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CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO

CAMPUS SÃO PAULO


CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

UTILIZAÇÃO DO CÁLCULO INTEGRAL PARA A


DEMONSTRAÇÃO DE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS

DIOGO MACHADO LOURENÇO


MARCOS DANIEL NOGUEIRA MAIA

SÃO PAULO
2009
DIOGO MACHADO LOURENÇO
MARCOS DANIEL NOGUEIRA MAIA

UTILIZAÇÃO DO CÁLCULO INTEGRAL PARA A


DEMONSTRAÇÃO DE ÁREAS DE FIGURAS PLANAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado para a obtenção do título
de licenciado em Matemática pelo
Centro Universitário Adventista São
Paulo – campus SP.
Orientadora: Profª. Drª. Elba Bravo

São Paulo
2009
RESUMO

O estudo do cálculo integral no Ensino Superior é de larga importância,


principalmente para os alunos do curso de Matemática, seja de Licenciatura ou
Bacharelado. Essa importância é devida a valiosa gama de aplicações desse
estudo. Uma dessas aplicações refere-se à própria Matemática, mais
especificamente à Geometria. É comum nos depararmos com situações da vida
cotidiana em que necessitamos calcular a área de alguma figura plana, como por
exemplo, um triângulo escaleno qualquer, ou a área de um círculo ou de uma elipse,
e a resposta já está pronta. Basta fazer algumas medições e facilmente o resultado
desejado será encontrado, pois, no caso do triângulo, basta multiplicar a base pela
altura relativa à mesma e em seguida dividir por dois.
Existe não apenas uma, mas várias demonstrações, fundamentadas
essencialmente com a Geometria Euclidiana, para a área das figuras mencionadas
anteriormente. Porém, através de uma modelagem bem definida, baseando-se
principalmente na Geometria Analítica, em qualquer que seja o caso, com rotação
e/ou translação de eixos, basta utilizar um processo de integração, que pode ser
simples ou dupla, definindo os limites, como pontos e retas, e elegantemente nós
conseguimos demonstrar a fórmula que define a área das principais figuras planas,
que neste caso são os triângulos, quadrados, retângulos, paralelogramos, losangos,
trapézios, círculo, elipse, incluindo também a relação da quadratura da parábola de
Arquimedes, com determinadas restrições em relação à modelagem matemática.
Os resultados são como aqueles que queríamos demonstrar, para a maioria
dos casos de interesse específico, utilizando os processos de integração.

Palavras-chave: Cálculo Integral, Áreas de figuras planas, Rotação e Translação de


Eixos.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Triângulo escaleno caso 1 ....................................................................... 11


Figura 2 – Triângulo escaleno caso 2 ....................................................................... 13
Figura 3 – Triângulo escaleno caso 3 ....................................................................... 14
Figura 4 – Triângulo isósceles caso 1 ....................................................................... 17
Figura 5 – Triângulo isósceles caso 2 ....................................................................... 19
Figura 6 – Triângulo eqüilátero caso 1 ...................................................................... 21
Figura 7 – Triângulo eqüilátero caso 2 ...................................................................... 23
Figura 8 – Triângulo eqüilátero caso 3 ...................................................................... 26
Figura 9 – Quadrado caso 1 ...................................................................................... 29
Figura 10 – Quadrado caso 2 .................................................................................... 30
Figura 11 – Retângulo caso 1 ................................................................................... 35
Figura 12 – Retângulo caso 2 ................................................................................... 36
Figura 13 – Paralelogramo ........................................................................................ 39
Figura 14 – Losango ................................................................................................. 41
Figura 15 – Losango detalhado ................................................................................. 42
Figura 16 – Trapézio retângulo ................................................................................. 43
Figura 17 – Trapézio retângulo detalhado ................................................................. 44
Figura 18 – Trapézio isósceles.................................................................................. 45
Figura 19 – Trapézio isósceles detalhado ................................................................. 46
Figura 20 – Trapézio escaleno .................................................................................. 47
Figura 21 – Trapézio escaleno detalhado ................................................................. 48
Figura 22 – Trapézio retângulo rotacionado .............................................................. 49
Figura 23 – Círculo .................................................................................................... 55
Figura 24 – Elipse ..................................................................................................... 59
Figura 25 – Parábola ................................................................................................. 62
Figura 26 – A quadratura da parábola ....................................................................... 65
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6
2 OBJETIVOS.......................................................................................................... 8
2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 8
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 8
3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9
4 METODOLOGIA ................................................................................................. 10
5 CÁLCULO DA ÁREA DE TRIÂNGULOS ............................................................ 11
5.1 TRIÂNGULOS ESCALENOS ....................................................................... 11
5.1.1 Triângulo escaleno definido por uma reta e com um dos vértices na
origem .................................................................................................... 11
5.1.2 Triângulo escaleno definido por uma reta e com vértices fora da origem
do sistema. ............................................................................................. 12
5.1.3 Triângulo escaleno definido por duas retas e base sobre o eixo das
abscissas................................................................................................ 14
5.2 TRIÂNGULOS ISÓSCELES ......................................................................... 16
5.2.1 Triângulo isósceles definido por duas retas e base sobre o eixo das
abscissas................................................................................................ 16
5.2.2 Triângulo isósceles definido por três retas, tal que a reta suporte da base
é paralela ao eixo das abscissas............................................................ 18
5.3 TRIÂNGULOS EQÜILÁTEROS .................................................................... 21
5.3.1 Triângulo eqüilátero definido por uma reta passando pela origem do
sistema ................................................................................................... 21
5.3.2 Triângulo eqüilátero definido por três retas, de forma que a reta suporte
da base seja paralela ao eixo das abscissas ......................................... 23
5.3.3 Triângulo eqüilátero com inclinação 𝜑 em relação ao eixo das abscissas .
............................................................................................................... 25
6 CÁLCULO DA ÁREA DE QUADRADOS ............................................................ 29
6.1 QUADRADO DEFINIDO POR UMA RETA PARALELA AO EIXO DAS
ABSCISSAS ................................................................................................. 29
6.2 QUADRADO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM E INCLINAÇÃO 𝜑 EM
RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS ................................................... 29
7 CÁLCULO DA ÁREA DE RETÂNGULOS........................................................... 35
7.1 RETÂNGULO DEFINIDO POR UMA RETA PARALELA AO EIXO DAS
ABSCISSAS ................................................................................................. 35
7.2 RETÂNGULO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM DO SISTEMA E
INCLINAÇÃO 𝜑 EM RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS .................. 36
8 CÁLCULO DA ÁREA DO PARALELOGRAMO .................................................. 39
8.1 PARALELOGRAMO DEFINIDO POR TRÊS RETAS E COM UM DOS
VÉRTICES NA ORIGEM DO SISTEMA ....................................................... 39
9 CÁLCULO DA ÁREA DO LOSANGO ................................................................. 41
9.1 LOSANGO COM INTERSEÇÃO DAS DIAGONAIS NA ORIGEM DO
SISTEMA ...................................................................................................... 41
10 CÁLCULO DE ÁREAS DE TRAPÉZIOS ......................................................... 43
10.1 TRAPÉZIO RETÂNGULO ............................................................................ 43
10.2 TRAPÉZIOS ISÓSCELES ............................................................................ 45
10.3 TRAPÉZIO ESCALENO ............................................................................... 47
10.4 TRAPÉZIO RETÂNGULO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM DO
SISTEMA E INCLINAÇÃO 𝜑 EM RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS
...................................................................................................................... 49
11 CÁLCULO DA ÁREA DO CÍRCULO ............................................................... 55
12 CÁLCULO DA ÁREA DA ELIPSE ................................................................... 59
12.1 ELIPSE COM EIXOS MAIOR E MENOR SOBRE AS RETAS 𝑦 = 0 e 𝑥 = 0 ...
..........................................................................................................................
...................................................................................................................... 59
13 A QUADRATURA DA PARÁBOLA .................................................................. 62
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 68
1 INTRODUÇÃO

O seguinte projeto de pesquisa tem como delimitação o campo de


conhecimento das áreas de matemática, assim descritas: Geometria e Cálculo
Integral.
A partir do estudo do cálculo integral, despertou-se em nós a curiosidade de
entender de forma não usual as demonstrações de áreas de figuras planas
regulares.
Nossa linha de pesquisa visa utilizar o cálculo integral como ferramenta de
explanação para os elementos de geometria plana, no que se refere às áreas de
suas figuras e suas dimensões.
Esse projeto de pesquisa não está preocupado com a aplicação dos
resultados, nem tampouco como uma alternativa para ser apresentada para alunos
do Ensino Fundamental ou Ensino Médio, pois para a abordagem do tema se faz
necessário utilizar conhecimentos um pouco mais avançados. Como esses
resultados já são conhecidos, nos preocupamos em apresentar de uma forma mais
elegante e com uma modelagem bem elaborada, um caminho diferente, um pouco
mais complexo que conduz a mesma conclusão.
Ao introduzir os algoritmos para se calcular as áreas de figuras planas no
ensino médio ou até mesmo no ensino fundamental, tais como as áreas de
retângulos, quadrados, triângulos, o professor maneja ferramentas supostamente já
conhecidas pelos alunos, fazendo assim, aqueles que o fazem, apenas
demonstrações geométricas, mostrando um pouco do conhecimento matemático
que pode ser utilizado ou não para situações práticas da vida cotidiana. Porém, será
que, para a demonstração de algoritmos em função do cálculo de áreas, a
delimitação está apenas nos conceitos de geometria plana, ou seria possível mostrar
os mesmos resultados com outros campos de conhecimento da Matemática?
Numa demonstração geométrica simples, é possível se deslumbrar com a
matemática, a lógica e a linha de pensamento de quem a fez. Porém, no universo
matemático, principalmente a geometria, seja ela plana, espacial ou analítica, é
comum que os matemáticos se deparem com vários caminhos, tanto na modelagem
quanto na resolução de situações-problemas. Quando falamos de caminhos,
automaticamente é possível perceber que nos referimos às linhas de pensamentos
diferentes, ou ainda a utilização de ferramentas distintas, tais ferramentas são
descritas como as grandes ou subseqüentes áreas da matemática. Em especial, na
matemática, vários caminhos sempre levam aos mesmos objetivos e resultados, ou
seja, as diferenças estão em níveis de complexidade.
O desenvolvimento do trabalho está organizado em nove capítulos, iniciando
com o cálculo da área de triângulos, no capítulo cinco, seguindo com o cálculo da
área de quadrados (capítulo 6), retângulos (capítulo 7), paralelogramos (capítulo 8),
losangos (capítulo 9), trapézios (capítulo 10), círculo (capítulo 11), elipse (capítulo
12) e por último, temos uma relação de Arquimedes, referente à quadratura da
parábola (capítulo 13).
2 OBJETIVOS

 Mostrar uma das aplicações do Cálculo Integral referente às


demonstrações de geometria plana em relação ao cálculo de áreas.

