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sociologia

trabalho de sociologia 2º bim 2009 EM  escrito em terça 12 maio 2009 03:00

Cenários DAS DESIGUALDADES


 
As castas no Japão
A desigualdade com base nas castas não é uma coisa do passado no Japão, apesar de
toda a modernização e da presença de alta tecnologia. Oficializadas durante o período Edo
(1600-1868), as castas foram abolidas em 1871. A casta de maior importância era a dos
samurais, seguida, em ordem decrescente, pela dos agricultores, pela dos artesãos e pela
dos comerciantes. Havia ainda os párias (os desclassificados) -entre eles, os hinins, aqueles
que eram considerados "não-gente", como mendigos, coveiros, mulheres adúlteras e suicidas
fracassados, e os burakumins, pessoas encarregadas de matar, limpar e preparar os animais
para o consumo.
A classificação social dos burakumins tinha motivos religiosos. Um desses motivos
provém do xintoísmo, que relaciona morte a sujeira, e o outro provêm do budismo, que
considera indigna a matança de animais. Na soma das duas crenças, quem tivesse o ofício
de trabalhar com couro ou carne de animais mortos deveria ser isolado e condenado a uma
situação subalterna.
Os descendentes dos burakumins, cerca de 3 milhões de pessoas, ainda vivem
segregados e dificilmente conseguem empregos que não sejam de lixeiros, limpadores de
esgotos ou de ruas. Quando revelam sua ascendência, a vida deles é sempre investigada,
seja no ato de pedir emprego, seja nas tentativas de se casar.
O governo japonês criou programas voltados para combater essa discriminação;
entretanto, isso não se resolve por decreto, pois as questões culturais são mais fortes que os
decretos governamentais. Há também, desde 1922, associações de burakumins, que
procuram lutar contra a segregação, que, de maneira generalizada, está tanto no interior das
pequenas vilas quanto nas grandes empresas.
 
Reestamentalização da sociedade?
 
Uma indicação de consciência estamental a que me refiro está nos crimes de
adolescentes. [...] A gangue de adolescentes que numa madrugada de abril de 1997 queimou
vivo um índio pataxó hã-hã-hãe que dormia num banco de um ponto de ônibus, em Brasília,
agiu orientada por motivações estamentais. Isso ficou claro quando alegaram ter cometido o
crime (bestial, aliás) porque pensaram que se tratava de um mendigo. Isto é, para eles há
duas humanidades qualitativamente distintas, uma mais humana (a deles) e outra menos
humana (a do mendigo).
Eles invocam, portanto, distinções baseadas na idéia de que as diferenças sociais não
são apenas diferenças de riqueza, mas diferença de qualidade social das pessoas como era
próprio da sociedade estamental.
 
MARTINS, José de Souza. A sociedade vista do abismo: novos estudos sobre exclusão, pobreza e classes sociais.
Petr6polis:
Vozes, 2002. p. 132.
 
 
 
1. Os dois textos apontam a permanência de aspectos relacionados aos sistemas de castas e
de estamentos na sociedade contemporânea. Você poderia citar outras situações nas quais
se observa alguma característica dessas formas de desigualdade no mundo atual?
 
 
2. Com base na análise do que constitui uma casta e um estamento, como você explica a
permanência desses tipos de desigualdade?
 

ATIVIDADES DE SOCIOLOGIA 3º BIM 2009  escrito em quinta 27 agosto 2009


13:03

Atividade 1 SOCIOLOGIA 3º bim 2009


 
Estado, capital e sociedade
 
O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do Poder Executivo, em
detrimento do Legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o
pensamento e a prática que privilegiam a missão "civilizat6ria" do Estado na sociedade, o alargamento
do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo; implica o alargamento do poder
político e cultural do Executivo. Tanto assim que o Estado se transforma em um poderoso agente da
indústria cultural, por suas implicações não s6 econômicas, mas também políticas e culturais. [...]
A medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a
sociedade, compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais, econômicas e outras. Na
prática, dissocia-se o poder estatal de amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses,
empregados, funcionários e outros, compreendendo negros, mulatos, índios, caboclos, imigrantes e
outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder.
IANNI, Octávio. Estado e capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 259-60.
 
