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TSUNAMI

Trabalho

Curso técnico de Protecção Civil


1ºAno

Professora:

Trabalho elaborado por:


Marlene Solda
Índice
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Introdução

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O termo "tsunami" vem do japonês 津波 e tem como significado: tsu (porto) e
nami (onda). O termo foi criado por pescadores que, vindo da pesca,
encontraram o porto devastado, ainda que não tenham visto nem observado a
onda no alto mar.

O que distingue os tsunamis de outras ondas na superfície da água são os


períodos das oscilações da água. Enquanto em uma onda marítima “normal”
podem ocorrer períodos de até algumas dezenas de segundos, em um tsunami
este tempo atinge alguns minutos ou até uma hora. Desta forma, os tsunamis
são ondas longas, que em alto-mar possuem entre 10 km e 500 km de
comprimento de onda. Esta característica torna os tsunamis muito diferentes
das outras ondas, mesmo daquelas que podem ser observadas durante as
tempestades.

O que é um Tsunami?

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Os tsunamis têm um comportamento muito diferente das típicas ondas de surf;
propagam-se a altas velocidades e podem percorrer distâncias transoceânicas
sem grande perda de energia. Uma tsunami pode causar estragos a milhares
de quilómetros de distância da sua origem, podendo passar muitas horas entre
a sua criação e o seu impacto na costa, chegando bastante depois da onda
sísmica que a originou.
Tipicamente, cerca de dez minutos antes de
um tsunami, o mar recua da costa, expondo
parte do leito marinho. Se a inclinação for
rasa, este recuo pode exceder 800 metros.
As pessoas inconscientes do perigo podem
permanecer na costa, devido à curiosidade,
mas este pode ser um sinal de advertência
da vinda de um tsunami. Pode haver
diversas ondas, com intervalos entre dois e
quarenta e cinco minutos.
Estas características ocorrem porque as
tsunamis possuem períodos extremamente
longos e também grandes comprimentos de
onda.

Enquanto que as típicas ondas provocadas pelo vento, que podemos observar
numa praia onde se pratica surf - geradas, por exemplo, por uma tempestade
longínqua - sucedem-se de forma ritmada com um período de 10 segundos e
comprimento de onda de 150 metros, as tsunamis podem ter períodos da
ordem de uma hora ou mais, e comprimentos de onda que podem exceder os
cem quilômetros.

Uma onda tem tendência a esbater-se em ondas de água rasa quando a


relação entre a profundidade da água e o seu comprimento de onda se torna
muito pequena (isto é, quando a profundidade é bastante menor que o
comprimento de onda). Como as tsunamis têm um grande comprimento de
onda, vão-se comportar como ondas de água rasa mesmo no mar alto. As
ondas de água rasa movem-se a uma velocidade que pode ser calculada pela
raiz quadrada do produto da aceleração da gravidade (9.8 m/s^2) pela
profundidade da água. Por exemplo, no Oceano Pacífico, onde a profundidade
da água ronda os 4000 m, um tsunami viajará a 200 m/s (cerca de 712
km/hora) com uma perda mínima de energia, mesmo em grandes distâncias.
Com uma profundidade de 40 metros, a velocidade poderá atingir os 20 m/s
(cerca de 71 km/hora), o que é, efectivamente, muito mais lento mas, ainda
assim, suficientemente rápido para se fugir a tempo.

No mar alto as ondas dos tsunami não são praticamente detectáveis: a sua
altura não excede alguns metros e é muitas vezes inferior a um metro. Viajam a
velocidades de avião a jacto pelo oceano e descem depois para velocidades de
auto-estrada ao aproximarem-se da costa. E é só quando se aproximam da
costa que elas crescem a alturas terrificantes - geralmente de 5 a 20 metros.
(No tsunami mais destruidor que se conhece, que foi gerado pela explosão

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vulcânica do Krakatoa, em 1883, e viajou através do Pacífico a cerca de 500
km/h, as ondas chegaram a ter 40 metros de altura.)

Por vezes, as ondas ao chegarem à costa causam apenas uma repentina e


enorme inundação, do tipo das que são causadas pelas marés.

Causas de um Tsunami

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Um tsunami pode ser gerado por qualquer distúrbio que desloque uma massa
grande de água, tal como um sismo (movimento no interior da terra), um
deslocamento da terra, uma explosão vulcânica ou um impacto de meteoro.
Os tsunamis podem ser gerados sempre que o fundo do mar sofre uma
deformação súbita, deslocando verticalmente a massa de água.
As ondas são o resultado da acção da gravidade sobre a perturbação da
massa de água.
Deslizamentos de terra submarinos, que acompanham muitas vezes os
grandes tremores de terra, bem como o colapso de edifícios vulcânicos podem,
também, perturbar a coluna de água, quando grandes volumes de sedimentos
e rocha se deslocam e se redistribuem no fundo do mar. Uma explosão
vulcânica submarina violenta pode, do mesmo modo, levantar a coluna de água
e gerar um tsunami.

