sintomas
que percorrermos os corre- rem ao fim. Não me inter- po de jovens prestes a voar desta doença que nos tem
dores da escola pela última pretem mal. Não é do coe- do ninho. E, por esse mes- vindo a possuir.
vez? Também. Mas também lhinho nem dos ovinhos da mo motivo, e porque nin-
muito mais do que isso. Páscoa que o finalista está à guém gosta de aturar um Mariana Luís, nº16, 12ºD
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Benefícios da Internet
O acesso ao conhecimento e ao indicando os melhores caminhos, sentar um conteúdo proibido é a
infinito mundo de conexões propi- cortando excessos e alertando para de atiçar a curiosidade sobre o
ciado pela internet é talvez o mais os riscos. Tudo isso, evidentemen- mesmo. Não é só para orientar os
transformador fenómeno do mun- jovens utilizadores, que os adultos
do contemporâneo. Nunca é responsáveis têm de saber mexer
demais exaltar as maravilhas que no computador. É para fiscalizar
essa janela virtual para o mundo também, vigiar mesmo, clara e
propicia. A internet é um espaço abertamente, com a maior natura-
aberto e ingovernável, no qual lidade, sem autoritarismo e sem
circulam todo tipo de boas e más medo de exercer a obrigação da
intenções. Nele, qualquer ser autoridade. "O pai e a mãe não
humano que saiba ler está sujeito a podem sentir-se constrangidos de
encontrar o que quer, o que não estar ao lado do filho, cumprindo
quer e o que nem sabe que não o seu dever de protegê-lo. Se isso
quer. Se os adultos caem na rede, começar cedo, vai ser natural, e o
muito maior é o risco que as crian- filho sentir-se-á à vontade para os
ças correm, inexperientes e chamar quando vir algo de estra-
influenciáveis – situação que faz nho na Internet.”
com que os pais supervisionem
sempre que possível, visto que o
controlo total e absoluto nunca
vão ter.
Quando os filhos começam a te, com boa dose de sabedoria João Plácido, nº14
aceder à internet, os pais devem parental – desde muito antes de Pedro Manso, nº 22
estar do lado, sempre que possível existir a internet, a forma de apre- 8ºD
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Cibercrime
O termo “cibercrime” foi cunha- de 2001, portanto, após o evento ção descreve alguns tipos de cri-
do no final da década de 90, à de 11 de Setembro, não apresenta mes:
medida que a Internet se dissemina- uma definição para o termo. É usa- - Crimes contra a confidencialida-
va pelos países da América do Nor- do como um termo muito geral de, integridade e disponibilidade de
te. Um subgrupo das nações do G8 dados de computador e sistemas.
formou-se após um encontro em - Crimes relacionados a computa-
Lyon, na França, para o estudo dos dores [falsificação e fraude].
problemas da criminalidade então - Crimes relacionados ao conteúdo
surgidos e ao mesmo tempo e por [pornografia].
intervenção do grupo de Lyon, o - Crimes relacionados à infração de
Conselho Europeu iniciou um esbo- da propriedade intelectual e direi-
ço da Convenção sobre o Cibercrime. tos conexos.
Tal convenção, que veio a público O cibercrimes são crimes que se
pela primeira vez em 2000, incor- fazem na internet.
porou um novo conjunto de técni-
cas de vigilância consideradas pelas para se referir aos problemas gera-
instituições encarregadas do cum- dos com a potência cada vez maior
primento da lei como necessárias dos computadores, o baixo custo
para se lutar contra o das telecomunicações e o fenómeno
“cibercrime”.Como foi definido o da Internet, para a polícia e os João Martins , nº10
cibercrime? A versão final dessa órgãos de inteligência. Tal conven- Pedro Gonçalves, nº13
convenção, passada em Novembro 8º A
15
Síndrome de Down
Nós, Aires, Ana Catarina, Ana me de Down: a trissomia homo- situação de saúde destas crianças
Rita, Daniela, Diogo e Mauro, génea, a mais frequente, surge melhorou muito, o que se traduz
somos um grupo do 12ºano, tur- em 90% dos casos em que o erro por um aumento significativo da
ma B, da Escola Secundária C/ de distribuição dos cromossomas esperança de vida. Contribuíram
3º CEB da Sé - Guarda e, no ocorre antes da fertilização, para esta mudança a inserção na
âmbito da disciplina da Área de durante o desenvolvimento do família, o acesso a cuidados
Projecto, estamos a trabalhar o médicos de melhor qualidade, o
tema “Síndrome de Down” e acesso a programas educativos
queremos apresentar alguns personalizados e às mudanças na
resultados da nossa pesquisa. As atitude da sociedade.