 
 
1. Esse texto foi extraído de um livro que teve sua primeira edição publicada em 1965. Embora escrito há
mais de quarenta anos, ele aborda características ainda fundamentais do Estado e de suas relações com
a sociedade no Brasil- uma delas, o fato de o Executivo ser mais forte que o Legislativo. Quais são os
sinais mais aparentes desse fato? Quais seriam as alternativas para haver um Legislativo realmente
capaz de enfrentar o Executivo?
 
2. Você acredita que o Estado brasileiro investe muito para resolver os problemas básicos da população
ou a maior preocupação é atender aos interesses dos grandes grupos econômicos, industriais e
financeiros?
 
3. Você acha que os que estão no poder do Estado hoje representam os mais desvalidos da população
brasileira? Explique por que você pensa dessa maneira.
 
 

SOCIOLOGIA – ENSINO MÉDIO

Cenários DO MUNDO DO TRABALHO

Trabalho e necessidades nas sociedades primitivas

Sociedades como estas que estamos considerando não têm as nossas razões para trabalhar ―
se é que entre elas se encontre algo parecido com o que faz o burocrata na repartição ou o
operário na fábrica,

comandados pelos administradores, pela linha de montagem, pelo relógio de ponto, pelo
salário no fim do mês. "Trabalham" para viver, para prover às festas, para presentear. Mas
nunca mais que o estritamente necessário: a labuta não é um valor em si, não é algo que tem
preço, que se oferece num mercado; não se opõe ao lazer, dele não se separando
cronologicamente ("hora de trabalhar, trabalhar"); não acontece em lugar especial, nem se
desvincula das demais atividades sociais (parentesco, magia, religião, política, educação...).
Sempre que se pareçam com o que chamamos "trabalho", tais atividades são imediatamente
detestadas. Aliás, no fundo, no fundo, não o são também entre nós?

[...]

De vez em quando se trabalha um pouco mais que o necessário à satisfação do "consumo"


regular. Mas com maior freqüência, dentro do tempo normal de "trabalho", se produz algo
que transborde o necessário. Esta é, em geral, a parte das solenidades, das festas, dos rituais,
dos presentes, das destruições ostentatórias, das manifestações políticas, da hospitalidade... e
o significado desse algo mais nunca é acumular, investir. Há aí, portanto, uma grande diferença
em relação à nossa atitude oficial para com o trabalho. Mas não há, ao mesmo tempo, algo
que intimamente invejamos? Algo com coloração de sonho, para nós, que mais ou menos
reservadamente trabalhamos de olho na hora da saída, no fim de semana, no feriado
prolongado, nas férias, na aposentadoria?

RODRIGUES. José Carlos. Antropologia e comunicação: princípios radicais. Rio de Janeiro:


Espaço e Tempo, 1989. p. 101.

 
1. Após a leitura do texto, procure responder às questões que o próprio autor formula.

2. Troque idéias com seus colegas: como seria a vida de vocês sem os equipamentos
eletrônicos que existem hoje?

Mudança de Hábito - História das Conservas  escrito em domingo 01


fevereiro 2009 11:10

HISTÓRIA DAS CONSERVAS


Virgínia Brandão
 
A conservação de alimentos surgiu com a civilização. Entretanto, todos os processos
utilizados até o final do século 18 foram desenvolvidos de forma totalmente empírica,
sem nenhum conhecimento ou embasamento teórico e, normalmente, utilizando ou
simulando processos existentes na natureza (secagem, defumação, congelamento),
Nessa época, já se sabia que as frutas e algumas hortaliças podiam ser conservadas em
açúcar e certas hortaliças toleravam o vinagre. Porém, todos esses procedimentos
conservavam os alimentos por pouco tempo e com escassas garantias.
 
