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A Defesa Do Estado e Das Instituições Democráticas
A Defesa Do Estado e Das Instituições Democráticas
Temos então que tais recursos, quais sejam, o estado de defesa e o de sítio, só
podem ser invocados quando se preenchem todos os requisitos constitucionais para
tanto. É importante que isso seja considerado criteriosamente, pois a decretação de um
dos dois implica na suspensão de alguns Direitos Fundamentais, o que é muito grave do
ponto de vista do Estado Democrático de Direito, e só pode ser concebido em uma
situação de grande emergência e durante o menor espaço de tempo possível; tem-se que
a decretação desses instrumentos durará apenas o suficiente para o restabelecimento da
ordem, devendo ser revogada tão logo isso ocorra. Caso a decretação seja feita de forma
descuidada ou discricionária, ou tais estados durem mais tempo que o necessário ou de
qualquer outra forma configure abuso, os responsáveis por ela deverão responder por
isso.
Cabe também atentar para uma importante lição que Alexandre de Moraes assim
resume:
A Constituição traz nos artigos 140 e 141 as disposições gerais dos estados de
defesa e de sítio, que abordo agora para facilitar a organização: haverá uma Comissão
designada pela Mesa do Congresso Nacional após ouvir os líderes partidários para
fiscalizar e acompanhar as medidas executadas para o estado de defesa e de sítio.
Cessado quaisquer dos estados, cessam também seus efeitos, sem prejuízo de
responsabilidade pelos ilícitos cometidos pelos agentes, sendo que as medidas aplicadas
precisarão ser relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação
nominal dos atingidos, e indicação das restrições aplicadas.
O tempo de duração não será superior a trinta dias, podendo ser prorrogado uma
única vez por mais trinta.
Antes da decretação do Estado de Defesa, o Presidente da República ouvirá o
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, mas a opinião deles não terá
caráter vinculativo para os atos do presidente.
O estado de sítio está previsto nos artigos 137 a 138 da Constituição. Ele é
assim definido por José Guilherme de Souza: “[...] um regime jurídico excepcional, a
que uma comunidade territorial é temporariamente sujeita, em razão de uma situação de
perigo para a ordem pública, criado por determinação da autoridade estatal, ao atribuir
poderes extraordinários às autoridades públicas e ao estabelecer as adequadas restrições
à liberdade dos cidadãos.” (SOUZA, 1990), ao que completa Alfredo Canellas da Silva:
“O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações
mais graves que aquelas que justificariam o estabelecimento do Estado de Defesa”.
O decreto do estado de sítio indicará sua duração (que não poderá ser superior a
trinta dias prorrogáveis por outros trinta quantas vezes for necessário no caso de
comoção e enquanto perdurar a guerra ou agressão armada estrangeira nesses dois
casos), as normas necessárias à sua execução e as garantias constitucionais que ficarão
suspensas. Depois de publicado, o Presidente indicará o executor das medidas
específicas e áreas abrangidas. O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento
até o término das medidas coercitivas, atuando como uma garantia do Estado de Direito
ao fiscalizar tais medidas.
2 Forças armadas
3 Segurança pública
Maria Sylvia Zanella di Pietro, citada por Pedro Lenza, diz que “o poder da
polícia é a atividade do Estado consistente em limitar o exercício dos direitos
individuais em benefício do interesse público”. A Constituição nos traz que a segurança
pública é um dever do Estado, direito e responsabilidade de todos e é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através
dos seguintes órgãos:
I – Polícia federal (responsável por apurar infrações penais contra a ordem
política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de
suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei; prevenir e reprimir o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência; exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
fronteira; exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União);
Conclusão
Lenza, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. Ed. Método, São Paulo, 2007.
Silva, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. Malheiros, São Paulo,
2006.
Departamento de Direito
2010