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***
A
política
sempre
foi
algo
vivo
em
mim,
ora
como
uma
lactência,
ora
como
ação
apaixonada
e
barulhenta.
Sou
filha
de
camponeses
e
fui
criada
à
força
dos
braços
dos
meus
pais,
erguendo
cercas,
plantando
a
terra,colhendo
safras
e
safras,
umas
boas,
outras...
Parece
que
ainda
posso
ouvir
a
voz
do
meu
pai,
quando
dizia:
“A
safra
esse
ano
foi
ruim”.
Muitas
vezes
ajudei
os
meus
pais
a
debulhar
o
feijão
e
o
milho
colhidos.
Com
o
tempo
fui
compreendendo
como
era
a
nossa
vida
no
campo.
Meus
pais
ceifavam
a
terra
dos
fazendeiros,
num
regime
de
meias,
em
que
no
final,
só
ficavam
com
o
que
sobrasse
da
colheita.
Meus
pais
não
diziam,
mas
cedo
compreendi
que
estavam
submetidos
a
um
regime
de
ferro,
que
sustentava
as
relações
camponesas
à
força
da
submissão.
Meus
pais,
com
seus
filhos,
eram
os
dentes
daquela
máquina
ceifadeira
que
também
submetia
as
suas
vontades.
Minha
mãe,
se
se
revoltava,
nunca
disse
isso
abertamente.
A
única
do
casal
que
sabia
ler,
era
ela
quem
votava
no
político
em
quem
o
fazendeiro
mandasse.
Aqueles
camponeses
do
tempo
do
meu
pai,
no
alto
sertão
pernambucano,
só
eram
um
coletivo
feliz
quando
se
juntavam
para
a
debulha,
a
fazedura
da
farinha,
as
conversas
regadas
ao
café
fraco
e
doce
saído
da
cozinha,
coado
pelas
comadres.
Coletivo.
Essa
é
a
razão
maior
que
motiva
o
meu
voto
em
Ricardo
Coutinho.
Toda
a
vida
política
de
Ricardo,
a
meu
ver,
assenta-‐se
na
máxima
do
coletivo.
Ricardo,
quando
planeja
e
executa
uma
obra,
quando
vai
a
um
bairro
para
as
reuniões
de
orçamento
participativo,
quando
assina
um
memorando
de
rotina
no
seu
gabinete,
é
no
coletivo
que
ele
pensa.
Na
quantidade.
Quantas
pessoas
esse
ato
alcançará?
Quantos
terão
o
futuro
melhorado
com
aquela
praça,
aquela
árvore,
aquele
projeto?
Esse
orçamento?
A
cena
política
as
vezes
é
desestimuladora.
Os
atores
são
exímios
esgrimistas
com
as
armas
do
insulto,
da
acusação,
da
desclassificação
pura
e
simples,
do
silêncio
cômodo
ou
da
boca
cheia
de
pizza.
Ricardo
trabalha.
Convoca.
Mobiliza,
coletiviza
a
cena
política
em
favor
de
um
projeto
de
transformação
da
Paraíba,
desde
os
seus
alicerces,
à
construção
de
uma
nova
feição
do
estado
no
cenário
nacional.
Será
pensando
nos
meus
pais,
e
agora
nas
suas
duas
netas,
minhas
filhas,
e
da
sua
bisneta,
Gabriela,que
no
dia
três
de
outubro
vou
votar
em
ricardo
coutinho.
Ali,
durante
aqueles
ínfimos
segundos,
exorcisarei
mais
uma
vez
a
lembrança
sombria
de
um
coletivo
tangido
pela
imensa
máquina
camponesa,a
ceifar
uma
terra
que
pertencia
a
outrem,
por
um
título
de
propriedade
lavrado
em
cartório.
Vou
votar
em
Ricardo,
porque
a
sua
ação
política
me
mostrou
que
outros
coletivos
podem
se
forjar,
experimentando
o
solo
da
autonomia,
da
criatividade,
da
vizinhança,
do
lugar,
esses
coletivos
podem
trabalhar
juntos
pelo
crescimento
da
nossa
terra,
a
Paraíba.
Joana
Belrmino
(escritora)
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lugar,
esses
coletivos
podem
trabalhar
juntos
pelo
crescimento
da
nossa
terra,
a
Paraíba.
Joana
Belrmino
(escritora)
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E o que é real?
