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Doença de Legg – Calvé - Perthes

Jorge Luiz Firmo de Paiva


Definição

 Necrose isquêmica ou avascular do núcleo


secundário de ossificação da epífise proximal do
fêmur e sua posterior reparação ,durante o
desenvolvimento da criança.
Epidemiologia

 1: 12.500/1:1.200
 Faixa etária: 2-16 anos (4-9 mais comum)
 Mais comuns em meninos (4:1) e na raça branca
 Em torno de 90% é unilateral

 Subrelatado (intensidade, variabilidade)


Etiologia

 Existem várias correntes teóricas para explicar a


obstrução transitória da circulação femoral

 Trueta(1957): mudança do padrão nutriente entre


fases do crescimento esquelético
 Possíveis causas: coagulopatias(70% possuem
anormalidades na ptn C e S, fator V e
hipofibrinólise), aumento da viscosidade
sanguínea, infartos de repetição, sinovite, etc

 Influências nutricionais e hipereatividade


Etiologia

 A fusão de todas as teorias levar a crer que um


trauma menor em uma criança susceptível
(portadora de coagulopatia, p.ex) desencadearia o
embolismo da cabeça femoral
Patogênese

 Na sequência do episódio de isquemia inicial, a


maior parte da epífise é avascularizada.

Quando a ossificação endocondral para, a
cartilagem articular, que é nutrida pelo líquido
sinovial, continua crescendo.
 Revascularização ocorre na periferia
 A reossificação ocorre da periferia para o centro,
o novo osso se deposita sobre a osso necrosado
aumento a densidade óssea
 Na área subcondral, reabsorção supera
neoformação
A Situação atual

 Apresente um resumo da situação atual


Fase inicial

 Duração de aproximadamente 6 meses


 Radiologicamente varia desde a normalidade até
alguma osteoporose.
 Seguida pelo aumento da opacidade radiológica da
epífise
Fase de fragmentação

 Duração aproximada de 1 ano


 A densidade homogênea é invadida por áreas
translúcidas, sugerindo que o processo de
revascularização está começando
Fase de reparação

 Duração de 2 anos
 As áreas translúcidas gradualmente vão
desaparecendo até que a densidade radiológica
normal se restabeleça.
Quadro clínico

 Dor, claudicação (antálgica--> balanço do tronco)


relacionadas a atividade física
 Dor irradiada no joelho
 Restrição dos movimentos de rotação interna,
abdução e flexão(sinal precoce)
 Sinovite

 Idade e obesidade interferem no prognóstico


Quadro radiográfico

 Fase inicial: diminuição do núcleo epifisário e


aumento relativo do corpo articular. Algumas
vezes fratura subcondral visualizada.(6 meses)
Quadro radiográfico

 Fase de fragmentação: áreas radioluzentes


entremeando com zonas de densidade aumantada.
(8 meses)
Quadro radiográfico

 Fase de reossificação: áreas radioluzentes são


gradualmente substituídas por ossos não
mineralizados. (4 anos)
Quadro radiográfico

 Fase residual: não há alterações de densidade na


cabeça do fêmur. Sua remodelação pode seguir atá
a maturidade esquelética
Outros exames

Artrografia : mais usado no manuseio da doença de


LCP.
 Avalia o grau de deformidade da cabeça femoral,

 Determina de maneira dinâmica, no pré-


operatório, a posição do quadril em que ocorre
melhor congruência articular quando a cabeça
estiver subluxada.
Classificações

Catterall: Baseada na extensão do comprometimento



Grupo 1: até ¼ cabeça femoral

Grupo 2: ½ da cabeça femoral

Grupo 3: 2/3 do núcleo ósseo estão afetados

Grupo 4: epífise totalmente afetada
Classificações

Herring: baseada no pilar lateral



Grupo A: há preservação do pilar lateral

Grupo B: comprometimento de até 50 % da altura

Grupo C: comprometimento de mais de 50% da
altura do pilar lateral
Classificações

Laredo Filho: avaliou prognóstico através de


parâmetros artrográficos

Grupo I e II: podem ser tratados
conservadoramente

Grupo III e IV: tratamento cirúrgico precoce

Grupo V: doença em estado avançado com
deformidade instalada
Classificações

Resumindo todas as classificações.



Grupo 1 e 2: congruência esférica

Grupo 3 e 4 : congruência não esférica

Grupo 5: incongruência


G 1 e 2: sem maiores riscos para artrose

G 3 e 4: maiores riscos para artrose depois dos 50

G 5 : risco para artrose antes mesmo dos 50
Prognóstico

Sinais de mau prognóstico



Subluxação da cabeça femoral

Calcificações laterais à fise

Lise metafisária (Sinal da unha ou Gage)

Cistos metafisários

Horizontalização da placa epifisária


Sexo feminino, idade mais avançada, maior
comprometimento da cabeça femoral tem pior
prognóstico
Diagnósticos diferenciais


Sinovite transitória

Pioartrite

Artrite reumática

Tumores ósseos

Febre reumática

Coxalgia tuberculosa

Displasia espondiloepifisárias

Displasia de Meyer
Tratamentos

 Congruência da cabeça femoral com o acetábulo


 Manter o quadril centralizado durante a fase
ativa da doença
 Eliminação de carga
 57% dos casos tem evoluçao favorável sem
tratamento algum
Cirúrgicos de fase ativa


Proximais: osteotomia de Chiari, osteotomia de
Salter, Prateleiras (Shelf)

Distais: osteotomias varizantes ou valgizantes
Não – cirúrgicos da fase ativa

Ambulatoriais : permitem que a criança deambule e


exerça força/carga

Atlanta Brace, aparelho de Thomas.

Não ambularoriais: não permitem o apoio do


membro inferior

Repouso no leito, cadeira de rodas, muletas,
aparelhos gessados
Tratamento na fase residual
(crônica)

Apofisiodese do trocanter maior

Epifisiodese do fêmur distal contralateral

Osteotomia valgizante e de extensão
Algorítmo de tratamento

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