características da Síndrome de O conhecimento adquirido nos
Down foram descritas por John últimos anos acerca da história
Langdon Down, um médico natural das complicações da Sín-
inglês, em 1866. Esta deficiência drome de Down tem propiciado
foi identificada por Jérôme ao desenvolvimento de planos de
Lejeune, um geneticista francês, cuidados preventivos. Estes pla-
em 1958. nos devem incluir exames de
Os portadores desta deficiên- saúde para detecção precoce de
cia, têm o par número 21 altera- complicações; conselhos anteci-
do, isto é, possuem três cromos- patórios e orientações para o
somas 21 em todas as células, encaminhamento para progra-
em vez de dois. Existem diversas mas de intervenção precoce e
características que diferenciam educativos. A promoção da saú-
estas pessoas das outras pessoas: de destes indivíduos implica,
hipotonia muscular (a quantida- óvulo ou do espermatozóide ou assim, uma interacção de pro-
de de tensão ou resistência ao na primeira divisão celular; tris- gramas médicos, educativos e
movimento num músculo está somia em Mosaico que ocorre sociais numa perspectiva multi-
anormalmente baixo, envolven- em 5% dos casos, aparece na disciplinar e sempre com a cola-
do redução da força muscular); segunda ou terceira divisões boração da família.
atraso no desenvolvimento da celulares; a trissomia por Trans- Assim, com este texto preten-
linguagem; falta de controle locação que surge nos restantes demos sensibilizar toda a comu-
motor para articulação dos sons 5% dos casos (neste tipo de tris- nidade escolar para um proble-
da fala; membros pequenos; pre- somia, a totalidade ou parte de ma cada vez mais actual. Preten-
ga palmar transversal única um cromossoma está unida à demos ainda informar melhor as
(prega única que se estende ao totalidade ou parte do outro). pessoas a fim de perceberem que
longo da palma da mão, formada Não existe maneira de corrigir “ser diferente é normal”.
pela função das duas pregas pal- a anormalidade genética que
mares); pontos brancos na íris; causa a Síndrome de Down. Os
flexibilidade excessiva nas arti- problemas de saúde que advêm
culações; retardo mental; pro- desta deficiência podem ser tra- Ana Catarina Pereira, nº4,
blemas na visão, audição e no tados, melhorando assim a quali- Ana Rita Marta, nº6,
12ºB
coração. dade de vida da pessoa.
Existem três tipos de Síndro- Nos últimos vinte anos, a
16
Dia da Saúde
com olhares atentos, todos os alunos
participantes ficaram envolvidos e con-
tagiados, praticando, no final algumas
manobras com o João (o boneco da
CVP) e com os colegas mais corajosos!
Motivados pelas conversas de corredor,
outros professores e alunos quiseram,
voluntariamente, participar.
Para que a manhã ficasse completa,
resolvemos preencher os intervalos
com o jogo “Aprendendo a Jogar”.
Assim, mesmo os alunos que não parti-
ciparam nas palestras puderam desfru-
tar das aprendizagens do dia, de forma
mais aliciante. “Aprendendo a Jogar”
baseava-se na resposta a algumas per-
guntas para que se pudesse ser contem-
plado com um alucinante prémio. O
jogo, realizado no salão, foi altamente
procurado por alunos de todos os anos,
muitos deles lutando pelo mesmo pré-
mio. A confusão à volta da nossa mesi-
No passado dia 8 de Abril, o nosso um sentido crítico no que toca a auto- nha era tal que já não conseguíamos dar
grupo de Área de Projecto organizou na medicar-se optando por uma atitude conta do recado. No final, acabámos
escola uma actividade em comemora- mais responsável. Dois pisos acima, na por quebrar as regras do jogo e entre-
ção do Dia Mundial da Saúde. A activi- sala vinte e dois, decorria uma palestra gar os prémios que sobraram aos joga-
dade contou com a participação de sobre Nutrição dirigida pelo Dr. João dores que ficaram connosco até ao fim.