Consequências dos Tsunamis

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As consequências variam de perda de meios de subsistência para os
pescadores a indemnização desconhecido aos recifes de coral e da flora e
fauna, onde as ondas chegaram a alguns quilómetros para o interior. Em
algumas áreas frágeis perto da costa da, pode levar anos para os recifes de
coral para receber de volta o equilíbrio e bosques de mangue e plantações
costeiras foram destruídas ou seriamente afectadas.
Com tanta água salgada que vem do interior, salinização é outro efeito que não
só torna o solo mais fértil para suportar vegetação, mas também aumenta a
vulnerabilidade à erosão, os impactos das alterações climáticas e a
insegurança alimentar.
Para seres humanos, por outro lado, a pesca, a habitação e a infra-estrutura
podem ser as mais afectadas.
Uma das consequências, talvez ate a mais temida de todas é a morte de
pessoas inocentes, estas dependendo da localização, momento e intensidade,
pode causar milhares de mortos.
As consequências vividas, não só se verificam no pais ou países onde se da
esta tragédia, mas também se verificam a nível mundial as consequências,
tanto económicas, como culturais, a globalização.

Avisos e Prevenção

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Um tsunami não pode ser impedido ou precisamente
predito - mesmo se o valor direito de um terramoto
ocorre na posição direita. Os geólogos, os
Oceanógrafos e o Sismólogos analisam cada
terramoto e baseado em muitos factores pode ou não
pode emitir um aviso do tsunami. Entretanto, há alguns sinais de advertência
de um tsunami, e há muitos sistemas que estão sendo tornados e no uso
reduzir os danos do tsunami. Um dos sistemas os mais importantes que é
usado e monitorizado constantemente é sensores inferiores da pressão. Estes
são escorados e unidos às bóias. Os sensores no equipamento monitorizam
constantemente a pressão da coluna sobrejacente da água - este pode ser
deduzido pelo cálculo.

O sistema de advertência pacífico de Tsunami é baseado em Honolulu.


Monitora toda a actividade sísmica que ocorre em qualquer lugar dentro do
Pacífico. Baseado acima do valor e da outra informação um aviso do tsunami
pode ser emitido. É importante anotar que as zonas de subduçao em torno do
Pacífico são sismicamente activas, mas nem todos os terramotos geram um
tsunami e para esta razão os computadores são usados enquanto uma
ferramenta ajudar em analisar o risco da geração do tsunami de cada terramoto
que ocorre no oceano pacífico e nas massas da terra adjacente.

Modelos do computador pode predizer a chegada do tsunami - as observações


mostraram que os tempos de chegada preditos se realizam geralmente dentro
dos minutos do tempo predito. Todos os países que limitam o oceano pacífico
colaboram na evacuação do sistema de advertência e o mais regularmente da
prática de Tsunami e em outros procedimentos para preparar povos para o
tsunami inevitável. Em Japão tal preparação é uma exigência imperativa do
governo, de autoridades locais, de serviços de emergência e da população.

Alguns zoologistas põem a hipótese de que os animais podem ter uma


habilidade de detectar ondas subsónicas de Rayleigh de um terramoto ou de

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um tsunami. Alguns animais parecem ter a habilidade de detectar fenómenos
naturais, a observação correcta, cuidadosa e a monitorização poderiam
possivelmente fornecer o aviso avançado dos terramotos, do tsunami etc.
Entretanto, a evidência é controversa e não foi provada fisicamente. Há alguns
testemunhos de que animais antes do terramoto de Lisboa estavam agitados e
foram para longe das áreas baixas para uma terra mais elevada. Contudo
muitos outros animais nas mesmas áreas afogaram-se. O fenómeno foi
anotado também dentro Sri Lanka no Terramoto 2004 do Oceano Índico.

Qual a área de maior ocorrência dos Tsunamis?

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A área de maior ocorrência de Tsunamis é à volta do Oceano Pacífico. Nesse
lugar, existem vários locais onde placas oceânicas mais densas deslizam sob
as placas continentais menos densas, num processo que se designa por
subducção. Estas zonas originam facilmente tsunamis.

