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SNUC 10 Anos
SNUC 10 Anos
Desde 2000, após a instituição do SNUC pela Lei nº 9.985, ocorreu um grande
salto quantitativo de áreas protegidas no Brasil, com o acréscimo de 378 unidades, o
que significa um incremento de aproximadamente 62% no número de UCs e uma
expansão de área de 105%, com a destinação de mais 78,5 milhões de hectares para a
conservação da natureza. Em uma comparação mundial, o Brasil foi o responsável pela
criação de 74% de todas as áreas destinadas à conservação no mundo entre 2003 e
2008.
Novo olhar - De acordo com o estudo publicado pelo Ipea, para facilitar o
entendimento sobre qual a contribuição das UCs para o desenvolvimento do País, é
preciso agrupá-las de acordo com a atividade econômica permitida em cada área. De
acordo com esse enfoque, 11,67% da área protegida por UCs no País apresentam
grandes restrições do ponto de vista de uso econômico imediato. E nos outros 88,33%,
que correspondem a 15,07% do território nacional, são possíveis usos econômicos que
podem gerar efeitos positivos imediatos à economia regional, como atividades de
turismo, produção florestal, extrativismo e até mesmo agricultura, agropecuária e
atividades industriais de baixo impacto ambiental.
"Esse novo olhar fortalece o SNUC e permite observar de forma mais clara o
papel das UCs no desenvolvimento sustentável e na redução da pobreza", diz o diretor
de Áreas Protegidas. Mas, apesar dos bons exemplos, iniciativas como essas ainda são
pontuais. Para que as experiências se ampliem, é necessário implementar e consolidar
efetivamente o SNUC, que atualmente acontece de maneira heterogênea, variando de
unidades bem estruturadas, como o Parque Nacional de Iguaçu, a unidades que não
dispõem da infraestrutura necessária para seu funcionamento. "As UCs, afinal, são o
patrimônio natural do País. E, como qualquer patrimônio, exige investimentos para que
possam gerar dividendos", diz Fábio Araújo.
Investimentos - De acordo com estimativas do MMA publicadas em 2009, para
que o SNUC funcione plenamente seriam necessários, anualmente, R$550 milhões
para custeio do sistema federal e de R$360 milhões para os sistemas estaduais, além
de aproximadamente R$600 milhões em investimentos em infraestrutura no sistema
federal e de R$1,20 bilhão nos sistemas estaduais. Entretanto, em 2008, o sistema de
gestão das UCs federais recebeu somente R$316 milhões do orçamento federal. Entre
2001 a 2008, o orçamento destinado às UCs federais aumentou 16,35%, enquanto a
área somada das UCs federais teve uma expansão de 78,46%.