Buda Lira
A expectativa gerada na gestão de cultura em João Pessoa com a eleição do Prefeito
Ricardo Coutinho foi com certeza bem maior do que de todas as administrações desse
período pós redemocratização do país.
Além das duas eleições nas quais Ricardo disputou terem sido decididas no primeiro turno,
o que caracterizou um crédito de confiança muito grande da população, RC vinha, em se
tratando da área cultural, de uma atuação muito forte quando da sua passagem pelo
legislativo municipal e estadual, em mandatos com votações históricas aqui em João
Pessoa e no Estado. Eram naturais, portanto, as tais expectativas.
No caso especifico da atuação parlamentar voltada para as questões culturais, além de
marcação cerrada nos diversos momentos em que o setor precisou do apoio do então
vereador e deputado, foi de sua autoria a Lei Viva Cultura, aprovada pela Câmara
Municipal de João Pessoa em 1993 e, finalmente, implantada em 1995.
A Viva Cultura foi um instrumento de renúncia fiscal que facultava a dedução de parte dos
impostos municipais a pagar - de empresas e pessoas físicas - a ser aplicado em
patrocínio de projetos culturais de iniciativa de artistas e grupos culturais diversos em João
Pessoa, tendo sido substituída ano depois pelo Fundo Municipal de Cultura.
Inédita na Paraíba, tendo apenas no âmbito federal a antiga Lei Sarney e, posteriormente,
a Lei Roaunet como referências, a Viva Cultura sacudiu o movimento cultural na capital e
estimulou a criação de projetos de lei em Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras,
servindo de laboratório para outras iniciativas do próprio Ricardo Coutinho na Assembléia
Legislativa, e que contribuíram para engrossar o caldo político para aprovação do FIC
Augusto dos Anjos, uma das boas conquistas da política cultural no Estado.
O fato é que com a chegada de Ricardo na Prefeitura de João Pessoa as expectativas,
muitas, tomaram conta principalmente do setor artístico, ainda protagonista na luta por
políticas públicas na área de cultura, mesmo que focadas em sua grande maioria nas
demandas dos projetos artísticos, diga-se de passagem.
Neste momento em que se aproxima o final do primeiro tempo da disputa eleitoral de 2010
no estado – para o bom estado da saúde política no território paraibano, assim espero –,
arrisco dizer que para mim os resultados foram bem além das expectativas, se olho
diretamente para o que foi realizado e tomo como referência o que se fez nas gestões em
municípios de grande e médio porte no Estado, e mesmo na gestão cultural estadual, nas
últimas quatro décadas.
Comecemos pelo orçamento da cultura em João Pessoa, que saltou de dois milhões em
2005 para oito milhões em 2009, portanto, um aumento de 300% . Qual o orçamento em
qualquer dos municípios paraibanos – e mesmo na administração do Estado - que teve um
aumento de recursos nessa proporção, aplicado diretamente na gestão cultural? Sem
contar com outros recursos que certamente foram investidos na área social, educação,
turismo e infraestrutura (praças, Estação Ciência, etc), mas que repercutem nas ações de
cultura.
Isso explica em parte a regularidade no funcionamento do Fundo Municipal de Cultura, na
gestão socialista, com editais lançados a cada ano e, fundamental, com pagamentos
regulares dos projetos aprovados. Uma realidade diferente do FiC Augusto dos Anjos, que,
a partir de fevereiro de 2009 deixou de quitar o débito com projetos aprovados em 2008,
nem tampouco lançou editais nos dois últimos anos, paralisando por completo o
funcionamento do FIC.
A Funjope, a partir de 2005, passou a produzir e/ou apoiar todos os eventos culturais de
João Pessoa, do réveillon à Festa das Neves, passando pelas festas juninas, o Carnaval
Tradição e as atividades do verão, tarefas que nas gestões passadas eram atribuídas à
Secretaria de Turismo ou a setores ligados diretamente ao Prefeito, o que desprestigiava e
enfraquecia a gestão cultural sob a responsabilidade da Fundação.
Chamo atenção para os eventos Estação Nordeste, Música do Mundo, Cine Volante,
Agosto da Letras, Outubro do Teatro, Novembro da Dança, a encenação da Paixão de
Cristo, Circuito das Praças, dentre outros, pelo fato de que com eles a produção cultural da
cidade passou a protagonizar a cena, sem xenofobismos, recebendo novas e expressivas
manifestações artísticas de outras regiões do país e, principalmente, por incluírem setores
da cultura popular da cidade e parcelas consideráveis da população, até então distantes há
anos do acesso a produção cultural.