O avanço científico e a industrialização da conserva
Foi somente no início do século 19, que o confeiteiro francês Nicolas Appert  (1749-
1841), depois de 15 anos de experimentos, desenvolveu um processo que não era
baseado em nenhum fenômeno natural já conhecido.
Não se sabe qual o conhecimento teórico que Appert tinha sobre conservação de
alimentos, mas foi para resolver as questões práticas do dia-a-dia de sua confeitaria que
ele teve a genial intuição de que se colocasse os alimentos em garrafas de vidro grossas
(como as usadas para o champagne) com algum líquido, lacrando-os com rolha e cera e
fervendo-os em banho-maria por um determinado período, conseguiria uma
prolongação da vida de prateleira destes alimentos. Supôs que, como no vinho, a
exposição ao ar estragava a comida. Assim, se a comida fosse colocada num recipiente
que vedasse a entrada do ar, ficaria fresca e com boa qualidade. Funcionou.
 
Colocando em prática suas descobertas em escala industrial, em 1802, ele instalou nas
cercanias de Paris, em Massy, a primeira fábrica de conservas do mundo, que
empregava cerca de 50 funcionários. Encomendou a um vidreiro garrafas com gargalos
bem mais largos que os habituais e deu início à sua produção.
Amostras com comidas preservadas pelo método de Appert foram enviadas para o mar
por mais de quatro meses. Carnes e vegetais estavam entre os 18 diferentes itens  em
recipientes de vidro; todos retiveram seu frescor e nenhuma substância passou por
mudanças substanciais.  
Seu método conseguiu crescente sucesso comercial, tendo sido utilizado por Napoleão
Bonaparte no abastecimento de suas tropas, tornando-as mais autônomas, e na marinha
mercante, para as longas viagens transatlânticas. Em 1809, o ministro de Administração
Interna da França, Conde Mantalivet, providenciou um prêmio de 12 mil francos
franceses para que Appert tornasse públicas suas descobertas.
E assim, em 1810, foi publicado o livro "A Arte de Conservar Todas as Substâncias
Animais e Vegetais", em que ele descrevia, em detalhes, o processo de conserva de mais
de 50 alimentos. O livro teve uma tiragem de 6000 exemplares, dos quais 200 foram
entregues ao Governo para serem distribuídos entre as prefeituras francesas que
trataram de difundir a informação, Três novas edições são lançadas posteriormente, em
1811, 1813 e 1831. Muito rapidamente, traduções são publicadas em numerosos países
estrangeiros, como  Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos.  Logo após a
publicação do método Appert, fábricas de conservas surgem tanto na França quanto no
exterior. 
Na época, Appert acreditava que a preservação do alimento devia-se a ausência de ar no
interior do frasco. Esta hipótese foi derrubada por Pasteur algumas décadas depois, em
1864, ao provar que os pequenos seres vivos que já haviam sido identificados por
Leeuwenhoek em 1675 eram responsáveis por deteriorações nos alimentos e doenças no
homem. As pesquisas de Pasteur demonstraram que o efeito da temperatura na
preservação dos alimentos era na realidade sobre os microrganismos, observando que
uma temperatura de 62-63ºC por um período de uma hora e meia era suficiente para
eliminar os microrganismos presentes nos sucos de frutas. Este processo, que recebeu o
nome de pasteurização, provocou uma grande alavancagem na qualidade dos vinhos
franceses, principal indústria francesa na época, concedendo a Pasteur um grande
prestígio junto ao governo de seu país.
O processo de preservação criado por ele, em sua homenagem, foi batizado de
apertização, englobando todo aquele método que depende de um tratamento térmico
para combater a deterioração do alimento. É, até hoje, o mais utilizado na indústria de
conservas.
 
Os enlatados
Existem várias versões sobre o início do enlatamento das conservas. Algumas dizem
que foi o próprio Appert que deu início ao uso das latas de ferro estanhadas para envasar
as conservas. Mas a própria Associação Internacional Nicolas Appert  afirma que
embora na Inglaterra já se utilizassem embalagens metálicas, é apenas a partir de 1814
que Appert vai se dedicar a desenvolver esse tipo de embalagem.
 