Papel da Protecção Civil

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A Autoridade Nacional de Protecção Civil, em função dos seus objectivos e
domínios de actuação e da cooperação dos serviços e instituições de
investigação técnica e científica com os sistemas de protecção civil, tem
desenvolvido ao longo do tempo actividades conducentes ao conhecimento do
risco sísmico e à sua minimização, a destacar:

 Realização de exercícios;

 Acções de informação e sensibilização da população e instituições;

 Participação em missões de observação de sismos ocorridos em


diversas partes do mundo para recolha de ensinamentos (sismo de 17
de Janeiro de 1994 em Northridge, Los Angeles, E. U. A.; sismo de 7 de
Julho de 1998 nos Açores; Turquia 1999; Argélia, 2003; Irão, 2003;
Marrocos, 2004; Indonésia, 2004);

 Contribuição para a montagem da rede sísmica LAPSIS (IST);

 Estudo das vulnerabilidades sísmicas de obras de arte (quatro viadutos


pertencentes ao concelho de Lisboa);

 Estudo do Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos


Limítrofes;

 Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve, lançado em 2006.

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Planos de Emergência da Protecção Civil

Os planos de emergência são elaborados de acordo com as directivas


emanadas da Comissão Nacional de Protecção Civil e estabelecerão,
nomeadamente:

a) A tipificação dos riscos;

b) As medidas de prevenção a adoptar;

c) A identificação dos meios e recursos mobilizáveis, em situação de


acidente grave ou catástrofe;

d) Os critérios de mobilização e mecanismos de coordenação dos meios e


recursos, públicos ou privados, utilizáveis;

e) A estrutura operacional que há-de garantir a unidade de direcção e o


controlo permanente da situação.

f) A definição das responsabilidades que incumbem aos organismos,


serviços e estruturas, públicas ou privadas, com competências no
domínio da protecção civil.

Os planos de emergência consoante a extensão territorial visada, são


nacionais, regionais, distritais ou municipais e, consoante a sua finalidade, são
gerais ou especiais,

Os planos especiais poderão abranger áreas homogéneas de risco cuja


extensão seja supra municipal ou supra distrital.

Os planos de emergência estão sujeitos a actualização periódica e devem ser


objecto de exercícios frequentes com vista a testar a sua operacionalidade.

Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve

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Os registos históricos demonstram que a região do Algarve é a que, ao longo
dos tempos, tem registado maiores intensidades sísmicas em Portugal
Continental, sendo esta uma região de características particulares, pois além
da grande concentração urbana junto ao litoral, recebe sazonalmente um
intenso fluxo populacional, nacional e internacional.

O último grande sismo no continente português ocorreu em 28 de Fevereiro de


1969. Embora não se tivessem registado intensidades muito elevadas, foi
suficiente para causar danos materiais importantes na região do Algarve.

Na eventualidade de ocorrer um evento semelhante é convicção da


comunidade científica e dos agentes de protecção civil que nesta área poderão
verificar-se danos muito elevados na estrutura urbana e baixas significativas na
população. Particularmente, se um grande sismo ocorrer durante um período
de grande concentração demográfica, como o mês de Agosto, a gestão da
situação de emergência torna-se particularmente difícil.

É pois importante que a população que a população aprenda a conviver com o


risco e saiba como actuar individualmente, quando confrontada com uma
situação real. Contudo, este trabalho de sensibilização que a protecção civil
tem de conduzir, só será eficaz se a população “sentir” que o sistema de
protecção civil também está preparado para a proteger.

O Estudo do Risco Sísmico e de Tsunamis do Algarve (ERSTA) possibilitou o


conhecimento aprofundado do risco sísmico e de tsunamis na região com vista
ao desenvolvimento de um plano especial de emergência detalhado para estes
riscos e, ainda, o desenvolvimento de políticas de prevenção e protecções
adequadas para o Algarve.

Com a conclusão deste Estudo, todos os resultados técnico-científicos, que


cobrem uma vasta gama de temas, desde a geração de sismos credíveis à
estimativa dos danos dos elementos vulneráveis da sociedade, foram
implementados num simulador, que permite estimar e visualizar as previsões
de danos, devidamente georreferenciadas.

Exemplos de Tsunamis no mundo e em Portugal

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12 de Julho de 1993: Hokkaido

Um devastador tsunami ocorreu na


costa da ilha de Hokaido, no Japão
em 12 de Julho de 1993, como
resultado de um terramoto,
resultando na morte de 202
pessoas na ilha de Okushiri e no
desaparecimento de muitas mais.
Muitas cidades ao redor do oceano
Pacífico, principalmente no Japão e
Hawai, possuem sistemas de alerta e
evacuação em caso da ocorrência
de tsunamis. Os tsunamis de
origem vulcânica ou tectónica podem ser previstos pelos institutos sismológicos
e o seu avanço pode ser monitorizado por satélites.