vários profissionais de saúde que apre- Calhau. No início, o Palestrante levou A verdade é esta, os dias que antece-
sentaram cinco temas diferentes. os alunos a reflectir sobre os seus hábi- deram este evento tão importante para
Na sala um, encontravam-se a Dr.ª tos alimentares, uma vez que iria falar- nós foram extremamente cansativos,
Ana Rocha e a Dr.ª Catarina Monteiro lhes acerca de duas doenças bem conhe- mas o esforço compensou. Durante a
que nos falaram sobre Planeamento cidas por todos: Anorexia e Bulimia. manhã do dia 8 de Abril, não consegui-
Familiar, desde a Contracepção, Com o decorrer da palestra não deixou mos parar um segundo, nem mesmo
Reprodução Medicamente Assistida até de nos alertar para todos os problemas para respirar! As correrias escadaria
à Gravidez Indesejada. As nossas médi- e complicações causados por estes dis- acima, escadaria abaixo, “falta-me uma
cas conseguiram envolver e cativar os túrbios alimentares, que tanto nos turma”, “temos que fotografar as pales-
alunos das turmas que as visitaram, preocupam. Mesmo ao lado, na sala tras”, “não te esqueças de filmar”, não
mostrando muito interesse em partici- vinte e quatro, o Dr. Tiago Saraiva con- nos deixavam descansar. Quem espera-
par na discussão e na exposição das suas vidava os alunos a perceber um pouco va um dia tranquilo, saiu profundamen-
próprias dúvidas. Sabemos que os seus mais sobre as Doenças Metabólicas e te desiludido, pois de calmo não teve
conselhos foram escutados por todos Cardiovasculares, lembrando sempre a nada. O balanço final é positivo pois o
apesar de muitos não se deixarem levar importância de hábitos saudáveis para sucesso gerado foi extremamente grati-
pelo clima de abertura quanto ao tema, uma boa qualidade de vida. Entre os ficante. No final de tudo podemos dizer
mostrando alguma reserva. Na sala diversos sub-temas, o médico falou-nos que correu “às mil maravilhas”.
dois, a conversa era outra, a Dr.ª Maria sobre o tão famoso colesterol desmisti-
João Grilo e a Dr.ª Isabel Ribeiro ficando-o, sem perder, no entanto, o
deram-nos uma perspectiva clara sobre toque científico. Da diabetes à obesida-
os, tão receados, Medicamentos Gené- de conseguiu a atenção e o interesse de Diana Monteiro, nº4
ricos e a Auto-Medicação. Com os todos os participantes. Entretanto, lon- Inês Leão, nº6
olhos postos na apresentação, os nossos ge das salas de aula, decorria, no salão Magda Castanheira, nº13
colegas puderam familiarizar-se com o da escola, uma pequena demonstração Miguel Rodrigues, nº17
mercado farmacêutico europeu e por- de Socorrismo orientada pela Delega- Maria Marques, nº25
tuguês, aprendendo a confiar nos Gené- ção da Cruz Vermelha da Guarda. Nes-
ricos. Por outro lado desenvolveram ta actividade ninguém ficou de fora; 12ºD
17
VISITAS DE ESTUDO
Mais uma visita! momentos que obrigavam a alguma mundo que se conhece de pegadas de
Relativamente a esta, foi criada contenção da vivacidade própria de dinossáurios saúropodes, que ali
uma grande expectativa, não só por que tem doze, treze anos, não obs- viveram há cerca de 175 milhões de
parte dos alunos mas talvez sobretu- tante as recomendações feitas para anos. Preservadas numa enorme laje
do por parte dos professores interve- que tudo decorresse num ambiente de calcário, contam-se pelo menos
nientes. perfeito, esta visita de estudo foi uma vinte pistas todas diferentes, de
Pessoalmente, foi com bastante mais valia para todos. dinossáurios quadrúpedes. Ao visitar
interesse que organizei esta activida- Tendo sido o ano de 2008, assina- este local, recua-se no tempo, visua-
de, uma vez que eram destinos des- lado como o Ano Internacional do liza-se e sonha-se com um ambiente
conhecidos que levariam os alunos, a Planeta Terra, faz todo o sentido, muito diferente do actual, mas,
observar no terreno alguns aspectos reflectir sobre a necessidade de pre- sobretudo, constata-se que a Terra é
da História do Planeta Terra, no servar as paisagens naturais e dentro um planeta dinâmico capaz de sobre-
âmbito da Geologia e Paleontologia, destas, aquelas que de um modo mais viver às mais adversas agressões
leccionados nas aulas de Ciências visível contêm vestígios ou marcas de adaptando-se por vezes de forma
Naturais do 7º Ano de escolaridade. um passado muito longínquo, que sofredora, continuamente à espera da
Apesar da grande distância entre a pode aos poucos ser reconstituído. compreensão do homem.