Assim sendo, ficamos com a outra versão que diz que, no mesmo ano em que Appert
publicou o seu livro, 1810,  Peter ou Pierre Durand (também discute-se se era inglês ou
francês) recebeu uma patente do Rei George III pela idéia de preservar comida em
"garrafas ou outros vasilhames de vidro, potes ou recipientes de estanho, ou outros
materiais adequados".
Em 1811, Durand vendeu sua patente à firma londrina Dorkin, Hall and Gamble, de
John Hall e Bryan Dorkin.  Estes, achando o vidro muito frágil e a cortiça muito porosa,
depois de muitos testes, inauguraram, em 1813, a primeira fábrica de conservas do
mundo a usar recipientes de chapas de ferro estanhadas, atendendo a uma solicitação da
marinha e do exército britânicos. Nasciam as conservas em lata, marco fundamental de
toda a história da conservação de alimentos.
As primeiras latas de comida só chegaram ao consumidor civil europeu em 1830.
Incluíam tomates, ervilhas e sardinhas, mas suas vendas eram lentas, principalmente
pelo preço elevado, pela disponibilidade da comida fresca nas cidades (ainda
relativamente perto das zonas rurais) e pela dificuldade de abertura da lata, que requeria
o uso de martelo e talhadeira. O alto preço das latas era atribuído à baixa demanda de
mercado e ao método artesanal de fabricação e envasamento 
Em 1821, a William Underwood Company, de Boston inicia a produção comercial das
conservas enlatadas nos Estados Unidos. Mas, por muito tempo, este tipo de alimento
foi visto com desconfiança, só começando mesmo a ser consumido com a guerra civil
(1861-1865).   
Em 1825, o inglês Thomas Kansett substitui os vidros de boca larga tampados com
cortiça por latas de folhas de flandres (um subproduto do alumínio), depois de
conseguir, do próprio presidente americano James Monroe, a patente dessas embalagens
naquele país . Até esta data, as latas eram produzidas a partir de chapas de ferro
estanhadas e não de aço, material utilizado até os dias de hoje.
O americano Gail Borden foi um pioneiro no enlatamento de alimentos. Em 1856,
produziu, com sucesso, o leite condensado em lata e lhe foi concedida uma patente do
processo. Em 1857, abriu em Nova Iorque uma fábrica do seu produto. A demanda para
o leite condensado foi pequena no início, mas durante a guerra civil americana (1861-
1865) passou a ser consumido em  larga escala.  
A guerra civil contribuiu significativamente para a popularização dos alimentos
enlatados de uma forma geral. O exército teve que ser alimentado e o governo fez
contratos com diversas empresas de conservas para fornecer o alimento. No final da
guerra, estes soldados retornaram para casa cheios de elogios para os alimentos seguros,
portáteis, e armazenáveis. Sob circunstâncias difíceis, os povos aprenderam que os
alimentos enlatados, tais como o leite condensado, podem ser saborosos e nutritivos. A
invenção de abridores de lata práticos, no fim século 19, tornou-as mais fáceis de abrir e
mais convenientes para consumidores.
 
Em 1868, primeiramente nos Estados Unidos e depois na Europa, as latas feitas a mão
foram substituídas pelas feitas a máquina. A nova tecnologia tornou possível o
surgimento de  empresas  gigantes de carnes enlatadas, como P. D. Armour. O produto,
entretanto, era embalado em grandes e desajeitadas latas vermelhas e não era muito
apetitoso.
O aumento da demanda levou, naturalmente, ao aperfeiçoamento dos processos de
fabricação das latas, do enlatamento e das conservas, e desde 1810, o método de Appert
vem sendo aperfeiçoado em múltiplos aspectos, ainda que o princípio permaneça
essencialmente o mesmo. Hoje, há máquinas específicas para o preparo e envase de
cada tipo de enlatado e conserva, cada um com seus distintos processos e diferentes
tempos de cocção, segundo os microorganismos que devem ser eliminados.realizando
uma produção em larga escala. As conservas, sobretudo os enlatados, são encontrados
em toda parte, proporcionando aos seus consumidores alimentos seguros, saudáveis e de
qualidade. 
The History of Can Making Can Central .Com Association Internationale Nicolas
Appert - MealTime.Org
 

Sociologia - Aula 01  escrito em segunda 02 fevereiro 2009 12:45


SOCIOLOGIA AULA 01 2009
 
ESTUDO DA SOCIOLOGIA
 
Por que estudar a sociedade em que vivemos?
 
