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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA- PROF.

RICARDO VALE
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LEGISLAÇÃO DE INTERESSE DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA. 1- Lei n.º
9.883/99 e alterações - institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência
Brasileira de Inteligência - ABIN, e dá outras providências. 2- Decreto n.º 4.376/2002
e alterações - dispõe sobre a organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de
Inteligência, instituído pela Lei n.º 9.883/99, e dá outras providências. 3- Decreto n.º
6.408/2008 - aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em
Comissão, das Gratificações de Exercício em Cargo de Confiança e das Gratificações
de Representação da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República. 4- Medida Provisória n.º 434, de
4 de junho de 2008 ou lei que a converter – dispõe sobre a estruturação do Plano de
Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, cria as Carreiras de
Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente
Técnico de Inteligência, e dá outras providências. 5- Lei n.º 6.634/79 – dispõe sobre a
Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei n.º 1.135, de 3 de dezembro de 1970, e dá
outras providências. 6- Decreto n.º 85.064/80 – regulamenta a Lei n.º 6.634, de 2 de
maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de Fronteira. 7- Lei n.º 7.170/83 – define os
crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu
processo e julgamento e dá outras providências. 8- Decreto n.º 5.484/2005 – aprova a
Política de Defesa Nacional e dá outras providências. 9- Parte Especial do Código
Penal (Decreto-Lei n.º 2.848/40) e alterações, no referente aos seguintes tópicos:
Título I, Capítulo VI, Seção IV – dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos;
Título VIII, Capítulos I e II – dos crimes de perigo comum e dos crimes contra a
segurança dos meios de comunicação e transporte e outros serviços públicos; Título
X, Capítulos III e IV – da falsidade documental e de outras falsidades; Título XI,
Capítulo I – dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral. 10- Lei n.º 6.815/80 e alterações – define a situação jurídica do estrangeiro no
Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração. 11- Medida Provisória n.º 2.186-16, de
23 de agosto de 2001 – regulamenta o inciso § 1o e o § 4o do art. 225 da Constituição,
os arts. 1o, 8o, alínea "j", 10, alínea "c", 15 e 16, alíneas 3 e 4 da Convenção sobre
Diversidade Biológica, dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o
acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso
à tecnologia e transferência de tecnologia para sua conservação e utilização, e dá
outras providências. 12- Lei n.º 8.159/91 – dispõe sobre a política nacional de arquivos
públicos e privados e dá outras providências. 13- Decreto n.º 3.505/2000 – institui a
Política de Segurança da Informação nos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal. 14- Decreto n.º 4.553/2002 e alterações – dispõe sobre a salvaguarda
de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança
da sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal, e dá outras
providências. 15-Decreto n.º 5.301/2004 – regulamenta o disposto na Medida
Provisória n.o 228, de 9 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a ressalva prevista
na parte final do disposto no inciso XXXIII do art. 5.º da Constituição, e dá outras
providências. 16- Lei n.º 11.111/2005 – regulamenta a parte final do disposto no inciso
XXXIII do caput do art. 5.º da Constituição Federal e dá outras providências.

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LEI No 9.883, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1999.

Institui o Sistema Brasileiro de Inteligência,


cria a Agência Brasileira de Inteligência -
ABIN, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Sistema Brasileiro de Inteligência, que integra as ações de


planejamento e execução das atividades de inteligência do País, com a finalidade de
fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência tem como fundamentos a preservação


da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da
pessoa humana, devendo ainda cumprir e preservar os direitos e garantias individuais
e demais dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e
ajustes internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou
signatário, e a legislação ordinária.

§ 2o Para os efeitos de aplicação desta Lei, entende-se como inteligência a


atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e
fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência
sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a
segurança da sociedade e do Estado.

§ 3o Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva neutralizar a


inteligência adversa.

Art. 2o Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que, direta ou


indiretamente, possam produzir conhecimentos de interesse das atividades de
inteligência, em especial aqueles responsáveis pela defesa externa, segurança interna
e relações exteriores, constituirão o Sistema Brasileiro de Inteligência, na forma de ato
do Presidente da República.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de


obtenção, análise e disseminação da informação necessária ao processo decisório do
Poder Executivo, bem como pela salvaguarda da informação contra o acesso de
pessoas ou órgãos não autorizados.

§ 2o Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão de


controle externo da atividade de inteligência, as Unidades da Federação poderão
compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

Art. 3o Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão de


assessoramento direto ao Presidente da República, que, na posição de órgão central
do Sistema Brasileiro de Inteligência, terá a seu cargo planejar, executar, coordenar,
supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, obedecidas a política e
as diretrizes superiormente traçadas nos termos desta Lei.

Art. 3o Fica criada a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão da


Presidência da República, que, na posição de órgão central do Sistema Brasileiro de
Inteligência, terá a seu cargo planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar
as atividades de inteligência do País, obedecidas à política e às diretrizes

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superiormente traçadas nos termos desta Lei. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.216-37, de 2001)

Parágrafo único. As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se


refere aos limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com
irrestrita observância dos direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e
aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado.

Art. 4o À ABIN, além do que lhe prescreve o artigo anterior, compete:

I - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de


dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da
República;

II - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos


interesses e à segurança do Estado e da sociedade;

III - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

IV - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de


inteligência, e realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da
atividade de inteligência.

Parágrafo único. Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência


fornecerão à ABIN, nos termos e condições a serem aprovados mediante ato
presidencial, para fins de integração, dados e conhecimentos específicos relacionados
com a defesa das instituições e dos interesses nacionais.

Art. 5o A execução da Política Nacional de Inteligência, fixada pelo Presidente da


República, será levada a efeito pela ABIN, sob a supervisão da Câmara de Relações
Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo.

Parágrafo único. Antes de ser fixada pelo Presidente da República, a Política


Nacional de Inteligência será remetida ao exame e sugestões do competente órgão de
controle externo da atividade de inteligência.

Art. 6o O controle e fiscalização externos da atividade de inteligência serão


exercidos pelo Poder Legislativo na forma a ser estabelecida em ato do Congresso
Nacional.