2.1 OBJETIVO GERAL

 Descrever um caminho alternativo e de forma elegante para a


demonstração das fórmulas de áreas de geometria plana, como por exemplo,
a área de um triângulo qualquer, de um trapézio, de uma elipse e outros.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Modelar matematicamente figuras geométricas regulares, através da


geometria analítica e da trigonometria.
 Entender as fórmulas de área usadas na geometria plana apresentados
numa forma mais elaborada.
 Apresentar de forma significativa, como matemático, a utilização do
cálculo integral na demonstração do cálculo de áreas em geometria plana.
3 JUSTIFICATIVA

Através desse trabalho, podemos apresentar de uma forma diferenciada, a


demonstração das equações que definem as áreas das principais figuras planas,
como por exemplo, as áreas de triângulos, quadrados, trapézios, elipses e outros.
Assim, aprofundando os conhecimentos nas áreas de Geometria e Cálculo Integral,
mostrando os níveis de complexidade de um assunto relativamente simples.
A relevância social direciona-se principalmente à comunidade matemática,
pois se trata de uma aplicação dentro da própria Matemática. A relevância está na
busca de entender e aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso de
graduação, inter-relacionando geometria euclidiana com cálculo integral. Para isso
tivemos a necessidade de elaborar um projeto de interesse pessoal.
4 METODOLOGIA

Esse trabalho tem como referencial teórico os conceitos e elementos de


matemática apresentados por Swokowski (1983), Larson (1998), Guidorizzi (2000).
Utilizando-se da modelagem matemática, mais precisamente uma modelagem
da geometria analítica para a obtenção de equações de retas e curvas, como
ferramenta essencial para compreender o comportamento de figuras planas em
diferentes casos, será possível, a partir da figura modelada, analisar em quais
pontos do plano é possível integrar tais funções, obtendo-se o objetivo esperado, ou
seja, a demonstração das áreas das figuras abordadas.
5 CÁLCULO DA ÁREA DE TRIÂNGULOS

5.1 TRIÂNGULOS ESCALENOS

5.1.1 Triângulo escaleno definido por uma reta e com um dos vértices na
origem

Seja 𝑟 uma reta que representa uma função afim de coeficiente angular
positivo tal como mostra o gráfico a seguir:

Figura 1 – Triângulo escaleno caso 1

Da reta 𝑟 é possível destacar o ponto 𝑃 de coordenadas 𝑃(𝑏, 𝑕) onde 𝑏


representa a base do triângulo (neste caso trata-se de um triângulo retângulo) em
destaque e 𝑕 a altura do mesmo. E ainda, é possível destacar a inclinação 𝛼 tal que
o valor numérico de 𝑡𝑔(𝛼) representa o coeficiente angular da reta 𝑟.
Com esses dados, é possível escrever analiticamente de forma genérica a
equação da reta 𝑟.
Então,
𝑦 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥
Em particular, quando 𝛼 = 𝜋 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍, indicamos que a reta pode ser
escrita da forma 𝑥 = 0.
Representando a reta por uma função em 𝑓 podemos escrever
𝑓 𝑥 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥
Em seguida, para determinar a área do triângulo em destaque, ou a área da
região hachurada, basta determinar os limites de integração e integrar na função 𝑓
assim definida:
𝑏
𝐴= 𝑓 𝑥 𝑑𝑥
0
𝑏
𝐴= 𝑡𝑔 𝛼 𝑥 𝑑𝑥
0
𝑏
𝑥2 𝑏2
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 +𝑐 = 𝑡𝑔 𝛼
2 0
2

Mas, como o triângulo em destaque no gráfico trata-se de um triângulo


retângulo, temos que
𝑕
𝑡𝑔 𝛼 =
𝑏
Substituindo na última igualdade, ficamos com
𝑏2 𝑕 𝑏2 𝑕 ∙ 𝑏
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 = ∙ =
2 𝑏 2 2
Dessa forma é possível mostrar que, independente de 𝑏 e 𝑕, a área de um
triângulo qualquer, de acordo com a modelagem acima, será
𝑏∙𝑕
𝐴=
2

5.1.2 Triângulo escaleno definido por uma reta e com vértices fora da origem
do sistema.

Seja 𝑟 uma reta com coeficiente angular positivo e ainda com a condição de
que 𝑟 não passa pelo ponto (0,0). De modo genérico é possível desenhar 𝑟 da forma
como mostra o gráfico a seguir.
Figura 2 – Triângulo escaleno caso 2

Da reta 𝑟 é possível destacar o ponto 𝑃 de coordenadas 𝑃 𝑘 + 𝑏, 𝑕 onde 𝑏


representa a base do triângulo (neste caso triângulo retângulo) em destaque, 𝑘 é
uma medida genérica do ponto de interseção da reta 𝑟 com o eixo das abscissas e 𝑕
a altura do triângulo.
A partir dos dados indicados acima, pode-se deduzir uma equação genérica
da reta 𝑟, como segue.
Tomando um ponto genérico 𝐺(𝑥, 𝑦) da reta 𝑟, temos:
𝑦 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ (𝑥 − 𝑘)
Observação: quando 𝛼 = 𝜋 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍, indicamos que a reta pode ser
escrita da forma 𝑥 = 0.
Representando a reta, analiticamente descrita acima, por uma função em 𝑓,
podemos escrever
𝑓 𝑥 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ (𝑥 − 𝑘)
Assim, para encontrar a área da figura hachurada, ou a área do triângulo
retângulo em destaque, basta estabelecer os limites de integração, neste caso os
limites são de 𝑘 até 𝑘 + 𝑏, e então integrar a função 𝑓 para os respectivos limites.
Assim,
𝑘+𝑏
𝐴= 𝑓 𝑥 𝑑𝑥
𝑘
𝑘+𝑏
𝐴= 𝑡𝑔 𝛼 (𝑥 − 𝑘)𝑑𝑥
𝑘
𝑘+𝑏
𝑥2
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 − 𝑘𝑥 + 𝑐
2 𝑘

(𝑘 + 𝑏)2 𝑘²
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 −𝑘 𝑘+𝑏 − − 𝑘²
2 2
Desenvolvendo os termos
𝑘² 𝑏² 𝑘²
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 + 𝑘𝑏 + − 𝑘² − 𝑘𝑏 +
2 2 2
Eliminando alguns termos
𝑏²
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙
2
Como o triângulo em destaque trata-se de um triângulo retângulo, é possível
fazer
𝑕
𝑡𝑔 𝛼 =
𝑏
Dessa forma temos que
𝑏² 𝑕 𝑏² 𝑕 ∙ 𝑏
𝐴 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ = ∙ =
2 𝑏 2 2
Logo a área de qualquer triângulo de base 𝑏 e altura 𝑕 é dada por
𝑏∙𝑕
𝐴=
2

5.1.3 Triângulo escaleno definido por duas retas e base sobre o eixo das
abscissas.

Figura 3 – Triângulo escaleno caso 3


Supondo 𝑟 uma reta com coeficiente angular igual a 𝑡𝑔(𝛼). E ainda uma reta 𝑠
com coeficiente angular igual a 𝑡𝑔(𝛿), disposta de tal forma que 𝛽 seja o ângulo
formado pelas retas 𝑟 e 𝑠 no ponto de concorrência 𝑃(𝑡, 𝑕).
O triângulo escaleno generalizado pela figura acima, é formado pelos pontos
de intersecção das retas 𝑟 e 𝑠 com o eixo das abscissas, determinados por (𝑘, 0) e
por (𝑘 + 𝑏, 0) respectivamente, e pelo ponto 𝑃. Assim a base do triângulo mostrado
na figura tem comprimento igual a 𝑏 e altura 𝑕.
A equação da reta 𝑟 é facilmente determinada, e indicada por:
𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 = 𝑦
Para a reta 𝑠 temos a seguinte equação:
𝑡𝑔 𝛿 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑏 =𝑦
Lembrando que, pelo teorema do ângulo externo, temos que 𝛿 = 𝛼 + 𝛽, então
o ângulo agudo de intercessão da reta 𝑠 com o eixo das abscissas é indicado por
𝜀 = 180° − 𝛿 = 180° − (𝛼 + 𝛽).
Utilizando a fórmula da tangente da diferença para o ângulo 𝜀, ficamos com,
𝑡𝑔 180° − 𝑡𝑔 𝛼 + 𝛽
𝑡𝑔 180° − 𝛼 + 𝛽 =
1 − 𝑡𝑔 180° ∙ 𝑡𝑔 𝛼 + 𝛽
𝑡𝑔(𝜀) = −𝑡𝑔 𝛼 + 𝛽
Então,
𝑡𝑔 𝜀 = −𝑡𝑔(𝛿)
Em relação à área do triângulo, que aqui indicaremos por 𝐴𝑇 , podemos
expressá-la por
𝑡 𝑘+𝑏
𝐴𝑇 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 𝑑𝑥 + 𝑡𝑔 𝛿 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑏 𝑑𝑥
𝑘 𝑡

desenvolvendo a integral,
𝑡 𝑘+𝑏
𝑥² 𝑥²
𝐴𝑇 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ − 𝑘 ∙ 𝑥 + 𝑐1 + 𝑡𝑔 𝛿 ∙ −𝑥∙ 𝑘+𝑏 + 𝑐2
2 𝑘 2 𝑡

𝑡² 𝑘² (𝑘 + 𝑏)² 𝑡²
𝐴𝑇 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ − 𝑘 ∙ 𝑡 − + 𝑘² + 𝑡𝑔 𝛿 ∙ − 𝑘 + 𝑏 ² − + 𝑡 ∙ (𝑘 + 𝑏)
2 2 2 2
simplificando os termos semelhantes,
𝑡𝑔 𝛼 𝑡𝑔 𝛿
𝐴𝑇 = ∙ 𝑡² − 2 ∙ 𝑘 ∙ 𝑡 + 𝑘² − ∙ 𝑘 + 𝑏 ² + 𝑡² − 2 ∙ 𝑡 ∙ (𝑘 + 𝑏)
2 2
assim,
𝑡𝑔 𝛼 𝑡𝑔 𝛿
𝐴𝑇 = ∙ 𝑡−𝑘 ²− ∙ 𝑘+𝑏−𝑡 ²
2 2
Pelo triângulo do gráfico, sabemos que
𝑕
𝑡𝑔 𝛼 =
𝑡−𝑘
e ainda que,
𝑕
𝑡𝑔 𝜀 =
𝑘+𝑏−𝑡
Como 𝑡𝑔 𝜀 = −𝑡𝑔(𝛿) temos que
𝑕
𝑡𝑔 𝛿 = −
𝑘+𝑏−𝑡
Substituindo as duas últimas igualdades em 𝐴𝑇
𝑕 2
𝑕
𝐴𝑇 = ∙ 𝑡−𝑘 + ∙ (𝑘 + 𝑏 − 𝑡)²
2(𝑡 − 𝑘) 2(𝑘 + 𝑏 − 𝑡)
simplificando,
𝑕 𝑕
𝐴𝑇 = ∙ 𝑡 − 𝑘 + ∙ (𝑘 + 𝑏 − 𝑡)
2 2
Fazendo 𝑕 2 como termo evidente,
𝑕
𝐴𝑇 = ∙ (𝑡 − 𝑘 + 𝑘 + 𝑏 − 𝑡)
2
Logo, a área do triângulo escaleno, como representado no gráfico será dado
por
𝑕
𝐴𝑇 = ∙𝑏
2
ou ainda,
𝑏∙𝑕
𝐴𝑇 =
2

5.2 TRIÂNGULOS ISÓSCELES

5.2.1 Triângulo isósceles definido por duas retas e base sobre o eixo das
abscissas.
Sejam 𝑟 e 𝑠 duas retas no plano que concorrem num ponto 𝐶. As retas 𝑟 e 𝑠
estão dispostas de tal forma que o valor de 𝑡𝑔(𝛼) representa o coeficiente angular
da reta 𝑟, e que o valor de 𝑡𝑔(180° − 𝛼) indique o coeficiente angular da reta 𝑠.
Neste caso, é evidente que estamos impondo que 𝛼 = 𝛽.
Uma generalização gráfica pode ser representada da forma como se segue.