è OBJETIVO à Compreender e explicar as permanências e as transformações que
ocorrem nas sociedades humanas e até indicar algumas pistas sobre o rumo das
mudanças. – Reportagem Época 02.02.2009 nº 559 página 60
 
 
Os seres humanos buscam:
à suprir necessidades básicas : abrigo, vestuário, alimentos, etc.
 
è normas, valores, costumes, propriedades, desigualdades, conflitos, arte, explicações
sobre a vida e o mundo.
 
 
ESTUDO ESPECÍFICO DA SOCIOLOGIA
 
      Por que as pessoas agem e pensam desta forma e não de outra?
      Por que nos relacionamos com as pessoas de uma forma normalmente
padronizada?
      Por que existe tanta desigualdade e desemprego em nosso cotidiano?
      Quais são os nossos direitos e o que significa cidadania?
      Por que existem movimentos sociais com interesses tão diversos? Esses
movimentos são revolucionários ou apenas reformadores?
      O que é cultura? Qual a relação entre cultura e ideologia? Como elas estão
presentes nos meios de comunicação de massa?
      Por que existem a política e as relações de poder na sociedade?
 
 
PIERRE BOURDIEU – Sobre a Sociologia:
      Quando crítica, incomoda porque revela aspectos da sociedade e dos
indivíduos, além do senso comum.
      Formar indivíduos autônomos, pensadores, independentes.
 
CHARLES W MILLS
è Capacidade de analisar nossas vivências cotidianas e estabelecer relações entre elas e
as situações mais amplas.
 
ALFRED N. WHITEHEAD
è Fazer com que as pessoas possam ver e analisar e o bosque ao mesmo tempo.
 
CONHECIMENTO///
                DESENVOLVE-SE SOCIALMENTE.
 
è INTERESSE DE CLASSE ( MANUTENÇÃO DO STATUS QUOO processo de
preservação criado por ele, em sua homenagem, foi batizado de apertização, englobando
todo aquele método que depende de um tratamento térmico para combater a
deterioração do alimento. É, até hoje, o mais utilizado na indústria de conservas.

 
Os enlatados
Existem várias versões sobre o início do enlatamento das conservas. Algumas dizem
que foi o próprio Appert que deu início ao uso das latas de ferro estanhadas para envasar
as conservas. Mas a própria Associação Internacional Nicolas Appert  afirma que
embora na Inglaterra já se utilizassem embalagens metálicas, é apenas a partir de 1814
que Appert vai se dedicar a desenvolver esse tipo de embalagem.
 
