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's atos dacumentados neste livro s80 responséveis. pela danificacao dos produtos que vocé compra,” pelo erivenenamento do ar, da agua e da comi Peart Meu ee ura Nor ee Ra ur: COC Cee CR Te Cu a Cr Pe Crete en em ee ee Pree eC cate Ri an Pernice PU eC an aa Coco ae Se aC Race Pa ea Pe eee ee eRe ad Perec ur ec eae een coy re oR Rn Tac Pre me moc Pe een ce Pee eC UuM cnn ee ee Ra acd Rn Ra aed Deseo RUSSEL MOKHIBER rt i ay te Kevisio: Monica Ferrero ‘Maria Luiza Simies Coordenacio de pe Luciene Ferreira Projet Alfredo Coelho Foto da capa FPG / Keystone Eovrrta PACANA ABERTA LIA rmaine Burchard, 286 indice ra parte — Panorama geral Crime e violencia empresarial n Segunda parte — Perfis Kepone « 229 sen 39 al sess sored AP 255 265 275 281 291 301 Coloque em park para dar a ré PBB eB 329 Ford Pinto 337 Reserve Mining vn 343 Selacryn sesnssanee 353, SMON a os 361 idomida S569 Mile sland eS 7 385 UPrimeira parte Panorama geral Crime e violencia empresarial i (Cate Us ca Fora do contexto deste ‘assassinato”. Poucas di bo", “assalto” ou insegura da comunidade, ‘As pessoas respondem lencia ue todos 0s crimes de rua. A conspiragio da fixagiio das tari- icio dos anus 60, por si s6, c ezenove mil vitimas de assassinatos fesse total anual com 0 Estados Unidos hoje em dla 30 americanos mortem todos as dias em desastees de lessas mortes sio causadas «.u por deletes de veiculo ou por designs ‘+ quae oitocentos americanos marzem todos os dias por deencas induzidas pelo fumo: ficaram sravemente, quando uma fébrica associ dda da Union Carbide em 8hopal, na india, despejou um gis mortal sobre a cidade! Este livro rata das consequéncias humanas cexcessos do poder empresarial. Fornece « violencia e crimes empres iundas do feacasso em refrear os dos 36 casos mais clamorosos de -kheed). O foco px (Datkon Shi ambiente (Reserve Mining), contra (Oraflex, violencia contra consumidores veteranos de guerra (Agente Laranjal. Alguns desses atos de as empresas, seus Island, sa 29, Oralex e Selacryn, entre outros). Por que as pessoas pensam em crimes de rua antes de pensar em crime empresarial? Mm os pressupdem que a violencia evtavel &0 custo de se tocar um. negécio, um custo que nés, como sociedade, devemos aceitar como o prego de se viver na América industrial. Com campanhas de prepayanda dirigidas a moldar a ‘opiniso publica e politica, algumas empresas tém camuflad seu comportamento vio lento com uma camada de desinformac’o e istorco na tenativa de tomar aceitivel © que de outra maneira seria moralmente repugnante, Um caso em particular € 0 anincio veiculado pela Monsanto, no rastro de muitos desastres quimicos durante 0 final dos anos 70, com o tema “sem proxdutos quimicos, a vida se 1 2 Mokhiber infratores emaresariais se desdobram em le tem saturado 0s legisladores com d Cializaga0 do fabricados com itens de seguranga passiv ‘Quando a pressio popular consegue produziriegislagao coibindo os ex ‘empresarials, as empresas recortem ao lobby, muitas vezes com su quecer a coagio. Quando 0 Congresso aprovou a lei de seguranca nos automév I derrotaram uma tentativa de se adicionar 3 violagdes reconhecidas teme legal preconceituoso, a favor do vi a dez anos de ‘Motor Company tanque de combust 229,11 num periodo de nove anos’. sentido da palavra dado lamas a empresa das sancoes fas € do estigma do processo criminal. Alem disso, remetemos a pol despreparada om pessoal e verb: ‘crime empresarial camente conhecida como regul ‘os mais poderosos cor da sociedade, sem acesso a sangoes A luz do fracasso do aparelho regu! Jaro comportamento criminal individual — em particul cestaduais*. Um processo criminal motor republicano em indiana, contra a Ford Motor Company por homicidio cu oso, relative 4 morte em chamas de rés meninas adolescentes que estavam di 1, que pede uma resposta nacional Desviando do sistema de justiga cri © professor Christopher Si observa que até 0 século xx a lei es ‘menos aos grupos. Durante esse period, de acordo com 5, regulamentos € conceitos estavam sendo desenvolvidos para lidar com 0 que motivava, 0 que HH 14 «Russell Mokhiber + contralo, acento, ou cons visava desbancar 0s .a8 se tomavam cada vez mais 10 dos abu: levantados contra empresas si0 resoh manel nem negar” € compreensivelmente apreciada elas resas acusadas porque evita 0 emprego do decreto como um reconhecimento de ‘hos processos subsequentes, sejam de natureza civel ou criminal. Em muitos 1 os quefelantes 10 decreto coms evidéncia de violacao da lei em demands ‘empresarais citar indmeras outras razies para concor- caso para evitar despesas © ia dos casos fede 140 ad particulares. Os darem com decretos de consertiment yolongado © uma opotunidade Para negocia 1gdes da quetxa), mas a clus a motivacao pi timento, a percepcso do publica éa de que a empresa acusada n inosa, ndo € trapaceira. A acusada é meramente obrigada a fazer 1nd apresentou tes fazBes para esta implementay portante era 0 negécios nos Estados Unidos. De a aqueles que sto responsives pe homens de negscios: entre uma di para vencer a proxinta eleicdo.. Provavelmer W165 + Russell Motiber betes fsa via dupla de organizacao processual — um si duos e um sistema civel para empresas — funciona para mina’ a eficioncia de tema de justiga criminal, Os individuos condenados pela sistema de ju precisam suportar ndo apenas a carga da sangao criminal, mas também o estizma do A empresa é dispensada de ambos. Quan presa assina um decreto “nem adem: I Berge, que em 1940 era assistente do chefe da divisio antiruste do Departamento de justica, confirmou a questio: Enquanto 25 penalidades i financeiras quarto as peralidade acompania 0 Definindo 0 crime empresarial: os olhos do observador Quando uma companhia de produtos fe nenhuma fei proibe tal despeio, foi cor icos despeja mercurio fetal num Lago dleterminou oficialmente que a pessoa is perniciosas ou outros delitos cabem estreta definigio legal de crime. [Nie fossem t30 altos os riscos humanos, este debate sobre a relegado as pilhas de académica sem maior i fem si conotagues explasivas. O modo a proteger a empresa dessas conotacées e do estigma da groces Isto molda a percepgso do pi conduta empresarial. O res 9 quanto 3 natureza do dana imposto pela ms Crimes corporativos ES Trulo original em CConmcweare CRIME AND VIOLENCE jig Business Power and the Abuse of the Public Trust 1988 © Russell Mokhiber 1 edigao: marco de 1995 © Fonows INA ABER LID, ISBN 85.85328-83- Crimes corporativos Russell Mokhiber Traducao: James F. S. Cook TT SCRITTA endo de agravo nao de indiciamentos: Muitas prevaricagdes empresa e crime como “condenacdo” classiicam-se camo crimes urn sentido mai damental da palavea, na medida que elas cantém as caracteristicas esser iado e contra 0 qual o Estado pode re ‘com punigao” 12a detinigdo de Sutherland: sto é, “comportamento que ¢ praibido menos bbem-sucedidos movidos pelo Estado, Mesmo a definicao de: asst! Mother therland, que é mais ampla que a de Clinard e Yeager, as empresas agora — uma atividade claramente darosa sociaimente e que deve ser consi quale as empresas que ‘quer parame © governo queira mover cont ranga passiva. Como resultado dessa pressio, ago que teria proibido a venda de auto- ccordenados para serem aplicada o-caso, que mé-conduta” — processos que resultaram em penalidades 12 de US$ 50 mil. E a revista Harvard Law Review decidiu igo de crime; isto €, somente os atos de tansgres- so sancionados pela corte criminal. rosa, falta de responsabildade social em programas de televisdo — particular os comerciais —, venda de produtos danosos inseguros, venda de produt ‘estrigio de desenvolvimento e obsolescéncia embut «do meio-ambiente, propinase subornos, priticas competitivas no éticas, ganhos pes soais para dirigentes,tratamento nio ético a empregados e a transiormacao da comu nidade local em vitima por parte das empresas CCinard relacion® inda como "tipos de vi mente liga 20 crime empresarial: falsos inventiios (evasio fiscal hiss injusas envolvendo 0 direto de sindicatos, regulamentos de salio-m ccondicdes especificas de trabalho e horas 30 dos regulamentos de sequ. ‘anga relacionados 3 seguranga ocupacion: ixagao de pregos para estabi- lizs-tos no mercado « para eliminar a concorréncia; transgressio das leis de alimentos ‘edrogas;poluig so da agua e do ar que viola os padres govemamentas;infac0 dos regularmenios estabelecidos para economizar energia; apresentagao de inforac3o, falsa para a venda de aces; propaganda falsa © desc Os custos do crime empresarial rial se revert para a questdo politica efilosdfica discutida acima: que é crime empre- sarial? Qualquer definig3o, mesmo que imperel vtimas do crime? Uma vez identificadas, os custos dos dans precisam ser medics. Os custos do crime empresarial flutuario freneticamente com apenas uma 20+ Resell sothiber sutil modificage em qualquer numero de vari s. Tome, por exemplo, a detini- G40 de crime. No momento em que escrevernas, € legal para os fabricantes de au Tomsveis comercializar seus produios sem itens de seguranca passiva, que igual nimero de Ferimentos todos o$ anos. A le- los sem restticdes passivas tem sido gislaggo que tornaria impedida pela industria automo onsiderdveis, crime hoje em dia comercializartais automéveis. Sob todas as devinigdes de las acima, milhares de pessoas que so mortas ou feridas apés serem ros dos automéveis 90 sao vitimas do crime da ica, Por qué? Porque no ha lei que pro'ba a fabricagao de passivas, Por qué? Porque a industria automobilisica tar essa legislagao. da vitimizagio © 08 cus- 4s de serem mediddos. Uma companhia « Sgua potivel para res: ime? Quantos canceres n causades por beber mapear 0 1 custos do. vedios custos diretos do crime quimico, do crime automo- € outros crimes empresarials a consumidores, emprega- idacios © & sociedade toda, mas a evidéncia aponta para urn proble- ima de (al cugnitude que tothe 0s custos assaciados com © alkamente propagado crime de eua. Clinard assinala que a conspiracio para a fixagiio de prego de equipa- 9 maior do que a perda total de Estados Unidos. Ele compara, armazém aeroportuario da Luftha arto forte da Brinks, em Boston, de aproximadamente US Ge cerca de US$ 350, ¢ a apropriag-o indébita por todlos 0s anos devido 3 exposigao @ produtos quimicas feta 2, € 390 mil novos casos de doengas ocupacionais. Dos 38 7 mithgo esta exposto a um baalho cause de 25.1 38% Silo apenas inelcagdes vagas da enormidade do problema. xd0 0 custo real do crime empresari do crime empresarial? Em 1939, Eh presentou um ensai 22+ Ruse ongresso da Sociedade Americana de Sociologia, A apresentagio de Sutherland chamar a do a afetar mineirosjovens em nimeros crescentes. Em setembro de 1964 0 Fis: idelphia Inquirer infrmou que 6% dos jovens que tinham estado nas minas menos dd dez anos js extavam containdo pulmo negro, um indice quato veres mak (que o anterior. De 33.335 mineiros examinados durante os anos 70, 2.010 tisha alguma forma de pulmo negro.’ Crimes conporaivos © 101 Ml ‘As preocupagdes dos mineiros de hoje se parecem com 35 dos mineiros ent todo 0 pals —incluindo a perda do direito a respira. “Pulmao negro é uma doenca ‘cruel’, disse um mineiro da Virginia do Ceste nurma entrevista de setemoro de 1978, “uma doenga humithante. € quando voce 9a pode fazer 0 que gostaria de fazer: isso 6 humilhante. Precise largar meu martelo e a serra e isso era a coisa que ‘me dava mais prazer. A outra coisa que eu gostava de fazer era de mexer no jardim; _agnra meu jardim é a maior faixa de mato no condado de Logan. Havia tempos em 1971 quando eu ainda estava rabalhando que eta di do eu nio me sentia bem. Agora, claro ito € rm “Devernos todos ter ura morte horrivel”, perguntou outro mineiro de Virginia Despite Reforms, Miners Stil Can Get Black Lung”, por Lucinda Fleson, Philadelphia Inquirer, 18 de setenoro de 1988, 91. Docamentos Internos do UMW Revelam Mineradoras Que Excedem Padroes de 76 de ) Corporate Crime Reporter 3,6 de julho de 1987. Despite Reform..”, poe Fleeson,p. 1 “Black ung Fact Sheet", or Davit McAteer «Saude Ccupacional. Outubro de 1988, Plano Secteto: Reagan Vai Reduzir Beneficios do Pulmdo Negro, Pres Release do Centro Advocaticio de Seguranga e Saiide Ocupacional. Washington, D.C. 11 de ‘outubro de 1984 Cont Advocaticio de Seyuranca do Oeste, “56 para manter aquelas companhias funcionanda?”® 23. Ibid 24, “Black Lung”. Sith, p. 354. Notas 25. Ibid 1, #Black Lung: A Story of Neglected People”, por David Ross Stevens. Louisville Courier. Journal, 26 dejaneiro de 1969, 2, Veja de mado geral: To Punish or Persuade: Enforcement of Coal Mine Safty, por John Brathwaite. State University of New York Press, Albany, Nowa York, 1985. 3, “Black Lung”, por Lovin €. Kee Journal of Public Health Policy, vol. 1, marco de | 1989, 9. 57. bid. p. 50. 5. "Black Lung: The Social Prodtion of Disease por Barbara Ellen Smith, International Journal of Heath Services, vol, i m0 3, p. 346, 6 i 7 ti Black Lung: Mining asa Wat of Dea, pox Roba Coles e Hany Huge, The New Republic, 25 de ianevo de 1969, p18 9, Ker “Black Lune’ p56. 10, Death and the Mines, por Brit Hume. Grossman. Nova York, 1971. p. 102. 11, “Coughing Miners Back Bills’, por Hank Burchard. Washington Post 6 de janeiro de 1969. | 12, "Miners Organize to Reduce Risks, por Ben A. Franklin. New York Times, 27 de janeivo de 1969. The Hazards ok Mining”. Charleston Gaze, ? de feverero de 1968, p. 6, lack Lung”. Smith, p. 354 15,” Lei Refoemada de Benefcios para Pulmio Negro e Let de Beneficios de Receita para { Pulimio Negro de 1977, Comissio de Trabalho © Educacio, C&mara dos Oeputados, Severin de 1979, p. 1230. Lung”. Kerr p. $0. 7. 7Are Coal Mine Operators Cheating on Black Lung”, por Morton Mintz. Washington Post, 18 de marco de 1979. 102 + Russell Mokhiber Crimes corporatives © 103 Ml Pulmao marrom “0 bom Deus 4 eu acho au ln. les acriicam ava tendo resttisdos demais, Eu faltav -omegava de nov> quando eu chegava medica me disse que eu tinha broncopneumonia, eu c da porque n30 queria perder 4 dinheira nem arrisear meu Dia e noite a tosse e 0 chiaco persistiam, mas pela man’ acusavam forte contracdo e a tosse ficava mais acentuada, ‘meu peito fica muito mais apertado de manha’ ‘Ho até achar que jd saiu tudo — se € que a gente consegue. fm 1975, um ano antes de deixar a Stevens, Lassiter comécou a consular os inedicos, Um médico da Duke University dise-the que suas pasagens de ap sce am “quase totalmente blagueadas e que 9 p6 de alyodio esata pioranda minty ond de sate", Um segundo médico, da Universidade da Carolina do Nowe fee testes © determinou que ela “demonstava chads foes em quaseteder oy arapos pulmonaces”. Nu dos testes, ut médica acendeu um fsioro.€ 0 manrese de tes polegadas a frente do seu rost; pei que ela 0 apagasse Imdes. Fla ao consegui ¥ duas semanas de liceng ara natamenta de said @ten- Ea achou que nao tinha escolha, Se nto volasse perdera 6 Manas apOS Seu retomo, a espiragao esta\a exremamente dh ‘cera semana, Lassiter pediu demiss80. Dava conta de 80 conseguia mais respirar. Decidiy a aando 05 ples lagem, ara dentro desta maneira, diz ela. “Acho Ocaforea umidade...eu simplesmen- wwtos depois de comer sodoeiros. Durante 0 primeira tador comega a se queixar de uma 0 petto, Uma das caracteristicas pulmo marrom comegam a ficar mais fre 10 + Reset Mokhiir palo dos oper condigées de jpulmdes, faz com que os trabalhadores tussam incessantemente & 208 rwucos pro- duz problemas auniticos 'No século ss, médicos franceses & teis cram afigidos por uma doenca respira deiros”. Em (B45, medicos belgas que estudar seus estudos pioneiros sts inose n2s In na tecelagem da penicenc ia da Osh [Adminisvacso de Saiide © Seguranca tembro de 1983, sobre propostas de emendas 20s padroes de a terminar sua lazmente intrigados com nédicos venais que participaram da reunibo da 1wona Alea, no ano passado, onde raga infesiores Com ceneza est30 murs suletas & novas doengas que os povos suneriores exradicaram hi anos”. Na mesina tOniea, 0 ovemador do Tennessee, Ray Blanton, algodao ¢ como res Na verdade, xcediant os aives Sahel os n into d stad amino Non, esi da atitude da industria para com a lei € a order, % : stone a, we aplicada a inddstria ‘que a administragao eniraay 3 campanha de Branca promovesse “o grande potencial da ostia como ponto de venda para levan= tamento de fundos de campanha e apoio geral pelos empregadores” e prometia que “nenhum padrio controvertdo” seria proposte pela osiik ou pela Nios até depois das " j “om Lm: A Cast aay Hse Care tse ee 180 p. 208. " omuricacso peso. Frum. A Breathtaking Exerince el 219. 114 » Ruse Moshiber @ Buffalo Creek sabe 0 que parece? & como se voce estivesse asitindo a0 melhor Mme jamats produzide to filme pira para 0s comerciais ou coisa asim, Ee comercial continua, co continua.” “obrevivete descrevendo a vida pds 0 desastre de Buffalo Creek’ entdo eu grtei de Pare do dique local _zado no topo da ravinatinha rompido ea Sgua estava descendo para a cidade, Rhodes juntou a familia imediatamente se digi para a montanha. “A gua e casa, Eu estava de dgua até a cintura enquanto corria pessoas estavam gritando, mas ninguém estava chorando.” Emboraninguém tvesse morido ou se erido gravemente durante o colapso par- cial do dique, 0 acontecimento deixou uma impressio duradoura em Magaie Rhodes. 116 Rc Moir eine seguinte, a Buffalo primavera do ano: ee te una ane com 1g Company”, record. steve same nua ar eer at Send snr pre. N : = ge 07 esa ees de On Md eo do senso de humor de Steve Dasovich, sale aes, queer rime 2 eo due ropes ch norte 208 sae os oie, me os Pet Woe, anne 1968, escreveu uma carta para irae ponents disse que ndo havia pe cde mim porque eu perdi por que eu estava corren ‘Maggie Rhodes no compartithava ‘nem os outros moradores de Sauné ra cidade abaixo do dique da B cidade a s Prezado senor Moto a cinco quilmetros de Lorado.Fstou the escrevend sobre um ara ‘Accompanhia de caro despe- cuantidade a de cem metros de profundidade © todos so proprietos como & perigosa, Toda ver que chove todos com medio de sermos levados rts, Nossas vidas estdo em Perino" au cco sere nso ncn pra ct“ dgue” atras dos dois primeiros. Dasovich desentow on shetoe i ia don i oe ue 7 avin leuko = wane Choveu forte durante alguns: * a ae ea 0 Bo hac te Ne cum po ae 0 govem: havia nada, Parecia que 2 lidade”,?recorda um morador Crimes corporatvos «117 de Ammhersidale, uma cidade a meio caminho da ravina. Naquele momento, oto horas dda manhi, quando tudo estava calmo em Amherstdale. 0 dique de xisto da Buffalo Mining, situado quinze quilémetros acima de Amhersidale rompeu, enviando uma tor- rente negra de seiscentos milhaes de lias de gua e um mithio de toneladas de re- fugo sido fenda abaixo. A onda gigantesca provocou uma série de explosoes 4 medi- lizar sua condicio para depois tentar verficar 0 que havia de errado com ela [Uma agulha inserida na cavidade abdominal foi reicada cheia de sangue. De- ‘pais de obter a aprovagio do maride, os médicos resolveram fazer uma cirurga ex do abdome, Foi aherta a incisio e os médicos descobriram quase umn Ito ive proveniente de nenhu de Palmer pedir autorizacdo. Desta vez desejavam retirar as trompas © (08 ovérios — uma histeractomia de uegéncia. © senhor Palmer novamente concor- dou. Foi feta a operacdo para salvar a vida da paciente ui aproximadamente 4,5 res de muther Wes dle Shields em oitenta Id matou pelo menos dezoito mulheres 56 nos Estados Unidos. Das mulheres que conceberam usando 0 Shield, 66 mil provavelmente abortaram — a maioria espontaneamente, Qutras tiveram abortos Infectados conbiecidos como abortos espontineas sépticos. Centenas de mulheres * No original: Pelvic tnflymmatary Disease Bh 142 ¢ Russel stot como cess ‘© doutor Hugh J. Davis, pratessor lemativa eficiente para a 130 wvidez do ponto de vista médico, seu Jo 0 ponto de vista da invengao. trie Wn a alarm eco © Dalian Sl anaes DaKor aoe sts nomes, Davee’ ecahn Rober Cab, de a _-sangramento, exam poucd ram esses problemas e fentaram soluciond que © oWu escapasse do utero, projetaram o bordas. rane de 1970. Diva dees ovo aga pas ds anconeepcons WSiyerd Nebon(Democat Woy ae areca vvtealmerte 100% de protecdo contra 2 esgloni fl peut» Das ele rtepaen “Eon dete ule” poten dos ve na extagen een avis doh fon see can 10. am cea | Gynecology. © estado provocou una ‘zacbes. Das 640 mulheres que usaram Shi 1, ou seja, um indice surpreendente de oe ee falquer estudo como estes meses de teste gor mulher, quandy 9 ‘por si $6, fe2 com que o Shield parecesse uma to al ares de médicas e clinicas de planejamento familiar. Para idade gerada pelo artigo, Davis, Lerner, C 3, Thad médicas por todo 0 pais. Numa dessas convengdes em Ohio, Earl, au >, encontrou-se com umn vendedar da A.H. Robins Company. R 3s conhecida dos consumidores americanos pelos pro- dutos para uso disrio como 0 Chapsick*, 0 xaroze Robi ira contra pul {gas Sargeant. A Companhia estava ansiosa para entrar no lucrative mercado de Dus viu no Dalkon Shi le paca lucros maiores. Foi agendada uma reunigo em Richmond, na qual a Rabins comprou de Davis, Le-ner, Earl e Cohn os ste por USS 750 mil, A Robins concordou em pagar os quatro Is era socio — 10% de royalties sobre o volume bruto de vvendas do Shield nos Estados Unidos e no Canadé. Quanto mais Shields fossem ven: didos, m: (0 s6cis ficariam, Robins também concordou em pagar uma taxa — USS 30 mil ao ano — durante trés anos a Earl, US$ 20 mil anuais Davis durante cinco anos e um total de USS 150 mil a Lerner. Enquando o negocio estava sendo entabulado, 0 diretor médico da Robins, doutor Frederick timore para verificar os dados de sadde de Davis ¢ constatou que de 832 pacientes te am engravidado. Davis reivindicava um indice de 1,1, mas as averi dice sravider. Clark report ode Dois 12 € 0 primeiro vende. convengaes |, comegaram a promover ou e lark, vigjou paral dente da empresa, escreveu o de que o espaco de tempo da pesquisa Sabedora desta discrepsincia Davis e 0 que mais tarde tina me Robins mesmo assim fez a aduisigio no dia [2 de junho de 19) ages no desenho do Dalkon Shield antes ua propeia marca. A despeito de v gravider, “| quaisquer ete Cieste quanto a ‘Antes da comercializagao, a Robins consul adjunto de Obstetricia e Ginecologia da Universidade Wayne em De' es de p positive nao era supe 5% © que o estudo pul teve 199 mil e6pias do el fim setembro de 1971, nove meses apés 0 langamenta, a Robins iniciou um estudo de seguranga em macacos babuinos. Resultados: uma enire oito fémeas ppereceram e pedturagdo uterina foi encontrada em 30% da populagao. A Robins dos deste estudo." Para promover 0 Shield, a Robins programou antncios em revistas médicas, alguns dos quais mostravam um Utero voador com um Dalkon tro dele, Algumas das informages geradas por esta campanta prom Ibuigao aos médicos."" idonciosas. Uma afirmacio bastante tendenciosa era a de que os testes clinicos no Jahn Hopkins tinham mostrado um indice de gravidez de 1.1% (© argumento de vendas enganoso, todavia, produ res em poucos Inaes de mulheres estavam circulando com o Dalkon Shield no ventre. Para um lado aproximadamente 45% do mercado de "ava afm torno de alguns centavos, mas que ha cone sto de fabricagio cea vendido avs médicos por USS 4,35, dice de retorno. As ages da Robins vararam o teto de Wall le de 40, durante os ts anos que se sucederam apés a venda do a companhla estava pontos até umn primeiro Dalkon Shiel. ‘Comm 0s lucras vieram as reclamacoes. AS e de colocagio ede remocao, de dor e de perfurava o Gtero, de onde entraya para a ca ravider € de infecgdes ocasionais. O m ravidavam apesar de usarem 0 Shield. A proposicao fundament rarho pode ser plantado no ctero para evitar agra sda em todo 0 marketing dos o14s — foi e continua a ser, na me 4 mulher aceitasse colocar um D1 aber, de que se engravidasse seus problemas seriam complexos. Logo depois de o Shield invadir o mercado, ficou claro que 0 dispositive em forma de carangueio & 0 feo seriam vizinhos incomp: jor do utero, fm fevereiro de 1971, seis meses depois que a Robins Shield, um médico escreveu 3 empresa: "Acabo de colocar meu décimo Shield € Je 0 procedimento & a manipulagio mais traumética jamais imposta 3 fi que todos os Shields sejam retirados do meu consult6rio e farei heres se queivavam da proposigio ressa thor da hipéteses, discutivel. Mas, uma vez au no seu corpo, e em pal percebo qui smuher.. 8 so Comes comorannas #145 Ml to. em todas as clinicas onde estou af Shield em formato de caranguejo, racusou-se 3 usi-fo. “Quando 0 Dalkon Shield amos 0 seu uso cam base na minha palavra, Por qué? mas se x segura. M Dalkon Shield n3o conseguiram obter uma gravidez a termo sem qu ‘ves problemas. Algumas desenvolveram sérias infecgées durante 0 medisrio, Outras morreram. © florescente problema de abortos sépticas espontiness ou de abonios infecciasas chesau ao conhecimenta da Robinson no verdo de 1972, por Thad Ear © ptimeiro vendedor da Dalkon Corporation. Como fai descrto, Earl era um co: 3 da Robins etinha interesses nos royalties sobre as vendas do Shield. Também i selecionado pela Robins como um dos dez médicos do pals para co 1udas sobre 0$ Dalkon Shields depois de o produto ter sido fangado. Ea conversado com muitos médicos, os quais Ihe disseram que tinham presenciado bortos sépticos espantaneos no segundo trimesire de gravidez nas mulheres que tavam usando o Shield, Earl observau a sindrome pessoalmente em suas prOprias pacientes, £m 23 de junho de 1972, Ear! natficou a Robins, em carta de que faz parte 0 trecho segue abaixo: A stuacSo seguinte que enconte éa de mulheras engravidando ese o Shield 1 deinado no lugir, elas abor'am tes meses @ melo a cinco meses anes de se tomers do 05 médicos de que o dispositive deve ser eis avis. inameros médias tém notado isto, Em seis ‘ona estes dads com outros investigadores na pas 1 dos médicos ests enfrentando o mesmo problema." Além do relatério chamativo de Earl, a Robins recebeu comunicagées inde- pendentes de médicos em todo © latando abortos sénticos espont3neos. To- via, dezoito meses apts 0 memorandy de Earl, a Robins fez muito pouco para _advertir médicos ou pacientes do aparente perigo do Shield. A Robins nao desenca- Muitas pessoas do Terceito Mundo — por causa de estruturas médicas subde- senvolvidas, leis de protegao a0 consumidor lassas ou ni existentes ¢ gavernas is Como as praticas de despejo Vevadas a cabo pela exponacio do DDalkon Shield pela Robins. Muitas companhias americanas tiram vantagem desta quimicas americanas enviam anyalmer eladas de pesticidas que sig totalmente or ‘uso Neste pais, Embora os dados sobre os , 8 owas indica um problema de grandes proporcbes, A Orga cde Saide (ovs) estimou, em 1973, que 250 mil casos de envenena- Correin todo ano no Tercera Mundo. A Comissio Oxford para Alivio da Fome (oxraw) estimou, em 1982, que 0 indice tinha se elevado anualmente para 375 mil envenenamentos com dex mil mortes.? -ana gara Protecaa do Meio Ambiente (69x) baniv © so do 3s. em 1972, e do Dieldrin em 1974. O not provoca falhas auiposo dos seres humanos. Nem 0 banimento nem 0s efeitos adversos na satide @ no meio ambiente impediram a Montrose Cheesial Corporation de vender © opt a 21 importadores esrangeitos durante dezoita meses. do inicio de 1979 a rovembro de t930." ‘Onivel de 007 no lete de vaca na Guatemala énoventa vezes superior 20 petmi- vido nes Estados Unidos. Os habitants da Nicardgua eda Guatemala caregam no san- {que 31 vezes mais Dor do que os americanos" No lite das mulheres que amamen- tam, naqueles paises, o oor fol encontrado em niveis duzentas vezes acima do nivel imédio das mes americanas. Q aot # 6 Diekicin estavam sendo vendidoslivremente ert do lago Naku, 0 Quénia, ands em 1980. Flamingos, um milhdo dees, cos- lago Naka, araindo tuts de todas as partes do mundo. Agor, 3s. Alguns moradores do local acreditarn cue de flamingos & devido ao Dor e a0 Dieldrin encanrads nas fm 1980, na pequena cidade da Malésia, Cha Te umd doves pesquisou a disponibilidade de 2,4,5-T nos estabeleciment 1 Robert Richter, rodutor de aclamado serisdo de ing Service inttlado Pesticides e puss: somente para eiporagéo. Em pelo homem. A dioxin faboratSrio mesmo em a. contém 2.4.5-1 ‘Cha Tek ,"@ descobri que vent Tado de garrafas cantendo math: Es ‘oho tisha sido rads, NOS mal ‘uso indiseriminado tem I ticidas. Geraldo Delgad pela sequranca d deados com oo, Di pais. “Toda ver ave a pestcid de nascenca nos animais de ja, desfolhador usaco no Viet endian 9 24,5-T" informou fas que evar armazenacas 20 As etiquetas das garrafas de hecimento desses prO- eles vendem 0 Pro 12 causa cences © deforidades ‘doses rnfnimas. O Agente loja para persm diam 0 2,4.5-1 em gata stavam sem etiquetas “Ene nur riangs nao temas muito con rads por ruskinacionas 3 gulsa de [ucr ao se sibe mato sobre apravouc outros ps Joredano, endrina € muitos que causam cancer ou deformidaes de iperigo 0 meio ambiente. bbidos ow seu uso severarne! amente ’ te espectro do enivenenamento POF Hes vena costa Rica, express0u preocUPacsO ‘etavam sendo corstanttemente bombar~ sricoas voariso sore 0s Bane Jgado disse a Richter, {das 580 perigosos 208 sengaemaninals de idas, assim com O nos Estados Unidos iro Mundo, onde seu Hepiactoro, seres humans pof {aboratério ou pier 21 pre 0 Dieldrin, sto pro fe na Europa. Comudo, so veridos 12 tpn es aes Pom woo Dl ee 1cig dos pesticidas. © problema com 2 ves, onde eso a8 3528 PIO: trobathadores, sas exsas was falas soube que as tomates estavam ser atin eum veneno que 122 9 do estate do 2 Sie vos ca e ee José Lutzen- renado pelo mercirio. Em que a dest Sen Umea ie sr re ena ae i fer do movimento ambiental no Br ganizacies mundiais que ver Lutzenberger disse a Ric! ‘onde os companentes da, merc efetos do envenenarento triga mesicano che- i, fuged OF spenas com afialidade dese spodrecimento etna Si BU sos sr m0 9 982 coin Em 1971, carregamentos de cevads coma Baugh no wage, eos fee ion ecu ES. 8 ara evita 2 treo, tinha sido tratado quimicamente Ps crimes carorativas #173 ‘erizedo com um corantecorle-osa rifante pa indicara presenca da solugSo de fcados er: inglés e espana, ‘roubado do port, foi vendido 104 que “pelo mens seis mil fos como resultad desse enve- 5 caregamentos "60! Chemical Company product e exporou 0 pesticide wsvel) para palses em desenvolvimento, incluindo izaro ive em 1976, quando opersrios da tabrice ar sintomas de graves danos neurolégicos, aprox ‘ue obrigam a exporragao de ® Perigosos. Tudo 0 que estéo fazendo, dizem, é ajar aa 5 povos do Terceiro Mund, 10 18m problemas nutricionais 05, argumentam as ara esses povos. Todavi Pesticidas usados nos pa ‘consumo local, “Pele men exportagao", ‘cobrem nem 70% d . % das quase novecentas ncer”. (Tolerincia & quamtidade de pest ‘enticio.) Citando 0 Esc idas que causam fm qualquer produto aie ide (GAO, Weir relata que “mais 'a importada do Nex; W178 + tose Mokiber clos domesicamente com rela a pesticide que vela povco a rents adulterados que descobre.