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OS BENEFICIOS DO SISTEMA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA NAS

EMPRESAS

O que é Governança?
Governança Corporativa é um sistema de gestão voltado para a alta administração, que
permite o equilíbrio de forças entre os gestores e os sócios controladores, dando a
necessária transparência de seus atos, gerando segurança ao mercado e em especial aos
stakeholders, ou sejam, os acionistas, as instituições financeiras, os fornecedores, os
clientes, os funcionários, a comunidade e aos próprios sócios proprietários.
Quem pode adotar o sistema?
Todas as empresas quer sejam Limitadas ou Sociedades Anônimas de tamanho médio e
principalmente as grandes, independentemente de serem companhias de capital aberto ou
fechado, pois o importante é preparar a empresa para obter os benefícios do sistema de
Governança Corporativa. Hoje muitas companhias Ltda’s, inclusive as empresas familiares,
estão adotando o sistema, pois perceberam as vantagens de controle de gestão e a facilidade
de administração.
Quais são os objetivos?
O objetivo das melhores práticas de Governança Corporativa é dar maior transparência aos
atos de gestão dos administradores da empresa, bem como tratar com eqüidade os sócios
minoritários ou familiares, prestando contas aos vários públicos, atendendo aos aspectos de
responsabilidade social da empresa e do meio ambiente.
O que o sistema permite?
O sistema de Governança Corporativa permite aos sócios proprietários, controlarem os
processos e procedimentos da empresa, através da organização de Conselhos, Comitês
Executivos, Ouvidoria, auditorias externas e/ou controladorias internas.
Quais órgãos devem ser criados?
Para o necessário controle de gestão dos atos dos administradores, é necessário criar os
Conselhos de Administração ou Deliberativo, Fiscal, Consultivo, Familiar de acordo com
as necessidades e conforme o tipo de empresa. Alguns Comitês especiais, que respondem
ao Conselho de Administração, tais como, Estratégico, de Patrimônio, de Auditoria,
Orçamento e Finanças poderão ser criados para fins específicos.
Por que as quotas/ações da empresa valem mais?
Os analistas de mercado, para garantir maior retorno aos investidores e maior segurança,
estão recomendando a compra de ações de empresas que adotam o sistema de Governança,
pois as ações obtêm no mercado maior valorização, quando a empresa está listada em Bolsa
no nível 1 ou 2 de Governança Corporativa ou no Novo Mercado.
A adoção do sistema de Governança, mesmo que voluntário por empresas Ltda’s de capital
fechado, provoca o aumento do valor no mercado daquelas em processo de fusão ou
aquisição ou até mesmo na venda do controle, pois sinaliza aos interessados que a empresa
tem bons sistemas de gestão, inclusive possui controles internos adequados.
Como separar a propriedade da gestão?
O sistema de Governança recomenda a separação da propriedade da empresa das
atividades de gestão, e para tanto, os sócios-proprietários atuarão em Conselhos e/ou na
Holding, enquanto os executivos administram as empresas controladas. Essa separação
facilita as transações de compra e venda de ações pelo desdobramento das mesmas,
tornando inclusive as ações da Holding negociáveis no mercado. Essas medidas, permitem
a troca de posições acionárias mais facilmente entre os sócios-proprietários e os sócios
minoritários, proporcionando aos investidores, a livre escolha entre as ações das
controladas e as da Holding.
Qual é o nível de segurança para o investidor?
A fiscalização pela Bolsa de Valores e a CVM – Comissão de Valores Mobiliários facilita o
processo de acompanhamento pelos investidores e aumenta a segurança dos direitos
societários perante terceiros, reduzindo o risco de investimento pela divulgação das
informações ao publico e às partes relacionadas, bem como aos especialistas em análise
financeira do mercado.
Como aumentar o nível de liquidez?
O sistema de Governança exige a divulgação das informações ao mercado, provocando um
aumento na circulação dos títulos e um maior número de transações de compra e venda de
ações, o que dá maior liquidez no seu repasse, pois cresce a demanda para os títulos que são
mais fáceis de serem vendidos em função da segurança gerada aos investidores. Hoje
empresas listadas em Bolsa, estão utilizando instituições financeiras formadoras de
mercado, chamados “Market Makers” para dar sustentabilidade aos preços de suas ações no
mercado.
Como agregar valor à empresa?
A adoção do sistema de Governança Corporativa melhora a imagem institucional da