Assim sendo, ficamos com a outra versão que diz que, no mesmo ano em que Appert
publicou o seu livro, 1810,  Peter ou Pierre Durand (também discute-se se era inglês ou
francês) recebeu uma patente do Rei George III pela idéia de preservar comida em
"garrafas ou outros vasilhames de vidro, potes ou recipientes de estanho, ou outros
materiais adequados".
Em 1811, Durand vendeu sua patente à firma londrina Dorkin, Hall and Gamble, de
John Hall e Bryan Dorkin.  Estes, achando o vidro muito frágil e a cortiça muito porosa,
depois de muitos testes, inauguraram, em 1813, a primeira fábrica de conservas do
mundo a usar recipientes de chapas de ferro estanhadas, atendendo a uma solicitação da
marinha e do exército britânicos. Nasciam as conservas em lata, marco fundamental de
toda a história da conservação de alimentos.
As primeiras latas de comida só chegaram ao consumidor civil europeu em 1830.
Incluíam tomates, ervilhas e sardinhas, mas suas vendas eram lentas, principalmente
pelo preço elevado, pela disponibilidade da comida fresca nas cidades (ainda
relativamente perto das zonas rurais) e pela dificuldade de abertura da lata, que requeria
o uso de martelo e talhadeira. O alto preço das latas era atribuído à baixa demanda de
mercado e ao método artesanal de fabricação e envasamento 
Em 1821, a William Underwood Company, de Boston inicia a produção comercial das
conservas enlatadas nos Estados Unidos. Mas, por muito tempo, este tipo de alimento
foi visto com desconfiança, só começando mesmo a ser consumido com a guerra civil
(1861-1865).   
Em 1825, o inglês Thomas Kansett substitui os vidros de boca larga tampados com
cortiça por latas de folhas de flandres (um subproduto do alumínio), depois de
conseguir, do próprio presidente americano James Monroe, a patente dessas embalagens
naquele país . Até esta data, as latas eram produzidas a partir de chapas de ferro
estanhadas e não de aço, material utilizado até os dias de hoje.
O americano Gail Borden foi um pioneiro no enlatamento de alimentos. Em 1856,
produziu, com sucesso, o leite condensado em lata e lhe foi concedida uma patente do
processo. Em 1857, abriu em Nova Iorque uma fábrica do seu produto. A demanda para
o leite condensado foi pequena no início, mas durante a guerra civil americana (1861-
1865) passou a ser consumido em  larga escala.  
A guerra civil contribuiu significativamente para a popularização dos alimentos
enlatados de uma forma geral. O exército teve que ser alimentado e o governo fez
contratos com diversas empresas de conservas para fornecer o alimento. No final da
guerra, estes soldados retornaram para casa cheios de elogios para os alimentos seguros,
portáteis, e armazenáveis. Sob circunstâncias difíceis, os povos aprenderam que os
alimentos enlatados, tais como o leite condensado, podem ser saborosos e nutritivos. A
invenção de abridores de lata práticos, no fim século 19, tornou-as mais fáceis de abrir e
mais convenientes para consumidores.
 
Em 1868, primeiramente nos Estados Unidos e depois na Europa, as latas feitas a mão
foram substituídas pelas feitas a máquina. A nova tecnologia tornou possível o
surgimento de  empresas  gigantes de carnes enlatadas, como P. D. Armour. O produto,
entretanto, era embalado em grandes e desajeitadas latas vermelhas e não era muito
apetitoso.
O aumento da demanda levou, naturalmente, ao aperfeiçoamento dos processos de
fabricação das latas, do enlatamento e das conservas, e desde 1810, o método de Appert
vem sendo aperfeiçoado em múltiplos aspectos, ainda que o princípio permaneça
essencialmente o mesmo. Hoje, há máquinas específicas para o preparo e envase de
cada tipo de enlatado e conserva, cada um com seus distintos processos e diferentes
tempos de cocção, segundo os microorganismos que devem ser eliminados.realizando
uma produção em larga escala. As conservas, sobretudo os enlatados, são encontrados
em toda parte, proporcionando aos seus consumidores alimentos seguros, saudáveis e de
qualidade. 
The History of Can Making Can Central .Com Association Internationale Nicolas
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Sem nome  escrito em quinta 29 janeiro 2009 13:03

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A verdadeira história da Feijoada  escrito em quinta 29 janeiro 2009 10:02

A VERDADEIRA HISTÓRIA DA FEIJOADA

Prof. Almir Henrique da Costa Filho - mestre em História Política e Social pela
UERJ, professor de Antropologia da Nutrição e Ética e Legislação Profissional do
curso de Gastronomia e Culinária, Instituto Politécnico/Universidade Estácio de Sá e
professor de várias disciplinas de outros cursos de graduação da Estácio.