Tanto o Estação Nordeste, que não ficou restrito ao público do centro histórico ou das
areias de Tambaú, como o Circuito das Praças – uma feliz invenção da gestão socialista –
fizeram com que a roda da produção local e de convidados circulassem em diferentes
bairros da cidade, onde a população nem imaginava que fosse possível essa convivência.
No caso da encenação da Paixão de Cristo, para ilustrar o protagonismo da cena local, é
bom lembrar que desde a elaboração do texto dramatúrgico à escolha dos atores
principais, passando pela autoria da encenação, a música especialmente composta - e
executada ao vivo -, todos esses aspectos passaram ter forte impressão digital da
chamada prata da casa. Acrescido a isso tudo, as condições geradas para o
público contaram com arquibancadas desde essa nova versão do projeto de encenação, o
que melhorou, e muito, as acomodações da platéia e que resultou no crescente aumento
do público local e dos visitantes da cidade, principalmente pela identidade marcada na
criação do espetáculo com a presença dos autores paraibanos.
Registre-se que a requalificação desse projeto de encenação veio acompanhada do apoio
financeiro e técnico às iniciativas dos grupos culturais dos bairros que realizam
anualmente seus espetáculos no período da Semana Santa.
Na seqüência dos fatos registrados no âmbito da gestão cultural de Ricardo Coutinho,
ainda na área de eventos, é necessário atentar para a contribuição dada à melhoria do
desfile do Carnaval Tradição, com instalação de novas arquibancadas, sonorização,
banheiros, camarotes e reforço de pessoal técnico para a evolução do desfile, numa
parceria inédita com este setor da cultura popular. Se registrávamos um crescimento na
presença do público no desfile do Carnaval Tradição, em função das mudanças que
ocorriam no carnaval de rua da capital nos últimos vinte anos, a atuação recente da
Funjope para a melhoria do Carnaval Tradição contribuiu para que o público aumentasse
ainda mais através da ampliação e melhoria, a cada ano, do espaço físico do desfile.
Tanto o carnaval tradição como a prévia carnavalesca folia de rua tiveram nessa gestão o
apoio regular da Funjope, e, em alguns anos, contaram unicamente com este apoio, sem a
presença do Governo do Estado. No caso do Folia de Rua, a Funjope optou pelo apoio
através de cessão direta de equipamentos - trios elétricos, palcos, sonorização, orquestras,
etc -, sem repasse de recursos financeiros, o que deveria refletir na inteira reformulação
da gestão da prévia carnavalesca, que não deve ficar restrita à sua organização e
movimentação ao período dos desfiles, nem tampouco se apresentar apenas como
repassadora de recursos materiais para os desfile dos blocos. Mas esse é um capítulo
que precisa ser tratado de forma especial e em outro momento e espaço.
Chamo atenção ainda para “circuito de oficinas culturais” que a Funjope vem
desenvolvendo e que envolve mais de setenta comunidades nos diferentes bairros de João
Pessoa. Trata-se da presença de educadores, artistas, artesãos, gestores de cultura,
escolhidos através de edital público, que vêm desenvolvendo no período de seis meses
ações voltadas para a formação de pessoas e de núcleos culturais nessas localidades,
através da música, dança, teatro, artesanato, cultura popular, comunicação, circo,
literatura, dentre outras áreas das artes e cultura.
Esses dois circuitos, o das praças e o das oficinas, são passos decisivos para o estímulo à
estruturação do que se projetava inicialmente para as casas populares de cultura,
dialogando com as iniciativas que já existem nos bairros, e que pode, quem sabe,
estabelecer fortes pontos de conexão com o Programa Cultura Viva do Ministério da
Cultura, que será mantido e ampliado na futura gestão da Presidente Dilma Russef.
Por último, vale registrar importantes iniciativas de investimento em estrutura física,
representadas pela construção da Estação Ciência, da estruturação do Casarão 34, do
contrato para manutenção do Teatro Ednaldo do Egypto, que ameaçava fechar, do projeto
de construção do Centro Cultural de Mangabeira, em parceria já firmada com o Ministério
da Cultura, a revitalização do Conventinho (anexo à Igreja Frei São Pedro Gonçalves),
onde funcionará uma escola de artes – a Casa das Artes -, a reconstrução do Teatro da
Juteca, em Cruz da Armas e, mais recentemente, a conquista das novas instalações da
Funjope, na sede antigo Clube Cabo Branco, no centro da cidade.