* de cesporsabilidade nesta ira, poucss indistias podem se todavia, € um competidor digno de ota. Algumas das maiores ind icas do mundo hoje esto 19 ramo de supiro Teco Mundo com érogas que esto baidas ou severamente ‘esras no Ocidente. As pessoas no Terceiro Mundo hoje compram quae ts bi- thoes de dlares de medicamentas dos laboratrios farmactuticos ocidentais Ate 1986, as les americanas regendo as dogas eram send 0s pesca num aspecto importantes laboratri pedidos de exportar drogas que esto proibidas ou sem registro neste pais. Nenhu- ima lel probe 3 verda no Exterior de pesticides que no podem ser verldos nos Es tados Unidos. £m 1986, os laboratévios americanos fram bem sucedidos ao entra quecerem a lei que agora permite a exportagio a 21 paises de drogas ainda nfo aprovadas para uso n9 pas. proibicao pata exportar dogas prigasas, todavia, fi ente contornada. “A menos que a embalagem se arebente no cai, span." 9 de serem apannadas¢ contorram a com a sate e o bem-estar de seus consumidares envalve 0 anticoncepcional da Upiohn, Depo-Provera, uma droga que, ao ser njetada no braco de uma mulher, evita a concengdo durante rés a seis semanas. O efeito duradouro coloca 0 Depo na categoria das drogas milagrosas para paises do Terceiro Mundo densamente povoados. Todavia, devido ao grande numero de efeitos colaterais, complicacdes & perigos em potencial, o Depa ndo foi aprovado para comercalizagio nos Estados Unidos. A droga causa “ 3s iregulares de sangramento” que foram descritos coma um “caos menstrual”. Também causa céncer nos Orga mais de laborat6rio e reduz a resistencia do corpo humano do numa mulher grévida, pode causar defeitos de nascenga. nte do Depo, tem pressionaclo a FDA para Uso neste pals. A.r9, ciente dos perigos do Depo e dos dados forma inflexivel. Em 1978, a FOA n ide que o Depo era “no aprovive ta de sindicancia da rbarecomendou {so nos Estados Unidos. Jamente embargado 0 envio do Depo Embora essas decisdes tenham def ines comer 175 & see W176 Hasl Nie jamente associada a uma doenca ). Conhecida por seus sérios eei- ce seus defensores romaram as cuas de Te cuasde Toquio 1do que a Ciba retirasse 0 produto do mercado. ide er todo 0 ‘em alguns pacientes au foenga grave do gue chamada anemia aplética. Matos acer, HA tum risco que pre- rg ccaso de um paciente que pode morre de fo, Todaviay tor do estudo investigatvo Presciption (or Death” empregada 10s palses do Terceiro Mundo. nesta droga estava sendo vsada para doengas ir “Soservou silverman, “e para praticamente todo "Po nar sem que advertencias a0 meticn.”> empresas arericanas 38 ¥e2 ‘A Untion Carbide operava ut vam proveito do ttimo despeo empresa OPT jorica de bateras nos arredores thader”. Numa determinada romicada come partacara de uma doenga do Em meados de 1970, de acordo com Wyri thew cloro da Nicardgua estava desoeiando empresa americana Penrwalt Company, ido instar equipamenta ia de 40% da empresa nicaraguer ‘¢do auma fbrica similar n0 estado sobre a qual a Penn ne "tox do elima politico instivelreinante na distor de propaganda e relacoes publicas de -erona.sdeterdem 0 despeio de produits perigoses 70 Tee Mundo so ahr que eda pots competent responsive para detent 2 paltica na morte exporagso de prods prigotos, Porro 60 BNET da Guatemala era sua droga que os Exadas Unidos comida PHOS S econ nig deve se sentir constangido 56 porgue 3184r? pais do Ocidente banis 2 sone. Ete pent de visa fo! aresentado por um execuvo ‘rior american GE ines corporatives 177 Hl de Poin Fos ra, em subsidigria lade”, pessoal ace visa as ordens que eles dao e as executam, Entao, % no pals de argern send fabrcados sq 's do Terceiro Mundo estdo tentande nals farmace essas Sreas 7 imeiras atos como presidente, Re Sat ada pelo president fimmy Carter 34 dis a 25 abus0s de exportagio "agan rescindiu uma orden Mes, que pot 175+ Busse Moshiber © uma vez que a empresas Viaada, independentemente do que Wwalquer outto pais. “Se a De ato, devido a cor- @ maioria dos patses do Terceito Mundo "Besos, José Lutzenberger,o lider ambien. Ne, a8 empresas mulinacio- #30 poderosas que conseguem i do 0559 Ministério da * Observ0U Lutzenberger recentemente, “Esse admi- umidores e do Terceiro Mundo no Anwar Fazal, ex-presidente das Oryanizacbes Intemacionais das Unies de Consumidores,sediadas na M, {que as mudangas visando favorecer o= lentamente, "A gandecia é um aspecto muito importante de todo este grobiema’, diz Fazal, “e para contotnar os poderes das 1acionais, 0: grupos de cidadania precisam despertar em todo o mundo para 1 “*Pestcides and ills: For Export Only", por Robert Richter. Parte 2: ndistias Farmacducicas, eanscrigdo do programa de TV levado ao ar 90 Public Groadcasting Service, 7 de outubro de 1981, 9.20, 2. bi, pt 3. "Banned at Home, Exported Abra: The Cootol of Hazardous Exports", comentirios de 5. lacob Scher. Natural Resources Deferse Council, Science and Technology Workshop, Agenda for the Eighties Conference, 4, “Pesticides and Pls: Far Exor Only, do proarama de TV no Public Broa 5. "The Corporate Crime of the Century”, por Mark 1979, 9.28. 6. “The Charye: Genocide", por Barbara Ehrenreich, Mark Dowie © Stephen Minin Mother Jones, novenioro de 1973, ».28 7 bid, 29 8. ibid, p30. 9, “Hazardous Exports: United States and international Policy Qavelopments™ por S. jacob Scher, Advogad Séniat, Natural Resources Council junta de 1984, inédito, p. 6 10. Pils, Pesticides, and Profs: The International Tade in Toxic S rton-on-Huduon, Nova York, p. Pestcies and Peaple in a Mungry Food and Development Folicy, $30 9:12 16, Darkest Hours por Rabert jay Nash. Pocket Books, Nov York, 977, p.16; ver também Cine epoaives 179 “How the Pink Death Came to lag", por gh, Sunday Tne of, bro de 1972, pp, 17-19. “ OG sem Hurt Mose Than Just Pests", por Bob Wyrick. Newsday, 14 de “Posies nd Ph For pon Only ite cher Pane I Peis, p14 Circle of Poisan, Weir e Shapiro, 9.28. ° 20. “Report Says FDA Checks Few Foods for Pesci ra Pesticides”. Wail Steet fournal * i Steet journal, 4 de dezem. 21. Comporate Crime in the Pharmaceute Keegan Paul, Londres, 1984, p. 262. ‘Industry, por John Brathwate, Routledge & 22 td 280 23. "The Cage: Geno’, Chenich a 24. Ibid. ops 25. “Pesticides and Pill: For Export Only”, Rich 0805; 0 ichter, Parte 2, Dragas,p. 2 26. Corporate Crime inthe Pharmaceutical inst. Brathwaite p29 ica¢30 pessoal, Milton Silverman, 17 de dezembro de 1986 ides and Pils For Export Only. Richter Parte 2, Drogas, p. 5 pia “Chemical Plant's Poison inflames a Nation’ bro de 1981 32. Conorate Crime in the Pharmaceutical in the Pharmaceutical Industry. Hrithwait 2 copeevc iy. Braithwaite, p. 262, 34. “Pesticides and Pils: For Export Ony” 35. “Hazardous Exports: United States and in Scher junho de 1984, inédito. “Pesticides ard Pils: For Export Only" Richter. Pate 1, Pstcdas, p16. Por Bob Wick, Newsday, 21 de dezem- ¥ Develoomens”, por, Jacob 36. W100 + asset stokhiter Firestone “A Firestone Tire and Rubber Co std tem estado, hi lgum tempo, na posigso de evita a carga devestadors e destruc humana que seus pneu proiiam ‘que era de seu conhecimento. No exercicio de uma escola clara € conicente, permit, no obstane, que essa destruc tives acontecdo.” Joho &. Moss. presidente, Subcomissia de Supervisso € Investigacdo da Comissio de Comércio Intrestadual ‘onal, Crmara Federal dos 5 Unidos, mato de 978° si Christy e Matthew, estavam no banco de tris. Johnson estava dirigindo velocidade, 88 krv, 3s vezes menos, a caminho da casa de Death Val nia, Toda vez que o velociertro passava dos 50, el Pensou nos gneus, mas descartou 0 medo, Lembrou: “ 0 estouram mais, eles apenas esvaziam” {estavam indo para casa e Perry estavaficando nervosa, As vibragées a fizeram lembrar de vibragées semelhantes que sentiu uns meses an tes. Na época, ela levou 0 carro a uma oficina. © pneu dianteiro esquerdo tinha um calomiso. Comprou um pneu novo € fez a reposigdo. Agora, seis meses depois, as vibrages estavam de volta. A caminho de Death Valley, Perry e Johnson tinham pa rado num posto da Union 76, onde o frentista percebeu um inchaco no peu dian- teiro dreito. Trocou 0 pneu pelo estepe. Johnson entrou para a redovia. Logo em se ‘uida, as vibracdes estavam piorando. ‘num posto para verificar os pneus. Johnson entrou hum inchago. ta Ihe assegurou Johnson e Perry decidiram con- ‘examinou 05 pneus. NJo Johnson notou que as que isto era uma caracter ‘estava lendo alto, A perua Ford con- locidade. De repente, as criangas foram sacudidas por um barutho de explosio.Woolsey parou de ler. A trasera do eh oe ee G20 “comesau 2 derrapar de forma incontolével’, de acocdo com Johison, No $€1 artigo “Inferno sobre rodas” (New V » 8 de maio de 1971 Johnson relembra 0 que aconteceu em seg Moira 1 € pra cd na estrada, jogando a gente, i eno e depois para o canteiro ental JE Sranees seturaram a respiracdo e depois cram silencoss, pensando na enna, S26 acortecrs quater momento. Wookey eva pens Ung tam um rope. amos bites. ! Mae to we fl josida contra a porta. Com a vontade de viver qu ea | We passa are cabega do gente em horas de rie tne desesperadamente mu ler se algurna experiencia parecida, Gel! Dirija como se fosse geo, Nio lute covtia Slo Veo want na deco da derapagem, Vite a deco. Eu io sabia o soe : Podia ouvir apenas a Dinay Brando: “No ponha 0 m0 frei, aio ponha 0 pé no feio!” eo care feos 1238 aproximando & eu sabla com a maior ria um inferno, processos “arrancque para forgar as grandes empresas de amianto a procurar cobrir ou remover das excolas, escritrios, cadeias, hospitas, universidades e outros edificios publicos, ‘ou pagar por tais servigos. O custo estimado cle uma limpeza geral de amianto no Comes conorativs + 261 pals fundea cabeca. © advagado de um reclamante estimou cue $6 fazer um levan- tamento nos cinco mil edifcios de Massachusens custasia USS 3.5 Em 26 de agosto de 1982, Manville, ‘ido, pedis faléncia num tribunal fee pprocessos € obrigou as Manville. As vitimas acusaram a Manville de usar lencia para escapar das responsabilidades perante as vitimas que prejudicou. Numa peticdo protocolads na Corte distrital do setor Sul de Nova York, 08 advogados das vitimas da amiantose alegaram que o pedido de faléncia da Manvi rado por titicas de moralidade ¢ legalidade questionaveis e que 3 ci deveria ser jogada pela janela ‘As witimas alegaram, especificamente, que a Manville tinha mentido ao air mar que seu antigo conselheito k tar que 0s documentas chave nos quais Brown reconhecia os efeitos nocivos do amianto fossem apresentados no tribunal como prova em aces contca a empresa, Na realidade, Brown foi encontrado vivo na Escécia por um advogado das vitimas. As vitimas também acusaram a Manville de ter tentado, nos anos 30 € abafar estudos dos perigos a saade provocados pelo amiant ‘gar, seus proprios estudos; e que em 1981, um ano antes de companhia realizou uma reestruturacso empresarial a fim de tentar parte das aperagdes da empresa das ages reivindicatsrias. A Manville também foi acusada de evitar seus contadores usuais, a Coopers & Lybr Price Waterhouse para uma opinido de que a empresa dever conta de reserva a fim de provocar uma imediata interrupcak tes, tornando a empresa, desta forma, hipote de laléncia, Quando da decisio da Manvi Frederick L. Pundsack, argumentou que tal pracedimento “sr fma era “um empreendimento visvel © préspero” que estava se tomando “mais (orte do que nunca’. Por este seu ponto de vista foi encorajado a se aposentat mais edo. Posteriormente renunciou, menos de uma semana antes de a Marwillereque- rer falncia para se proteger dos 16.500 processos entdo pendentes."