empresa no mercado e valoriza o patrimônio intangível, ou seja, a sua marca. O
fortalecimento da marca reflete diretamente sobre o valor das ações ou da empresa como
um todo, permitindo inclusive calcular o valor da marca separando-a dos bens tangíveis no
Balanço anual.
Como se reflete no mercado acionário?
Nos EUA, o regulamento das Bolsas para empresas com o sistema de Governança, permite
maior numero de emissões de novas ações para aumento de capital, uma vez que estas estão
sendo constantemente fiscalizadas pela SEC – Security Exchange Commission, equivalente
à nossa CVM - Comissão de Valores Mobiliários. As empresas podem efetuar emissões de
debêntures e distribuições de ações na medida da necessidade de capital. A adoção do
sistema de Governança Corporativa é exigência dos órgãos reguladores do mercado
acionário para as IPO’s – (Oferta Pública Inicial de ações), reduzindo o custo de captação
de recursos internacionais para o financiamento do crescimento das empresas brasileiras.
Quais são os benefícios para a economia?
As empresas modernas, listadas em Bolsa no nível 1 ou 2 de Governança Corporativa ou no
Novo Mercado, dinamizam a Bolsa de Valores e ativam a economia do país, elevando
ainda mais o nível de confiança do mercado investidor nacional e internacional. Hoje, a
criação da BOVESPA MAIS, incentiva as empresas médias a se prepararem para o
lançamento de seus títulos em Bolsa, aumentando a circulação de ações no mercado.
O mercado canaliza a poupança saudável para a capitalização dessas empresas em vez de
atrair somente capital especulativo, tornando-as mais fortes, mais atraentes para o capital
estrangeiro.
Como os vários públicos reagem?
A melhoria da imagem da empresa perante os stakeholders e as políticas de equidade no
tratamento dos acionistas, inclusive os minoritários, (Tag Along) asseguram a transparência
da gestão da empresa, agregando valor às ações negociadas em Bolsa. Para as empresas de
capital fechado, não listado em Bolsa, bem como para as empresas familiares, essas
políticas dão maior segurança aos quotistas minoritários em casos de fusão ou aquisição ou
de venda parcial do controle acionário.
Qual é a resposta da comunidade?
A adoção das melhores práticas de Governança Corporativa reflete imediatamente nos
programas de responsabilidade social da empresa, atraindo parcerias, voluntariado e apoios,
pois, aumenta a aceitação da marca entre o publico e dá maior visibilidade perante a
comunidade, aumentando o respeito pela marca e atraindo a boa vontade para com a
empresa.
Como funciona o sistema?
A Governança Corporativa é um sistema de equilíbrio de poder, pois para cada cargo
executivo da alta administração, corresponde um órgão de controle de gestão.
A titulo de exemplo, para controlar os atos do Presidente Executivo - CEO - e sua Diretoria,
temos a supervisão do Conselho de Administração e os Comitês específicos tais como
Comitê Estratégico e o de Auditoria e Finanças. Para controlar o Conselho de
Administração temos o Conselho Deliberativo composto pelos acionistas sócio-
controladores e/ou a Assembléia de Acionistas, bem como o Conselho Familiar, em casos
de empresa familiar, que para bem exercer o seu papel, poderão ser assessorados por
consultores externos independentes.
Para controlar o Conselho Deliberativo de sócios proprietários e acionistas individuais,
temos a CVM – Comissão de Valores Mobiliários e a Bolsa de Valores, nos casos de
empresas listadas em Bolsa.
Enfim, como se pode depreender, os controles sobre as operações da empresa ou das
empresas coligadas ou controladas no caso de Holding de Administração e Participação, é
equilibrado e, para cada atividade, existe uma contrapartida hierárquica à qual os gestores
respondem.

CONCLUSÃO
Hoje, com esse moderno sistema de gestão de alta administração, o Presidente e os seus
sócios-proprietários poderão profissionalizar as empresas e controlar de modo efetivo o seu
patrimônio, podendo tomar assento nos Conselhos e delegar as responsabilidades do dia a
dia a profissionais contratados, podendo se afastar de seus afazeres sem perder o efetivo
controle da empresa.

Roberto Cintra Leite é sócio-diretor da Cintra Leite Consultores de Gestão


Empresarial, empresa especializada em Formatação e Implantação de Sistemas de
Governança Familiar, Corporativa e Fundacional. Foi membro da ABVCAP / SP e do
subcomitê de Gestão de Riscos do IBGC. É Conselheiro da UCBEU e membro do
Conselho Fiscal do CIEE / SP.
Site: www.cintraleite.com.br
E-mail: rcl@cintraleite.com.br
Tel: 3816-7555 ou 3294-3485

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