Ponho ainda no crédito desses investimentos na estruturação física da cultura o projeto em
execução da restauração do Parque Arruda Câmara, a Bica, a reforma do Ponto de Cem
Reis e de todas as praças já construídas, por que não? No caso da Bica, em breve
teremos um belíssimo parque com capacidade de abrigar, além do tradicional passeio e
lazer da população da cidade e de seus visitantes, atividades culturais, a exemplo de
outras cidades brasileiras.
É claro que podem e devem sobrar mais espaços para críticas, para o que ainda não foi
possível fazer, para o que já foi feito, mas não do meu, do seu, ou do nosso ponto vista. O
que não pode ser motivo pra fazer de conta que nada ou quase nada foi feito, que não
existe um PROJETO em curso.
Nesse percurso da observação crítica, deve restar também um bom espaço para a
autocrítica, de como nos conduzimos na relação direta com as coisas de interesse público
e que vão além dos legítimos e necessários projetos pessoais ou de corporações, que
muitas vezes apresentam sua fatura somente em temporadas eleitorais.
Buda Lira (ator)
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Assunto: POLÍTICA COMO ARTE!
Pedro Osmar
Política é a arte do encontro emocionado, do encontro amigo entre amigos e forasteiros,
pela ação comum em defesa da vida, rumo ao futuro!
A campanha 2010 veio para lembrar: como é a política como porta de entrada para esta
ação comum, ação comprometida com a minha e a tua vida, ação de tantas motivações da
vida em estado bruto, estado animal de tantas primaveras, como diria o poeta amazonense
Thiago de Mello.
Viver política é viver a crença no ser humano enquanto projeto de mudança, esteja ele em
que lado estiver, orientado e iluminado pelo tênue fio da arte humanizada, da arte que
educa, porque arte sem objetivo é arte despolitizada, arte que não educa, arte que não
interessa ao desenvolvimento educativo. A política torna a arte um projeto de utilidade
pública, atuando nas fronteiras do poético e do político, a bem da humanidade, em defesa
da vida!
Não tem quem diga, mas somos todos seres humanizados por estas relações de poder
nas políticas do cotidiano, diria melhor, nas "revoluções do cotidiano", base na qual se
assentam desejos e anseios de futuro, de liberdade fundamental, anseios e necessidades
de mudança, porque a vida, assim como a água e o tempo, não pára, transformando a
ação política objetiva em força para gerar cada vez mais as novas motivações, que nos
fazem ver e prever o futuro para além da mesmice.
E tudo começa na crença e na fé no poder das revoluções do cotidiano, a partir do que
fazemos e movemos, independente do que nos espera nas próximas esquinas.
Neste dia 03 de outubro, vote consciente!
Vote como se voce soubesse que da responsabilidade do seu voto bem dado muita ação
geradora pudesse ser reencaminhada, nas condições para que a mudança se faça, se
construa em bases populares, um voto de aplauso a favor da vida em comum, a favor da
democracia, e contra o atraso.
Vote para que a sua família e todas as outras famílias do estado da Paraíba se libertem
das amarras da ignorancia e do atraso. Chega de continuismo e canalhice.
É isso.
vamos em frente.
Pedro Osmar (músico)
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Reafirmo meu apoio a Ricardo Coutinho e digo com convicção que a administração de RC
foi um divisor de água, sim. João Pessoa tem uma história de estrutura física e de política
pública sócio- cultural antes e outra depois da sua gestão, mesmo com algumas limitações.
Torço e luto para que isso seja estendida à Paraíba por inteiro.
Fátima Sousa Mana - Jornalista
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*
É PRECISO ENTENDER
KK Santa Cruz
É PRECISO ENTENDER
Que nesta eleição está em jogo o futuro de nossa sociedade civilizada que neste momento
oscila entre dar um salto concreto para um elevado grau de evolução humana, ou do outro
lado a manutenção da mesmice que nunca deu certo e nos jogou num num grande
patamar de atraso e vícios subdesenvolvidos. O fato concreto é que Ricardo Coutinho
realizou a maior e mais significativa obra de reforma político social que este país já viu em
se tratando de uma esfera municipal. Nunca se viu tanto tanto uso correto do DINHEIRO
PÚBLICO, usado de modo justo em benefício da coletividade, em torno da EDUCAÇÃO,
SAÚDE, CULTURA, ESPORTE, LAZER, CIÊNCIAS e outros ENVOLVIMENTOS
HUMANOS.
