Você está na página 1de 12
2392 | MIKHAIL BAKETIN apagamento das fronteiras entre o terrivel ¢ o engracado nas ima- ns da cultura popular (e até certo ponto em Gégol). Entre o trivial eo ‘0.comum € 0 maravilhoso, 0 pequeno ¢ 0 grandiose sura popular nas condigdes de uma nova époce (gogoliana). intermediérios. O julgamento. A didatica. A busca gogoliana de cago (de um “objetivo”, uma “utilidade”, uma “verdade") do quadro do riso no mundo. © “campo de arividad vocagao", etc. Em certa medida a verdade sempre julga. Mas o julga- ‘mento da verdade nao se assemelha ao julgamento comum. ‘Uma negagio pura nfo pode gerar imagem. Na image rnegativa) ha sempre um mom sobre a sitira®, Stanislavski sobre a beleza da representagio de uma imagem negativa pelo ator. £ inaceitavel a divisio mecdnica: eidra ~ personagem negativa, beleza ~ ator que a representa, O universalismo do mundo do riso em Gégol. ‘Um sé tema em diferentes etapas de seu desenvolvimento di uni- dade & coletinea sugerida de meus arti ‘Aunidade de uma idéia em formagio (em desenvolvimento}. Dai inacabamento interior de muicos dos meus pensamentos. Tedavia ‘eu ndo pretendo transformar defeito em virtude: nos trabalhos ha muito inacabamento externo, inacabamento néo do préprio pensamento mas de sua expressio e exposicio. As vezes ¢ dificil separar um inacaba- mento de outro, Nao se pode atribuf-lo a uma determinada corrence (ao escruturalismo). Minha paixao pelas variagbes e pela termos aplicados a um fendmeno. Pluralidade de escorgos. Aproxima~ Go com o distance sem indicagio dos eos intermedisrios. METODOLOGIA DAS CIENCIAS HUMANAS* (0 conhecimento da coisa ¢ 0 conhecimento do indivi caracterizar os dois como lim dotada apenas d aparéncia, sé existe para o outro ¢ pode above sory 220 unilateral do outro (0 cognoscente). Tal cos, desprovida de invevioe Préprioinalicndvel e nao utilizavel, pode ser apenas objeto de interes, Cabe em ao texto final aqui publicado coma “Metode = cc human oxém, 0 texto fora publu:alo como tae 2 Ronobe com ota aa una mets por joo com anuénis de Bl cll pl editors mana ade 1979 comet Pa Jo Tas ums mela lt Com cortes. Mas as “Notas” da Pa id prepa ciencias humanas”, 0 2: mesma ediso incuem a pela Martins Fonts, [skistve mas sem as se inialava “Observ 0, restauramoe 0 luimos entre colehets 3 centre aspas em negrto, 2 pat volume 5 das obras complets de Bakh moscovita Rustic Slova 394 | MIKHAIL a se pritico. O segundo limite “éa idéia de Deus em presenga de Deus”, 0 dilogo, a interrogacio, a prece. A necessidade da livre auro-revela- s40 do individuo. Aqui hé um micleo interior que nao pode ser absor- vido, consumido, em que sempre se conserva uma distincia em relagio qual 6 € possivel o puro desinteresse*; 20 abrir-se para 0 outro, 0 in- dividuo sempre permanece também para si. Aqui 0 cognoscente nio fara pergunta asi mesmo nem a um terceiro em presenga da coisa mor- significado da simpatia e do amor. «a, mas 20 préprio cognosc ponctragio, Ai o conhecitte po das descobertas, das revelagées, das tomadas de conhecimento, das comunicagées. Ai sio importantes 0 segredo, a mentira (mas nio 0 medida, qualquer cotalidade (a natureza ¢ todas as suas manifestages relacionadas 3 toralidade) € pessoal. A complexidade do ato bi ). A capacidade de conhecer ¢ a capacidade de exprimir a si amos diante da expressio e do conhecimento (com: ) da expressio. A complexa dialética do interior e do exterior. iduo nao tem apenas meio e ambiente, tem também horizonte proprio. A interagao do horizonte do cognoscente com o horizonte do lementos de expressio (0 corpo nao como materialidade }:neles se cruzam ¢ se combinam duas aqui eu existo para 0 outto com 0 roconsciéncia concreta ¢ 0 papel nela O reflexo de mim mesmo no 0% - os olhos, do outro. A historia da desempenhado pelo outro (amant ro. A morte para mim ¢a morte para o outro. A mem Os problemas concretos dos estudos da literatura eda art, vincula- dos & inter-relagio do ambiente ¢ do horizonte, do eu e do outro: as ss das 2onas; a expressio teatral. A penetragio no outro (Fusio com ele) ea manutengio da disténcia (do meu lugar), manutencio que (W.doT) “auséocia de procedimenta interesting [395 assegura 0 excedente de co: wecimento. A expressao do indi expressio das coleividades, dos povos, das , uma expressio de za vita o petigo, A necessidade¢ séria, aliberdade ri. O pedido é séro, © riso nunca pede, mas 0 ato de dar € acompanhado de € pritica e ¢ interesscira no sentido amplo da palavra ‘ém, establiza, esté voltada para © pronto, para o concluido em saa obstinagio e autopreservagio, Nio € uma orca tranqiila segura de si (¢sta sort), mas uma forga ameacada ¢ por isso ameacadora, 0 ‘queza suplicante. A natureza representada como tot iosa nfo é séria mas indifetente ou sor std radiant ia totalidade no pode imaginar-se séria — sla é 6; todos 0s fins e sentidos nao estéo fora mas dentio dela. Para ela nZo hi nada por vit, porque o porvindoura faz 0 sé. O tso suprime o pe db Futura (do porvindouro), livra das prcocupagbes do futuro; o futuro deixa de ser uma ameaga, A atragio, piépria de todas as pessoas cults, haveré de comungar perder-se na multidio, dissolver-se na m. com a multidgo; no apenas com povo mas com am pulares, com a multidio na praca; a esfera da comu- cardo familiar especifia, fora de quaisquer distinc normas, de comungar no grande corpo. O 10 na mascara 4 mascara é extrahierdrquica. As cenas da mascarada ¢ do carnaval (em parte as cenas dos bailes ~ festas — 04s, profanagées, acasos, desvios da norma, Rabelais langa luz também sobre questées muito profundas da origem. da histéria e da teoria da prosa de fcgio. Aqui destacamos de assagem essas questées e podemos apresentar para elas uma formula prévia:apelido, profanagio <2>, linha demarcatsra das inguas, ete. Pre. tendemos elaborar esas questes de modo sistemético e 4 base de um vasto material em outra oportunidade]. *Talver se tate de A montenhe mégi Para usso i épocalem que Bakiin ecreves ese “~ Goleinea de contose novelas de Pichkin. (N. do Tt ttadusida com ce (N. do)

Você também pode gostar