Guarda e os locais visitados trazer De facto, a Pedreira do Galinha,
algum cansaço; apesar ainda da agita- considerada um Monumento Natu-
ção manifestada pelos alunos em ral, reúne o mais antigo registo do Professora Cristina Castro
19
VISITAS DE ESTUDO
VISITAS DE ESTUDO
VISITAS DE ESTUDO
Os alunos de Artes dos 11º e 12º Este monumento apresenta-nos o No entanto, durante a visita guia-
anos realizaram uma visita de estu- estilo românico, a sua simplicidade da pela casa, um verdadeiro emara-
do ao Convento de Cristo em e austeridade no edifício da charola nhado de obras de arte de todos os
Tomar e à Casa Museu dos Patudos. e claustros góticos, o estilo manue- estilos imaginários, apenas nos foi
Após uma divertida viagem, chegá- lino na sala do capitulo e na exten- mostrada uma pequeníssima amos-
mos a Tomar. Atravessámos uma são da charola, o maneirismo no tra de todo o edifício. O resto
grande mancha verde - a Mata dos claustro de D. João III e finalizando está, talvez, à espera de ser
Sete Montes – até chegarmos ao com o barroco em ornamentos financiado pelo Estado que
Castelo de Tomar onde está inseri- arquitectónicos. infelizmente pouca atenção dá
do o Convento. Virada para o exterior, abre-se, à arte, bem como grande parte do
O Convento de Cristo é prova- da sala do capítulo, a extraordinária povo português que tanto dela pre-
velmente um dos maiores monu- JANELA MANUELINA, sustida cisa…
mentos arquitectónicos portugue- numa figura barbuda e enquadrada É de notar, no entanto, que toda a
ses; um autêntico repositório de numa exuberante moldura decorada casa oferece aos visitantes uma ver-
diferentes estilos criado ao longo de com temas da fauna e flora maríti- dadeira viagem pelos diversos
cerca de meio milénio. É talvez o mas, heráldica régia, etc. períodos da história da arte, e que
monumento que representa de for- Mais tarde, finalmente, chegámos para os amantes da estética é um
ma mais tangível e directa as ideais, a Alpiarça, sem saber bem o que lá lugar que definitivamente se tem
os feitos e as crenças de incontestá- nos esperava. Esperava-nos a Casa que visitar, e a um preço meramen-
vel importância universal dos por- dos Patudos, palácio construído em te simbólico.
tugueses; um povo que lutou pela 1905 por ordem de José Relvas, um Acabou assim a nossa viagem de
independência que travou uma importante republicano português, estudo onde tivemos a possibilidade
guerra pela reconquista e atravessou e concebido por Raul Lino. de estar em contacto com uma ínfi-
um período de perda de identidade À entrada da casa, foi-nos dito ma parte daquele que é o grande
(a União Ibérica); um povo que para calçarmos uns sapatos azuis de património arquitectónico portu-
empreendeu aquilo que chamamos fibra plástica, semelhantes aos que guês.
hoje de globalização através dos os médicos usam durante as cirur-
descobrimentos. É isto que o Con- gias. Sim! Estranho! Mas é tudo António Soares,nº6,11ºF
vento representa, o que cada pedra para preservar a limpeza do inte-
nele emparelhada significa. rior.