Desta maneira dando exemplo ao país do que seja uma obra em que seja exigido como
certo para revolução social dentro das comunidades humanas.
Em torno do conceito político social e espiritual, esta maneira de agir de Ricardo,
pode ser com toda certeza classificada como uma obra de caráter do BEM, em
contribuição ao que possa denomina-la dentro do conceito do AMOR AO PRÓXIMO.
Isto já basta para entender que pela primeira vez na história política paraibana e
também a nível nacional, a identidade e o conceito do NOSSO foi usada em detrimento do
caráter errôneo abuso do MEU e o do MIGO, porque meus irmãos, o verdadeiro processo
da evolução espiritual da humanidade, se mede pela evolução social do NOSSO, e o não
pelo limitado egocentrismo do MEU, do EU e do MIGO, e nisto o Mago construiu um
grande avanço.
Quando elaboramos o programa político do vereador FUBA, nosso propósito era a
valorização das pessoas, a reconstrução de nossa cidade e o desenvolvimento de sua
IDENTIDADE E SUA AUTO ESTIMA, até então João Pessoa era uma cidade abandonada,
maltratada e desmoralizada pelos anos do prefeito Cícero Lucena, e do PMDB sempre
ocupando a VICE. O fato é que tudo o que propusemos como objetivo de mandato cultural
tão proclamado por nós, a prefeitura fez INVESTIMENTOS NUNCA visto antes na história
da Paraíba.
Hoje vejo FUBA sem explicação convincente com sua proposição política, ir para
os braços ilusórios de ZÉ, que também se ilude pensando ter o compositor de frevo alguma
força eleitoral.
KAKÁ SANTA CRUZ (artista plástico e músico)
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*
Nessa reta final da campanha, o momento é de somar, conquistar, avançar, construir, fazendo
crescer nossa voz no que falta sonhar.
A vida é tecida por fios que entrelaçam nossos desejos, atitudes, emoções, posicionamentos,
opções. É essa teia que nos move. Por isso, precisamos estar atentos a tudo que dá sentido a esse
movimento para que estejamos dignos diante da vida, diante das nossas atitudes pessoais e
coletivas.
E é buscando sentido nesse movimento para com vida que sempre opto por estar inserida em
projetos e espaços que constroem possibilidades, que protagonizam mudanças e avanços. Por esse
motivo optei por fazer parte dessa nova página da história da Prefeitura Municipal de João Pessoa
junto com Ricardo Coutinho e com os companheiros e companheiras da Funjope. Juntos fizemos a
boa nova cantar, recitar, pintar, dançar, encenar...andar nos campos...semeando...em Mangabeira, no
Valentina, Alto do Mateus, Torre, Roger, Rangel, Mandacaru, Gramame, Mumbaba, Bairro São
José, Comunidade Quilombola de Paratibe...nos mais variados cantos da nossa cidade.
Moradores e moradoras da cidade, chamados a fazer parte de uma gestão participativa,
também colaboraram significativamente com essa boa nova através das suas intervenções, atuações,
críticas, propostas...semearam...e hoje cuidam bem mais desse lugar, e se orgulham da sua cultura, da
sua arte, da sua gente.
Os avanços em João Pessoa na gestão de Ricardo Coutinho são concretos, um real divisor
de águas, sobretudo no que diz respeito ao zelo com os bens públicos e à compreensão da
cidade no seu todo.
Agora estamos, mais uma vez, em momento de escolhas. Concretamente estão postas
duas opções para o governo: uma, representada pelo continuismo de Maranhão, que já
governou a Paraiba por dez anos sem construir absolutamente nada de significativo;
e outra representada pela candidatura de Ricardo Coutinho que, em apenas cinco
anos, trouxe novos referenciais para a gestão da cidade, e hoje apresenta para a Paraiba
propostas concretas, sem maquiagens.