* advogado de Washington, esié apelando da decisdo de reor- 1d0 no fato de que es turago procura livrar a 235 condigSes de sade relacionadas 2 amianto no fauro, © que pode Fiam entrat com processos contra a empresa aps a reestruturagio ter sido comple tada. “De fato, 0 que 4 Manville esiétentando fazer aqui é exatamente o que aA. H. WW 282 + sasseil mokhiber igada de suas 1¢ Golders. ‘em agosto de 1985, Uss 255 bihdes aon querlances, © acowdo cbrgaea a Wlanvile a eabelecer um fundo ao qual os acionistas entregariam metade do valor de suas agdes, sendo que 2 ‘empresa desistria de grande parte dos lucros projetados para os proximos 25 anos."" A cetteza de que 05 executivos da industria ha muito sabiam dos perigos do amianto @ dos danos resultantes levanta a sériae largamente discutida questo de ‘como as empresas de amianto e seus executives devam ser punidos. Quando a Manville requereu faléncia em 1982, a companhia reconheceu que tinha sido responsavel por danos punitives par js en dez causas individuals, acertados em 1981 « !982, nas quais os danos punitives concedidos ficaram na casa dos USS 616 ‘mil cada uma." O acorda de USS 2,5 bilhdes transfere efetivamente grande parte dos lucr0s da empresa as vitimas. Mas, seré que a compensagio em si ¢ wma conclusio justa para o que Constance Ruggieri. uma vitima do amianto, acreditava ser um caso de “homicidio nto fo! processado por hamicidio Cculposo, emibora 0s fatos justifiquem uma providéncia desta natureza. Dada a tremenda injustica de recursos © a pressio politica que urn advogad dist eenfrentaria caso um processa desses fosse adiante, precisamos pergur processo fracassado no caso do automdvel Pinta & duas taz0es poderosas para © Congeesse aprovar um estatuto federal de homicidio para que recursos federais adequados possam ser dispostas a fim de fazer justia 30s ‘que ameacam a seguranca ¢ a sauide publica Notas pa. te Poliies of Caneat, peo tox Samuel Epncin. Anchor PresVDe Dusty Death ABC. p. 22, or Roanid Maley. Ti de 1980, p21 10. “The Ll Comes OM". Morley, p21 Comes cormeatvos #263 ML 11, Asbestos: Medica! and Legal Aspects, por Baty L. Castleman, Com uma contribuigo de Stephen L. Berger. Law and usines, Inc. Harcourt Brace Jovanovich, New York, 12. The Poliies of Concer. Epstein, p. 93, 13. bid, . 95. 14. Asbestos: Medical and Legal Aspects, 2 ed, po" Barry L. Castleman. Law and Susiness, Inc, Harcourt Brace jovarvich, New York, 1986. 15. “Secund Wave of Litigation Hits Asbestos”, por Francis. Flaherty, National Law journal, 29 de quubro de 1984, p.1. Ver também Asbestos: Medical ard Legal Aspects, Castle- ‘man, 1984, 6.311 16, Daclaraglo de Peer John Robinson em resposta 8 Propasta do Tribunal de 26 de out bro de 1983, no ia re ohns Marsille Corporation, 7 de outubro de 1983. 17. Carta de Michael Goldberg para joan Claybeook, 10 de dezembro de 1986, 18, “Manille Offers Asbestos Victns $2.5 Bill Fund”, por Stuart Diamond. New York Times, 3 de agoso de 1985. 19. Outrageous Miscondlsct: The Asbestos Industry on Trl. por Paul Bradt. Pantheon, Nova York, 1905, p, 183, 264 + Basel hobhiver _macacos faziam. De acordo com lordan, 0 produtos que camara. Nenhum pagamento finareeiro icionte par9 compensar 3 dor 0 sofrimento e 2 dificuldade que eu avavesse e estou atavessanéo, Foranto, senator, po favor, continue pressionando-os com toda a forga ‘arta que @ senor tem, Les merecem ser puis.” Cora ee uma vitima da raga MERI29 90 semador Hubeet Humphrey em 7 de dezembro de 1963 toxicologia da nova droga ant fu “muito mesquinho, perdia muito peso € no podia enxergar 0 suficiente para pular no prato da ‘pinisg, esse macaco estava doente devido a1uma reagio 3 droga’ és, efletindo a perda de peso. No case dos dei ficados anteriorment, 28 linhas do gt indicando que houvera uma morte prematura, O gr (O doutor Evert Van Maanen, dietor de i 2 aparentemente interessade na percepcao que teressava a Van Maanen — a empresa Merrell € a empresa-m: Merrell — era 0 novo uso do weR/29 (nos), na €90ca aguardando ape ‘namenial. Sem e853 aprovagao, a companhia do poderia comercial rmilhdes de dolares em lucros permaneceriam projetados descendentes ¢ as linhas curtas nos gra Food and Drug Administration (OA), droga. Portanto, quando Jordan levou os graficos a Van Maanen, talver, ter ficado surpreendida com sua reaco. Mas ficou. De acardo com Jordan, Van Maanen orientou-a no sentido de fazer algumas ‘mudangas. Disse-the para estender as linhas dos dois macacos que tinham sido sa- cerifcados para que ficassem emparelhadas com 0 periodo de vida dos demais ‘Mandos, em seguida, que ela eliminasse a curva descendente do racaco 49. De a ccordo com Jordan, Van Maanen “disse que nao gostava que a exttemidade da linha Caisse daquela forma”. Mandou que ela mantivesse a linha “mais em nivel horizon tal”. Jordan se ressentiu de ter de preparar um falso e saiu do ‘Mane apds terse recusado a assinar os gricos.« Jordan contou sua histéria a William King, diretor do laboratdrio de toxicolo- sa. King ouviu o relato do que tinha acontecide e, de acordo com Jordan, disse-the ‘que ele fo doutor Van Maanenl era seu superior. “Faca 0 que ele mandou e fique ‘auietinha.” A senhora Jordan seguiu 0 conselho de King, Ficou quieta.* (Na época, a Merrel estava ansiosa em obter a aprovacio da FD para 0 ts/ 29, ante 0 final dos anos 50, estavam surgindo, cada vez mais frequentemente, re ios sobre a relacao esatistica entre 0 colesteral e doengas cardlacas, o mata- ° ra época e ainda hoje, Até meados de 1950, nio ha: de colesterol que fosse seguro para uso geral. A fosse a resposta, A Merrell elogiava 0 me3/29 como 10 n0s tecidos como as pessoas podert- ice de colesterol contanto que tomassem 0 mER/29 ivamente grande para 0 mew/29, com indo a droga numa base diéria pata 0 foi orojetado um mercado estimado 10.0 gasto com produtos farmacéuticos dos con- to € a corrida para langar 0 Mee/29 era grande. inhas curtas nos grafico ficariam no caminho.” rados representaram apenas uma das muitas oportunidades ‘em que a Merrell deixou de reportar honestamente os seus resultados em testes com 265 + Russell Mokhiber animats, Para apoiar 0 Noa do MER/29, 2 Mersel submeteu 05 resultados de um nove de peso e sangue dos ratos junho de 1958, a empresa di {uestionando se “2s mudangas nos gldbulos vermelhos no teste com os ratos mere. ceriam a énfase dada”. A edicio segui ro no mencionou as acorréncias 3" ou “estranhas”. A Merrel independente, a doutora Jane Desiorges, ras" no sangue e pediu ao departamento de pesquisa tenviasse manchas de sangue para que pudesse estudar as mudangas em Wo. O pedido foi encaminhado a Van Maanen, que dis cutie 0 assunto com dois de seus colegas. Eles se recusaram a enviar as manchas, argumentando que “no momento nao seria de interesse para a companhia para o nosso produto o envio de manchas @ hema inicos ynteressados. No dia seguinte, 0 diretor de pesquisa da Merrell discordou, alegando que “a decisio de indo ceder manchas de sangue de 0550s estudos toxicolagicos para consultores he- ‘matclogicos... epresenta um sério handicap para os estudos do MeR/29... 0 doutor -MeMaster e eu temos a obrigagio moral « médica de usar 0 wes/29 de forma sexu «a. Desta forma, estamos ambos ansiosos em descobsir mais sobre as mudancas sanguineas que foram reportadas pelos animais testados". De acordo com Ralph ‘Adam Fine, no livto The Great Drug Deception, nda ha nenhuma indicacio de que as manchas tenham sido cedidas." Estd claro que 0s testes indicando mudangas sanguineas estranhas ou bizarras foram mal interpretados 9 FD4, Todavia, mesmo estes e outros resultados de testes “polidas” que a Merrell submeteu como parte de sev pedido de rexistro, em julho de 1959, suscitaram duvidas. Em setembro de 1959, o doutor Jerome Epstein, médi co da Fox designado para o MER/29, chserwau numa carta d Merrell que "os dadlos submetidos sugerem uma pequena margem de seguranga". Em esposta, um fun- Clondrio da Merrell escreveu a roa que estava “ue tanto surpreso pela afirmago de ‘que nossos dados sugerem pequena margem de seguranca". Resumindo os testes ‘gue tinham sido submetides, 0 funcionério assinalou desavergonhadamente que CCimes corportivos © 267 I jganinos em peso no foram afetados em ratos cu macacos” e que lo havia resposta hematopoatica destavorivel”. ‘Macacos, ratos e bigles. A Mer ‘lusdes ertdneas dos testes. A md interpretacio dos testes nos cachor Cinco cachortos foram testados em 1959. Todos foram seriamente pre- 1m degeneracao hepatica, Trés dos cinco mor- 4 FA. Quando a agéncia de propaganda da M temente observadas em cachorros", a Mer A corrente de decepgoes da Merrell ndo terminou com os testes em animais. Quando uma incisria farmacéutica desenvolve uma nova droga, ela eetua 0s testes para eleito de seguranca no $6 em animals, mas também em seres hnumanos. Os testes em seres humanos sio chamadios eufemisticamente de “experimentacdes cl cas. Este testes sio narmalmente conduzidos or médicos externas em todo 0 pats (chamados de investigadores linicos) em voluntitios que precisam dar seu consen- ‘iment por escrito. £m muitas ocasides, os voluntarios s20 prisioneiros, estudantes cde medicina ou pacientes afetados pela doeaca que a droga se propde a curar. Um destes