Profª Maria Clara Pecorelli - mestre em História Social pela UFRJ, professora de
Antropologia da Nutrição e Ética e Legislação Profissional do curso de Gastronomia
e Culinária, Instituto Politécnico/Universidade Estácio de Sá e professora de História
da FAETEC, Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro.

Dizem que os dois pilares mais importantes da identidade cultural de um povo são
a língua e a culinária. João Ubaldo Ribeiro1, por exemplo, afirmou certa vez que a
adoção cada vez mais indiscriminada de palavras do universo norte-americano
nesses trópicos auriverdes está minando nossa cultura, mas - graças a Deus - por
enquanto ainda não havíamos começado a macaquear o hábito do peru assado no
Dia de Ação de Graças2. Quando isso acontecesse, aí sim seria o fim da nossa
singularidade como povo. O que ele não atinou foi para o seguinte: nessa nossa
vida cada vez mais fast, a exemplo do cotidiano dos irmãos do norte, já há menos
lugares para uma refeição prazerosa, dando-se um espaço crescentemente maior
para o fast-food e para as medidas do nosso contorno físico. Claro, estamos falando
do aumento de peso do brasileiro médio, já aparecendo significativamente nas
estatísticas, mais uma importação nefasta do american way of life.

Mas, se é para valorizarmos a nossa cultura alimentar, não podemos deixar de citar
Luís da Câmara Cascudo, autor de uma vastíssima obra em torno dos costumes,
usos e práticas do mundo brasileiro, de hoje e de ontem, não só sobre questões de
comida. É ele a maior referência quando se fala em estudos da alimentação no
Brasil, mais ainda quanto ao enfoque histórico. Para fazermos um breve relato
sobre a feijoada, o prato mais "típico" da culinária pátria3, e sua verdadeira história,
vamos recorrer ao artigo escrito no ano passado por Rodrigo Elias 4, pesquisador da
Universidade Federal Fluminense, que dá conta do recado com base principalmente
no trabalho pioneiro do nosso folclorista maior, além de outros estudiosos. Segue,
então, um resumo do texto, para que tenha acesso a ele uma grande maioria de
interessados que deixaram escapar esse tesouro:

A história da feijoada nos leva à história do feijão. O feijão preto, aquele da


feijoada tradicional, é de origem sul-americana. Os primeiros cronistas coloniais já
mencionam essa iguaria na dieta indígena, como o viajante Jean de Léry e o
cronista Pero Gandavo, ainda no séc. XVI. No século seguinte, foi a vez de um
naturalista holandês descrever a nobre semente do feijoeiro.
O nome que usamos para chamá-lo, porém, foi dado pelos portugueses. Quando
aqui chegaram, há 500 anos, já se conhecia na Europa diversas variedades desse
vegetal. Outras variedades foram introduzidas na colônia, como o feijão-fradinho,
consumido em Portugal. Mas a opinião geral era de que o feijão do Brasil, o preto,
era o mais saboroso.

As populações indígenas o apreciavam, embora consumissem mais a mandioca sob


várias formas, inclusive como bebida, e esta caiu nas graças de todos. Os paulistas
em suas andanças ingeriam muita farinha de mandioca, misturada com carne, mas
também comiam feijão preto.

O feijoeiro em todas as suas variedades facilitou a fixação das populações no


território luso-americano. A facilidade do manejo e seus baixos custos fizeram que
a cultura do feijão, essencialmente doméstica, se alastrasse. Segundo Cascudo, em
todas as residências humildes do interior do país encontrava-se um "roçadinho", a
cargo das mulheres. Na expansão do território ao longo dos sécs. XVIII e XIX,
alargando-se fronteiras de norte a sul, atrás do colono ia o feijão e a mandioca -
em especial a farinha - formando o binômio que "governava o cardápio do Brasil
antigo".