Santorini

Estima-se que terá sido entre 1650 e 1600 a.C. que


ocorreu uma violenta erupção vulcânica na ilha
grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou
à formação de um tsunami cuja altura máxima terá
oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como
resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de
Creta foi devastada até 70km da mesma. Esta onda
terá certamente eliminado a grande maioria da
população minóica que habitava ao longo da zona
norte da ilha.

A explosão de Krakatoa

A ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, explodiu


com fúria devastadora em 1883. Várias ondas
tsunami geraram-se a partir da explosão, algumas
atingindo os 40 metros acima do nível do mar.
Foram observadas ao longo do Oceano Indico e
Pacifico, na costa ocidental dos Estados Unidos da
América do Sul , e mesmo perto do canal da
Mancha. Nas costas das ilhas de Java e Sumatra, a
inundação entrou vários quilómetros adentro,
causando inúmeras vítimas, o que influenciou a
desistência da população em reabitar a costa, e
subsequente êxodo para a selva.

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22 de Maio de 1960: O Tsunami Chileno

O grande terramoto do Chile, o mais intenso


terramoto já registrado, ocorreu na costa sul
- central do Chile, gerando um dos mais
destrutivos tsunamis do Século XX.

Tsunami de 26 de Dezembro de 2004

A 26 de Dezembro de 2004, ocorreu


um violento sismo de magnitude 9,3 ao
longo da ilha Indonésia de Sumatra,
que provocou um tsunami que atingiu
treze países do sudoeste asiático.
De acordo com os números oficiais,
morreram 220 mil pessoas. Um ano
depois ainda há centenas de corpos
que não foram identificados e muitos
milhares de desalojados.

Exemplo de Tsunamis em Portugal

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O Tsunami de 1755 foi resultado directo do grande
sismo com epicentro no Atlântico Nordeste que a 1
de Novembro de 1755 destruiu a cidade de Lisboa
e muitas outras localidades no litoral sul de
Portugal e na costa noroeste de Marrocos. Foi o
maior tsunami de que há registo histórico no
Oceano Atlântico, causando grande mortalidade
em todas as costas atingidas.

Lisboa não foi a única cidade portuguesa afectada


pela catástrofe. Todo o sul de Portugal, sobretudo o
Algarve, foi atingido e a destruição foi generalizada.
Além da destruição causada pelo sismo, o tsunami
que se seguiu destruiu no Algarve fortalezas costeiras e habitações,
registando-se ondas com até 30 metros de altura. As ondas de choque do
sismo foram sentidas por toda a Europa e norte da África. As cidades
marroquinas de Fez e Meknès sofreram danos e perdas de vida consideráveis.
Os maremotos originados pela movimentação tectónica varreram locais desde
do norte de África (como Safim e Agadir) até ao norte da Europa,
nomeadamente até à Finlândia (através de seichas) e através do Atlântico,
afectando os Açores e a Madeira e locais tão longínquos como Antígua,
Martinica e Barbados. Diversos locais em torno do golfo de Cádis foram
inundados: o nível das águas subiu repentinamente em Gibraltar e as ondas
chegaram até Sevilha através do rio Guadalquivir, Cádis, Huelva e Ceuta.

De uma população de 275 mil habitantes em Lisboa, crê-se que 90 mil


morreram, 900 das quais vitimadas directamente pelo tsunami. Outros 10 mil
foram vitimados em Marrocos. Cerca de 85% das construções de Lisboa foram
destruídas, incluindo palácios famosos e bibliotecas, conventos e igrejas,
hospitais e todas as estruturas. Várias construções que sofreram poucos danos
pelo terramoto foram destruídas pelo fogo que se seguiu ao abalo sísmico,
causado por lareiras de cozinha, velas e mais tarde por saqueadores em
pilhagens dos destroços.