investigadores, 0 doutor Wong, de Washington, D.C., escrevew 3 ices de colesterol “toda vez que ums smpe ou quando um ‘© mex/29 para que pu- © pedido de ga nova naquelas pessoas va- De qualquer forma, “o objetivo madas", de acordo com um memoranda interno da empre' eventual venda do produto a virios hos ds Forgas Armadas quando « produto fosse langado, Nio estavamos pensando aqui tanto no trabalho clinico honesta como num amaciamento pré-langament Para dar apoio a0 Seu NDA laprovagio de nova droga) para o Mea/29, a Merrell informou que estudos clinicos em 116 pacientes indicavam que a droga tinha reduzi- dos indices de colesterol e que era aparentemente segura, a despeito de um relatério W268 + Russell Moktiber pacientes humanos testados thiddo na pele que cobre os at fem animais. A agéncia estava preocupada Figado pelo uso da droga adicionais de “longo prazo’ ‘enviou a Foaum resumo de de seres humanos, que a empresa, condo que o si/29 no prod 9 de abel de 1960 Ngo © produto através de ae medicas em todo 0 1 {es jd podtam ser ouvi pacientes se queixavam de nunca tinham apareciclo em seus testes e informou ‘Merck eram questionaveis, uma vez que a Merck tinha usado. de eg/29 impuro.” Exes relatios de efeitos cola rentes apresentaram um problema para os vvenderlores da Merrell em todo o pais — conhecitlos 20 ramo como “homens cle cea thes". Ao invés de alhar para dena, a Merell pre tras paragens. A companhia emitlyfolhas de instrugdes para seus vendeddres intl das "Perguntas Simples Contornam 90% das Dvilas fleto,repetindo a resposta ce McMaster ao méslico cle Ni Crimes corpratves «269 ‘Ouvimos nove palauras um dia destes que tesolvem de maneira clara um ds seus mares problemas. Quando um médico nos diz que nossa doga causa feos coaterais, a resposta imedita 6 “Douior, que outa droga o seu paciente c6t8 tomando? -Mesmo sabendo que sua deoga pode causaros citados efeitos colaterais, as chances #80 de que 0s mesmes efeitos estelam sendo causados pela segunda ioga! Vocé permite que sua droga leve a culpa quando revida com uma respos- 1a defensiva, Saiba come responder 205 efeitos coaterais honestamente, sim mas tena 05 fats primelro. “Doutor, ue outras drogas o seu paciente ests tomanda? Estdfazendo isto ‘ni nos? Por que no nos disse isto na 6poea! sta politica de translerir 0 faco de atengao da empresa @ dos produtos era conhecida nao apenas dos vendedores da Merrell mas de tados os funcionsrios da ‘empresa na matriz em Cincinatti, Em marco de 1961, por exemplo, McMaster, 0 irtor adjunto de pesquisa clinica, concluiu que “ngo pode haver divida quanto relacio da terapia com es/29 e alteragdes (no cabelo)". McMaster rascunhou um indo-se a “alteragaes de sta proposta foi veta- _Merell que vetou a linguagem, raciacinou na ocasito que “nenhum desses casos pprovocou cabelo verde, rosa ou lavanda, espero". Como resultado, a embalagem adveria apenas sobre “cabelos mais ralos” _argumento de vendas que era tudo menos brando, Uma circ dedares ao entusiasmo: _Mais pessoas tém se tornado bons vendedores mais pelo entusiasme de que or qualquer outro metodo. Se voce acredita no seu produto — se voc se entir ‘siasmar com Met/29 —e comegar a vistar os médicos, suas vendas vio se mate= siaizae Por qué? Porue voc tem entusiasmo, voc® precisa se entusiasmar com ‘0123, Nunca antes ~ € falvez nunca mais — voc® tes um produto como 0 M¥/29, vOCt NAO TR BAZAO PARA NAO SEESTUSIASMAR — VOCE NAO TeM MOTIVOS 270 + Kunett sokhiber Todo 0 pape animado de vend, t terais, fm 1 de fevereica de 1961, a Mer Jnformando que um de seus pacientes, sob rmentado alteragdes de pele e de cabelo sobre visio obscurecida comecaram @ pr tha recebido winquenta relatorios de pacientes até novembro de 1961 a empresa tinha recebido relatorios de cinco pacientes do .wex/29 que estavam com catarata. Nao obstante, a empresa insstia em assegurar ao publico que 0 MeR!29 era ‘seguro. Em novembro, 2 Merrett colocou um anuncio em sete importantes publica ‘gBes médicas proclamando que “o uso do mes/29 em mais de tr tes reafitmava as margens de seguranga estabelecidas n0s p € laboratoriais”.” Um més antes, um médico escreveu 3 Me’ dois de seus pacientes se queixaram de "pontos pretos na vista”, McMaster escreveu a0 médico dizendo “nunca ouvimos falar de nada remotamente parecido com isto” Na época, a Merrell tinha conhecimento de quatro casos de catarata." [Em meados de outubro, a Merrell injormow 2 rox que © 79 estava provocan- do “alteracies de lente” er seres humanos e pediu permissio para enviar uma carta ‘com um breve lembrete aos médicos. A Fox imediatamente solicit informagdes com- pleas sobre essay reagdes. Quando a informacao chegou a FoAem Washington,“ claro que a empresa estava retendo informacoes sis daram que a Merrell no preci © produto do mercado, mas Jas apropriadas aos médicos ¢ 29s consumidores do 2. um acordo sobre a incidancia de catarata nos pacientes do wex/29 6 extremamente alta”. ‘Ao fim do migs de margo de 1962, com reclamagées jorrando para a sede da ‘Merrell, McMaster recebeu um telefonema da Clinica Mayo, em Rochester, Nova York, Um menino de seis anos, com alt'ssimo colestecal, estava send ‘e129. A Clinica Mayo estava telefonando para informar que o menino tinha de- ‘McMaster pegou um avide até Rachester, exarsinou 0 menino ‘2 catarata do merino “como algo Crinescomporativos © 271 Ml O tecido de logras, mentras, camutlagens e mas interpretagées tinha comega- do 2 se desfiar algumas semanas antes. Numa fria tarde de fever 1962 em Cincinatti, Ohio, Thomas Rice, um inspetor local da Fos, estava indo para casa. Um ide seus colegas de “vaquinha” de condugio era Carson lordan, maado de Beulah Jordan, a técnica de laboratério gue se ressentiy em ter de testes pa a Mertell. Carson Jordan disse a da a falsiticar dados, Rice conieriu a hist6ria com Beulah e em seguida informou seus superiores. Em 9 de abril de 1962, trés funcionatios da FA chegaram sem aviso a0 pono da Merrell com um cerificado de inspecio. Durante dois dias de investigacao. enco- traram provas de que a Mertell tisha enviado informacées falsas a FOA. Dols dias ‘depois, 0 wE8/29 foi retitado do mercado, £m 20 de dezembro de 1963, um grande jr em Washington, O.C., ef Luma acusagie formal de doze Sido prejudicadas pelo meR/29. Somente uma pe. 30 de danos na justica, mas dos que o fizeram, York concedeu a uma jovem ram liquidadss entee 1962 € 1967.9" Em 1966, quatro anos apis 9 m89/29 ter sido retirado do mercado, © doutor Janes Goddard, entio chele da sna, fez um discurso numa reunida da Associago de Indistrias Farmacéuticas, uma associagio de classe com sede em Washington, 1c. O doutor Coddard sugeriu enfaticamente que © que aconteceu com 0 mew/29 "com o material tentativa de nos passarem a 10 constante e direta que al- 18m feito sobre 0 n0s80 pessoal.” Terminou seu discursa com a seguinte advert8ncia ‘Senhores, recisamos iar de oho nos pacientes. Pos uma vez vericados os ‘elatrios médicos © as opinides de assessres leis, a propaganda e os dodos de The Grex rs Oren The Shocking Sty MER29 and The fols ho Gove 101 Takdomce 2 Rh Nm ve Sen tay hes on nite Phreaceti npo n Be, Ro ‘Kegan Paul, Londres, 1984, p. 61. {por onn Bae Reece 6 The Cat Ong Depron Fo. Copoate Cone te amc ny Tost Bch rave dont 0 Distto de Columbia, mento em 2 de jutho de 1963, Acusagses ck The Great Orug Deception. Fine, 9.38. wid, p. 42. Ibi Ibid. 9.47, Comporate Crime inthe Ph bi, The Great Drug Deception 1 Resumo do Re 'y Manines ws. Richardson-Mer fe 1981, Comte Superior do estado da Calif Ine. Mogse de ita 0 Condado de th What You Can”, por Santor |. Ungar, em othe Manne of Prot ed toroner Doubleday. Gaon City, Nowa York, 1972. . 112 The Great Orux Deceotion, Fine, . 70. Corporate Crime ia the Pharmaceutical fe ceutical Industry Braithwaite, p68 The Great Drug Deception. Fine. 0. 142 Wid, p. 139, Ibid, p68 bid, p71 Crimes corporatvos © 27% 7 28 2 30 31 32 3. 4 Ibid, p. 89, Ibid, p11 "Getting Way Wi What You Can". Unga p. 116; também The Great rug Deception, Fine, p18. The Great Drug Deception Fine, p. 119. Corporate Crime in the Pharmaceutical Indusry. Briere, p. The Great Drug Deception Fine, p. 183. Ibid, p. 162: The MER/29 Slory — An Instance of Success Rheingold. $6 California Law Review 116, 137 ( Preclinical and Clinical Testing by «do Senado sobre Saude da Comissdo sobre Wabal Part Wp. 157: [il 274 + Russell Mokhiber @ Minamata "Nes degns da mare nds vamos lembrar rem para agente.” Caraz de protesto em frente 3 sede da Chisso Corpor Teéiquio,ji0d0, verso de 1968 IN, a vitimas entram para um estado de inconsciéncia, tém ‘movimentos involuntérios e as vezes gritam descontroladamente. O cérebro fica ‘esponjoso 3 medida que as células vao se corroendo, 0 sistema nervoso comeca a se degenerar, a atrofiar. Um crescente formigamento e falta de sensibilidade atinge (05 membros & os fabios. As fungdes motoras sofrem distirbio, a fala fica inarticula- a e 0 campo de sia se tara constrita, A principio, os médicos diaunosticaram este estado como sendo tudo aquila {que ndo era: encelalite japonica, alcoolisme, sis, ataxia hereditéria, poliomielite, paralisia cerebral. Mais tarde, ficou conhecida apenas como “a estranha doenga” ‘Aletou centenas de moradores de Minamata, 56 Jape, uma pequena vila de pes cote sede da Chisso Corporation, uma industria petroquimica e fabricante de 0s, ésta “estranha doenga’ era algo novo, de que nunca ninguém tinha ouvi- fo flare er ecu darth um nome, Os medion, pssondo po cms da Obie ‘Gdes da Cimara de Comércio focal, denominaram-na “a Doenga de Minamata”. (© primeira sinal de que havia algo de errado em Minamata apareceu em 1950, quando os peixes apareceram boiando na bata de Minamata ¢ quando os péssaros, em pleno vOo, comegaram a cair derive do co. Dais anos mais tarde, ‘gatos comegaram a cometer suicidio — ou assim pensavam 0s moradores. Os gatos iam até o cais, cambaleavam como se estivessem babados, giravam em ciclo, etravam em convulsio e depois se jogavam dentro do mar. Logo, no havia mais lum 56 gato em Minamata.