§ 1o Integrarão o órgão de controle externo da atividade de inteligência os líderes


da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assim como
os Presidentes das Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.

§ 2o O ato a que se refere o caput deste artigo definirá o funcionamento do órgão


de controle e a forma de desenvolvimento dos seus trabalhos com vistas ao controle e
fiscalização dos atos decorrentes da execução da Política Nacional de Inteligência.

Art. 7o A ABIN, observada a legislação e normas pertinentes, e objetivando o


desempenho de suas atribuições, poderá firmar convênios, acordos, contratos e
quaisquer outros ajustes.

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Art. 8o A ABIN será dirigida por um Diretor-Geral, cujas funções serão
estabelecidas no decreto que aprovar a sua estrutura organizacional.

§ 1o O regimento interno da ABIN disporá sobre a competência e o


funcionamento de suas unidades, assim como as atribuições dos titulares e demais
integrantes destas.

§ 2o A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de


responsabilidade de seu Diretor-Geral, que o submeterá à aprovação do Presidente da
República.

Art. 9o Os atos da ABIN, cuja publicidade possa comprometer o êxito de suas


atividades sigilosas, deverão ser publicados em extrato.

§ 1o Incluem-se entre os atos objeto deste artigo os referentes ao seu peculiar


funcionamento, como às atribuições, à atuação e às especificações dos respectivos
cargos, e à movimentação dos seus titulares.

§ 2o A obrigatoriedade de publicação dos atos em extrato independe de serem de


caráter ostensivo ou sigiloso os recursos utilizados, em cada caso.

Art. 9º A - Quaisquer informações ou documentos sobre as atividades e assuntos


de inteligência produzidos, em curso ou sob a custódia da ABIN somente poderão ser
fornecidos, às autoridades que tenham competência legal para solicitá-los, pelo Chefe
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, observado o
respectivo grau de sigilo conferido com base na legislação em vigor, excluídos aqueles
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 1o O fornecimento de documentos ou informações, não abrangidos pelas


hipóteses previstas no caput deste artigo, será regulado em ato próprio do Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

§ 2o A autoridade ou qualquer outra pessoa que tiver conhecimento ou acesso


aos documentos ou informações referidos no caput deste artigo obriga-se a manter o
respectivo sigilo, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal, e, em se
tratando de procedimento judicial, fica configurado o interesse público de que trata o
art. 155, inciso I, do Código de Processo Civil, devendo qualquer investigação correr,
igualmente, sob sigilo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

Art. 10. A ABIN somente poderá comunicar-se com os demais órgãos da


administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o conhecimento prévio
da autoridade competente de maior hierarquia do respectivo órgão, ou um seu
delegado.

Art. 11. Ficam criados os cargos de Diretor-Geral e de Diretor-Adjunto da ABIN,


de natureza especial, e os em comissão, de que trata o Anexo a esta Lei.

Parágrafo único. São privativas do Presidente da República a escolha e a


nomeação do Diretor-Geral da ABIN, após aprovação de seu nome pelo Senado
Federal.

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Art. 12. A unidade técnica encarregada das ações de inteligência, hoje vinculada
à Casa Militar da Presidência da República, fica absorvida pela ABIN.

§ 1o Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para a ABIN, mediante


alteração de denominação e especificação, os cargos e funções de confiança do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, as Funções Gratificadas e as
Gratificações de Representação, da unidade técnica encarregada das ações de
inteligência, alocados na Casa Militar da Presidência da República.

§ 2o O Poder Executivo disporá sobre a transferência, para a ABIN, do acervo


patrimonial alocado à unidade técnica encarregada das ações de inteligência.

§ 3o Fica o Poder Executivo autorizado a remanejar ou transferir para a ABIN os


saldos das dotações orçamentárias consignadas para as atividades de inteligência nos
orçamentos da Secretaria de Assuntos Estratégicos e do Gabinete da Presidência da
República.

Art. 13. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações
orçamentárias próprias.

Parágrafo único. O Orçamento Geral da União contemplará, anualmente, em


rubrica específica, os recursos necessários ao desenvolvimento das ações de caráter
sigiloso a cargo da ABIN.

Art. 14. As atividades de controle interno da ABIN, inclusive as de contabilidade


analítica, serão exercidas pela Secretaria de Controle Interno da Presidência da
República.

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de dezembro de 1999; 178o da Independência e 111o da República.

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DECRETO Nº 4.376, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002.

Dispõe sobre a organização e o


funcionamento do Sistema Brasileiro de
Vide texto compilado Inteligência, instituído pela Lei no 9.883, de
7 de dezembro de 1999, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no
9.883, de 7 de dezembro de 1999,

DECRETA:

Art. 1o A organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência,


instituído pela Lei no 9.883, de 7 de dezembro de 1999, obedecem ao disposto neste
Decreto.

§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência tem por objetivo integrar as ações de


planejamento e execução da atividade de inteligência do País, com a finalidade de
fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional.

§ 2o O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de


obtenção e análise de dados e informações e pela produção e difusão de
conhecimentos necessários ao processo decisório do Poder Executivo, em especial no
tocante à segurança da sociedade e do Estado, bem como pela salvaguarda de
assuntos sigilosos de interesse nacional.

Art. 2o Para os efeitos deste Decreto, entende-se como inteligência a atividade de


obtenção e análise de dados e informações e de produção e difusão de
conhecimentos, dentro e fora do território nacional, relativos a fatos e situações de
imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação governamental, a
salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.

Art. 3o Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva prevenir,


detectar, obstruir e neutralizar a inteligência adversa e ações de qualquer natureza
que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações e conhecimentos de
interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem como das áreas e dos meios
que os retenham ou em que transitem.

