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Trabalho Completo Russie
Trabalho Completo Russie
Nas últimas décadas, houve uma melhora nos indicadores de acesso aos
serviços de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo. Entre 1991 e nove anos
depois, por exemplo, o percentual de domicílios urbanos vem se expandindo em
relação à rede geral de água, com canalização interna Além disso, persiste no País
uma demanda não atendida por serviços adequados de saneamento básico, que
atinge de uma forma mais severa a população de baixa renda, concentrada nos
pequenos municípios e nas periferias dos grandes centros urbanos e regiões
metropolitanas do País. Entretanto, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra
Domiciliar – PNAD dos 42,9 milhões de domicílios particulares permanentes
existentes nas áreas urbanas e rurais do País, aproximadamente 10,2 milhões não
se encontram atendidos por rede geral de água; muitos ainda não possuem serviços
de esgotamento sanitário ou fossa séptica; milhões não dispõem de serviço de
coleta direta ou indireta de lixo. Embora os percentuais do déficit sejam maiores nas
áreas rurais, os problemas de saneamento básico são mais preocupantes nas áreas
urbanas, onde se concentram a maioria da população do País. Os problemas
tornam-se ainda mais graves nas grandes cidades, notadamente nas periferias das
aglomerações urbanas e regiões metropolitanas, onde reside a população de baixa
renda. A alta densidade populacional e a ocupação desordenada do solo urbano
nestas áreas têm contribuído para a proliferação do número de favelas e
assentamentos informais, que possuem infraestrutura precária e geram
externalidades negativas à saúde e ao meio ambiente. Nas áreas urbanas, onde
moram cerca de 34,9 milhões de famílias, o déficit dos serviços é de 10,8% para
abastecimento de água canalizada interna, totalizando uma media de residências
não atendidas por rede geral. Os demais de domicílios urbanos, não estão ligados
às redes coletoras de esgotos ou fossas sépticas e 2,2 milhões de residências não
se encontram atendidas por serviços de coleta direta ou indireta de lixo, com um
déficit de 6,3%. O problema de saneamento básico afeta, principalmente, a
população de baixa renda. De acordo com a PNAD-1999, apenas 62,3% dos
municípios urbanos do País têm acesso, simultaneamente, aos serviços de água,
esgoto e lixo considerados adequados. Na classe de renda domiciliar de até ½
salário mínimo, apenas 34,1% dos domicílios possuem acesso adequado, em
contraste com a faixa de renda superior a 5 salários mínimos , onde este percentual
é de 86,5%. As regiões Norte e Nordeste são as menos favorecidas. Além disso, a
qualidade e a eficiência dos serviços prestados no setor de saneamento deixam
muito a desejar. No que se refere ao abastecimento de água, há problemas
relacionados com a qualidade, intermitência no fornecimento, ligações clandestinas,
micromedição, vazamentos, ativos que necessitam de reposição imediata,
desempenho dos prestadores de serviços, etc. Quanto ao esgotamento sanitário,
boa parte do esgoto produzido escoa para fossas rudimentares, valas, rios ou mar,
com efeitos severos a saúde pública e ao meio ambiente. Conforme dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento apenas 40,7% do esgoto
produzido no País é coletado. Do volume de esgoto coletado, apenas a metade dele
recebe algum tipo de tratamento. A ampliação dos sistemas de coleta e tratamento
de efluentes, no entanto, requer altos investimentos. A ausência ou inadequação dos
serviços de saneamento básico gera impactos negativos que afetam diretamente a
saúde pública, o meio ambiente e a qualidade de vida da população, programas e
ações de forma coordenada e eficiente viabilizara fontes alternativas de
financiamento e que supere os inúmeros problemas existentes. O Plano Plurianual
para o período 2000-2003 contempla como um do seu macro objetivo "Ampliar os
Serviços de Saneamento Básico e de Saneamento Ambiental das Cidades". Este
objetivo é voltado para a universalização dos serviços, obedecendo aos padrões de
qualidade, compatíveis com a saúde pública, a preservação do meio ambiente e o
respeito aos direitos dos consumidores. O Programa Saneamento Básico tem como
objetivo apoiar técnica e financeiramente estados e municípios nas ações de
saneamento básico em pequenas localidades, notadamente nos municípios, vilas e
povoados com população até 30 mil habitantes. O programa financia ações de
construção, ampliação ou melhoria dos sistemas de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, coleta e destinação final de resíduos sólidos e instalações
sanitárias domiciliares. Os recursos são alocados pela Fundação Nacional da Saúde
- Funasa a partir de critérios epidemiológicos, sanitários, sociais e econômicos, e
com base no Índice de Desenvolvimento Humano - IDH.