No séc. XIX, todos os viajantes que aqui vieram descreveram a importância central
do feijão nos hábitos alimentares dos brasileiros, ricos ou pobres (para estes, quase
sempre iguaria única). Vários deles destacavam a forma como o prato era servido,
acompanhado de toucinho. Debret5 descreveu o jantar da família de um humilde
comerciante dos tempos de D. João VI: "se compõe apenas de um miserável
pedaço de carne-seca, de três a quatro polegadas quadradas e somente meio dedo
de espessura; cozinham-no a grande água com um punhado de feijões-pretos, cuja
farinha cinzenta, muito substancial, tem a vantagem de não fermentar no
estômago".

Porém, nem só de feijão viviam os homens. Os índios tinham uma dieta variada, os
escravos também comiam mandioca e frutas, apesar da base do feijão. Havia entre
os habitantes da colônia, por outro lado, tabus alimentares que NÃO permitiam
uma mistura completa do feijão e das carnes com outros legumes. Pergunta Elias:
Como poderiam fazer nossa conhecida feijoada?

Na Europa, sobretudo a mediterrânica, havia - e há - um prato tradicional que


remonta pelo menos aos tempos do Império Romano: uma mistura de vários tipos
de carnes, legumes e verduras. Há variações de um lugar para o outro, porém é
um prato bastante popular e tradicional. Em Portugal, o cozido; na Itália, a
casoeula; na França, o cassoulet; na Espanha, a paella, esta feita à base de arroz.
Esta tradição vem para o Brasil com os portugueses e, à medida que se adapta ao
paladar local, surge a idéia, inaceitável para os europeus, da inclusão do feijão.
Nasce a feijoada.

Para Câmara Cascudo o feijão preto de todo dia, com carne, água e sal, é apenas
feijão. "Há distância entre feijoada e feijão. Aquela subentende o cortejo de carnes,
legumes, hortaliças." Essa combinação só ocorre no séc. XIX, e bem longe das
senzalas. Em artigo escrito num jornal de Pernambuco, em março de 1840, o padre
Miguel Gama condenava a "feijoada assassina", escandalizado pelo fato de que era
muito apreciada por homens sedentários e senhoras delicadas da cidade.
É importante lembrar que as partes salgadas do porco, como orelha, pés e rabo,
nunca foram restos. Eram apreciados na Europa, enquanto o alimento básico nas
senzalas era uma mistura de feijão com farinha. Uma das referências mais antigas
que se conhece é a feijoada em restaurantes, está no Diário de Pernambuco de 7
de agosto de 1833, no qual o Hotel Théatre, do Recife, informa que às quintas-
feiras seria servida "feijoada à brasileira". No Rio de Janeiro, a menção à feijoada
servida em restaurante aparece pela primeira vez no Jornal do Commercio de 5 de
janeiro de 1849.

O historiador Rodrigo Elias cita ainda em seu artigo outros exemplos de degustação
da feijoada por indivíduos de extração nobre. Destaca que o livro O Cozinheiro
Imperial, de 1840, assinado por R.C.M., traz receitas para cabeça e pé de porco,
além de outras carnes - com a indicação de que sejam servidas a "altas
personalidades". Um cronista brasileiro da segunda metade do séc. XIX, França
Júnior, dizia que feijoada não era o prato em si, mas o nome de uma comemoração
entre amigos, a "patuscada", na qual comiam todo aquele feijão.

Hoje em dia há várias receitas, trata-se de um prato em construção, já afirmava


Câmara Cascudo há 40 anos. Em alguns lugares do Brasil, é consumido no inverno.
No Rio de Janeiro, vai à mesa de verão a verão, dos botecos mais baratos aos
restaurantes mais sofisticados. O sabor mas também a ocasião é que garantem o
sucesso da feijoada.

Anúncio de 1848 no Jornal do Commercio do Rio:


(extraído de Rodrigo Elias, op.cit.)

Na casa de pasto junto ao botequim da Fama do Café com Leite tem-se determinado
que haverá em todas as semanas, sendo ás terças e quintas-feiras, a bella feijoada, a
pedido de muitos freguezes. Na mesma casa continua-se a dar almoços, jantares e cêas
para fóra, com o maior asseio possível, e todos os dias há variedade na comida. À noite
há bom peixe para a cêa.

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