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Gonçalves Dias

Vida e Obra
Contexto Histórico
 1808 – Chegada ao Brasil de D. João VI e da família real

 1808/1821 – Abertura dos portos às nações amigas; instalações de


bibliotecas e escolas de nível superior; início da atividade editorial

 1822 – Proclamação da Independência

 1831 – Abdicação de D. Pedro I e início do Período de regência, que vai


até 1840 (maioridade de D. Pedro I); fundação da Companhia
Dramática Nacional; início da Guerra do Paraguai até 1840
Romantismo
 Individualismo

 Subjetivismo

 Idealização

 Sentimentalismo Exacerbado

 Egocentrismo

 Natureza interagindo com o eu lírico

 Medievalismo
Romantismo no Brasil
 Indianismo - Medievalismo "adaptado" ao Brasil.

 A primeira geração (nacionalista–indianista)

 o nacionalismo ufanista e o indianismo

 o subjetivismo

 a religiosidade

 o brasileirismo (linguagem)

 a evasão do tempo e espaço

 o sofrimento amoroso

 a exaltação da liberdade
Biografia
 Principal poeta da primeira geração do

Romantismo brasileiro.
 A temática que caracteriza sua obra é a

indianista, porém seu grande poema


Os Timbiras ficou incompleto.
 Também se destaca a lírica onde a

mulher é sempre um anjo, idealizada,


numa ótica platônica.
 Ajudou a formar, com José de Alencar,

uma literatura de feição nacional.


Cronologia
 1823 - Nasce em Caxias/MA, Antônio Gonçalves Dias. Filho de um
comerciante português e e uma mestiça cafuza brasileira.
 1830 - É matriculado na aula de primeiras letras do Prof. José Joaquim
de Abreu.
 1833 - Trabalha na loja do pai como caixeiro e encarregado da
escrituração.
 1835 – É matriculado no curso do Prof. Ricardo Leão Sabino, onde
começa a estudar latim, francês e filosofia.
 1838 - Parte para Coimbra para terminar os estudos secundários.
 1840-1845 – Estuda na Faculdade de Direito de Coimbra. Antes de
retornar, participou de grupos medievistas em Coimbra.
 1843 – Escreve Canção do Exílio.
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Cronologia
 1845 – Regressa ao Brasil.
 1846-1854 – Muda-se para o Rio de Janeiro.
 1846 – Viu pela primeira vez Ana Amélia Ferreira, com 14 anos.
 1847 - Aparecem os Primeiros Cantos, trazendo no frontispício a data
de 1846.
 1848 - Aparecem os Segundos Cantos e Sextilhas de Frei Antão.
 1851 - Publicação dos Últimos Cantos.
 1851 - Parte para o Norte em missão oficial e no intuito de desposar Ana
Amélia Ferreira.

 Escreve Se se morre de amor depois de não conseguir o amor da sua


vida
Se se morre de amor
Se se morre de amor! — Não, não se Simpáticas feições, cintura breve,
morre, Graciosa postura, porte airoso,
Quando é fascinação que nos surpreende Uma fita, uma flor entre os cabelos,
De ruidoso sarau entre os festejos; Um quê mal definido, acaso podem
Quando luzes, calor, orquestra e flores Num engano d'amor arrebatar-nos.
Assomos de prazer nos raiam n'alma, Mas isso amor não é; isso é delírio,
Que embelezada e solta em tal ambiente Devaneio, ilusão, que se esvaece
No que ouve, e no que vê prazer alcança! Ao som final da orquestra, ao derradeiro
Se se morre de amor
Clarão, que as luzes no morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o
chamam,
D'amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração — abertos
Ao grande, ao belo; é ser capaz
d'extremos,
D'altas virtudes, té capaz de crimes!
Compr'ender o infinito, a imensidade,
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D'aves, flores, murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
Fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!
Se se morre de amor
Que será do que fica, e do que longe
Serve às borrascas de ludíbrio e escárnio? Esse, que sobrevive à própria ruína,
Pode o raio num píncaro caindo, Ao seu viver do coração, — às gratas
Torná-lo dois, e o mar correr entre ambos; Ilusões, quando em leito solitário,
Pode rachar o tronco levantado Entre as sombras da noite, em larga
E dois cimos depois verem-se erguidos, insônia,
Sinais mostrando da aliança antiga; Devaneando, a futurar venturas,
Dois corações porém, que juntos batem, Mostra-se e brinca a apetecida imagem;
Que juntos vivem, — se os separam, Esse, que à dor tamanha não sucumbe,
morrem; Inveja a quem na sepultura encontra
Ou se entre o próprio estrago inda Dos males seus o desejado termo!
vegetam,
Se aparência de vida, em mal, conservam, 
Ânsias cruas resumem do proscrito,
Que busca achar no berço a sepultura!
Cronologia
 1852 - É nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros.
 1852 - Frustrado, casa-se com outra mulher.
 1854 - Parte para Europa.

Todas as suas obras literárias, compreendendo os Cantos, as Sextilhas, a


Meditação e as peças de teatro (Patkul, Beatriz Cenci e Leonor de
Mendonça), foram escritas até 1854, de maneira que, seguindo Sílvio
Romero, se tivesse desaparecido naquele ano, aos 31 anos, “teríamos o
nosso Gonçalves Dias completo”. O período final, em que dominam os
pendores eruditos, favorecidos pelas comissões oficiais e as viagens à
Europa, compreende o Dicionário da língua tupi, os relatórios
científicos, as traduções do alemão, a epopéia Os Timbiras, cujos
trechos iniciais, que são os melhores, datam do período anterior.
Cronologia
 1854-1858 - Nomeado para a Secretaria dos Negócios Estrangeiros,
permaneceu na Europa nesse período em missão oficial de estudos e
pesquisa.
 1861-1862 - Voltou ao Brasil e viajou pelo Norte como membro da
Comissão Científica de Exploração.
 1862 - Voltou ao Rio de Janeiro em 1862, seguindo logo para a Europa,
em tratamento de saúde, bastante abalada, e buscando estações de cura
em várias cidades européias.
 1863 - Embarca em Bordéus para Lisboa, onde concluiu a tradução de A
noiva de Messina, de Schiller. Voltando a Paris, passou em estações de
cura em Aix-les-Bains, Allevard e Sem.
Cronologia
 1864 - Embarca para o Brasil no navio Ville de Boulogne, que
naufragou, no baixio de Atins, nas costas do Maranhão, tendo o poeta
perecido no camarote, sendo a única vítima do desastre, aos 41 anos de
idade.

Ironicamente, a última estrofe da Canção do Exílio não se cumpriu:

"Não permita Deus que eu morra / Sem que eu volte para lá".
Blibiografia
 http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=866&sid=183

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alves_Dias

 http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/goncalves-dias/goncalves-dias-2.php

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