Figura 4 – Triângulo isósceles caso 1

A figura acima representa um triângulo isósceles genérico 𝐴𝐵𝐶, onde aqui


indicamos que o segmento 𝐴𝐵 representa a base do mesmo, de valor igual a 𝑏.
Para calcular a área do triângulo descrito acima, basta multiplicar por 2 (dois)
o valor analítico da integral da reta 𝑟 em função de 𝑥, nos limites desde a origem até
o ponto de valor de abscissa 𝑏 2.
Para tanto, é necessário determinar a equação da reta 𝑟. Que de forma
simples é representada por
𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 = 𝑦
𝜋
𝛼 ≠ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
2
𝜋
Em particular, quando 𝛼 = 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍, indicamos que a reta pode ser
escrita da forma 𝑥 = 0.
Então 𝐴𝑇 , que aqui denominamos área do triângulo isósceles 𝐴𝐵𝐶, pode ser
expressa por
𝑏
2
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 𝑑𝑥
0

Integrando em 𝑥
𝑏
𝑥2 2
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ + 𝑐
2 0

Desenvolvendo,
𝑏2 𝑏2
𝐴𝑇 = 2 ∙ 𝑡𝑔 𝛼 ∙ = 𝑡𝑔 𝛼 ∙
8 4
Como, pelo gráfico,
𝑕 2𝑕
𝑡𝑔 𝛼 = =
𝑏 𝑏
2
Então,
2𝑕 𝑏² 𝑕 ∙ 𝑏
𝐴𝑇 = ∙ =
𝑏 4 2
𝑏∙𝑕
𝐴𝑇 =
2

5.2.2 Triângulo isósceles definido por três retas, tal que a reta suporte da
base é paralela ao eixo das abscissas

Seja 𝐴𝐵𝐶 um triângulo isósceles qualquer de base 𝑏 e altura 𝑕.


Sejam 𝑟 e 𝑠 duas retas do plano, dispostas de tal forma que 𝛼 seja o ângulo
de inclinação formado pela reta 𝑟 com o eixo das abscissas, e ainda que 180° − 𝛼
seja o ângulo de inclinação formado pela reta 𝑠 com o eixo das abscissas. Assim
como representa o gráfico a seguir.
Figura 5 – Triângulo isósceles caso 2

Ainda, é possível notar que, nas condições acima abordadas temos que 𝛼 =
𝛽.
Do gráfico, pode-se destacar alguns elementos importantes. O ponto 𝐴 está
definido como 𝐴(𝑘, 𝑡); o ponto 𝐵 está definido como 𝐵 𝑘 + 𝑏, 𝑡 ; Logo a distância
entre os pontos 𝐴 e 𝐵 é, aqui, indicada por 𝑏.
Como estamos tratando de um triângulo isósceles o ponto 𝐶 está definido

como sendo 𝐶 𝑏 2 + 𝑘, 𝑕 + 𝑡 . Dessa forma, a medida da altura indicada no triângulo

será dada por 𝑕.


Ainda do gráfico, indicaremos para a reta 𝑡 uma função genérica como sendo
𝑔 𝑥 = 𝑡.
A fim de determinar algebricamente a área do triângulo 𝐴𝐵𝐶, faz-se
necessário determinar a equação da reta 𝑟. Atribuindo, para a reta uma função do
tipo 𝑦 = 𝑓(𝑥).
A reta 𝑟 pode ser facilmente determinada, como segue.
A partir do ângulo 𝛼, temos
𝑥−𝑘
𝑡𝑔 𝛼 =
𝑦−𝑡
então
𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 = 𝑦 − 𝑡
𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑡 = 𝑦
Portanto,
𝑓 𝑥 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑡
Neste caso, em especial, quando 𝛼 = 𝜋 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍, indicamos que a reta
pode ser escrita da forma 𝑥 = 0.
Então 𝐴𝑇 que aqui indicamos como sendo a área do triângulo isósceles 𝐴𝐵𝐶,
pode ser definida como
𝑘+𝑏 2
𝐴𝑇 = 2 𝑓 𝑥 − 𝑔(𝑥) 𝑑𝑥
𝑘

Que pode ser traduzida como


𝑘+𝑏 2
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑡 − 𝑡 𝑑𝑥
𝑘

Integrando em 𝑥
𝑏
𝑥² 2
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ − 𝑘𝑥 + 𝑐
2 𝑘

Substituindo os limites de integração

𝑘+𝑏 2 ² 𝑏 𝑘²
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ −𝑘∙ 𝑘+ − + 𝑘²
2 2 2

Desenvolvendo os termos

𝑘² + 𝑘𝑏 + 𝑏² 4
𝑘𝑏 𝑘²
𝐴𝑇 = 2 𝑡𝑔 𝛼 ∙ − 𝑘² − +
2 2 2

𝑘² 𝑘𝑏 𝑏² 𝑘² 𝑘𝑏
𝐴𝑇 = 2𝑡𝑔 𝛼 ∙ + + − −
2 2 8 2 2
Eliminando algumas parcelas, ficamos com
𝑏²
𝐴𝑇 = 𝑡𝑔 𝛼 ∙
4
Da figura temos que
𝑕+𝑡−𝑡
𝑡𝑔 𝛼 =
𝑏
2+𝑘−𝑘
𝑕 2𝑕
𝑡𝑔 𝛼 = =
𝑏 𝑏
2
Substituindo o valor da tangente em 𝐴𝑇
2𝑕 𝑏²
𝐴𝑇 = ∙
𝑏 4
Logo, a área do triângulo 𝐴𝐵𝐶 será dada por:
𝑏∙𝑕
𝐴𝑇 =
2

5.3 TRIÂNGULOS EQÜILÁTEROS

5.3.1 Triângulo eqüilátero definido por uma reta passando pela origem do
sistema

Seja 𝑟 uma reta no plano. Supondo que a reta 𝑟 tenha coeficiente angular
igual 3. Dessa forma, a reta forma com o eixo das abscissas um ângulo de 60°.
Assim, é fácil construir um triângulo eqüilátero de forma que a reta 𝑟 seja a
reta suporte de um dos lados desse triângulo, e ainda outro lado tendo a reta
suporte como sendo 𝑦 = 0, ou seja, o eixo das abscissas, como mostra a figura a
seguir.

Figura 6 – Triângulo eqüilátero caso 1


Sendo 𝐴𝐵𝐶 o triângulo eqüilátero em questão, é possível a partir do gráfico
destacar alguns pontos. Como estamos tratando de um triângulo eqüilátero, a
medida de sua base será chamada de 𝑙. A medida da altura do mesmo, em função

de 𝑙, será 𝑙 3 2, que é facilmente demonstrada, como segue:

𝑕
𝑠𝑒𝑛 60° =
𝑙
3 𝑕
=
2 𝑙
𝑙 3
𝑕=
2
Para a determinação da área do triângulo eqüilátero 𝐴𝐵𝐶, basta em primeira
mão, achar a equação da reta 𝑟. Que de forma simples pode ser traduzida como:
𝑡𝑔 60° ∙ 𝑥 = 𝑦
Como
𝑡𝑔 60° = 3
Então
𝑦 = 3∙𝑥
Atribuindo a esta última igualdade uma função do tipo 𝑓(𝑥) é possível
reescrever a equação da forma:
𝑓 𝑥 = 3∙𝑥
Neste caso, a área do triângulo eqüilátero, que aqui denominaremos por 𝐴𝐸
será dada em função do dobro da integral, cujo os limites de integração estão
definidos entre 0 e 𝑙 2, da função 𝑓(𝑥). Assim,
𝑙
2
𝐴𝐸 = 2 3 ∙ 𝑥𝑑𝑥
0
𝑙
2
𝐴𝐸 = 2 3 𝑥𝑑𝑥
0

Integrando em 𝑥
𝑙
𝑥² 2
𝐴𝐸 = 2 3 ∙ +𝑐
2 0

Em seguida, substituindo os limites de integração, temos


𝑙²
4
𝐴𝐸 = 2 3 ∙
2
𝑙² 3
𝐴𝐸 =
4

5.3.2 Triângulo eqüilátero definido por três retas, de forma que a reta suporte
da base seja paralela ao eixo das abscissas

Sejam 𝑟 e 𝑠 retas do plano que concorrem num ponto 𝐶. Supondo que a reta 𝑟
esteja disposta de tal maneira que forma um ângulo de 60° com o eixo das
abscissas. E ainda que a reta 𝑠 esteja disposta no plano de modo que a intersecção
da mesma com o eixo das abscissas forme um ângulo de 120°.
Dessa forma, as retas 𝑟 e 𝑠, juntamente com uma reta auxiliar 𝑦 = 𝑡, formam
um triângulo eqüilátero qualquer de vértices 𝐴, 𝐵 e 𝐶.
Assim, uma representação genérica de tal fato pode ser mostrada como na
figura que se segue.