É essa história de competência e seriedade do gestor Ricardo Coutinho que me dá total segurança para
afirmar que desejo esse trabalho para todo o nosso Estado. Nós merecemos! A Paraiba precisa ser
cuidada, isso é urgente! Por isso precisamos entregá-la nas mãos de quem de fato apresenta
experiências e propostas para tal. Precisamos da Paraiba nas mãos de quem sabe construir com outras
mãos, de quem compreende a importância do Orçamento Democrático, dos fóruns, do debate, do olho
no olho, enquanto possibilidades de críticas e planejamento coletivo para a aplicação dos recursos
públicos, que contribuiram efetivamente para a transformação da cidade.
Portanto, o meu convite é para que somemos forças, vozes, desejos, atitudes para
vislumbrarmos uma Paraiba com a nossa cara: Ricardo 40 - Governador!
Para que possamos "ver crescer nossa voz no que falta sonhar"
Na verdade, não foi nenhuma surpresa a saída do artista plástico Flávio Tavares da
Subsecretaria de Cultura do Estado. Afinal, somente os acomodados não se incomodam
com circunstâncias comprovadamente criadas por mera pirotecnia política. A insatisfação de
Flávio no governo era de uma pulsação impressionante. Artista de amplo reconhecimento e
cidadão exemplar, Flávio Tavares deve ter percebido que a mentalidade do governador em
relação às políticas de cultura permanecia exatamente a mesma dos seus dois primeiros
governos.
De perfil conservador, o arcaico José Maranhão já fez escolhas acertadas para dirigir a
cultura do Estado. Não se pode negar. Isso no caso de Flávio e, anteriormente, do poeta
Sérgio de Castro Pinto. Entretanto, também Sérgio percebeu que tinha um nome a zelar e
que as políticas de cultura estavam desvinculadas das ações prioritárias do marqueteiro Zé,
o proclamado mestre de obras. Entre Sérgio e Flávio, nos seus três períodos de governo,
Maranhão encontrou o nome adequado para o seu nível de mentalidade. O também artista
plástico Chico Pereira. Chico notabilizou-se por chamar os artistas de “mendigos” e por
conduzir a consagrada inanição do Estado no setor. Foram anos de mediocridade,
pedantismo e parcos investimentos. Mas, não há nome que represente melhor a relação do
governador Maranhão com a cultura da Paraíba.
Lembro muito bem que levamos dois ônibus lotados de artistas plásticos, escritores, atores,
músicos, produtores, segmentos como hip-hop, cultura popular e outros. Pensei que lá
chegando encontraríamos os partidários do governador para juntos realizarmos a gravação.
Ledo engano. Não havia uma única alma consagrada da espiral maranhista. Fomos nós e
apenas nós, socialistas, que gravamos o programa eleitoral do então candidato José
Maranhão. Ainda assim acreditei que a demonstração de força com aquela mobilização,
sensibilizaria o nosso então candidato.
Quando da escolha de Flávio Tavares, cheguei até mesmo a pensar que tínhamos dobrado o
conservadorismo do ex-senador. Cheguei a acreditar que Maranhão havia, finalmente,
reconhecido que a cultura tem um papel estratégico, inclusive na economia e na construção
de políticas transversais e intersetoriais. Afinal, um setor que movimenta 5% do Produto
Interno Bruto brasileiro não pode passar despercebido num governo minimamente
democrático e que tenha compromisso com o desenvolvimento integrado e sustentável. Em
Toronto, no Canadá, as estratégicas econômicas se orientam a partir da política de cultura.
Em Paris, a cultura é um dos pilares da economia. Até quando a terra de Ariano Suassuna
suporta ser relegada ao estágio de colônia de Pernambuco? Para mudar a vida é preciso
mudar de atitude, transformando a mentalidade imposta pelo neo-coronelismo.
Não quero aqui declarar nenhum arrependimento por ter participado e incentivado a
participação de artistas e grupos de cultura na eleição de 2006. Afinal, as políticas de aliança
são importantes estratégias para o avanço do campo democrático e popular. Não devem
jamais ser confundidas com adesismo se conduzidas de forma madura e transparente. A
participação política dos artistas e dos fazedores de cultura de um modo geral é uma
questão de cidadania. Como dizia Gramsci, “viver é tomar partido”. No entanto, percebo
agora o quanto o governador Maranhão exige-nos uma reação. Nem mesmo com o seu vice-
governador, Luciano Cartaxo, sendo também um produtor cultural a visão maranhista para a
cultura foi alterada. O mais interessante é que o abalo que qualquer governo teria com a
saída de um quadro imprescindível como Flávio Tavares se dá exatamente no momento em
que é anunciada a criação da Secretaria de Cultura. No entanto, para quê criar uma
Secretaria de Cultura se o governo se empenha em consolidar uma “subpolítica” de cultura?
