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Texto Dramático e Teatro

 Escrito em prosa ou verso.

 Texto principal corresponde às falas das personagens em discurso directo, sob a forma de
diálogo, monólogo ou apartes.

 Texto secundário constituído por didascálias ou indicações cénicas que dizem respeito a
informações sobre o cenário, luz, guarda-roupa, gestos, atitudes e tom de voz das personagens.
As didascálias surgem no entre parênteses ou no inicio de cada acto, em letra diferenciada.

 É concebido para ser representado assumindo estatuto de teatro.


 GÉNEROS DRAMÁTICOS:

1- Tragédia Clássica
 Género dramático que remonta à Grécia antiga.
 Escrita em verso.
 Número reduzido de personagens (três).
 Personagens de elevada classe social e nobres de sentimentos, que desafiam, através
das suas acções, uma entidade superior, pelo que estas serão aniquiladas pelo destino.
 As consequências funestas dos seus actos suscitam terror e piedade nos espectadores
a fim de purificar as suas tendências imorais (cathársis/purificação).
 Há um coro que faz comentários ao que se passa em cena.
 Linguagem elevada.
 Respeita a lei das três unidades:
→Unidade de acção – a tragédia antiga exige que o espectador se centre
apenas no problema central, sem desvio para acções secundárias .
→Unidade de tempo – todos os acontecimentos têm de se desenrolar no espaço
de 24 horas, mostrando que a acção do Destino é imperativa e fulminante .
→Unidade de espaço – não há em geral mudança de cenário e os

acontecimentos passam-se todos no mesmo lugar.


 Constituída por 5 actos [Prólogo (Acto I), Episódios (Acto II, III e IV) e Éxodo( Acto V)]
 A acção expõe um conflito humano, onde o Homem é um mero joguete do
Destino. Este é uma força superior que age de forma inexorável sobre o
protagonista, sem que ele tenha qualquer culpa.

 Elementos essenciais da tragédia:

A Hybris Consiste num desafio que o protagonista realiza, após um momento de crise.
O desafio Tal desafio pode ser contra a lei dos deuses, a lei da cidade, as leis e os
direitos da família, ou, finalmente, contra as leis da natureza.
O Pathos A sua decisão, o seu desafio, a sua revolta, têm como consequência o seu
O sofrimento sofrimento, que ele aceita e que lhe é imposto pelo Destino e executado pelas
Parcas. Tal sofrimento será progressivo.
O Agón É o combate ou a luta que nasce do desafio e se desenrola na oposição de
O combate homens contra deuses, de homens contra homens ou de homens contra
ideias. Pode ser físico, psicológico, individual ou colectivo. O conflito é a alma
da tragédia.
A Anankê É o Destino, sombria potestade a que nem aos deuses é permitido
O Destino desobedecer. É, pois, cruel, implacável e inexorável.
A Peripéteia É a súbita mutação dos sucessos, no contrário. A peripécia é, pois, um
A peripécia acontecimento quase sempre imprevisto que altera completamente o rumo
da acção, invertendo a marcha dos acontecimentos e precipitando o
desenlace.
A Anagnórisis É o aparecimento de um lado novo, quase sempre a identificação de uma
O personagem culta. Para Aristóteles, o reconhecimento devia dar-se
reconhecimento juntamente com a peripécia.
A Katastophé Desenlace fatal onde se consuma a destruição das personagens. A catástrofe
A catástrofe deve vir indiciada desde o início, dado que ela é a conclusão lógica da luta
entre a Hybris e a Anankê, luta que é crescente (clímax) e atinge o ponto
culminante (acmê) na agnórise.
A Katársis É o efeito completo da representação trágica que visa purificar os
A catarse espectadores de paixões semelhantes às dos protagonistas, pelo terror e pela
piedade.

2-Drama Romântico
 Foi criado por Victor Hugo, o grande mestre do Romantismo francês e
desenvolveu-se no séc. XIX com os escritores românticos.
 O Romantismo valoriza a acção do Homem, por isso o herói já não é joguete do
destino, mas dos valores da sociedade que regem os indivíduos que nela se inserem,
ligando-se ao quotidiano das personagens.

 Personagens de várias classes sociais e em número mais alargado do que no teatro


clássico.
 Linguagem fluente e coloquial, sendo variável devido à variedade de classes sociais das
personagens.
 Vários espaços e tempo alargado.

 Escrito em prosa, de modo a corresponder à realidade.

 Dividido em três actos.


 Não há coro.
 CATEGORIAS DO TEXTO DRAMÁTICO
→Acção
-Desenrolar dos acontecimentos
-Constituída por estrutura externa e interna.

→Estrutura Externa
-Organiza-se em actos subdivididos em cenas: Mudança de espaço – mudança de acto;
Entrada/saída de personagens – mudança de cena.
→Estrutura Interna
-Tem a ver com o desenrolar da acção e divide-se em:
 Exposição – apresentação das personagens e dos antecendentes da acção.
 Conflito – sucessão gradual dos acontecimentos que fazem avançar a acção
através de momentos de tensão, expectativa até ao clímax (ponto
culminante da acção).
 Desenlace – desfecho, que corresponde à morte das personagens (física,
social ou afectiva).
→Personagem
A personagem, agente da acção, é uma entidade ficcional dotada de um retrato físico e
psicológico: Personagem Principal; Personagem Secundária; Figurante.
→Espaço
Não se resume ao lugar físico onde os eventos se realizam, tem também uma dimensão social e
psicológica.
→Tempo
Relativamente curto, tendência para a concentração.
-Diegese – tempo durante o qual a acção se desenrola, segundo uma ordenação cronológica.
-Histórico – época ou período da História em que a acção se desenrola:

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