Figura 7 – Triângulo eqüilátero caso 2


A partir do gráfico é possível destacar alguns elementos necessários para a
demonstração da área do triângulo eqüilátero 𝐴𝐵𝐶, que aqui chamaremos por 𝐴𝐸 .
O vértice 𝐴 está definido com sendo 𝐴(𝑘, 𝑡). O ponto de interseção das retas 𝑟

e 𝑠 está definido como sendo o ponto 𝐶 𝑘 + 𝑙 2 , 𝑡 + 𝑙 3 2 . Dessa forma, a medida

da base do triângulo em destaque será indicada por 𝑙 e a medida da sua altura será

indicada por 𝑙 3 2. A demonstração para essa altura é similar àquela feita no item

“5.3.1.”.
Em seguida, para determinar a área do triângulo eqüilátero 𝐴𝐵𝐶, em primeiro
lugar devemos determinar as equações das retas 𝑟 e 𝑡, como se segue de forma
simples.
Equação da reta 𝑟:
𝑡𝑔 60° ∙ 𝑥 − 𝑘 = 𝑦 − 𝑡
𝑡𝑔 60° ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑡 = 𝑦
𝑡𝑔 60° = 3
3∙ 𝑥−𝑘 +𝑡 = 𝑦
Atribuindo à reta 𝑟 uma função do tipo 𝑓(𝑥), temos
𝑓 𝑥 = 3∙ 𝑥−𝑘 +𝑡
E ainda a equação da reta 𝑡:
𝑦=𝑡
Fazendo 𝑦 = 𝑔(𝑥)
𝑔 𝑥 =𝑡
Logo, a área 𝐴𝐸 pode ser escrita em função do dobro de da integral, cujos
limites estão definidos entre 𝑘 e 𝑘 + 𝑙 2, desde a função 𝑔 𝑥 até a função 𝑓 𝑥 .
Então,
𝑘+𝑙 2
𝐴𝐸 = 2 𝑓 𝑥 − 𝑔(𝑥) 𝑑𝑥
𝑘

𝑘+𝑙 2
𝐴𝐸 = 2 3 ∙ 𝑥 − 𝑘 + 𝑡 − 𝑡) 𝑑𝑥
𝑘
𝑘+𝑙 2
𝐴𝐸 = 2 3 𝑥 − 𝑘 𝑑𝑥
𝑘

Integrando a função em 𝑥, ficamos com


𝑘+𝑙 2
𝑥²
𝐴𝐸 = 2 3 − 𝑘𝑥 + 𝑐
2 𝑘

Substituindo os limites de integração


2
𝑘+𝑙 2 𝑘²
𝐴𝐸 = 2 3 − 𝑘 ∙ 𝑘 + 𝑙 2 − + 𝑘²
2 2

Desenvolvendo os termos
𝑘² 𝑘 ∙ 𝑙 𝑙² 𝑘 ∙ 𝑙 𝑘²
𝐴𝐸 = 2 3 + + − 𝑘² − +
2 2 8 2 2
Anulando algumas parcelas, temos
𝑙²
𝐴𝐸 = 2 3 ∙
8
𝑙² 3
𝐴𝐸 =
4

5.3.3 Triângulo eqüilátero com inclinação 𝝋 em relação ao eixo das abscissas

Tomemos um triângulo eqüilátero qualquer, com um dos seus vértices na


origem do sistema. Tomando como base o triângulo do caso 5.3.1, e em seguida
utilizamos as fórmulas de rotação de eixos, como descritas por Swokowski (1994, p.
151).
Fixando o ponto 𝐴 sendo vértice do triângulo e origem do sistema de eixos
coordenados, e rotacionando os pontos 𝐵 e 𝐶, ficamos com um triângulo eqüilátero
formado pelos vértices 𝐴𝐵′𝐶′.
Para poder calcular sua área através de processos de integração, vamos
definir que para facilitar a modelagem iremos dobrar a área do triângulo,
transformando-o em um paralelogramo e assim calcular a metade da área dessa
figura. Um esquema simplificado é mostrado na figura a seguir.
Figura 8 – Triângulo eqüilátero caso 3

Faremos a modelagem determinando inicialmente as retas suportes dos lados


𝐴𝐵′ e 𝐶′𝐷′, para tanto precisamos encontrar as coordenadas dos pontos 𝐵′ e 𝐶′, para
isso utilizamos as fórmulas de rotação de eixos.

𝑥 ′ = 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦 ′ = −𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

𝐴(0,0)

𝐵(𝑙, 0) → 𝐵 ′ (𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑)

𝑙 𝑙 3 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑


𝐶 , → 𝐶′ + ,− +
2 2 2 2 2 2

A reta suporte do lado 𝐴𝐵′ pode ser facilmente encontrada através do


determinante seguindo a condição de alinhamento entre três pontos.

0 0 1 0 0
𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0
𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0
𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦=−
𝑐𝑜𝑠𝜑

Como a reta 𝐴𝐵′ é paralela a reta 𝐶′𝐷′ então seus coeficientes angulares são
iguais. Portanto, para encontrar a equação da reta 𝐶′𝐷′ basta utilizarmos a definição
do coeficiente angular ficando com

𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑


− ∙ 𝑥− − = 𝑦+ −
𝑐𝑜𝑠𝜑 2 2 2 2

𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑠𝑒𝑛²𝜑 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑙 3 ∙ 𝑐𝑜𝑠²𝜑


−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + + = 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + −
2 2 2 2

𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3
𝑦=− +
𝑐𝑜𝑠𝜑 2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Neste ponto, basta aplicarmos a integral definida para concluir a


demonstração. Estabelecemos que os limites vão de ponto a ponto em 𝑥 e de reta a
reta em 𝑦. É imediato que estamos abordando apenas uma das formas de definir a
integral. Então assim escrevemos matematicamente a área do triângulo 𝐴𝐵′𝐶′:
𝐵′ 𝐶′𝐷′
1
𝐴= ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
𝐴 𝐴𝐵′

Substituindo os limites de integração

𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3
𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑐𝑜𝑠𝜑 +2∙𝑐𝑜𝑠𝜑
1
𝐴= ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
0 𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑

𝑐𝑜𝑠𝜑

Integrando em 𝑦
𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑
1 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 3 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝐴= ∙ − + + 𝑑𝑥
2 𝑐𝑜𝑠𝜑 2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
0
Integrando em 𝑥, e substituindo os limites

1 𝑙 3
𝐴= ∙ ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
2 2 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Eliminando alguns termos, chegamos à função da área como queríamos


demonstrar.
𝑙² 3
𝐴=
4
6 CÁLCULO DA ÁREA DE QUADRADOS

6.1 QUADRADO DEFINIDO POR UMA RETA PARALELA AO EIXO DAS


ABSCISSAS

Seja 𝑟 uma reta do plano 𝑋𝑌 tal que 𝑟 seja paralela ao eixo das abscissas.
Uma forma genérica de representar graficamente essa equação é esquematizada na
figura a seguir.

Figura 9 – Quadrado caso 1

Então podemos expressar a equação da reta 𝑟 como sendo 𝑦 = 𝑙.


Tomando um ponto pertencente ao eixo das abscissas, tal que esse ponto
seja 𝐵(𝑙, 0), e ainda um ponto qualquer 𝐶 de coordenadas 𝐶(𝑙, 𝑙), podemos obter um
quadrado de lado 𝑙 e vértices 𝐴𝐵𝐶𝐷.
Sua área pode ser expressa pela integral abaixo.
𝑙

𝐴= 𝑙 ∙ 𝑑𝑥
0

Assim, resultando em
𝐴 = 𝑙²

6.2 QUADRADO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM E INCLINAÇÃO 𝝋 EM


RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS
Tomando como base a figura 9 do capítulo anterior (capítulo 6.1), inclinamos
o quadrado 𝐴𝐵𝐶𝐷 com uma rotação 𝜑 em relação aos eixos coordenados. A rotação
acontece no sentido horário.
Com exceção do ponto 𝐴, que é a origem do sistema, os outros pontos sofrem
a rotação de acordo com a inclinação do ângulo e o tamanho do lado. Portanto,
precisamos utilizar as fórmulas de rotação de eixos para determinar as novas
coordenadas dos pontos 𝐵, 𝐶 e 𝐷.
Em relação aos vértices anteriores, vamos indicar o quadrado rotacionado
pelos vértices 𝐴′𝐵′𝐶′𝐷′. Uma representação esquemática do descrito pode ser
visualizada na figura a seguir.

Figura 10 – Quadrado caso 2

Usando as fórmulas de rotação de eixos, podemos calcular as coordenadas


dos pontos, como segue.

Fórmulas de rotação de eixos:


𝑥 ′ = 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦 ′ = −𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
Portanto,
𝐷(0, 𝑙) → 𝐷′ (𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)
𝐶(𝑙, 𝑙) → 𝐶 ′ (𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑙 ∙ cos φ)
𝐵(𝑙, 0) → 𝐵 ′ (𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, 0)
𝐴 0,0 = 𝐴′ (0,0)
Para podermos calcular a área do quadrado descrito, precisamos inicialmente
determinar quais serão os limites de integração. Faremos então de duas formas, ou
seja, fazendo os limites em 𝑥 variar do ponto 𝐴′ até o ponto 𝐶′ e da reta 𝐴′𝐷′ até a
reta 𝐵′𝐶′. Para os limites em 𝑦, faremos a variação respectivamente, em
concordância para 𝑥, da reta 𝐴′𝐵′ até a reta 𝐶′𝐷′ e do ponto 𝐵′ até o ponto 𝐶′.
Para tanto, precisamos encontrar as equações das retas necessárias para os
limites de integração.
Utilizando a condição de alinhamento entre três pontos para determinar as
equações das retas, fazemos:

Reta 𝐴′ 𝐷′ :
𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
0 0 1 0 0 =0
𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 1 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Calculando o determinante ficamos com

𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0

Isolando a variável 𝑥:
𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑥=
𝑐𝑜𝑠𝜑
Reta 𝐶′𝐷′:

𝑥 𝑦
𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0
𝑥 𝑦

Fazendo o cálculo do determinante temos

𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑙² ∙ 𝑠𝑒𝑛²𝜑 + 𝑙² ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙² ∙ 𝑐𝑜𝑠²𝜑 − 𝑙²


∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0
𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

Colocando a reta na forma reduzida:


𝑙 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦= −
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑

Reta 𝐵′𝐶′:

𝑥 𝑦
𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0
𝑥 𝑦

Fazendo o determinante, resulta em

−𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙² ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙² ∙ 𝑠𝑒𝑛²𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦


∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑙² ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙² ∙ 𝑐𝑜𝑠²𝜑 = 0

Depois de eliminar alguns termos

𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑙 2 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

Isolando 𝑥:
𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙
𝑥= +
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
Reta 𝐴′𝐵′:
𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
0 0 1 0 0 =0
𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑

−𝑥 ∙ 𝑙 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0

Na equação reduzida:
𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦=−
𝑐𝑜𝑠𝜑
Finalmente, a área do quadrado pode ser calculada através da integral que
assim é definida:
𝐵′ 𝐶′𝐷′

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
𝐴′ 𝐴′𝐵′

Substituindo os limites de integração, temos

𝑙 𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑐𝑜𝑠𝜑

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
0 𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑

𝑐𝑜𝑠𝜑

Integrando em 𝑦

𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑙 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝐴= − + 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
0

Depois de eliminar as variáveis e integrar em 𝑥

𝑙
𝐴= ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑐𝑜𝑠𝜑
Resultando em
𝐴 = 𝑙²

Ou ainda, a integral pode ser calculada com os limites de integração do


segundo caso, que assim definimos:

𝐷′ 𝐵′𝐶′

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
𝐴′ 𝐴′𝐷′

Ou
𝑦∙𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙
𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 +𝑐𝑜𝑠𝜑

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
0 𝑦∙𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑐𝑜𝑠𝜑

𝑙∙𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑙 𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝐴= + − 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
0

𝑙
𝐴= ∙ 𝑙 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑐𝑜𝑠𝜑

Depois de integrar e cancelar os termos semelhantes, o resultado fica como


queríamos demonstrar:
𝐴 = 𝑙²
7 CÁLCULO DA ÁREA DE RETÂNGULOS

7.1 RETÂNGULO DEFINIDO POR UMA RETA PARALELA AO EIXO DAS


ABSCISSAS

Seja 𝑟 uma reta do plano 𝑋𝑌 de forma que seja paralela ao eixo das
abscissas. Então, uma equação genérica dessa reta pode ser escrita como
𝑦=𝑕
A partir da origem do sistema, é possível construir um retângulo com base de
medida igual a 𝑏 e altura 𝑕, sendo então limitado pela reta 𝑟. Assim formamos um
quadrilátero de vértices 𝐴𝐵𝐶𝐷. Uma representação gráfica desse retângulo é
mostrada na figura a seguir.