22
POR CÁ
Ida ao Teatro
Mentir e Frei Luís de Sousa de Almei- costumes, ridicularizando as perso-
da Garrett no dia 14, para turmas do nagens e provocando o
Nos dias doze, treze e catorze de 8º e 11ºanos respectivamente. riso. Por outro lado a seriedade e o
Março, vários grupos de alunos Após a avaliação da actividade enredo de Frei Luís de Sousa permiti-
foram ao teatro no IPJ, conforme o podemos concluir que os alunos gos- ram ter uma outra visão do teatro.
programa de Língua Portuguesa. taram de ter ido ao teatro. Admira- Ficou a ideia de que se pode “criticar
O Auto da Barca do Inferno Nos dia ram sobretudo a linguagem de Gil a brincar” e “brincar criticando”.
12 e 13 de Março para todas as tur- Vicente, nomeadamente, a crítica de
mas do 9ºano e CEF. Falar Verdade a Professora Dolores Carreira
23
POR CÁ
DESPORTO ESCOLAR
Dia Desportivo
Religião e Valores
A Porta Fechada…
É bem interessante esta palavra às vezes inesperadamente. Como dizia Helen Keller - a
que Helen Keller escreveu: “ Mas as outras alternativas sur- extraordinária mulher cega e surda
Quando uma porta de felicidade se gem, como que oferecidas pela que venceu tantas limitações - às
fecha, há outra que se abre. Mas às mão escondida de Deus. Outras vezes somos tão pessimistas peran-
vezes ficamos tanto tempo a olhar te os desaires da vida, que passa-
para a porta fechada que não mos o tempo a olhar para a situa-
vemos aquela que se abriu!”… ção dolorosa, a lamentar a oportu-
Vale a pena reflectir sobre isto nidade perdida, a alegria apagada,
em que, por vezes, caímos tam- para o fracasso sofrido, para o des-
bém. gosto que nos amargurou, para a
A vida, com as suas desilusões porta fechada, e, nesse marasmo
inesperadas, fecha-nos algumas psicológico , nesse pessimismo
vezes portas que julgávamos ser desalentador, nessa cegueira do
para nós entradas para o êxito e trauma sofrido, nem conseguimos
para a felicidade que sonhamos. ver a nova porta de felicidade que
Pode ser um mau resultado no Deus rasga diante de nossos passos.
exame ou num concurso, pode ser A dor angustiante da porta que se
uma desilusão no namoro ou no fechou não pode impedir-nos de
casamento, pode ser a perda oportunidades de trabalho, outras superar as adversidades e de desco-
imprevista de emprego, pode ser vagas de emprego, outras ajudas, brir e trilhar o novo caminho que
uma doença grave pode ser a mor- outros convites, outros conheci- Deus nos abriu amorosamente.
te de alguém querido e importante mentos, outras amizades, outros
para nós. Quantas portas fechadas, amores… Padre António Nabais
O Exemplo
pequenos? - perguntou o funcionário.
- Um tem quatro e o outro tem sete - respondeu o
pai. – Devo-lhe portanto oito euros: cinco euros meus e
três do mais velho.
O rapaz da bilheteira retorquiu :
- O senhor podia ter ganho três euros. Porque eu não
sabia a idade do mais velho.
O pai respondeu:
- Você não sabia, mas os meus garotos sabem…
O pai não quis mentir para fugir ao preço, porque os
filhos, embora pequenos, dariam pela mentira e apren-
deriam a enganar os outros. Tinha consciência da
importância do exemplo na educação dos filhos…
Tinha bem presente esta bela palavra do escritor ame-
ricano Emerson : “ O que você é fala tão alto que não
Numa tarde soalheira de sábado, um pai levou os seus consigo ouvir o que está a dizer!”
dois filhos à piscina da vila. Aproximou-se da bilheteira e O testemunho dos pais - bom ou mau – fala tão alto,
perguntou: tão forte que abafa as palavras por mais belas que
- Quanto custa a entrada? sejam…
- Cinco euros para o senhor e três euros para cada
criança acima dos seis anos. Quantos anos têm os seus Padre António Nabais
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POESIA
Minh’alma em grito
É um zero
À procura de Infinito
11 de Junho de 1997
AS PALAVRAS
As palavras enchem-me,
Perseguem-me,
Insistem e ficam!