Art. 4o Constituem o Sistema Brasileiro de Inteligência:


I - a Casa Civil da Presidência da República, por meio do Centro Gestor e
Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM;
II - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão de
coordenação das atividades de inteligência federal;
III - a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, como órgão central do Sistema;
IV - o Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança
Pública, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal e da Coordenação de
Inteligência do Departamento de Polícia Federal;
V - o Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência Estratégica,
da Subchefia de Inteligência do Estado-Maior de Defesa, do Centro de Inteligência da

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Marinha, do Centro de Inteligência do Exército, da Secretaria de Inteligência da
Aeronáutica;
VI - o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Coordenação-Geral de
Combate a Ilícitos Transnacionais;
VII - o Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho de
Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal e do Banco
Central do Brasil;
VIII - o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva;
IX - o Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro e da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA;
X - o Ministério da Previdência e Assistência Social, por meio da Secretaria-
Executiva;
XI - o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro;
XII - o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva; e
XIII - o Ministério de Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de
Defesa Civil.

Art. 4o O Sistema Brasileiro de Inteligência é composto pelos seguintes órgãos:


(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

I - Casa Civil da Presidência da República, por meio do Centro Gestor e


Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM; (Redação dada pelo
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

II - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão de


coordenação das atividades de inteligência federal; (Redação dada pelo Decreto nº
4.872, de 6.11.2003)

III - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança


Institucional da Presidência da República, como órgão central do Sistema; (Redação
dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública,


da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal e do
Departamento de Polícia Rodoviária Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872,
de 6.11.2003)
IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública,
da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal, do
Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional
e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da
Secretaria Nacional de Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 5.525, de 2005)
V - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência Estratégica da
Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais, da Subchefia de
Inteligência do Estado-Maior de Defesa, do Centro de Inteligência da Marinha, do
Centro de Inteligência do Exército e da Secretaria de Inteligência da Aeronáutica;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)
V - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência Estratégica da
Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais, da Subchefia de
Inteligência do Estado-Maior de Defesa, do Centro de Inteligência da Marinha, do
Centro de Inteligência do Exército e do Centro de Inteligência da Aeronáutica;
(Redação dada pelo Decreto nº 5.388, de 2005)
VI - Ministério das Relações Exteriores, por meio da Coordenação-Geral de
Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos;
(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

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VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho de
Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal e do Banco
Central do Brasil; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública,


da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal, do
Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional
e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da
Secretaria Nacional de Justiça; (Redação dada pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

V - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência Estratégica da


Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais, da Subchefia de
Inteligência do Estado-Maior de Defesa, do Estado-Maior da Armada, do Centro de
Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército e do Centro de
Inteligência da Aeronáutica; (Redação dada pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

VI - Ministério das Relações Exteriores, por meio da Coordenação-Geral de


Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral da América do Sul;
(Redação dada pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho de


Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do
Banco Central do Brasil; (Redação dada pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva;


(Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

IX - Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro de Estado e da


Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Redação dada pelo Decreto nº
4.872, de 6.11.2003)

X - Ministério da Previdência Social, por meio da Secretaria-Executiva; (Redação


dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro de


Estado; (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

XII - Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva; e (Redação


dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

XIII - Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de


Defesa Civil. (Redação dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

XIV - Controladoria-Geral da União.(Incluído pelo Decreto nº 5.388, de 2005)


XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da Sub-Controladoria. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.525, de 2005)

XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da Secretaria-Executiva. (Redação


dada pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

Parágrafo único. Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente


órgão de controle externo da atividade de inteligência, as unidades da Federação
poderão compor o Sistema Brasileiro de Inteligência.

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Art. 5o O funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência efetivar-se-á
mediante articulação coordenada dos órgãos que o constituem, respeitada a
autonomia funcional de cada um e observadas as normas legais pertinentes a
segurança, sigilo profissional e salvaguarda de assuntos sigilosos.

Art. 6o Cabe aos órgãos que compõem o Sistema Brasileiro de Inteligência, no


âmbito de suas competências:

I - produzir conhecimentos, em atendimento às prescrições dos planos e


programas de inteligência, decorrentes da Política Nacional de Inteligência;

II - planejar e executar ações relativas à obtenção e integração de dados e


informações;

III - intercambiar informações necessárias à produção de conhecimentos


relacionados com as atividades de inteligência e contra-inteligência;

IV - fornecer ao órgão central do Sistema, para fins de integração, informações e


conhecimentos específicos relacionados com a defesa das instituições e dos
interesses nacionais; e

V - estabelecer os respectivos mecanismos e procedimentos particulares


necessários às comunicações e ao intercâmbio de informações e conhecimentos no
âmbito do Sistema, observando medidas e procedimentos de segurança e sigilo, sob
coordenação da ABIN, com base na legislação pertinente em vigor.

Art. 6o-A. A ABIN poderá manter, em caráter permanente, representantes dos


órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência no Departamento de
Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência. (Incluído pelo Decreto nº 6.540, de
2008).

§ 1o Para os fins do caput, a ABIN poderá requerer aos órgãos integrantes do


Sistema Brasileiro de Inteligência a designação de representantes para atuarem no
Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência. (Incluído pelo
Decreto nº 6.540, de 2008).

§ 2o O Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência terá por


atribuição coordenar a articulação do fluxo de dados e informações oportunas e de
interesse da atividade de Inteligência de Estado, com a finalidade de subsidiar o
Presidente da República em seu processo decisório. (Incluído pelo Decreto nº 6.540,
de 2008).

§ 3o Os representantes de que trata o caput cumprirão expediente no Centro de


Integração do Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência da
ABIN, ficando dispensados do exercício das atribuições habituais no órgão de origem
e trabalhando em regime de disponibilidade permanente, na forma do disposto no
regimento interno da ABIN, a ser proposto pelo seu Diretor-Geral e aprovado pelo
Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República. (Incluído pelo Decreto nº 6.540, de 2008).

§ 4o Os representantes mencionados no caput poderão acessar, por meio


eletrônico, as bases de dados de seus órgãos de origem, respeitadas as normas e
limites de cada instituição e as normas legais pertinentes à segurança, ao sigilo

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profissional e à salvaguarda de assuntos sigilosos. (Incluído pelo Decreto nº 6.540, de
2008).