Em 2001 o Saneamento Básico, financiado com recursos da Lei
Orçamentária Anual, passou a integrar o rol dos programas estratégicos do Projeto
Alvorada. Consequentemente, ficaram assegurados os fluxos de liberação de
recursos orçamentários, principalmente os aportes oriundos do Fundo de Combate e
Erradicação da Pobreza, necessários à execução das ações programadas. Dos
recursos orçamentários previstos no total de R$ 1,2 bilhão, 100% foram alocados na
assinatura de 2.265 convênios para a realização das obras, que irão beneficiar 1,5
milhão de famílias até o final de 2004. Ademais, o programa executou mais da
metade da programação financeira dos restos a pagar do exercício, o que beneficiou
aproximadamente 200.000 famílias. O programa, no entanto, não apresentou
execução das metas físicas compatível com o volume de recursos devido a
dificuldades de contratação e às pendências decorrentes da baixa qualidade técnica
dos projetos apresentados, pelos municípios a serem atendidos. Verificou-se a
necessidade de incluir no programa um componente de desenvolvimento
institucional, além de um sistema de monitoramento e avaliação adequado, com
informações e indicadores que permitam aferir o resultado das ações executadas e o
impacto da implementação do programa. Ademais, a participação da sociedade, a
previsão de parcerias, a criação de mecanismos de interação com outros órgãos
também necessitam ser reforçadas. O Programa Saneamento é Vida, da Secretaria
Especial de Desenvolvimento Urbano - SEDU visa ampliar a cobertura e melhorar a
qualidade dos serviços de saneamento básico prestados pelas entidades públicas e
privadas, nas áreas urbanas dos estados e municípios dos pais.
O programa é financiado predominantemente com recursos do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço - FGTS. Possui também ações custeadas por
recursos provenientes de financiamentos externos e da Lei Orçamentária Anual.
Impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, emendas parlamentares e alterações
no cronograma de liberação de recursos, prejudicaram a execução das metas físicas
e financeiras programadas. A baixa capacidade de endividamento e pagamento dos
estados e municípios, por outro lado, dificultaram o acesso aos mecanismos de
financiamento. Além destas restrições externas, o programa enfrenta outras
dificuldades importantes. Uma delas refere-se à própria estrutura organizacional,
que comporta um quadro de recursos humanos, materiais e de infraestrutura
insuficientes à gestão do programa. Ademais, os indicadores de apuração de
resultados são inadequados, as ações são insuficientes para alcançar os objetivos
pretendidos e as metas físicas necessitam de revisão. O Programa Morar Melhor,
vinculado à Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano, objetiva promover
ações integradas de desenvolvimento urbano, notadamente no que se refere à
implantação dos serviços de saneamento básico, à redução do déficit habitacional e
melhoria da infraestrutura urbana para as famílias em situação de exclusão social,
com renda de até três salários mínimos.
Além dos problemas relacionados com o contingenciamento, atraso na
liberação de recursos, Restos a Pagar, mecanismos de convênio e inadimplência de
estados e municípios, entre outros, o programa possui deficiências em seu arranjo
institucional, carecendo de recursos humanos, materiais e de infraestrutura
adequada. Um programa apresentou resultados satisfatórios, apesar dos atrasos
orçamentários, o que comprometeu o cumprimento de algumas metas programadas.