Figura 11 – Retângulo caso 1

A determinação de área do retângulo 𝐴𝐵𝐶𝐷 pode ser feita a partir de uma


integral dupla, cujos limites estão definidos no próprio esquema geométrico da figura
acima.
𝑏 𝑕

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
0 0

Integrando,
𝑏

𝐴= 𝑕 ∙ 𝑑𝑥
0

𝐴 =𝑕∙𝑏
Ou ainda,
𝐴=𝑏∙𝑕

7.2 RETÂNGULO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM DO SISTEMA E


INCLINAÇÃO 𝝋 EM RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS

Tomando como base o retângulo 𝐴𝐵𝐶𝐷 descrito no item 7.1, e rotacionando o


mesmo no sentido horário a um ângulo 𝜑, chegamos à figura representada abaixo.

Figura 12 – Retângulo caso 2

Para facilitar a modelagem utilizaremos as fórmulas de rotação de eixos para


os pontos 𝐵, 𝐶 e 𝐷.

Portanto, a rotação é feita da seguinte forma:


𝐷(0, 𝑕) → 𝐷′(𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)
𝐶(𝑏, 𝑕) → 𝐶 ′ (𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ cos φ)
𝐵(𝑏, 0) → 𝐵 ′ (𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑)
𝐴 0,0 = 𝐴′ (0,0)
Com o objetivo de calcular a área do retângulo 𝐴𝐵 ′ 𝐶′𝐷′, teremos que definir
os limites de integração, os quais irão de ponto a ponto em 𝑥 e de reta a reta em 𝑦,
para tanto devemos encontrar as equações das retas 𝐶′𝐷′ e 𝐴𝐵′.
Reta 𝐶 ′ 𝐷′ :
𝑥 𝑦
𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0
𝑥 𝑦

Calculando o determinante, temos

𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −


[𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑] = 0

Desenvolvendo as multiplicações, ficamos com

𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑕2 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −


𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 − 𝑕2 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

Depois de eliminar e simplificar alguns termos e ainda isolando a equação em


𝑦, então
−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕
𝑦=
𝑐𝑜𝑠𝜑
Reta 𝐴𝐵 ′ :
𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
0 0 1 0 0 =0
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑

𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − [𝑥 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ] = 0
𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

Isolando o 𝑦 e fazendo os cálculos necessários, temos


−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦=
𝑐𝑜𝑠𝜑
Após encontrar as equações das respectivas retas, podemos escrever a área
do retângulo através da integral definida abaixo

𝐵′ 𝐶 ′ 𝐷′

𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
𝐴 𝐴𝐵 ′

𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑 +𝑕
𝑐𝑜𝑠𝜑
𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
−𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑
0 𝑐𝑜𝑠𝜑

Depois de substituir os limites de integração e calcular a integral em relação à


𝑑𝑦, então
𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑
−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝐴= + 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
0
𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑕
𝐴= 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑
0

𝑕
𝐴= ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑐𝑜𝑠𝜑

Fazendo os cálculos indispensáveis, e eliminando os termos simétricos,


encontramos o que queríamos demonstrar.

𝐴=𝑏∙𝑕
8 CÁLCULO DA ÁREA DO PARALELOGRAMO

8.1 PARALELOGRAMO DEFINIDO POR TRÊS RETAS E COM UM DOS


VÉRTICES NA ORIGEM DO SISTEMA

Sejam 𝑠 e 𝑡 retas paralelas pertencentes ao plano de coordenadas


cartesianas 𝑋𝑌. Fazendo com que a reta 𝑠 passe pela origem do sistema, podemos
escrever a equação da reta 𝑠 da seguinte forma:
𝑦 = 𝑡𝑔(𝜑) ∙ 𝑥
Em relação a reta 𝑡, podemos escrevê-la da forma:
𝑦 = 𝑡𝑔 𝜑 ∙ (𝑥 − 𝑏)
Assim, objetivamos formar, a partir da interseção das retas descritas acima
juntamente com uma reta paralela ao eixo das abscissas escrita na forma genérica
𝑦 = 𝑕, que indicando como sendo a reta 𝑟, um paralelogramo qualquer com base de
medida igual a 𝑏, e altura igual a 𝑕. Esse paralelogramo, de vértices que aqui
indicamos por 𝐴𝐵𝐶𝐷, pode ser desenhado graficamente como mostra a figura
seguinte.

Figura 13 – Paralelogramo
Objetivando determinar a área de tal figura geométrica, podemos atribuir uma
integral dupla com os limites definidos em 𝑥, desde a reta 𝑠 até a reta 𝑡. E os limites
em 𝑦, desde a origem do sistema até a reta 𝑟.
Como precisamos integrar em 𝑥 as retas 𝑠 e 𝑡, precisamos isolar a variável 𝑥
em cada uma das retas. Assim, a partir da reta 𝑠, temos
𝑦 = 𝑡𝑔(𝜑) ∙ 𝑥
𝑦
=𝑥
𝑡𝑔(𝜑)
𝜑 ≠ 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
Da reta 𝑡,
𝑦 = 𝑡𝑔 𝜑 ∙ (𝑥 − 𝑏)
𝑦
+𝑏 =𝑥
𝑡𝑔 𝜑
𝜑 ≠ 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
Assim, separadas as variáveis, podemos escrever a área do paralelogramo
𝐴𝐵𝐶𝐷, como
𝑦
+𝑏
𝑡𝑔 𝜑 𝑕

𝐴= 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
𝑦 0
𝑡𝑔(𝜑)

Resolvendo a integral em 𝑦,
𝑦
+𝑏
𝑡𝑔 𝜑

𝐴= 𝑕 ∙ 𝑑𝑥
𝑦
𝑡𝑔 (𝜑)

Resolvendo em 𝑥,
𝑦 𝑦
𝐴=𝑕∙ +𝑏− +𝐶−𝐶
𝑡𝑔 𝜑 𝑡𝑔(𝜑)
Portanto,
𝐴 =𝑕∙𝑏
9 CÁLCULO DA ÁREA DO LOSANGO

9.1 LOSANGO COM INTERSEÇÃO DAS DIAGONAIS NA ORIGEM DO


SISTEMA

Sejam 𝐴, 𝐵, 𝐶 e 𝐸, pontos pertencentes ao plano de eixos coordenados 𝑋𝑌,

definidos de tal forma que 𝐴 𝑑 2 , 0 , 𝐵 − 𝑑 2 , 0 , 𝐶 𝐷 2 , 0 e 𝐸 − 𝐷 2 , 0 .

Fixamos aqui, que 𝐷 ≥ 𝑑.


O traçado dos segmentos de reta pelos pontos acima definidos forma,
portando um losango, tal que 𝐷 representa a medida da diagonal maior e 𝑑 a medida
da diagonal menor.
A figura a seguir mostra genericamente o losango descrito.

Figura 14 – Losango

Para o cálculo da área desse polígono podemos utilizar uma integral dupla de
acordo com os limites assim definidos:
𝑑 𝐷
2 2

𝐴= 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
−𝑑 2 −𝐷 2
Porém, acontece que, neste caso, não estaríamos calculando a área do
polígono definido pelos vértices 𝐴, 𝐵, 𝐶 e 𝐸, mas sim a área do polígono definido
pelos vértices 𝐺, 𝐻, 𝐹 e 𝐽, como mostra a figura a seguir.

Figura 15 – Losango detalhado

Então, podemos fazer uma abordagem simples, e verificar que a área do


triângulo de vértices 𝐴𝐶𝑂, é metade da área do retângulo de vértices 𝐴𝐺𝐶𝑂, já que o
segmento de reta 𝐴𝐶 é diagonal do retângulo 𝐴𝐺𝐶𝑂. A mesma análise pode ser feita
para o restante da figura, posicionada nos quadrantes 𝐼𝐼, 𝐼𝐼𝐼 e 𝐼𝑉.
Logo, é possível afirmar que a área do polígono (losango) pintado, pode ser
escrita como sendo metade da área do retângulo 𝐺𝐻𝐹𝐽. Em termos matemáticos,
temos:
𝑑 𝐷
2 2
1
𝐴= ∙ 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
2
−𝑑 2 −𝐷 2

Resolvendo a integral, ficamos com


𝑑
2
1 𝐷 𝐷
𝐴= ∙ − − 𝑑𝑦
2 2 2
−𝑑 2

𝑑
2
1
𝐴= ∙ 𝐷 ∙ 𝑑𝑦
2
−𝑑 2
1 𝑑 𝑑
𝐴= ∙𝐷 − −
2 2 2
Logo,
𝐷∙𝑑
𝐴=
2

10 CÁLCULO DE ÁREAS DE TRAPÉZIOS

10.1 TRAPÉZIO RETÂNGULO

A partir do plano cartesiano, tomemos os pontos 𝐶𝐷𝐸𝐹, de tal maneira que


forme um trapézio retângulo de base maior com tamanho igual a 𝐵, base menor com
comprimento igual a 𝑏 e altura com medida 𝑕.
A representação esquematizada é mostrada na figura a seguir.

Figura 16 – Trapézio retângulo

O trapézio 𝐶𝐷𝐸𝐹 é composto por duas figuras geométricas, a saber, o


quadrado 𝐶𝐹𝐸𝐺 e o triângulo retângulo 𝐸𝐷𝐺. Portanto, a área do trapézio analisado
pode ser escrita como sendo soma das áreas do retângulo e do triângulo.
Podemos utilizar uma integral dupla para cada área. No caso do triângulo
retângulo, é perceptível que o segmento de reta 𝐸𝐷 é diagonal de um retângulo de
vértices 𝐸𝐻𝐷𝐺, como mostra a representação da figura seguinte. Então, a área do
triângulo em questão será metade da área do retângulo 𝐸𝐻𝐷𝐺.

Figura 17 – Trapézio retângulo detalhado

Representando matematicamente o descrito, podemos escrever

𝑏 𝑕 𝐵 𝑕
1
𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
0 0 𝑏 0

Resolvendo as integrais e substituindo os limites de integração, temos

𝑕
𝐴 =𝑕∙𝑏+ ∙ 𝐵−𝑏
2

2𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ (𝐵 − 𝑏)
𝐴=
2

Depois de fazer o mmc e agrupar os termos semelhantes, o resultado fica


como queríamos demonstrar

𝑕 ∙ (𝐵 + 𝑏)
𝐴=
2
10.2 TRAPÉZIOS ISÓSCELES

Tomemos os pontos 𝐶𝐷𝐸𝐹, de tal maneira que forme um trapézio isósceles


com base maior de comprimento igual a 𝐵, e base menor com comprimento igual a 𝑏
e altura com medida 𝑕.
Abaixo está a figura representada.

