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Intervenção no Angelus
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Queridos irmãos e irmãs,
Deus não exclui ninguém, nem pobres nem ricos. Deus não se deixa condicionar pelos
nossos preconceitos humanos, mas vê em cada um uma alma que há que salvar, e o
atraem especialmente aquelas almas que são consideradas perdidas e que assim o
crêem elas mesmas. Jesus Cristo, encarnação de Deus, demonstrou esta imensa
misericórdia, que não tira nada à gravidade do pecado, mas que busca sempre salvar
o pecador, oferecer-lhe a possibilidade de resgate, de voltar a começar, de se
converter. Noutra passagem do Evangelho, Jesus afirma que é muito difícil para um
rico entrar no Reino dos Céus (Cf. Mateus 19, 23). No caso de Zaqueu, vemos
precisamente que o que parece impossível realiza-se: “Ele entregou a sua riqueza e
imediatamente ficou substituída pela riqueza do Reino dos Céus”, comenta São
Jerónimo (Homilia sobre o Salmo 83, 3). E São Máximo de Turim acrescenta: “As
riquezas, para os néscios, são um alimento para a desonestidade; no entanto, para os
sábios, são uma ajuda para a virtude; a estes, é-lhes oferecida uma oportunidade para
a salvação, no caso dos outros provoca um tropeço que leva à ruína” (Sermões, 95).
Queridos amigos, Zaqueu acolheu Jesus e converteu-se, pois Jesus tinha sido o
primeiro a acolhê-lo! Não o havia condenado, mas tinha respondido ao seu desejo de
salvação. Peçamos à Virgem Maria, modelo perfeito de comunhão com Jesus, que
experimentemos a alegria de receber a visita do Filho de Deus, de ficar renovados
pelo seu amor, e transmitir aos demais a sua misericórdia.