* Em abril de 1956, uma menina deu entrada no hospital da fabrica da Chisso Mi- ‘samvata com graves sintomas de danos cerebrais. Ndo podia andar, sua fala era inco . despejando quase sesse rene 2esava em estado de sever deliti. Os me do peixe da baia de Minamata, nessa altura contaminado com veneno de eti-ercsio da fabrics Chsso. A menina tornouse 0 primeito caso da “Doenga de Minamata”. Alguns dias depois, sua itma mais nova dev entrada no hospital com os mes- mos siniomus. Antes de serem acometidas pela doenga, eram “as criangas mais vivase trihantes que se podia imaginar”, de acordo com um vizinho. Agora, esta .ndo contra uma doenga desconecida. Logo, centenas de ou- iam companhia Para o povo de Minamata, o mar era seu gana-péo, sua vida. Pensar mal do mar ou mesmo sugerir que mat pudesse dar algo que no fosse bom, era estar pero do sacrilégio. Um aldedo colacou a auestio da seguinte forma: £ 56 confie no mar. Quando as pessoas dizem que o mar € suo, eu xingo, ‘eu quero baer nas pessoas. O mat suo? Como ovsam dizer que 0 mar & sujo! Nao 60 mat que esta errado, O mar no faz nada de erado. O mar é 2 minha vida, 0 ‘O mar me confona — tem me dado coragem, sustent eli mar 3viaha bbertagso dos biguentos que moram na praia. Quando eu pense que estave mor ‘endo, minhas mios nets e que no poderiatrabalhar — e meu pai esava mor rendo também —, quando os aldedes se vrarar conta ns, era para'o mar que eu ia chorar. © mar protege minhas lagrimas, Eu fal loucuras do mae. Ninguém pode ‘compreender por que eu amo ante 0 mat. Q mar cuaca me abandonou. O mar é fo sangue das minhas ves No verde de 1956, apenas alguns meses apds a sfieada, a deena tinha alcangado proporqbes epid fo de 1956, uma universidade local patrocinou um grupo de pesquisa igar as causas da doenca. © grupo descobriu que o mal era envenena- ve por metais, causado pela ingestio de peixes e mariscos da bata de Mi- rnamata. Outfos investigadores prepararam estudos, alegando que a Chisso estava 1 de veneno no mar mente as acusacdes de que suas Fabricas poderiam rnesse desastre humano e, em setemro de 1958, a empresa comegou a desviar sua Sgua de exgoto contendo acetaldeido da bala para 0 rio Minamata, ignorando as adverténcias de seus préprios médicos. Meses depois, a doenga comecou a aparecer entre os moradores da drea do rio. ‘A mais devastadora condenag3o da companhia veio do préprio doutor Hajim Hosokawa, da Chisso. Em 1959, Hosokawa comegou a alimentar gatos com 0 mesmo produto quimico efluente que a Chisso estava despejando nas aguas de 276 + Russell Mokhiber 10 adoeceu com os sintomas da Doenca de Minamata ia da Chisso — estudos que ‘A reagao da empresa foi ré Minamata. O gato nt camuflada. Quando 0 tinham sido vitimados pela doenca, | 4 Chisso sabia com toda certeza que a compantia era responsével pelos danos cerebrais, pelos tiques nervosos ¢ pelos sofrimentas sem fim de pais, flhos e pescadores. Documentos internos da empre- sa, revelados em 1985 como cesultade de um litigia civil na Japo, mostrar, segun- ddo se noticiou, que alguns funcionérios da Chisso procuravam ‘8 de merctiio da fabrica jé em 1957, dois anos antes da investigag3o de Hoso- awa, Um dos documentos, protacalado em abril de 1957, 6 uma proposta para um projelo de bombar efluentes resultantes da fabricagio de acetaldetdo para um (Os moradores de Minamata, mesmo os que no foram fisica ou pessoalmente afetados, comparilhavam 0 sofrimento da comunidade. Um dos aspectos mais ter- is da doenga era seu potencial para afer as gestantes. O mercirio pode pene- trar na placenta e alcancar o feto, mesma em mulheres saudéiveis. As mulheres co- rmeram peixe e tiveram bebés com defeitos de nascenca ‘Ands receber as conclusdes de Hosokawa, a empresa ndo interrompeu de pronto 0 despejo de merctirio na bala de Minamata, tampouco advert os moradores a no comerem peixe contaminado. A primeira reagio da Chisso foi ‘oferecer as vitimas campensagio em dinkeiro pelo seu infortunio (mimai, em japonés) — uma oferta que muitas vitimas ndo estavam em posicao de recusar. Em- bora a Chisso estvesse ciente das conclusées de Hosokawa, os moradores as des- conheciam. Eles apenas suspeitavam que a doenca era contagiosa e que estavam sendo contaminados pelos vizinhos. Ao tirar vantagem da ignorincia legal e cien- tifica de suas vitimas, a Chisso negociou contratos u ponsabilidade da companhia a um pagamento minimo i 1ndo aceitou responsabilidade legal pelos danos ocasionados e negou qualquer res-. Ponsabilidatle monetéria Futura ‘A tentativa da companhia em limitar sua respons ie talver tena tido porém, 20 povo de Minamata no foi dada a opostunidade de esquecer a natureza ¢ a extensdo de sua sagédia, Todos 0$ dias, as deformastes de seus corpse de suas crangas eram rudes lembretes da injustica a que tinham sido submetidos. “Eu ndo pediria nada”, disse uma vtima de envenenamento por mercira, “se a0 menos eu pudesse volar para o meu corpo.” CCimes comporativos + 277 japonesa, o de residuos de mercirio ¢ 04 CChisso nas guas de Minamata nao fo! um ato criminoso; 8 companhia estava des ppejando quantidades “esta permissiveis” (nao criminosas) de agua de cesgoto com acetaldeido na bala. Ista nao impediu que mais de 750 ddas pela doenca entrassem com uma a¢do judicial contra a Chisso po justa pelos danos causados. Em 20 de marco de 1973, ap6s uma batalha judi quatro anos com a companhia, algumas das primeiras vitimas da Doenga de Minamata ganharam um veredito na Core Distrital de Kumamoto. Q juiz decretou que “mesmo estando a qualidade e o contetdo da agua residual da fabrica dos acu- sados das limitacbes estatutérias e padroes administrativos... 0s acusades ‘do podem escapar da responsabilidade por negligencia". A Chisso foi obrigada a antes USS 3,2 milhées por danos.” Os lideres na uta peta compensagia estavam desapontados. O julgamento co briu somente indenizardo para um punhado de reclamantes afetados pela doenca 1959, Na u cobertura por danos ocorridos posteriormente e 0s referentes despesas médicas, medicamenias, massagers -as e banhos quentes, assisténcia para os acamadk tamenio € um subsidio para sobrevivéncia. verenos pela pagar 20s qui A lei, exemplifcada por esta decisio, ficou muito aquém dos padraes huma nitérios de justica. A lei criminal nio ofereceu protegdo alguma ¢ a lei civil pro- tou pouca compensagao. Os moradores afetados precisaram soma as rédeas negociagdes diretas com a diseiria da Chisso. © caminho entce Minamata a sede da Chrss0 em Téquio passa por Hiroshima @ Nagasaki, ¢ dois dias apés 0 15 pessoas de Minamata percor esa. W, Eugene Smith e lado Minamata, registram as, 0 presidente da Chisso 1s na sala de conferéncias abarrotads, abriu uma folha de papel e leu uma deciaragio pré-escrita aos moradores afetados. “Bem”, disse ele, "a Chisso aceitard toda a responsabilidade concernente 4 Doenga de Minamata de acordo com a decisio judicial... e pagars com toda honestidade todos 0s danas tes da Doenga de Minamata.” A Chisso argumentou que, antecipando mi res de reivindicagées, a companhhla pagaria por todos os danos “dentro de suas melhores possibilidades’ Este pardgrato final (ou 05 moradores de Minamata enfurecidos, tornando a oferta da Chisso inaceitavel e garantia também que as negoclagées se prolongari- ‘am por alguns dias, As vitimas ndo estavam a fim de equivocos, “brechas” ou jusulas adicionais. No terceiro andar da sede da empresa, frente a frente com os executivos da Cchisso, 0 moradores afetados comecaram a negociar sua propria sobrevivencia econdmica e a de seus filhos. A Chisso estava negaciando 2 sobrevivéncia finan- W275 + Ruse Mokbiber sse um dos mot igos de luxo, mas me “para negocia dicamentos para aliviar a nossa dar e paz para morrer, sabendo au Gas envenenadas terd0 asssténcia.” Uma outra moradora dirigit'se 3 equipe da geréncia postada ao fundo de uma grande mesa de madeira, “To 5°, disse ela, "Meus pais me decam vida como mulher, mas et centavo sera sgasto com fosse um homem, de Minamata, 0s pacientes comecaram a reivindicar compensa¢ao ampla e ‘A companhia recuou, com receio de que atender as exigéncias dos pacientes levaria | empresa & falencia. Centenas de horas se passaram, A medida que as emocdes fram expostas, a resposta da Chisso permanecia a mesma: “Fizemos a conta de suas ccxigéncias. Nos simplesmente no podemios pagar". Os flashes das cameras dis- faararam. Os repeieres fizeram anotagdes. Os gerentes ficaram impact Finalmente, apds uma semana de negociagées, hauve um intervalo, Unt 3d0, Kimoto Ywamoto, tinha ouvido o suficiente. Ficou de vidro e bateu com ele violentamente sobre a mesa paciente recém diagnos ‘em pé, agarrou um cinzei : de negociacdes, usando as cacos de vidro para cortar seu pulso. “Eu no aguente mais’, gritou, “Vejam af voces, se eu no receber indenizagao, nao posso viver.” Na Jue escorrendo em cima da mesa, ouviu-se 0 presi- contusio que se seguiu. © dente dizer: “Sim, sim, sim, nds pagaremos".” fm principios de 1975, 2 Chisso tinka pago uma quantia estimada em US$ 80 Todavia, pesquisado- a.dez mile smithes 3s 785 vitimas confirmadas da Doenga de wero de pessoas aletadas pox ‘casos ainda estdo pe" poneses ‘Em setembro de 1976, dois ex-executivas da Chisso foram acusados de hom dio invaluntrio na morte de seis pessoas que comeram peixe contaminado pelos res ‘duos de mercrio da fabrica em Minamata." Os dos, Kiichi Yoshioka, de 85 anos, que fra presidente na 6902, € Eiichi Nishida, de 76 anos, ex-diretor da fabrica, foram eclarados culpados. Suas apelagoes esto pendentes. ‘Apoiando-se em exemplo de empresas americanas, a Chisso, sequdo se infor mou, esta plonejanda requerer faléncia a fim de evitar o pagamento de futuras inde rizagdes, Em 1985, 0 professor Takashi Yamaguchi, da Universidade Metii de To- ‘uio, infoxrou que a Chisso parou de investir em fabricas e equipamentos em 1959, logo ap6s terer os cientistas identificado 3 causa da Doenga de Minamata, fe comecaram a estabelecer subsididrias. Hoje, estas subsidisrias ullrapassam em ‘muito a empresa matriz em tudo, de Capacidade produtiva a vendas € ativos tangiveis. "S30 como divisées da mesma companhia”, disse Yamaguchi zr dezembro de 1985, um grande jotnal japonés, o Asahi Shimbum, divulgou ‘o estudo do professor Yamaguchi e actescentou que “cerca de ses mil vtimas estio icado oficial de sua doenga © res estimam que 0 1 furiosas com a grande demora em receber 0 ce crimes conporativos #279 I oy do ha délares que cheguer para ‘nasceu cega e que sofre de con- vvulsées. Quando fala de 3 Chisso e a empresas de todo ‘0 mundo: ‘Quando meu pai e minha mde no estiverem mais por perto... quando cles morrerem...estou preacupad...estou com medo. Quando penso que terei de fazer tudo sozinha, nas no posso fazer tudo sozinha. Realmente eu quero que “no, ndo morrer de novo... novo... 12 boca... eu quero eles de volta. de como todo mundo”."