Art. 7o Fica instituído, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, o


Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência, ao qual compete:

I - emitir pareceres sobre a execução da Política Nacional de Inteligência;

II - propor normas e procedimentos gerais para o intercâmbio de conhecimentos e


as comunicações entre os órgãos que constituem o Sistema Brasileiro de Inteligência,
inclusive no que respeita à segurança da informação;

III - contribuir para o aperfeiçoamento da doutrina de inteligência;

IV - opinar sobre propostas de integração de novos órgãos e entidades ao


Sistema Brasileiro de Inteligência;

V - propor a criação e a extinção de grupos de trabalho para estudar problemas


específicos, com atribuições, composição e funcionamento regulados no ato que os
instituir; e

VI - propor ao seu Presidente o regimento interno.

Art. 8o O Conselho é constituído pelos titulares da ABIN; do Gabinete de


Segurança Institucional; da Secretaria Nacional de Segurança Pública, da
Coordenação de Inteligência do Departamento de Polícia Federal e do Departamento
de Polícia Rodoviária Federal, do Ministério da Justiça; do Departamento de
Inteligência Estratégica da Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais,
do Centro de Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército e da
Secretaria de Inteligência da Aeronáutica, do Ministério da Defesa; da Coordenação-
Geral de Combate a Ilícitos Transnacionais, do Ministério das Relações Exteriores; e
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda.

Art. 8o São membros do Conselho os titulares dos seguintes órgãos: (Redação


dada pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

I - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Incluído


pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

II - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança


Institucional da Presidência da República; (Incluído pelo Decreto nº 4.872, de
6.11.2003)

III - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Diretoria de Inteligência Policial do


Departamento de Polícia Federal e Departamento de Polícia Rodoviária Federal, todos
do Ministério da Justiça; (Incluído pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

IV - Departamento de Inteligência Estratégica da Secretaria de Política, Estratégia


e Assuntos Internacionais, Centro de Inteligência da Marinha, Centro de Inteligência
do Exército, Secretaria de Inteligência da Aeronáutica, todos do Ministério da Defesa;
(Incluído pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

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V - Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-
Geral de Assuntos Políticos, do Ministério das Relações Exteriores; (Incluído pelo
Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

VI - Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda; e


(Incluído pelo Decreto nº 4.872, de 6.11.2003)

VII - Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia -


CENSIPAM, da Casa Civil da Presidência da República. (Incluído pelo Decreto nº
4.872, de 6.11.2003)

§ 1o O Conselho é presidido pelo Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,


que indicará seu substituto eventual.

§ 2o Os membros do Conselho indicarão os respectivos suplentes.

§ 3o Aos membros do Conselho serão concedidas credenciais de segurança no


grau "secreto".

Art. 9o O Conselho reunir-se-á, em caráter ordinário, a cada três meses, na sede


da ABIN, em Brasília, e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu
presidente ou a requerimento de um de seus membros.

Art. 9o O Conselho reunir-se-á, em caráter ordinário, até três vezes por ano, na
sede da ABIN, em Brasília, e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu
Presidente ou a requerimento de um de seus membros. (Redação dada pelo Decreto
nº 4.872, de 6.11.2003)

§ 1o A critério do presidente do Conselho, as reuniões extraordinárias poderão


ser realizadas fora da sede da ABIN.

§ 2o O Conselho reunir-se-á com a presença de, no mínimo, a maioria de seus


membros.

§ 3o Mediante convite de qualquer membro do Conselho, representantes de


outros órgãos ou entidades poderão participar das suas reuniões, como assessores ou
observadores.

§ 4o O presidente do Conselho poderá convidar para participar das reuniões


cidadãos de notório saber ou especialização sobre assuntos constantes da pauta.

§ 5o As despesas com deslocamento e estada dos membros do Conselho


correrão à custa de recursos dos órgãos que representam, salvo na hipótese do § 4o
ou em casos excepcionais, quando correrão à custa dos recursos da ABIN.

§ 6o A participação no Conselho não enseja nenhum tipo de remuneração e será


considerada serviço de natureza relevante.

Art. 10. Na condição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, a


ABIN tem a seu cargo:

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I - estabelecer as necessidades de conhecimentos específicos, a serem
produzidos pelos órgãos que constituem o Sistema Brasileiro de Inteligência, e
consolidá-las no Plano Nacional de Inteligência;

II - coordenar a obtenção de dados e informações e a produção de


conhecimentos sobre temas de competência de mais de um membro do Sistema
Brasileiro de Inteligência, promovendo a necessária interação entre os envolvidos;

III - acompanhar a produção de conhecimentos, por meio de solicitação aos


membros do Sistema Brasileiro de Inteligência, para assegurar o atendimento da
finalidade legal do Sistema;

IV - analisar os dados, informações e conhecimentos recebidos, com vistas a


verificar o atendimento das necessidades de conhecimentos estabelecidas no Plano
Nacional de Inteligência;

V - integrar as informações e os conhecimentos fornecidos pelos membros do


Sistema Brasileiro de Inteligência;

VI - solicitar dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal os dados,


conhecimentos, informações ou documentos necessários ao atendimento da finalidade
legal do Sistema;

VII - promover o desenvolvimento de recursos humanos e tecnológicos e da


doutrina de inteligência, realizar estudos e pesquisas para o exercício e
aprimoramento da atividade de inteligência, em coordenação com os demais órgãos
do Sistema Brasileiro de Inteligência;

VIII - prover suporte técnico e administrativo às reuniões do Conselho e ao


funcionamento dos grupos de trabalho, solicitando, se preciso, aos órgãos que
constituem o Sistema colaboração de servidores por tempo determinado, observadas
as normas pertinentes; e

IX - representar o Sistema Brasileiro de Inteligência perante o órgão de controle


externo da atividade de inteligência.

Parágrafo único. Excetua-se das atribuições previstas neste artigo a atividade de


inteligência operacional necessária ao planejamento e à condução de campanhas e
operações militares das Forças Armadas, no interesse da defesa nacional.

Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de setembro de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

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DECRETO Nº 6.408, DE 24 DE MARÇO DE 2008.

Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro


Demonstrativo dos Cargos em Comissão,
das Gratificações de Exercício em Cargo de
Confiança e das Gratificações de
Representação da Agência Brasileira de
Inteligência - ABIN, do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da
República.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art.


84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 50
da Lei no 10.683, de 28 de maio de 2007,

DECRETA:

Art. 1o Ficam aprovados a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos


Cargos em Comissão, das Gratificações de Exercício em Cargo de Confiança e das
Gratificações de Representação da Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, na forma dos
Anexos I e II.

Art. 2o Os apostilamentos decorrentes da aprovação da Estrutura Regimental de


que trata o art. 1o deverão ocorrer no prazo de vinte dias, contado da data de
publicação deste Decreto.

Parágrafo único. Após os apostilamentos previstos no caput, o Ministro de


Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
fará publicar, no Diário Oficial da União, no prazo de trinta dias, contado da data de
publicação deste Decreto, relação dos titulares dos cargos em comissão do Grupo-
Direção e Assessoramento Superiores - DAS a que se refere o Anexo II, indicando o
número de cargos ocupados e vagos, sua denominação e respectivo nível.

Art. 3o O regimento interno da ABIN será aprovado pelo Ministro de Estado


Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e
publicado no Diário Oficial da União no prazo de noventa dias, contado da data de
publicação deste Decreto.

Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5o Fica revogado o Decreto no 5.609, de 9 de dezembro de 2005.

Brasília, 24 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

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ANEXO I

ESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA DO


GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CAPÍTULO I

DA NATUREZA E COMPETÊNCIA

Art. 1o A Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão integrante do Gabinete


de Segurança Institucional da Presidência da República, criada pela Lei no 9.883, de 7
de dezembro de 1999, na condição de órgão central do Sistema Brasileiro de
Inteligência, tem por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e
controlar as atividades de Inteligência do País, obedecidas a política e as diretrizes
superiormente traçadas na forma da legislação específica.

§ 1o Compete, ainda, à ABIN:

I - executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes, sob


a supervisão da Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de
Governo;

II - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise


de dados para a produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da
República;

III - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos


interesses e à segurança do Estado e da sociedade;

IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;

V - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de


inteligência; e

VI - realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento da


atividade de inteligência.

§ 2o As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos


limites de sua extensão e ao uso de técnicas e meios sigilosos, com observância dos
direitos e garantias individuais, fidelidade às instituições e aos princípios éticos que
regem os interesses e a segurança do Estado.

§ 3o Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à


ABIN, nos termos e condições previstas no Decreto no 4.376, de 13 de setembro de
2002, e demais dispositivos legais pertinentes, para fins de integração, dados e
conhecimentos específicos relacionados com a defesa das instituições e dos
interesses nacionais.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

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Art. 2o A ABIN tem a seguinte estrutura organizacional:

I - órgãos de assistência direta e imediata ao Diretor-Geral:

a) Gabinete;

b) Assessoria de Comunicação Social;

c) Assessoria Jurídica;

d) Ouvidoria;

e) Corregedoria-Geral; e

f) Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração:

1. Departamento de Administração e Logística;

2. Departamento de Gestão de Pessoal;

3. Escola de Inteligência; e

4. Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico;

II - órgãos específicos singulares:

a) Departamento de Inteligência Estratégica;

b) Departamento de Contra-Inteligência;

c) Departamento de Contraterrorismo; e

d) Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência; e

III - unidades estaduais.

CAPÍTULO III

DA COMPETÊNCIA DAS UNIDADES

Seção I

Dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Diretor-Geral

Art. 3o Ao Gabinete compete:

I - prestar apoio administrativo e técnico ao Diretor-Geral;

II - organizar a agenda de audiências e as viagens do Diretor-Geral;

III - providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos formulados


pelo Congresso Nacional; e

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IV - coordenar e supervisionar as atividades de protocolo geral.

Art. 4o À Assessoria de Comunicação Social compete:

I - planejar, supervisionar, controlar e orientar as atividades de comunicação


social e contatos com a imprensa, a fim de atender suas demandas e divulgar
assuntos afetos à Agência, resguardando aqueles considerados de natureza sigilosa;

II - planejar, executar e coordenar as atividades de cerimonial e aquelas em que


comparecer o Diretor-Geral, bem como orientar as demais unidades nas solenidades
sob sua responsabilidade, previstas nos textos normativos; e

III - organizar campanhas educativas e publicitárias para a divulgação da


imagem, missão, visão de futuro, valores e objetivos estratégicos da Agência, junto à
sociedade brasileira e à comunidade internacional.

Art. 5o À Assessoria Jurídica compete:

I - cumprir e zelar pelo cumprimento das orientações normativas emanadas da


Advocacia-Geral da União;

II - prestar assessoria direta e imediata ao Diretor-Geral e aos órgãos que


integram a estrutura da ABIN, nos assuntos de natureza jurídica, aplicando-se, no que
couber, o disposto no art. 11 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993;

III - examinar e aprovar minutas de editais de licitação, de instrumentos de


contratos, de convênios e de outros atos criadores de direitos e obrigações, que
devam ser celebrados pela ABIN;

IV - analisar e apresentar solução para as questões suscitadas pela aplicação


das leis e dos regulamentos relativos às atividades desenvolvidas pela ABIN; e

V - examinar e emitir parecer sobre projetos de atos normativos a serem


expedidos ou propostos pela ABIN.

Art. 6o À Ouvidoria compete:

I - atuar como canal adicional de comunicação entre o servidor e o Diretor-Geral


da ABIN;

II - ouvir reclamações, críticas e elogios relativos a serviços prestados por unidade


da ABIN;

III - ampliar a capacidade do servidor e do cidadão de colaborar com ações da


ABIN, na forma de sugestões que propiciem o aperfeiçoamento de serviços prestados;
e

IV - identificar oportunidades de melhoria de procedimentos por parte da ABIN.