Andam comigo,
Não as esqueço,
Recordo tudo o que não quero.
Afastam pensamentos
Negros
Sem sol
Sem vida.
Tornam-se poema…
Quando ele chega
A poesia sai livremente.
Fico limpa por dentro,
Leve, solta
Sou eu!
2 de Agosto de 2006
27
POESIA
ALEXA
28
POESIA
11 de Novembro de 2007
Mónica Santos, nº 20, 12º B
29
FUN PAGE
How dangerous ?
1.You need a wakeboard to do this sport.
2. You ride on waves while standing on a narrow board.
3. If you like moving over snow,that’s the ideal sport for you.
4. A sport in which you fly suspended under a wing.
5. You stand on a skateboard that you ride.
6. You ski on water while being pulled by a a fast boat.
7. you need a vehicle like a motorcycle for riding across water.
8. The sport of sailing on water standing on a windsurfer.
9. The sport of riding a bicycle on rough ground.
10. You need a rope and a cliff to do this sport.
11. You swim underwater using special breathing equipment.
12. You jump from a plane and then open your parachute.
13. You can jump from a mountain, wearing a kind of parachute.
Riddles Opposites
What is it ? The pictures may help you guess the answer.
1.What is white when it’s dirty and black when it’s clean ?
Find the opposites of the words below in
the wordsearch box. The words may go
2. What has one eye but cannot see? horizontally, vertically or diagonally.
3. What appears once in a minute, twice in a moment but never
in two thousand years?
4. There are many castles in the world, but who is strong
enough to move one ?
5. What’s a quick way to double your money ?
6. What did one wall say to the other wall ?
7. What is the richest kind of air ?
8. When I am filled, I can point the way.
When I am empty, nothing moves me.
LA PAGE DU FRANÇAIS...
La Famille Astérix
DÉFINITIONS :
8. Mon premier est un oiseau plutôt bavard, mon deuxième est la onzième lettre
de l'alphabet, mon troisième sert à transporter beaucoup d'eau, mon tout est un
peintre très célèbre, qui-suis je?
ÚLTIMA
FICHA TÉCNICA:
Publicação Mensal
Direcção: Conselho Executivo da Escola Secundária C/3º CEB da Sé-Guarda
Coordenadores: Carla Tavares e Carlos Adaixo
Coordenadoras Adjuntas: Lina Couto e Fátima Amaral
Logótipo: Maurício Vieira
Colaboradores:
Professores - Adélia Simão, Ana Pinho, Cristina Vicente, Dolores Carreira, Emília Barbeira, José Rafael Oliveira, Kâmia Cunha, Leontina
Lemos, Odília Soeiro, Padre António Nabais, Pedro Fagulha, Rui Coelho, Psicólogo Fernando Raposo
Alunos - Ana Isabel Varelas, Andreia Filipa Silva, Cláudia Simão Vaz, Inês Lourenço, Mariana Faustino, Maria Luísa Mota da Romana, Rafael
Lima, Rita Sobral, Tiago Matos, Diogo Carriço, Joana Rei
Familiares: Maria Isabel Carvalho Duarte
Participantes:
Professores: Cristina Castro, Cristina Reinas, Graça Rodrigues
Alunos - Sandra Nunes, Joana Valente, Ana Carolina Silveira, Bernardo Santos, Rodrigo Madeira, Diogo Jorge, João Cunha, Tiago Marques,
Soraia Silva, Diana Monteiro, Mariana Luís, Ana Luísa Oliveira, Ana Rita Martins, João Plácido, Pedro Manso, Ana Isabel Barbosa, Mariana
Bidarra, João Martins, Pedro Gonçalves, Ana Catarina Pereira, Ana Rita Marta, Inês Leão, Magda Castanheira, Miguel Rodrigues, Maria Mar-
ques, João Jorge, Ana Martins, António Soares, Inês Tavares, Ana Duarte, Joana Costa, Viviana Leal, Joana Madeira, Mónica Santos, Catarina
Rodrigues, Cláudia Hilário,Inês Bidarra, Mariana Simões , Daniela Brigas, Manuel Antunes, Rafael Barros
Tiragem: 300 exemplares
Impressão: Escola Secundária C/3º CEB da Sé– Guarda