* 1. Minamaa, por Eugene Seith ¢ Eileen MSmith. Holt Rinehart, Winsion, Nova York, 1975, p. a4 2. ‘Minamata Disease", por jun Ur, Koga, The Newslete fom Polluted Japan, edicio especial, 1975, Toauio, . 3 3. "Minamata Dsease: & Medical Report” pelo doutor Masazumi Harada. Koga, edgio especial, 1975, 9.55 bi. ‘Minamata, Smith e Smith, 9.28, 13 “aftermath in Minamata”, por Donald R. Thurston. Reprodusido de Koga, edigto ex pecial, 1975, p37 8, "Minamata Papers Contadict Co, Claim”. Mainichi Daly News, 20 de agoso de 1986, 9, Minamats. Smith © Senth,p. 128 10. bid. p. 13. 11, “Two Businessmen in japan are Tied for Mercury Deaths”. Wall Street Journal, 23 de setemiro de 1976, 12, "Minamsta Papers Contadict Co, Clam”, Mainichi Daly News, 20 de agexo de 1986. 15. “Minamata Poisoner May Claim Bankruptcy" por Chikako Kawakasu. Asahi Shimbum, 23 de dezemioro de 1985, 14, Minamaa. Seth e Smith p. 156. W200 = Resell Moktiber i Nestié ‘com seguranga em areas onde a gua é contaminada ‘onde a esgoto core a céu aberta, a pobreza é rave © 0 anallabetismo & ato?” Senador Edward! M. Kennedy (Democrata- Massachusetts INOS fossem uma empresa, seriam considerados por todos como umn fal. Nao haveria concorrancia efetiva, porque leite matermo teria : que nio poderiam ser sobrepuiadas por homens em busca de lucros. No jargio comercial, oleite materno *monopolizaria” CConsidere as vantayens do leite materno: estd sempre disponivel em seu involucro inquebeivel, &0 alimento infantil mais saudivel e nutetvo. Leite mater no, em qualquer suplementacio, & tudo o que se requer para proporcionar cresci- "mento e boa nutrig30 nos primers seis meses de vida do bebe de mes bem nutt- dda. Mesmo em mies mal nutrdas,o volume e a composigio do leite materno sio surpreendentemente bons. 0 lite humano contém quantidades de enzimas, ant- compos e agentes imunizadores que proteyem o rato digestivo ultra-sensvel da cri- anga de uma série de doencas. ‘O aletamento materno também traz vantagens naturais para a me. Fortalece 1s lagos psicolégicos e emocionais entre filho e mae. Ajuda a mie a recuperar a forma ap6s 0 parto ao estimlar as contragbes no itero,fazendo com que volte a0 seu tamanho normal. Age também como anticoncepcional natural. Estudos recentes revelam que se uma mulher no alimentar seu fiho, ela comeca a ovular dois meses aps 0 nascimento, Ao alimentar sua rianga, a mde pode prorrogar a primeira ovu- lagio de cinco meses a até dois anos. Finalmente, o aletamento materno sai bara- to para o recémnascido — & de grays, Durante séculos, estas rantivesse seu monop6l a, porque nao havia necessidadi necessidades de bilhées de bebés consumidores e de suas mies. Foi ent30 que surgiu Henri Nestlé se 0 leite materno Nao havia concor- © produta salsfazia as rmaterno, para “salvar rentada pela mie". Mas a porcenta, Ihos no pediam ser lé ndo poderia esperar grandes lucros vendendo seu | hhavia necessidade senvolveu uma fOrmula instantanea como sul 1 vida de uma crianga que nao pudesse ser gem de maes no mundo inte era pequena, ¢ Henri N ‘A Nestlé, empresa ‘rmulas alimenticias ue leva 0 nome de seu fundador, € o principal fabri , com metade do que & hoje um mercado a das maiores multinacionais rensio pela venda de cantsneas as mies hos. Pelo contrarfo, a empresa se concentrou ntos de vendas as mies per langando seus arg amente capazes de faze-lo. O mercado de MilhGes de mes precisavam ser convencidas de que o al ra uma boa idéia — que deveriam te que substitu'sse, ou que complementasse, 0 leite encer essas maes de que seus bebés dev cconectado a um frasco. E conseguiu. Nao demorou mui imaes, perfeitamente capazes de amamentar seus be mento materno nao e: chupar um mamito 105, 95% dos bebés de um ano de idade eram alimentados fo alimentados no peito a0s dois Imaterno em Cingapura declinow 30% entre 1951 & re 1958 e 1968 © 22% no México entre 1960 io mundial no aleitamento materno no ocorreu porque os bebés ti réncia pela mamadeita em vez doveite de suas mies. iso também nso. aconteceu porque as mies faziam escolhas criteriosas. Enquanto as empresas de bombardeavam as mies, especialmente as do Terceiro Mundo, ‘com campanhas de propaganda no rédio, na televisio e na midia impressa, exor- ios de suas formulas, havia pouca informagao chegando tamento materno, Em Serra Leoa, por exer agosto de 1974, a Nestlé programou 135 mensagens de trinta segundos para sua formula Lactogen: em dezembro, a Unigate, out ‘comerciais para suas marcas Cow e Gate e a Abbott tando os alegados as mies sobre as virudes do al ante do ramo, programou 45 22 insert 6 mensagens para seu produto Similac mo mest fem Serra Leoa ¢ em outras partes do mundo era previsivel ‘A Organizagao Mundial de Saude (ows) informou que um estudo exaustivo conduzido entre 1975 e 1977 em nave paises descobriu que “a exposico mies 2s f6rmulas infantis industeializadas e comercialmente sa" O conhecimento de marcas era quase univers nte favorecidas dos nove paises. O estudo da ows também descobriu que, nas as, as mies de comunidades pobres conheciam as marcas comercials de fr as ik ia, 72% das mes em zonas urbanas pobres co- niheciam os produtos pela marca. "O motivo para o declinio progressivo no aleita- mento mat 0 da OMS, doutor J. Kreysler, "6 a maciga propaganda das empresas de izado, que & particular mente eficiente nk ‘As empresas 1nas populagdes economica, ddo uma crenga magica na leite em pd do homem branco. ‘Além de usarem propaganda direta, as empresas de as mies rmulas infantis chegam 3s, enfermeiras © outros profissionais da “os servigos de satide S30 reconhecidamente 0s principals re 0 fabricantes e as mes”. As empresas cultivam esta rede de intermedirias através de amostras gratis a0s médi cos, doacées de equipamentos dispendiosos a h ‘onais sobre ci © pagamento de suas despesas de ida e w ‘© doutor Leonard Barrion, chele das se a uma subcomissio do Senado que “os profissionais de sade que de ou! ma conhecem os benelicios do aleitamento matemo mullas vezes sucumbem 0s empresas de lite que patrocinam encontros material de suporte para projetos nutricionais ou 08a a0s pediatas... Por terem 0s i uma forte tendéncia de obrigacdo a favores prestados, chamads utang na loo, ‘esses profissionais de sade sentem-se obrigados a receitar leite mesmo contra me- thor julgar ros relatam ocasies em que as empresas fentam influenciar os médicos re ‘cémformados. “Quando os pediatras se formam', relatou 0 padre Daniel Driscoll, que ‘passou onze anos irabalhando na Venezuela, “parece que a American Home Products (outro fabricante de férmulas infantis) € muito generosa em presentear com bebidas alcodlicas no valor dé bolivares...0 que da mais ou menos USS 5 mi (O padre Driscoll também observou outras empresas tentando empurrar as for- snulas para médicos mais velhos. “Sempre que hé uma reunigo profissional de pe- diatrase tal”, diz Driscoll, “a Nestlé, por exemplo, paga a passagem de avido para alguns médicos e sempre tem o maior banquete... af um médico me disse — eu t ‘aho problemas de consciéncia comendo Id, mas preciso estar presente como profi Crimes conporativos © jpanhia US$ 2 vezes isso em pr ‘As empresas de formulas imentaco & © seminévio ¢ inativa, a Wyeth colheu vinte iciente” tamtyém empregam "babds eniermeitas” para despeito de ser proibido o emprego de babs D. Williams, © negscio 1 cuidar da sadide dos be. wns contou que “na Arica, eu no deixava essas enfermeiras entrarem ‘nos bergaris, Flas me procuravam, mas eu dizia ndo, nag enquanto eu estiver aqui fe descobri que a Nest fermeiras, tirando a boca das criangas de um peito cheio de -s uma mamadeira”? Destae de autras maneiras, as empresas mento dos médicos como vendedaras em m fem varios hosp mulas comprometeram 0 julga onais de sauce e administradores de sate, na maioria dos casos, elas nio precisavam Se isto fosse tudo, entao as companhias de formulas infantis s ‘outras empresas do Ocidente que buscam lucros pela criagao de uma necessidade, fabricando produtos para preencher essa necessidade, no intito de destruir um vers, Abbot, Wyeth, Glaxo eo te mais barato e eficiente. No contexto do mundo em rodavia, a comercializagao de formulas através de pro- ada € mais do que um simples embuste. Ao contirio do leite i infantis ndo vem prontas parao_uso. Precisam ser preparadas. LUsar esses produtos significa que as mies precisam ler € entender as instrugdes de preparo; no entanto, em muitas paises em desenvolvimento onde esses produ- tos so comercializados, as mies no sabem ler. Mesmo onde as mes sabem ler a 14a de seu pais, em muitos casos elas so confrantadas com um texto em lingua Tanzania, por exemplo, onde 9 Lactogen da Nestlé largamente comercializade, um médica local informou que todas as instrucbes festavam em inglés, embora a maioria da mulheres fosse fluente apenas em swahil “Falei com uma mulher outra dia, enquanto ela falava com uma amiga na calgada, rrando orgulhosamente uma lata de Lactogen”, disse 0 médico. “Ela tinha um ho de dois meses e meio, Perguntei se ela tia ou falava inglés. Ela respondeu kido- 40, kidogo muito, muito pouco} e de fato ela ndo entendeu nenhuma das pergun- tas que fiz a ela em inglés.” Mesmo quando uma mie p fe ler © entender as instrugdes impressas nas 205 + esol Mokhiber ae | cembalagens, ela podera nao « preciso ter agua fimpa, por exemp Tios foi descrito como “lavanderia, banheiro, em alguns pontos como de agua para beber”." A m: scoes om formulas fervida. Mas Sgua fervida no Terceito Mundo algo que muitos nao podem permitirse o luxo de ter. FogSes a gas s30 uma rari. tar, “Agora vacé pode dizer 4 mae para ferver “mas para conseguir 0 com esta, demubar uma arvore — 2 dade e até mesmo a comida pode f a gua”, explicou um médico do Tercelro Mun gua ela precisa entrar na faca —e trazer a lenha para dentro de casa nas costas. Nenhuma mae vai usar e852 Jenha conseguida a duras penas para ferver uma panela de gua.” Portanto, as mies do Terceiro Mundo frequentemente misturam a formula em ‘a endo esterilizam a mamadeira, Como resultado, 0s bebés, que se thes fosse io leite matemo, bebe a formula contaminada ef Unidas para a Agricitura e Alimentos (40) as desfavoraveis encon gua suk

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