Art. 7o À Corregedoria-Geral compete:

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I - receber queixas e representações sobre irregularidades e infrações cometidas
por servidores em exercício na ABIN, bem como orientar as unidades da Agência
sobre o assunto;

II - apurar irregularidades e infrações cometidas por servidores da ABIN;

III - designar membros integrantes das comissões disciplinares;

IV - controlar, fiscalizar e avaliar os trabalhos das comissões disciplinares;

V - submeter à decisão do Diretor-Geral os recursos impetrados contra


indeferimento ou arquivamento de denúncias ou representações para instauração de
procedimentos administrativos disciplinares;

VI - orientar as unidades da ABIN na interpretação e no cumprimento da


legislação pertinente às atividades disciplinares;

VII - articular-se com a área de segurança corporativa, visando ao intercâmbio


de informações relativas à conduta funcional de seus servidores; e

VIII - zelar pelo cumprimento do Código de Ética Profissional do Servidor da


ABIN, observando as deliberações da Comissão de Ética Pública e orientando as
unidades da ABIN sobre sua aplicação, visando a garantir o exercício de uma conduta
ética e moral condizentes com os padrões inerentes ao exercício do cargo, função ou
emprego na Agência.

Art. 8o À Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração compete:

I - planejar, coordenar, supervisionar, controlar e avaliar as atividades de


planejamento, orçamento, modernização organizacional, capacitação e gestão de
pessoal, desenvolvimento científico e tecnológico, telecomunicações, eletrônica e de
administração geral;

II - planejar, coordenar e supervisionar e controlar o desenvolvimento do


processo orçamentário anual e da programação financeira, em consonância com as
políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas pela Direção-Geral;

III - promover, em articulação com as áreas interessadas, a elaboração de


planos, projetos anuais e plurianuais, termos de convênios, acordos de cooperação e
instrumentos correlatos a serem celebrados com entidades de direito público e
privado, nacionais e estrangeiras, submetendo-as à apreciação do Diretor-Geral;

IV - desenvolver estudos destinados ao contínuo aperfeiçoamento da Agência,


propondo a reformulação de suas estruturas, normas, sistemas e métodos, em
articulação com o órgão setorial de modernização da Presidência da República;

V - acompanhar, junto aos órgãos da Administração Pública Federal e outras


entidades e organizações, a alocação de recursos destinados ao cumprimento dos
programas, ações e atividades da ABIN; e

VI - orientar e promover estudos de racionalização e normalização de processos


de trabalho, elaboração de normas e manuais, visando à padronização e otimização
de bens, materiais, equipamentos, serviços e sistemas.

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Art. 9o Ao Departamento de Administração e Logística compete:

I - elaborar os planos e projetos anuais e plurianuais da área administrativa;

II - executar, em articulação com a unidade responsável pela implementação do


planejamento institucional do órgão, a dotação orçamentária anual da ABIN nas suas
áreas de competência;

III - executar, coordenar e controlar as atividades de tecnologia da informação,


telecomunicações, eletrônica, fotocinematografia e de normas e processos
administrativos;

IV - executar, controlar e avaliar as atividades pertinentes a gestões


administrativas e patrimoniais, material de consumo, serviços gerais, serviços gráficos
e arquivo de documentos administrativos;

V - fiscalizar e controlar a execução de reformas, construções e locações de


edifícios, objetivando a instalação ou manutenção de unidades; e

VI - executar, coordenar e controlar a aquisição e logística referente aos


recursos materiais, inclusive no que tange aos meios de transportes, armamento,
munições e equipamentos de comunicações e informática.

Art. 10. Ao Departamento de Gestão de Pessoal compete:

I - executar e coordenar as atividades relacionadas ao Sistema de Pessoal Civil


da Administração Federal - SIPEC;

II - elaborar pareceres normativos com base em estudo da legislação pertinente;

III - promover o desenvolvimento de estudos contínuos destinados à adequação


do quantitativo e do perfil profissional e pessoal dos servidores da ABIN com vistas ao
pleno cumprimento das atribuições do órgão; e

IV - promover o recrutamento e a seleção de candidatos para ingresso na ABIN.

Art. 11. À Escola de Inteligência compete:

I - promover a capacitação e o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina


de Inteligência;

II - estabelecer intercâmbio com escolas, centros de ensino, bibliotecas e outras


organizações congêneres nacionais e estrangeiras;

III - promover a elaboração de planos, estudos e pesquisas para o exercício e


aprimoramento da atividade de inteligência; e

IV - formar pessoal selecionado por meio de concurso.

Art. 12. Ao Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico


compete:

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I - promover, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar as pesquisas científicas
e tecnológicas aplicadas a planos e projetos de segurança dos sistemas de
informação, comunicações e de tecnologia da informação;

II - promover, orientar e coordenar atividades de pesquisa científica e


desenvolvimento tecnológico a serem aplicadas na identificação, análise, avaliação,
aquisição, fornecimento e implementação de dispositivos, processos, sistemas e soluções
na área de inteligência de sinais; e

III - apoiar a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no tocante a


atividades de caráter científico e tecnológico relacionadas à segurança da informação.

Seção II

Dos Órgãos Específicos Singulares

Art. 13. Ao Departamento de Inteligência Estratégica compete:

I - obter dados e informações e produzir conhecimentos de inteligência sobre a


situação nacional e internacional necessários para o assessoramento ao processo
decisório do Poder Executivo;

II - planejar, coordenar, supervisionar e controlar a execução das atividades de


Inteligência estratégica do País;

III - processar dados, informações e conhecimentos fornecidos pelos adidos civis


brasileiros no exterior, adidos estrangeiros acreditados junto ao governo brasileiro e
pelos serviços internacionais congêneres; e

IV - implementar os planos aprovados pela ABIN.

Art. 14. Ao Departamento de Contra-Inteligência compete:

I - obter informações e exercer ações de salvaguarda de assuntos sensíveis e de


interesse do Estado e da sociedade, bem como das áreas e dos meios que os
retenham ou em que transitem;

II - salvaguardar informações contra o acesso de pessoas ou órgãos não


autorizados objetivando a preservação da soberania nacional, a defesa do Estado
Democrático de Direito e a dignidade da pessoa humana, observando os tratados,
convenções, acordos e ajustes internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte ou signatária;

III - coordenar, fiscalizar e administrar o Sistema de Gerenciamento de Armas e


Munições da Agência Brasileira de Inteligência; e

IV - implementar os planos aprovados pela ABIN.