Figura 18 – Trapézio isósceles

O trapézio 𝐶𝐷𝐸𝐹 é composto por três figuras geométricas, o triângulo


retângulo 𝐶𝐻𝐹, o retângulo 𝐻𝐼𝐸𝐹 e outro triângulo retângulo 𝐼𝐷𝐸. Portanto,
analisando esse trapézio, sua área poderá ser escrita como sendo a soma das áreas
dos triângulos e do retângulo.
Com isso, utilizaremos uma integral dupla para cada área. No caso do
triângulo retângulo 𝐶𝐻𝐹, prolongando a reta suporte do segmento 𝐸𝐹 até o eixo da
ordenadas teremos um retângulo 𝐶𝐻𝐹𝐺, onde 𝐹𝐶 é a diagonal desse retângulo. Logo
a área do triângulo será a metade desse retângulo. Como se trata de um trapézio
isósceles, os triângulos 𝐶𝐻𝐹 e 𝐼𝐷𝐸 são iguais, portanto a área dos dois triângulos
será o dobro da área do triângulo 𝐶𝐻𝐹.
As coordenadas dos pontos 𝐻 𝑒 𝐼 estão definidas como:
𝐻(𝑘, 0)
𝐼(𝑗, 0)

Figura 19 – Trapézio isósceles detalhado

Representando matematicamente a área, temos


𝑘 𝑕 𝑗 𝑕
1
𝐴 = 2∙ ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
0 0 𝑘 0

Calculando a integral e substituindo os limites de integração, temos


𝐴 = 𝑕 ∙ 𝑘 + 𝑕 ∙ (𝑗 − 𝑘)
A partir do gráfico sabemos que
2𝑘 + 𝑏 = 𝐵
𝐵−𝑏
𝑘=
2
e
𝑗−𝑘 =𝑏
Substituindo na equação, temos
𝑕 ∙ (𝐵 − 𝑏)
𝐴= +𝑕∙𝑏
2
Fazendo o mmc,
𝑕 ∙ 𝐵 − 𝑏 + 2𝑕 ∙ 𝑏
𝐴=
2
Fazendo a distributiva e os cálculos necessários, vamos obter a área que
queremos demonstrar
𝑕 ∙ (𝐵 + 𝑏)
𝐴=
2
10.3 TRAPÉZIO ESCALENO

Sejam 𝐶𝐷𝐸𝐹 os pontos, de tal maneira que forme um trapézio isósceles com
base maior de comprimento igual a 𝐵, e base menor com comprimento igual a 𝑏 e
altura com medida 𝑕.
Sendo as coordenadas dos pontos 𝐺, 𝐻, 𝐷, 𝐸 e 𝐹 assim definidas:
𝐺(𝑘, 0)
𝐻(𝑗, 0)
𝐷 𝐵, 0
𝐸 𝑗, 𝑕
𝐹(𝑘, 𝑕)
Abaixo está a figura esquematizada.

Figura 20 – Trapézio escaleno

Para calcular a área do trapézio vamos separar em três regiões, para isso
devemos introduzir dois novos pontos na figura, tais que sejam 𝐴(0, 𝑕) e 𝐼(𝐵, 𝑕).
Assim temos três retângulos assim representados na figura abaixo.
Figura 21 – Trapézio escaleno detalhado

Utilizaremos uma integral dupla definida de ponto a ponto em 𝑥 e de ponto a


ponto em 𝑦 para calcular a área do trapézio. A área do retângulo 𝐴𝐶𝐺𝐹 é dobro do
triângulo 𝐶𝐹𝐺, assim como do retângulo 𝐸𝐻𝐷𝐼 é o dobro do triângulo 𝐸𝐻𝐷, portanto
multiplicamos por 1/2 as integrais que definem as áreas dos retângulos 𝐴𝐶𝐺𝐹 e
𝐸𝐻𝐷𝐼 e somamos com a integral que define o retângulo 𝐸𝐹𝐺𝐻. Matematicamente
temos
𝑘 𝑕 𝑗 𝑕 𝐵 𝑕
1 1
𝐴= ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2 2
0 0 𝑘 0 𝑗 0

Calculando as integrais, ficamos com

𝑕∙𝑘 𝑕 ∙ (𝐵 − 𝑗)
𝐴= +𝑕∙ 𝑗−𝑘 +
2 2

Analisando geometricamente a figura é fácil perceber que

𝑗−𝑘 =𝑏
Substituindo a igualdade anterior na função da área temos
𝑕∙ 𝑘+𝐵−𝑗
𝐴= +𝑕∙𝑏
2
Sabendo que 𝑗 − 𝑘 = 𝑏, então

−𝑗 + 𝑘 = −𝑏

𝑕 ∙ 𝐵 − 𝑏 + 2𝑕 ∙ 𝑏
𝐴=
2

Após a simplificação, obtemos o resultado que queríamos demonstrar

𝑕 ∙ (𝐵 + 𝑏)
𝐴=
2

10.4 TRAPÉZIO RETÂNGULO COM UM DOS VÉRTICES NA ORIGEM DO


SISTEMA E INCLINAÇÃO 𝝋 EM RELAÇÃO AOS EIXOS COORDENADOS

Tomando como base o trapézio 𝐶𝐷𝐸𝐹 do item 10.1, e rotacionando o mesmo


no sentido horário a um ângulo 𝜑, temos a figura esquematizada a seguir.

Figura 22 – Trapézio retângulo rotacionado


Utilizando as fórmulas de rotação de eixos nos pontos 𝐺, 𝐷, 𝐻, 𝐸 e 𝐹 para
facilitar a modelagem.
Portanto, a rotação é feita da seguinte forma

𝑥 ′ = 𝑥 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦 ′ = −𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

𝐶(0,0) → 𝐶 ′ (0,0)
𝐷(𝐵, 0) → 𝐷′ (𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑)
𝐸(𝑏, 𝑕) → 𝐸 ′ (𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)
𝐹 0, 𝑕 = 𝐹 ′ (𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)
𝐺(𝑏, 0) → 𝐺 ′ (𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑, −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑)
𝐻(𝐵, 𝑕) → 𝐻 ′ (𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑, −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)

Com o objetivo de calcular a área do trapézio 𝐶𝐷′𝐸′𝐹′, teremos que definir os


limites de integração, os quais irão de ponto a ponto em 𝑥 e de reta a reta em 𝑦,
para tanto devemos encontrar as equações das retas 𝐶𝐺 ′ , 𝐸 ′ 𝐹 ′ , 𝐺′𝐷′ e 𝐸′𝐻′.

Reta 𝐶𝐺 ′ :
𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
0 0 1 0 0 =0
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑

Calculando o determinante ficamos com

𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

Isolando a variável 𝑦:
−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦=
𝑐𝑜𝑠𝜑
Reta 𝐸′𝐹′:
𝑥 𝑦
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 =0
𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑥 𝑦

Fazendo o cálculo do determinante temos

𝑥 ∙ −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −


[𝑦 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ] = 0

Fazendo as multiplicações necessárias

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 + 𝑕2 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −


𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 − 𝑕2 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0

Eliminando e simplificando alguns termos e isolando a equação em 𝑦, ficamos


com

−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕
𝑦=
𝑐𝑜𝑠𝜑

Reta 𝐺′𝐷′:

𝑥 𝑦 1 𝑥 𝑦
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 1 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑

Fazendo o determinante, resulta em

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝐵 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 +


𝐵 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0
−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 = 0

𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ cos φ = 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑

Fazendo os cálculos indispensáveis e isolando a equação em 𝑦, resulta em

𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑦=
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Reta 𝐸′𝐻′:

𝑥 𝑦
𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 0
𝑥 𝑦

Calculando o determinante

𝑥 ∙ −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑦 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ∙


−𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − [𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ −𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
+ −𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 ] = 0

Fazendo as multiplicações

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 − 𝑕 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 +


𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 − 𝑕 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 = 0

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 − 𝑕


∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛2 𝜑 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝜑 = 0

𝑦 ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑦 ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 = 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵


𝑦 ∙ (𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑) = 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵

Simplificando e eliminando os termos e isolando a equação em 𝑦, resulta em


𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
𝑦=
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Sabendo que a área do retângulo 𝐺 ′ 𝐷′ 𝐻 ′ 𝐸 ′ é o dobro da área do triângulo


𝐺′𝐷′𝐸′, com isso podemos encontrar a área do trapézio multiplicando a área do
retângulo 𝐺′𝐷′𝐻′𝐸′ por 1/2 e somamos com a área do retângulo 𝐶𝐺 ′ 𝐸 ′ 𝐹 ′ .
Finalmente, a área do trapézio pode ser calculada através da integral que
assim é definida:
𝐺 ′ 𝐸 ′ 𝐹′ 𝐷′ 𝐸′ 𝐻 ′
1
𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
𝐶 ′ 𝐶 ′ 𝐺′ 𝐺′ 𝐺′ 𝐷′

Substituindo os limites de integração, temos

−𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑 +𝑕 𝑥∙𝑏∙𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑥∙𝐵∙𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑕∙𝑏+𝑕∙𝐵


𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝐵∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝐵∙𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑
1
𝐴= 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥 + ∙ 𝑑𝑦 ∙ 𝑑𝑥
2
0 −𝑥∙𝑠𝑒𝑛𝜑 𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑥∙𝑏∙𝑠𝑒𝑛𝜑 −𝑥∙𝐵∙𝑠𝑒𝑛𝜑
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝐵∙𝑐𝑜𝑠𝜑 −𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑

𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑
−𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑕 𝑥 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
𝐴= + 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑 𝑐𝑜𝑠𝜑
0
𝐵∙𝑐𝑜𝑠𝜑
1 𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 − 𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
+
2 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑

−𝑥 ∙ 𝑏 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑 + 𝑥 ∙ 𝐵 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜑
+ 𝑑𝑥
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

Calculando as integrais em relação à 𝑦 e eliminando os termos necessários,


temos
𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑 𝐵∙𝑐𝑜𝑠𝜑
𝑕 1 −𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
𝐴= 𝑑𝑥 + ∙ 𝑑𝑥
𝑐𝑜𝑠𝜑 2 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
0 𝑏∙𝑐𝑜𝑠𝜑

Calculando as integrais em relação a 𝑥,

𝑕 1
𝐴= ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 +
𝑐𝑜𝑠𝜑 2
−𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵 −𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
∙ ∙ 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − ∙ 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑
𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

1 −𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
𝐴=𝑏∙𝑕+ ∙ ∙ (𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑)
2 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑 − 𝑏 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝜑

−𝑕 ∙ 𝑏 + 𝑕 ∙ 𝐵
𝐴 =𝑏∙𝑕+
2

𝑕∙𝑏+𝑕∙𝐵
𝐴=
2

Fazendo as simplificações e eliminando os termos necessários encontramos


a área que queríamos demonstrar

(𝐵 + 𝑏)
𝐴=𝑕∙
2
11 CÁLCULO DA ÁREA DO CÍRCULO

Seja 𝜆 a circunferência que representa um círculo qualquer, de raio 𝑟, do


plano de coordenadas cartesianas.
Supondo que 𝑠 uma reta que passa pelo centro da circunferência 𝜆, e ainda
que 𝑠 é paralela ao eixo das abscissas.