A recém-constituída Casa da Ópera, aberta apenas seis meses antes, foi


totalmente consumida pelo fogo. O Palácio Real, que se situava na margem do
Tejo, onde hoje existe o Terreiro do Paço, foi destruído pelos abalos sísmicos e
pelo tsunami. Dentro, na biblioteca, perderam-se 70 mil volumes e centenas de
obras de arte, incluindo pinturas de Ticiano, Rubens e Correggio. O precioso

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Arquivo Real com documentos relativos à exploração oceânica e outros
documentos antigos também foram perdidos. O terramoto destruiu ainda as
maiores igrejas de Lisboa, especialmente a Catedral de Santa Maria, e as
Basílicas de São Paulo, Santa Catarina, São Vicente de Fora e a da
Misericórdia. As ruínas do Convento do Carmo ainda hoje podem ser visitadas
no centro da cidade. O túmulo de Nuno Álvares Pereira, nesse convento,
perdeu-se também. O Hospital Real de Todos os Santos foi consumido pelos
fogos e centenas de pacientes morreram queimados. Registos históricos das
viagens de Vasco da Gama e Cristóvão Colombo foram perdidos, e incontáveis
construções foram arrasadas (incluindo muitos exemplares da arquitectura do
período Manuelino em Portugal).

Ameaças Futuras

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Em 2001, cientistas previram que uma futura erupção do instável vulcão
Cumbre Vieja em La Palma (uma ilha das Ilhas Canárias poderia causar um
super gigante deslizamento de terra para dentro do mar. Nesse potencial
deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500
biliões de toneladas) iria catastroficamente deslizar para dentro do oceano.
Esse deslizamento causaria uma mega tsunami de cem metros que devastaria
a costa da África noroeste, com uma tsunami de trinta a cinquenta metros
alcançando a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando
devastação costeira em massa e a morte de prováveis milhões de pessoas.

Recomendações em caso de Tsunami

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a) Se vive na costa e sente um terramoto suficientemente forte para gretar
paredes, é possível que dentro dos vinte minutos seguintes possa
produzir-se um maremoto ou tsunami.
b) Se for alertado pela proximidade de um tsunami, desloque-se para uma
zona alta de pelo menos 30 metros sobre o nível do mar em terreno
natural.
c) Grande parte dos tsunamis se apresenta, primeiro como um recuo do
mar que deixa em seco grandes extensões do fundo marinho. Corra e
abrigue-se numa zona elevada, pois o tsunami chegara com uma
velocidade de mais de 100 km/h.
d) Se estiver dentro de uma embarcação, dirija-se rapidamente mar a
dentro. Um tsunami apenas é destrutivo apenas na zona da costa. É
originado a uns 5.600 metros da costa, sobre uma profundidade maior
de 150 metros, podendo considerar-se seguro.
e) Tenha sempre presente que um tsunami pode penetrar por rios, zonas
húmidas e penetrar por vários quilómetros terra adentro, logo afaste-se
destas zonas.
f) Um tsunami pode ter 10 ou mais ondas destrutivas em 12 horas, por isso
deve ter por perto roupa de abrigo, especialmente para as crianças.
g) Mantenha informada a sua família sobre o ponto de encontro posterior.
h) Tente ter um rádio portátil, que o permita estar informado e pilhas de
reserva.

Conclusão

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Os tsunamis são um resultado dos sismos. Estes maremotos não têm origem
no vento, mas sim na actividade sísmica submarina, erupções vulcânicas, ou te
pelo impacto de cometas sobre o oceano.

São provocados por abalos da terra e por erupções vulcânicas que ocorrem
nas fossas oceânicas e nas ilhas. Os maremotos provocam um ligeiro
arqueamento bem localizado da superfície do mar que origina a formação de
ondas ao longo de várias dezenas de quilómetros. Estas ondas são
praticamente invisíveis em mar aberto.

Embora se possam propagar a 800 Km/h, os navegadores quase não dão por
elas. No entanto, ao aproximarem-se do litoral, essas montanhas de água
erguem-se subitamente, devastando tudo à sua passagem. Os tsunamis
atravessam o oceano em poucas horas. Em 1960 um sismo sacudiu o Sul do
Chile. Menos de 24 horas depois, do outro lado do mundo, o sismo deu origem
a um tsunami que devastou as costas do Japão. Em 1883 a explosão do
krakatoa, na Indonésia, provocou nas costas de Java, Sumatre e ilhas vizinhas
ondas terríveis, com 30 m de altura. Uma destas vagas arrastou uma
embarcação deixando-a a 10 Km da beira-mar. Também no Oceano Atlântico
ocorreram violentos tsunamis, como o de 1755, que destruiu a cidade de
Lisboa.

Bibliografia

20
 http://www.minerva.uevora.pt/stclara/pp03-04/alunos/6g/Cat-fen/tsunamis.htm
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Tsunami
 http://www.prociv.pt
 Livro Aberto, Terramotos e Tsunamis, 2006
 Jurua Editora, DESTEFANI, ANDREA DEREN, Tsunami - A Onda Letal, 2005

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