Art. 15. Ao Departamento de Contraterrorismo compete:

I - planejar a execução das atividades de prevenção às ações terroristas no


território nacional, bem como obter informações e produzir conhecimentos sobre tais
atividades;

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II - planejar, controlar, orientar e executar a coleta e análise de dados e
informações sobre organizações terroristas; e

III - implementar os planos aprovados pela ABIN.

Art. 16. Ao Departamento de Integração do Sistema Brasileira de Inteligência


compete:

I - intercambiar dados e informações entre os membros do Sistema Brasileiro de


Inteligência, visando a aprimorar as atividades nas suas respectivas áreas de atuação;

II - integrar as ações de planejamento e execução do Centro de Integração do


Sistema Brasileiro de Inteligência, em consonância com as prescrições do Plano
Nacional de Inteligência; e

III - secretariar e prover suporte técnico e administrativo às reuniões do Conselho


Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência.

Seção III

Das Unidades Estaduais

Art. 17. Às unidades estaduais compete planejar, coordenar, supervisionar,


controlar e difundir a produção de conhecimentos de interesse da atividade de
inteligência nas respectivas áreas, de acordo com as diretrizes fixadas pelo Diretor-
Geral.

CAPÍTULO IV

DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES

Seção I

Do Diretor-Geral

Art. 18. Ao Diretor-Geral incumbe:

I - assistir ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional


da Presidência da República nos assuntos de competência da ABIN;

II - coordenar as atividades de inteligência no âmbito do Sistema Brasileiro de


Inteligência;

III - elaborar e editar o regimento interno da ABIN, submetendo-o à aprovação do


Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional;

IV - planejar, dirigir, orientar, supervisionar, avaliar e controlar a execução dos


projetos e atividades da ABIN;

V - editar atos normativos sobre a organização e o funcionamento da ABIN e


aprovar manuais de normas, procedimentos e rotinas;

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VI - propor a criação ou extinção das unidades estaduais, subunidades estaduais e
postos no exterior, onde se fizer necessário, observados os quantitativos fixados na
estrutura regimental da ABIN;

VII - indicar nomes para provimento de cargos em comissão, inclusive do Diretor-


Adjunto, bem como propor a exoneração de seus ocupantes e dos substitutos;

VIII - dar posse aos titulares de cargos efetivos e em comissão, conceder


aposentadorias e pensões, decidir sobre pedidos de reversão ao serviço público,
promover o enquadramento e o reposicionamento de servidores e decidir sobre
movimentação dos servidores da ABIN;

IX - aprovar a indicação de servidores para cursos de especialização,


aperfeiçoamento e treinamento no exterior;

X - indicar ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional


da Presidência da República os servidores para as funções de adido civil junto às
representações diplomáticas brasileiras acreditadas no exterior;

XI - firmar contratos e celebrar convênios, acordos de cooperação, ajustes e


outros instrumentos congêneres, incluindo seus termos aditivos;

XII - avocar, para decisão ou revisão, assuntos de natureza administrativa e ou


de Inteligência, sem prejuízo das atribuições previstas aos demais dirigentes;

XIII - decidir sobre os processos administrativos disciplinares, quando a pena for


de suspensão até trinta dias;

XIV - propor ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional


da Presidência da República a aplicação de penas superiores às previstas no item
anterior;

XV - decidir sobre os recursos impetrados contra indeferimento ou arquivamento


de denúncias ou representações para instauração de procedimentos administrativos
disciplinares;

XVI - delegar competência para o exercício de quaisquer de suas atribuições,


salvo aquelas que pela sua própria natureza ou vedação legal, só possam ser
implementadas privativamente;

XVII - aprovar planos de operações de inteligência, contra-inteligência e


contraterrorismo; e

XVIII - realizar outras atividades determinadas pelo Ministro de Estado Chefe do


Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Art. 19. O Diretor-Geral será substituído, nos seus impedimentos legais, pelo
Diretor-Adjunto, que poderá exercer outras atribuições e competências definidas no
regimento interno pelo Diretor-Geral da ABIN.

Seção II

Dos demais Dirigentes

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Art. 20. Ao Secretário de Planejamento, Orçamento e Administração, aos
Diretores, ao Chefe de Gabinete e aos demais dirigentes incumbe planejar, dirigir,
coordenar, supervisionar e avaliar a execução das atividades das unidades
subordinadas e exercer outras atribuições que lhes forem cometidas.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 21. O provimento dos cargos da ABIN observará as seguintes diretrizes:

I - os de Assessor Especial Militar, os de Assessor Militar e os de Assessor


Técnico Militar serão ocupados por Oficiais Superiores das Forças Armadas ou das
Forças Auxiliares;

II - os de Assistente Militar serão ocupados, em princípio, por Oficiais


Intermediários das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares; e

III - os de Assistente Técnico Militar serão ocupados, em princípio, por Oficiais


Subalternos das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares.

Art. 22. O regimento interno definirá o detalhamento das competências das


demais unidades integrantes da estrutura regimental da ABIN e das atribuições dos
respectivos dirigentes.

Parágrafo único. A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de


responsabilidade de seu Diretor-Geral, que o submeterá a aprovação do Ministro de
Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

Art. 23. O Corregedor-Geral da ABIN será indicado pelo Diretor-Geral, ouvida a


Controladoria-Geral da União, e nomeado na forma da legislação vigente.

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LEI Nº 11.776, DE 17 DE SETEMBRO DE 2008. (CONVERSÃO DA MP 434)

Dispõe sobre a estruturação do Plano de


Carreiras e Cargos da Agência Brasileira
de Inteligência - ABIN, cria as Carreiras de
Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de
Inteligência, Agente de Inteligência e
Agente Técnico de Inteligência e dá outras
Conversão da MPv nº 434, de 2008
providências; e revoga dispositivos das
Leis nos 9.651, de 27 de maio de 1998,
11.233, de 22 de dezembro de 2005, e
11.292, de 26 de abril de 2006, e as Leis
nos 10.862, de 20 de abril de 2004, e
11.362, de 19 de outubro de 2006.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Âmbito de Abrangência

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da


Agência Brasileira de Inteligência - ABIN e sobre a criação das Carreiras de Oficial de
Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico
de Inteligência, no âmbito do Quadro de Pessoal da ABIN.

