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Conhecimento Geral

Vacinas
Vacina é uma substância produzida com bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou
enfraquecidos. Ao ser introduzida no corpo do ser humano, a vacina provoca uma
reação (imunização) do sistema imunológico, promovendo a produção de anticorpos
contra aquela substância. Desta forma, a vacina prepara o organismo para que, em caso
de infecção por aquele agente patogênico, o sistema de defesa possa agir com força e
rapidamente. Assim a doença não se desenvolve ou, em alguns casos, se desenvolve de
forma branda.

O pesquisador francês Louis Pasteur foi o pioneiro nas pesquisas com vacinas. Foi ele
que desenvolveu a vacina anti-rábica (contra a raiva, doença transmitida aos homens por
animais).

Atualmente, existem vacinas para diversas doenças (gripe, poliomielite, rubéola, tétano,
etc) e até mesmo contra determinados tipos de alergias. As campanhas de vacinação,
coordenadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) têm conseguido controlar e,
em alguns casos, até mesmo erradicar doenças.
Vacina de DNA: uma nova geração de imunobiológico, artigo de Eloi S.
Garcia
Quando nossos netos e bisnetos forem vacinados com DNA, certamente estarão
sendo tratados melhores do que nós vacinados com as vacinas tradicionais

Eloi S. Garcia é pesquisador e ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, membro


da Academia Brasileira de Ciências. Artigo enviado pelo autor ao ”JC e-mail”:

Vacinas são antígenos produzidos por microorganismos mortos ou “atenuados” ou


por subunidades vacinais, antes de serem inoculados nas pessoas para protegê-las
da infecção.

As subunidades vacinais são produzidas por componentes estruturais (pedaços ou


substancias produzidas por eles) dos agentes (vírus ou bactéria) infecciosos.

Essas subunidades são proteínas ou polissacarídeos obtidos dos microorganismos


causadores das doenças e “reconhecidas” pelo sistema imune produzindo
anticorpos.

Por exemplo, pode-se usar como subunidade vacinal uma proteína encontrada na
superfície do vírus da hepatite B. Ou seja, o sistema imune “responde” a esta
proteína de maneira semelhante a que “responderia” ao vírus completo da hepatite
B.

A reação do sistema imune a uma infecção depende de resposta humoral e celular.


A primeira envolve a produção de anticorpos, que como mísseis biológicos, atacam
o agente infeccioso.

Quando o sistema imune “reconhece” o microorganismo morto ou alguma molécula


do agente infeccioso, a resposta humoral é desencadeada.

As doenças virais ativam a resposta celular e esta, como a infantaria, age e envolve
o microorganismo para combatê-lo.

As vacinas virais “atenuadas” induzem a resposta celular porque os vírus chegam a


infectar células, e estas passam a produzir proteínas virais que ativando a produção
de anticorpos.

O que são vacinas de DNA? São moléculas de DNA, que combinam o que há de
melhor nos imunobiológicos tradicionais.

Ou seja, são vacinas menos complexas em termos estruturais e que produzem


melhor imunidade nos indivíduos.

As vacinas de DNA agem como subunidades vacinais, e desde que codifiquem


somente proteínas imunizantes específicas, são mais seguras e possui efeito
colateral mínimo.

Entretanto, diferentemente das subunidades vacinais, a vacina age como uma


vacina “atenuada” devido o DNA penetrar nas células e produzir proteína
imunizante específica.

Além de serem mais efetivas do que as vacinas “mortas” e subunidades vacinais e


mais seguras do que as vacinas “atenuadas”, as vacinas de DNA são baratas,
rápidas de produzir e estáveis.
Em um país tropical como o nosso, as vacinas tradicionais são transportadas para
mais de 5.000 municípios e mantidas em recipientes refrigerados dispendiosos.

As vacinas de DNA são resistentes à temperatura ambiente, e podem ser


transportadas para qualquer canto do país de modo mais prático e mais barato.

A vacina de DNA é produzida em laboratório básico de biologia molecular, onde é


desenvolvida em cultura de bactéria.

Posteriormente, extrai-se e purifica-se o DNA infectante da bactéria, podendo assim


o DNA ser inoculado no paciente.

Devido à complexidade estrutural dos microorganismos torna-se difícil o


desenvolvimento de vacinas tradicionais.

Utilizando-se a tecnologia do DNA podem tornar-se mais fácil conseguir vacinas


contra doenças ainda sem vacina.

A utilização comercial das vacinas de DNA para combater as nossas endemias deve
demorar de cinco a dez anos.

No entanto, quando nossos netos e bisnetos forem vacinados com DNA, certamente
estarão sendo tratados melhores do que nós vacinados com as vacinas tradicionais.

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