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1.

Introdução:

No Brasil temos uma vasta quantidade de alimentos que são consumidos por
diversas regiões do País, alterando a nomenclatura de acordo com sua cultura. No
nordeste um alimento muito consumido é popularmente conhecido por “Inhame” ou
“Cará” (Dioscorea sp.), apresenta grande importância socioeconômica para a região
Nordeste do Brasil, sobretudo para os Estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia
e Maranhão, por constituir um negócio agrícola muito promissor, dada a excelente
qualidade nutritiva e energética de suas túberas e a grande utilidade para a alimentação
humana, já sendo utilizadas na dieta de todas as classes da sociedade brasileira. É uma
tuberosa de expressivo potencial, produtora de túberas altamente energéticas e ricas em
vitamina do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina e piridoxina), carboidratos,
amido e minerais; apresenta baixo teor gorduras, sendo ainda bom estimulante do
apetite e excelente depurador do sangue. Este tubérculo possui várias propriedades
nutricionais e medicinais, porém estas, muitas vezes se tornam desconhecidas pelos
consumidores que apenas o consomem pelo hábito cultural. Trataremos no seguinte
trabalho expor as principais características deste alimento, seu cultivo, como também as
formas alternativas em que o mesmo pode ser aplicado.
2. Desenvolvimento:

Pelo nome vulgar de inhame são conhecidas equivocadamente várias espécies de


plantas pertencentes à família das Aráceas, mas em outros países, mesmo das Américas,
é empregado por diversas espécies da família das Dioscoreáceas, em lugar de cará.
O gênero Dioscorea, popularmente conhecido como Inhame, compõe-se de
plantas trepadeiras anuais ou perenes cuja porção subterrânea produz tubérculos em
geral comestíveis, das quais existem mais de 150 espécies. Os tubérculos variam de
tamanho desde pequenas batatas de alguns centímetros de diâmetro até gigantes com
mais de 1,5m de comprimento e 40kg de peso, ou até 2,5 metros de comprimento e
70kg de peso. A pele do tubérculo é áspera e escamosa podendo também variar de cor
do castanho escuro ao rosa claro, sua forma é cilíndrica e sua textura é bastante
“escorregadia”, mas suaviza após o aquecimento. Dependendo da espécie e variedade, a
porção comestível do Inhame pode ter polpa com cores que vão do esbranquiçado ao
amarelo, rosado ao roxo com casca mais ou menos rugosa com coloração que vai do
esbranquiçado ao castanho-escuro. A textura da polpa varia entre o tenro e aguado e o
seco e fibroso, dependendo da espécie e variedade e do seu estado vegetativo. O Inhame
cultivado costuma ser uma planta rústica, dispensando tratos sofisticados. Nos Estados
da Paraíba e Pernambuco é comum o cultico e a nomenclatura do inhame das espécies
de Dioscorea que produzem túberas grandes (inhame da Costa, inhame São Tomé) e
cará as espécies de Dioscorea que produzem túberas pequenas (cará Nambú).
As principais condicionantes á produção do Inhame são a disponibilidade de
plantio, a competição com ervas daninhas, a disponibilidade de estacaria para a
construção de suportes para o desenvolvimento da planta (que é a liana trepadeira) e as
pragas, com destaque para fungos, vírus e alguma espécies de escaravelhos e
nemátodos.
Em geral o Inhame é cultivado tendo único aporte externo à utilização de
pequenas quantidades de fertilizante, ou mesmo sem outro fertilizante do que adição de
material orgânico ou de cinzas resultantes de queimadas. Outra das grandes vantagens
do Inhame é a sua capacidade de permanecer armazenado de 4 a 6 meses à temperatura
ambiente, sem degradação apreciável das suas propriedades nutricionais. Esta
resistência muito é maior do que a da batata-doce e da mandioca fazem do Inhame um
componente importante da segurança alimentar dos países onde é cultivada, já que pode
ser armazenada para uso no início da estação úmida, período de escassez de alimentos
frescos. O tempo máximo de armazenamento do Inhame é limitado pelo seu período de
dormência, já que quando inicia o abrolhamento perde rapidamente o seu valor
nutritivo. Na cultura do inhame podem ser realizadas duas colheitas, dependendo da
finalidade do cultivo. Quando o agricultor pretende produzir túberas-semente através da
técnica tradicional da "capação", realiza-se uma colheita aos sete meses após o plantio
(aos 210 dias de idade das plantas), mesmo em detrimento da produção da cultura.
Quando a finalidade do agricultor não é produção de túberas-semente, geralmente,
recomenda-se a colheita, aos nove meses após o plantio, por ocasião da secagem e
morte dos ramos e folhas da planta, que indicam o amadurecimento das túberas e o
ponto de maturação fisiológica da cultura.