Figura 23 – Círculo

O ponto 𝐴 representa o centro da circunferência. Os pontos 𝐴, 𝐵 e 𝐶 estão


sobre a mesma reta.
As coordenadas dos pontos 𝐵 e 𝐶 estão assim definidos:
𝐵(𝑥𝐴 + 𝑟, 𝑦𝐵 )
𝐶(𝑥𝐴 − 𝑟, 𝑦𝐶 )
A equação do círculo acima pode ser obtida através da expressão que se
segue.
2 2
𝑥 − 𝑥𝐴 + 𝑦 − 𝑦𝐴 = 𝑟²
Onde 𝑥𝐴 e 𝑦𝐴 são as coordenados do ponto 𝐴.
Isolando o 𝑦 da última equação, podemos escrever duas funções que completam a
curva.
2 2
𝑦 − 𝑦𝐴 = 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴

𝑦 = ∓ 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 + 𝑦𝐴
Assim, podemos considerar que

𝑦= 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 + 𝑦𝐴

é a função que representa a semi-circunferência 𝐶𝐵 acima da reta 𝑠. E ainda que

𝑦 = − 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 + 𝑦𝐴

representa a semi-circunferência 𝐶𝐵 abaixo da reta 𝑠.


Então, para encontrar a área do círculo em função do raio, basta integrarmos
a função

𝑦= 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 + 𝑦𝐴

em 𝑥, com os limites fixados desde 𝑥𝐴 − 𝑟 até 𝑥𝐴 + 𝑟, ou seja, desde 𝑥𝐶 até 𝑥𝐵 , e em


seguida duplicarmos o valor encontrado. Dessa forma, em símbolos, a área do
círculo, que aqui indicamos por 𝐴𝐶 será:
𝑥 𝐴 +𝑟 𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 + 𝑦𝐴 𝑑𝑥 − 𝑦𝐴 ∙ 𝑑𝑥
𝑥 𝐴 −𝑟 𝑥 𝐴 −𝑟
𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟² − 𝑥 − 𝑥𝐴 2 𝑑𝑥
𝑥 𝐴 −𝑟

Utilizando uma substituição trigonométrica para facilitarmos o processo de


integração podemos fazer
𝑥 − 𝑥𝐴 = 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼
Elevando-se ambos os membros ao quadrado, temos
𝑥 − 𝑥𝐴 ² = 𝑟² ∙ 𝑠𝑒𝑛²𝛼
E ainda, derivando equação 𝑥 − 𝑥𝐴 = 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼, ficamos com
𝑑𝑥 = 𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼
𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟² − 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼 2 𝑑𝑥
𝑥 𝐴 −𝑟

𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟²(1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝛼) 𝑑𝑥
𝑥 𝐴 −𝑟

1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝛼 = 𝑐𝑜𝑠²𝛼
𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟² ∙ 𝑐𝑜𝑠²𝛼) 𝑑𝑥
𝑥 𝐴 −𝑟

Como
𝑑𝑥 = 𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼

𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 2 𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑟 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼
𝑥 𝐴 −𝑟
𝑥 𝐴 +𝑟

𝐴𝐶 = 𝑟² 𝑐𝑜𝑠²𝛼 ∙ 𝑑𝛼
𝑥 𝐴 −𝑟

Sabendo que
−𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝛼
𝑐𝑜𝑠²𝛼 ∙ 𝑑𝛼 = +𝐶
2
𝑥 𝐴 +𝑟
−𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝛼
𝐴𝐶 = 2𝑟² +𝐶
2 𝑥 𝐴 −𝑟

Revertendo o artifício da substituição trigonométrica


𝑥 − 𝑥𝐴 = 𝑟 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑥 − 𝑥𝐴
𝑠𝑒𝑛𝛼 =
𝑟

𝑥 − 𝑥𝐴 2
𝑐𝑜𝑠𝛼 = ∓ 1 −
𝑟

𝑟² − (𝑥 − 𝑥𝐴 )²
𝑐𝑜𝑠𝛼 = ∓
𝑟²
𝑥 − 𝑥𝐴
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛
𝑟
Logo,
𝑥 𝐴 +𝑟
𝑥 − 𝑥𝐴 𝑟² − (𝑥 − 𝑥𝐴 )² 𝑥 − 𝑥𝐴
𝐴𝐶 = 𝑟² ∙ − ∙∓ + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 + 2𝐶
𝑟 𝑟² 𝑟
𝑥 𝐴 −𝑟

Substituindo os limites
𝑥𝐴 + 𝑟 − 𝑥𝐴 𝑟² − (𝑥𝐴 + 𝑟 − 𝑥𝐴 )² 𝑥𝐴 + 𝑟 − 𝑥𝐴
𝐴𝐶 = 𝑟² ∙ − ∙∓ + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 − 𝑟²
𝑟 𝑟² 𝑟

𝑥𝐴 − 𝑟 − 𝑥𝐴 𝑟² − (𝑥𝐴 − 𝑟 − 𝑥𝐴 )² 𝑥𝐴 − 𝑟 − 𝑥𝐴
∙ − ∙∓ − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛
𝑟 𝑟² 𝑟

Simplificando,
𝐴𝐶 = 𝑟² ∙ 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 1 − 𝑟² ∙ 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(−1)
𝜋 𝜋
𝐴𝐶 = 𝑟² − 𝑟² −
2 2

𝐴𝐶 = 𝜋𝑟²
12 CÁLCULO DA ÁREA DA ELIPSE

12.1 ELIPSE COM EIXOS MAIOR E MENOR SOBRE AS RETAS 𝒚 = 𝟎 e 𝒙 = 𝟎

Definição: Em geometria, uma elipse é a secção de um cone atravessado


obliquamente por um plano.

Figura 24 – Elipse

Seja 𝜆 a elipse, com o seu centro no ponto 𝑂. Onde os pontos 𝐹1 𝑒 𝐹2 são os


seus respectivos focos.
As coordenadas dos pontos 𝐵, 𝐶, 𝐷 𝑒 𝐸 estão definidas como:
𝐷(−𝑎, 0)
𝐸 𝑎, 0
𝐶 0, −𝑏
𝐵 0, 𝑏
A equação genérica de uma elipse, com centro na origem do sistema e eixo
maior paralelo ao eixo das abscissas, pode ser escrita da seguinte forma:
𝑥² 𝑦²
+ =1
𝑎² 𝑏²
Isolando o y da equação, podemos encontrar uma função desta curva:
𝑦² 𝑥²
= 1−
𝑏² 𝑎²
𝑏²
𝑦² = 𝑏² − 𝑥²
𝑎²
Com isso obtemos uma função que representa a metade dessa elipse.

𝑏²
𝑦 = ∓ 𝑏² − 𝑥²
𝑎²
Então, para encontrar a área total da elipse, basta integrar a função

𝑏²
𝑦= 𝑏² − 𝑥²
𝑎²

em 𝑥, com os limites fixados desde −𝑎 até 𝑎, e logo em seguida duplicar o valor


encontrado. Dessa forma, a área da elipse, que aqui indicamos por 𝐴𝐸 será:

𝑎
𝑏²
𝐴𝐸 = 2 ∙ 𝑏² − 𝑥² ∙ 𝑑𝑥
𝑎²
−𝑎

Usando uma substituição trigonométrica simples podemos fazer


𝑥
= 𝑠𝑒𝑛𝛼
𝑎
Isolando o 𝑥 na equação, temos
𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼
Derivando a equação, obtemos
𝑑𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼
𝑥²
= 𝑠𝑒𝑛²𝛼
𝑎²
𝑎

𝐴𝐸 = 2 ∙ 𝑏² − 𝑏²𝑠𝑒𝑛²𝛼 ∙ 𝑎 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼
−𝑎
𝑎

𝐴𝐸 = 2𝑎 𝑏²(1 − 𝑠𝑒𝑛²𝛼) ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 ∙ 𝑑𝛼


−𝑎

Sabendo que pela identidade trigonométrica


𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 = 1
Isolando o 𝑐𝑜𝑠 2 𝛼,
𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 = 1 − 𝑠𝑒𝑛2 𝛼
Com isso:
𝑎

𝐴𝐸 = 2𝑎𝑏 𝑐𝑜𝑠²𝛼 ∙ 𝑑𝛼
−𝑎

Calculando a integral,
−𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝛼
𝑐𝑜𝑠²𝛼 ∙ 𝑑𝛼 = +𝐶
2
Substituindo o resultado da integral na equação, temos
𝑎
−𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠𝛼 + 𝛼
𝐴𝐸 = 2𝑎𝑏 ∙ +𝐶
2 −𝑎

𝑥²
𝑐𝑜𝑠𝛼 = ∓ 1 −
𝑎²
𝑎
𝑥 𝑥² 𝑥
𝐴𝐸 = 𝑎𝑏 ∙ − ∙ ∓ 1 − + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 + 2𝐶
𝑎 𝑎² 𝑎
−𝑎

Substituindo os limites,

𝑎 𝑎² 𝑎
𝐴𝐸 = 𝑎𝑏 − ∙ ∓ 1 − + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛
𝑎 𝑎² 𝑎

(−𝑎) (−𝑎)² −𝑎
− 𝑎𝑏 − ∙ ∓ 1− + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛
𝑎 𝑎² 𝑎

𝐴𝐸 = 𝑎𝑏 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 1 − 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛(−1)

𝜋 𝜋
𝐴𝐸 = 𝑎𝑏 +
2 2
𝐴𝐸 = 𝑎𝑏𝜋
13 A QUADRATURA DA PARÁBOLA

Os primeiros problemas que apareceram na história, relacionados com as


integrais, são os problemas de quadratura. Um dos problemas mais antigos
enfrentados pelos gregos foi o da medição de superfícies a fim de encontrar suas
áreas. Quando os antigos geômetras começaram a estudar as áreas de figuras
planas, eles as relacionavam com a área do quadrado, por ser essa a figura plana
mais simples. Assim, buscavam encontrar um quadrado que tivesse área igual à da
figura em questão.
Nesse contexto, uma das questões mais importantes, e que se constituiu
numa das maiores contribuições gregas para o Cálculo, surgiu por volta do ano 225
a.C. Trata-se de um teorema de Arquimedes para a quadratura da parábola.
Arquimedes descobriu que a área da região limitada por uma parábola
cortada por uma corda qualquer, é igual a 4 3 da área do triângulo que tem a
mesma altura e que tem a corda como base. Tal teorema é mostrado a seguir para o
caso em que a corda é o eixo 𝑥.
Seja 𝑓(𝑥) uma função polinomial genérica do 2° grau. Então podemos
denotar 𝑓(𝑥) como 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐. Supondo inicialmente que 𝑎 < 0 e que
também exista um ∆ denotado por ∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐 onde em 𝑓(𝑥), ∆> 0. Neste caso,
como ∆> 0, então para 𝑓 𝑥 = 0 temos duas raízes reais e distintas, tais que
denotaremos por 𝑋1 e 𝑋2 . Dessa forma podemos ilustrar genericamente o gráfico a
seguir a partir de 𝑓 𝑥 .