O injustificável descaso do governador, certamente, tem sérias implicações no processo de
desenvolvimento do Estado. Um bom mestre de obras deveria compreender que não é
exatamente com marqueting de cimento e cal que se produz desenvolvimento.
Logicamente que não trago aqui um discurso de imparcialidade. Nunca fui imparcial. Não
acredito em imparcialidade. Sempre tive lado. Afinal, somos produto das nossas escolhas.
Pautei minha vida inteira na construção de ideais estéticos, do ponto de vista da arte e
políticos, do ponto de vista humano. Também não quero dizer que o governador Cássio
Cunha Lima tenha sido generoso com a cultura. Muito pelo contrário. Cássio praticamente
desmoralizou o FENART, um dos mais importantes festivais de cultura do Nordeste.
Maranhão ratificou essa desmoralização. Iguala-se a Cássio ao cancelar o FENART 2009 e
anunciando o FENART para o ano eleitoral de 2010. (Isso se chama oportunismo patológico)
Com todas as limitações impostas pelas regras do poder público, entre erros e acertos, o fato
é que a Prefeitura Municipal de João Pessoa avançou na democratização das políticas da
cultura a partir de 2005. Não quero dizer aqui que atingimos o Ponto G das nossas
necessidades. O fato é que estabeleceu-se um processo de inclusão nunca antes
vivenciado. Sobrou gás, inclusive, para uma relação de proximidade com o interior do
Estado. Não foi por acaso que, em 2008, estivemos em Cajazeiras e Sousa, apresentando
as ações da Fundação Cultural de João Pessoa, a convite do Fórum de Cultura do Alto
Sertão. Também em Campina Grande, onde a política de cultura tem se resumido ao “Maior
São João do Mundo”, participamos de debates com o segmento cultural. Logicamente que
isso foi o reflexo de uma ação desenvolvida por um grupo de militantes e não por prestígio
pessoal. Lembro que em Cajazeiras, os artistas destacavam duas políticas sólidas da
Prefeitura de João Pessoa: o Empreender-JP e o Circuito Cultural das Praças. Em Sousa, no
meio do debate um artista levantou e disse: “isso só vai acontecer por aqui quando Ricardo
Coutinho for o governador.” E agora, José? O sonho está apenas começando.
Agora é pagar para ver. Nossa esperança está no setorial de cultura do PT que, neste
momento, passa a assumir a responsabilidade de abalar a mentalidade medieval de um
governador que, provavelmente, acha que política de cultura se resume na liberação de
recursos para os artistas. Não, governador! O objeto de uma política pública de cultura não é
o artista, mas a memória (passada e futura) do povo. O grande desafio é conjugar tradição e
modernidade, integrando a cultura nos processos de desenvolvimento. Mas, cá pra nós,
precisamos definitivamente reconhecer que os artistas são os principais parceiros para a
implementação de ações que visem edificar o espírito crítico e lúdico nas futuras gerações.
Ou seja: o espírito transformador que haverá de melhorar a nossa sociedade. Acolher,
incluir, criar, trabalhar, superar. Estes são alguns dos verbos que movimentam a cena e que
do discurso maranhista parecem ter sido suprimidos. Na prática, sumariamente aniquilados.
A nossa esperança permanece intacta. Todavia, quando falo de esperança não falo de
inércia. Falo de uma esperança que constrói e que busca estabelecer uma relação das três
esferas da área pública (municípios, estados e união), com a sociedade civil e com a
plenitude cidadã. É lógico que isso não é fácil. No entanto, como diz o poeta Chacal, “só o
impossível acontece. O possível apenas se repete.”
Para finalizar, destaco a elegância com a qual Flávio Tavares soube se retirar da cena,
desligando sutilmente os aparelhos de uma agonia. Flávio deu para todos nós, um exemplo
de dignidade e coerência. Que este ato cidadão do artista não passe impune pelo nosso
aprendizado. Nem pela composição e pelas diretrizes dos próximos governos. O que nos
preocupa é que não se trata de um governo novo, mas de um governo que já passou oito
anos ignorando completamente os processos culturais na terra de Sivuca e Jackson do
Pandeiro.
Lau Siqueira (poeta)