A quase totalidade da produção do Inhame é utilizada para alimentação humana,


em geral é consumido diretamente sob a forma de vegetal cozido. A cozedura é
essencial dado que o inhames contém em quantidade que depende da espécie,
compostos que lhe dão um sabor acre que é destruído pelo calor. Os respectivos
tubérculos, cujo uso para fins alimentares está muito difundido nos trópicos
(pantropical) principalmente na África ocidental, nas Caraíbas e região Nordeste do
Brasil. Os tubérculos dos Inhames são usados como acompanhamento de carnes, sopas,
saladas, geralmente em pratos salgados e com menos freqüência em bolos e doces. O
seu uso como alimento também é crescentemente apreciado nos Estados Unidos e na
Europa, principalmente na França, onde seu consumo é associado a benefícios
medicinais tais como a redução do mau colesterol. Em alternativa o Inhame cozido pode
ser macerado, formando purês que podem ser utilizados diretamente ou adicionados a
alimentos sólidos ou sopas. O Inhame é rico em carboidrato, cálcio, ferro, fósforo,
vitaminas do complexo B, vitamina B1, vitamina B5, sais minerais, fibras.

A utilização dos alimentos para fins medicinais não é nenhuma novidade. O


princípio já era preconizado por Hipócrates há cerca de 2.500 anos “Que o alimento seja
o seu medicamento”dizia. De lá pra cá a medicina evoluiu em muitos aspectos, porém
acabou distanciando-se dos pilares básicos que regem à saúde. Além de ser fonte de
energia, os alimentos tem propriedades especificas que auxiliam na prevenção, no
tratamento de diversas patologias.

Por ser uma rica fonte de nutrientes, o Inhame é bastante disseminado como
alimento imprescindível na dieta da primeira infância, mas além dessas propriedades
uma das principais características do Inhame é seu poder depurativo e desintoxicante,
sendo recomendado no tratamento de diversas doenças como reumatismo, artrite,
inflamações, infecções, tendo também o poder de fortalecer o sistema imunológico e
fortificar os gânglios linfáticos. Também é utilizado na forma de cataplasma para
tratamento de furúnculos e impigens. Porém existem algumas restrições para o
consumo, no caso de pessoas com altas taxas de colesterol no sangue.
TABELA NUTRICIONAL

Nutrientes Quantidade O montante total de inhame calorias em


uma porção de 100 gramas chega a ser
Total de gordura 0 g (0%) 116 (486 kJ). Este montante é uma soma
Colesterol 0 mg (0%) de:
Sódio 8 mg (0%) Carboidratos – 111 (465 kJ)
carboidratos totais 27 g (9%) Gordura – 1,2 (5,0 kJ)
Proteína – 4,1 (17,2 kJ)
A fibra dietética 4 g (16%)
Açúcares 0 mg
Proteína 1g
A vitamina A 122 UI (2%)
Vitamina C 12,1 mg (20%)
A vitamina E 0,3 mg (2%)
Vitamina K 2,3 mcg (3%)
Vitamina B1 Tiamina () 0,1 mg (6%)
Vitamina B2 (riboflavina) 0,0 mg (2%)
Vitamina B3 (niacina) 0,6 mg (3%)
A vitamina B6 (piridoxina) 0,2 mg (11%)
Vitamina B9 folato () 16,0 mcg (4%)
Ácido Pantotênico 0,3 mg (3%)
Cálcio 14,0 mg (1%)
Ferro 0,5 mg (3%)
Magnésio 18,0 mg (5%)
Fosforoso 49,0 mg (5%)
Sódio 8,0 mg (0%)
Zinco 0,2 mg
Cobre 0,2 mg (8%)
Manganês 0,4 mg (19%)
Potássio 670 mg (19%)
Selênio 0,7 mcg (1%)
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O inhame pode constituir de forma satisfatória a mesa do povo brasileiro, como


um alimento saudável, nutritivo, medicinal e de um preço baixo se comprada com outro
alimentos que se assemelhem à nível nutricional. Demonstramos assim que o consumo
do mesmo deve e pode ser feito de forma mais constante e não apenas restrito à algumas
comunidades e parcelas da população. Havendo incentivos por pare dos
governantes,pode tornar-se uma grande cultura, que atenda a demanda interna do
mercado brasileiro.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

SANTOS, E. S. dos. Inhame (Dioscorea spp.): EMEPA-PB, SEBRAE, 1996. 158 p. il.

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