Figura 25 – Parábola
Do gráfico acima, podemos destacar os pontos da parábola denotados por 𝑋1 ,
−𝑏 −∆
𝑋2 e 𝑉. O ponto 𝑉 está defino como 𝑉 , , o ponto 𝑋2 está definido como
2𝑎 4𝑎

−𝑏+ ∆ −𝑏− ∆
𝑋2 , 0 e o ponto 𝑋1 está definido como 𝑋1 ,0 .
2𝑎 2𝑎

Em primeiro lugar, podemos destacar a área sob a curva 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐


em relação ao eixo-𝑥 a partir do ponto 𝑋1 até o ponto 𝑋2 .
Para determinar tal área, basta calcular a integral da curva 𝑓(𝑥) definida do ponto 𝑋1
até o ponto 𝑋2 em relação ao eixo-𝑥. Neste caso, a abscissa do ponto 𝑋1 será
−𝑏− ∆ −𝑏+ ∆
chamada de 𝑥1 = , e a abscissa do ponto 𝑋2 será chamada de 𝑥2 = .
2𝑎 2𝑎

Dessa forma, 𝐴𝑐 que aqui denotamos por área sob a curva 𝑓(𝑥), em
linguagem matemática pode ser escrito como:

𝑥2 𝑥2
𝐴𝑐 = 𝑓 𝑥 𝑑𝑥 = (𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐)𝑑𝑥
𝑥1 𝑥1

e integrando a última igualdade, tem-se que

𝑥2
𝑎𝑥 3 𝑏𝑥 2
𝐴𝑐 = + + 𝑐𝑥 + 𝑑
3 2 𝑥1

então,

𝑎𝑥2 3 𝑏𝑥2 2 𝑎𝑥1 3 𝑏𝑥1 2


𝐴𝑐 = + + 𝑐𝑥2 + 𝑑 − + + 𝑐𝑥1 + 𝑑
3 2 3 2

agrupando os termos semelhantes,


𝑎 𝑏
𝐴𝑐 = 3 𝑥2 3 − 𝑥1 3 + 2 𝑥2 2 − 𝑥1 2 + 𝑐 𝑥2 − 𝑥1

Assim, resolvendo separadamente cada parte da equação, temos:


−𝑏 + ∆ −𝑏 − ∆
𝑥2 − 𝑥1 = −
2𝑎 2𝑎
Então,
−𝑏 + ∆ + 𝑏 + ∆
𝑥2 − 𝑥1 =
2𝑎
2 ∆ ∆
𝑥2 − 𝑥1 = =
2𝑎 𝑎
Continuando,
𝑥2 2 − 𝑥1 2 = 𝑥2 + 𝑥1 𝑥2 − 𝑥1
Então,
−𝑏 + ∆ −𝑏 − ∆ −𝑏 + ∆ −𝑏 − ∆
𝑥2 2 − 𝑥1 2 = + ∙ −
2𝑎 2𝑎 2𝑎 2𝑎

−2𝑏 ∆
𝑥2 2 − 𝑥1 2 = ∙
2𝑎 𝑎
−𝑏 ∆
𝑥2 2 − 𝑥1 2 =
𝑎2
Em seguida temos:
𝑥2 3 − 𝑥1 3 = 𝑥2 − 𝑥1 ∙ 𝑥2 2 + 𝑥2 𝑥1 + 𝑥1 2
∆ 𝑐
𝑥2 3 − 𝑥1 3 = ∙ + 𝑥2 2 + 𝑥1 2
𝑎 𝑎
Resolvendo a parte 𝑥2 2 + 𝑥1 2 , temos
2 2
2 2
−𝑏 + ∆ −𝑏 − ∆
𝑥2 + 𝑥1 = +
2𝑎 2𝑎
𝑏 2 − 2𝑏 ∆ + ∆ 𝑏 2 + 2𝑏 ∆ + ∆
𝑥2 2 + 𝑥1 2 = +
4𝑎2 4𝑎2
2𝑏 2 + 2∆ 𝑏 2 + ∆ 2𝑏 2 − 4𝑎𝑐 𝑏 2 − 2𝑎𝑐
𝑥2 2 + 𝑥1 2 = = = =
4𝑎2 2𝑎2 2𝑎2 𝑎2
Finalmente,

3 3
∆ 𝑐 𝑏 2 − 2𝑎𝑐
𝑥2 − 𝑥1 = ∙ +
𝑎 𝑎 𝑎2
∆ 𝑎𝑐 + 𝑏 2 − 2𝑎𝑐 ∆ 𝑏 2 − 𝑎𝑐
𝑥2 3 − 𝑥1 3 = ∙ = ∙
𝑎 𝑎2 𝑎 𝑎2
Como
𝑎 𝑏
𝐴𝑐 = 𝑥2 3 − 𝑥1 3 + 𝑥2 2 −𝑥1 2 + 𝑐 𝑥2 − 𝑥1
3 2
Então
𝑎 ∆ 𝑏 2 − 𝑎𝑐 𝑏 −𝑏 ∆ ∆
𝐴𝑐 = + +𝑐
3 𝑎 𝑎2 2 𝑎2 𝑎
∆ 2 𝑏² ∆ 𝑐 ∆
𝐴𝑐 = 𝑏 − 𝑎𝑐 − +
3𝑎2 2𝑎² 𝑎
Fazendo ∆ como termo evidente e fazendo o mmc, ficamos com:
2𝑏² − 2𝑎𝑐 − 3𝑏² + 6𝑎𝑐
𝐴𝑐 = ∆
6𝑎²
−𝑏² + 4𝑎𝑐 −∆ −∆ ∆
𝐴𝑐 = ∆ = ∆ =
6𝑎² 6𝑎² 6𝑎²
portanto, como estamos calculando a área de uma região e ∆> 0, então
−∆ ∆ ∆ ∆
𝐴𝑐 = = 𝑢. 𝑎.
6𝑎² 6𝑎²
Em seguida, é possível destacar sob a curva 𝑓(𝑥) um triângulo formado pelos
−𝑏− ∆ −𝑏+ ∆ −𝑏 −∆
pontos 𝑋1 , 0 , 𝑋2 ,0 e 𝑉 , como mostra a figura a seguir.
2𝑎 2𝑎 2𝑎 4𝑎

Figura 26 – A quadratura da parábola

Para determinar a área do triângulo inscrito sob a curva 𝑓(𝑥) é possível


utilizar conceitos básicos de geometria analítica no plano. Para se calcular a área de
1
um triângulo qualquer basta fazer 𝐴𝑡 = 2 𝐷 , onde 𝐷 se refere ao módulo do

determinantes dos pontos, neste caso 𝑋1 , 𝑋2 e 𝑉.


Para facilitar o cálculo do determinante vamos indicar as coordenadas dos pontos:
−𝑏− ∆ −𝑏+ ∆
abscissa de 𝑋1 por 𝑥1 = , abscissa de 𝑋2 por 𝑥2 = , abscissa de 𝑉 por
2𝑎 2𝑎
−𝑏 −∆
𝑉𝑥 = e ordenada de 𝑉 por 𝑉𝑦 = .
2𝑎 4𝑎

Calculando separadamente 𝐷,
𝑥1 0 1 𝑥1 0 1 𝑥1 0
𝐷 = 𝑉𝑥 𝑉𝑦 1 = 𝑉𝑥 𝑉𝑦 1 𝑉𝑥 𝑉𝑦
𝑥2 0 1 𝑥2 0 1 𝑥2 0
𝐷 = 𝑥1 𝑉𝑦 − 𝑥2 𝑉𝑦

−𝑏 − ∆ −∆ −𝑏 + ∆ −∆
𝐷= ∙ − ∙
2𝑎 4𝑎 2𝑎 4𝑎
−∆
Fazendo como termo evidente,
4𝑎

−∆ −𝑏 − ∆ −𝑏 + ∆
𝐷= ∙ −
4𝑎 2𝑎 2𝑎
−∆ −2 ∆ ∆ ∆
𝐷= ∙ =
4𝑎 2𝑎 4𝑎2
1
Como 𝐴𝑡 = 𝐷 , logo
2

1 ∆ ∆ ∆ ∆
𝐴𝑡 = 2
= 𝑢. 𝑎.
2 4𝑎 8𝑎2

Relacionando os dois destaques sob a curva 𝑓(𝑥), ou seja, comparando 𝐴𝑐 e 𝐴𝑡 ,


temos:
∆ ∆ ∆ ∆
𝐴𝑐 = 2
e 𝐴𝑡 =
6𝑎 8𝑎2
∆ ∆
𝐴𝑐 2 8 4
= 6𝑎 = =
𝐴𝑡 ∆ ∆ 6 3
8𝑎2
logo,
𝐴𝑡 4
=
𝐴𝑐 3
Portanto podemos concluir através da demonstração que o triângulo que está
inscrito sob a área da curva 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 com vértices coincidindo com o
4
vértice da curva e suas raízes, está sempre na razão de em relação à área da
3

própria curva com ∆> 0.


14 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na geometria euclidiana aprendemos a deduzir as fórmulas das figuras


geométricas conhecidas. Neste trabalho obtiveram-se essas mesmas fórmulas
utilizando o cálculo integral.
Como foi proposto inicialmente, buscamos uma forma elegante, do ponto de
vista matemático, demonstrar as áreas das figuras planas, através de uma
modelagem com geometria analítica, trigonometria e cálculo integral. Esse objetivo
foi alcançado, de acordo com as projeções e idéias, pois como pensamos, a
princípio, iríamos mostrar as fórmulas das áreas de todas as figuras planas mais
comuns, de forma a generalizar todos os casos, incluindo translação e rotação de
eixos. Sendo que para alguns casos notamos que seria redundância mostrar as
equações das áreas do paralelogramo rotacionado, losango rotacionado, e os casos
dos trapézios rotacionados, excluindo o trapézio retângulo, que para este caso
aplicamos a rotação de eixos, pois notamos que os cálculos, nesses casos
mencionados, são semelhantes aos cálculos e as modelagens referentes às
demonstrações das áreas dos quadrados e retângulos.
Uma grande contribuição acadêmica que esse trabalho pode deixar, está no
fato de que tais demonstrações não são comumente encontradas nos livros do
Ensino Superior.
Uma boa sugestão para prosseguir os estudos dessa linha de pesquisa, seria
estender a utilização do cálculo integral para o caso de elipses com rotação de eixos
e para os casos da geometria espacial, ou seja, utilizar uma modelagem matemática
de tal forma a demonstrar os volumes e as áreas superficiais dos principais sólidos,
como por exemplo, cilindros, cones, esferas e outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com geometria analítica. 2. ed. São Paulo: LTC,
1995. 2v., il.

GUIDORIZZI, Hamilton Luiz. Um curso de cálculo. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,


2001. 4 v., il.

LARSON, Roland E.; HOSTELTER, Robert P. Cálculo: com geometria analítica. 5.


ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. 2 v., il.

LARSON, Roland E.; HOSTETLER, Robert P.; EDWARDS, Bruce H. Cálculo com
aplicações. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1998. xviii, 711, il.

IEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar. São Paulo: Atual, 1977-


1981. 10 v., il.

BOULOS, Paulo; CAMARGO, Ivan de. Geometria analítica: um tratamento


vetorial. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1987. xiii, 385, il.

PENNEY, David E.; EDWARDS, C.H.Jr. Cálculo com geometria analítica. 4. ed.
Rio de Janeiro: LTC, 1997. 3 v., il.

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