CAPÍTULO II

Carreiras e Cargos da ABIN

Art. 2o Fica estruturado o Plano de Carreiras e Cargos da ABIN, composto pelas


seguintes Carreiras e cargos:

I - de nível superior:

a) Carreira de Oficial de Inteligência, composta pelo cargo de Oficial de


Inteligência; e

b) Carreira de Oficial Técnico de Inteligência, composta pelo cargo de Oficial


Técnico de Inteligência;

II - de nível intermediário:

a) Carreira de Agente de Inteligência, composta pelo cargo de Agente de


Inteligência; e

b) Carreira de Agente Técnico de Inteligência, composta pelo cargo de Agente


Técnico de Inteligência;

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III - cargos de provimento efetivo, de níveis superior e intermediário do Grupo
Informações, de que trata o inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 10.862, de 20 de abril
de 2004, do Quadro de Pessoal da ABIN; e

IV - cargos de provimento efetivo, de níveis superior, intermediário e auxiliar do


Grupo Apoio, de que trata o inciso II do caput do art. 2o da Lei no 10.862, de 20 de abril
de 2004, do Quadro de Pessoal da ABIN.

Parágrafo único. Os cargos a que se refere o caput deste artigo são de


provimento efetivo e regidos pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 3o Os cargos de nível superior, intermediário e auxiliar do Plano de Carreiras


e Cargos da ABIN são agrupados em classes e padrões, conforme estabelecido no
Anexo I desta Lei.

§ 1o Os atuais cargos, ocupados e vagos, de Analista de Informações, de que


trata a Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004, passam a denominar-se Oficial de
Inteligência e a integrar a Carreira de que trata a alínea a do inciso I do caput do art. 2o
desta Lei.

§ 2o Os atuais cargos, ocupados e vagos, de Assistente de Informações, de que


trata a Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004, passam a denominar-se Agente de
Inteligência e a integrar a Carreira de que trata a alínea a do inciso II do caput do art.
2o desta Lei.

§ 3o A alteração de denominação dos cargos referidos nos §§ 1o e 2o deste artigo


não representa, para qualquer efeito legal, inclusive para efeito de aposentadoria,
descontinuidade em relação ao cargo e às atribuições desenvolvidas pelos seus
titulares.

§ 4o Os cargos de nível superior do Grupo Informações do Quadro de Pessoal da


ABIN vagos em 5 de junho de 2008 são transformados em cargos de Oficial Técnico
de Inteligência, e os cargos de nível intermediário do Grupo Informações do Quadro de
Pessoal da ABIN vagos em 5 de junho de 2008 são transformados em cargos de
Agente Técnico de Inteligência.

§ 5o Os cargos de nível superior, intermediário e auxiliar do Grupo Apoio do


Quadro de Pessoal da ABIN serão extintos quando vagos.

Art. 4o Ficam criados, no Quadro de Pessoal da ABIN, 240 (duzentos e quarenta)


cargos de Oficial Técnico de Inteligência e 200 (duzentos) cargos de Agente Técnico
de Inteligência.

Art. 5o As Carreiras e os cargos do Plano de Carreiras e Cargos da ABIN


destinam-se ao exercício das respectivas atribuições em diferentes níveis de
complexidade e responsabilidade, bem como ao exercício de atividades de natureza
técnica, administrativa e de gestão relativas à obtenção, análise e disseminação de
conhecimentos.

Art. 6o É de 40 (quarenta) horas semanais a carga horária de trabalho dos


titulares dos cargos integrantes do Plano de Carreiras e Cargos da ABIN, ressalvadas
as hipóteses amparadas em legislação específica.

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§ 1o Aos titulares dos cargos integrantes das Carreiras de que tratam as alíneas a
dos incisos I e II do caput do art. 2o desta Lei aplica-se o regime de dedicação
exclusiva, com o impedimento do exercício de outra atividade remunerada, pública ou
privada.

§ 2o Nos casos aos quais se aplique o regime de trabalho por plantões, escala ou
regime de turnos alternados por revezamento, é de no máximo 192 (cento e noventa e
duas) horas mensais a jornada de trabalho dos integrantes dos cargos referidos no
caput deste artigo.

§ 3o O plantão e a escala ou o regime de turnos alternados por revezamento


serão regulamentados em ato do Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação
vigente.

Art. 7o Os servidores da ABIN, no exercício de suas funções, ficam também


submetidos ao conjunto de deveres e responsabilidades previstos em código de ética
do profissional de inteligência, editado pelo Diretor-Geral da ABIN.

Art. 8o São atribuições do cargo de Oficial de Inteligência:

I - planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar:

a) produção de conhecimentos de inteligência;

b) ações de salvaguarda de assuntos sensíveis;

c) operações de inteligência;

d) atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico


direcionadas à obtenção e à análise de dados e à segurança da informação; e

e) o desenvolvimento de recursos humanos para a atividade de inteligência; e

II - desenvolver e operar máquinas, veículos, aparelhos, dispositivos,


instrumentos, equipamentos e sistemas necessários à atividade de inteligência.

Art. 9o É atribuição do cargo de Agente de Inteligência oferecer suporte


especializado às atividades decorrentes das atribuições definidas no art. 8o desta Lei.

Art. 10. Os titulares dos cargos de Oficial de Inteligência e de Agente de


Inteligência poderão ser designados para prestar serviço no exterior, nos termos da
Lei no 5.809, de 10 de outubro de 1972, e legislação correlata, conforme dispuser ato
do Poder Executivo.

Art. 11. São atribuições do cargo de Oficial Técnico de Inteligência:

I - planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de gestão


técnico-administrativas, suporte e apoio logístico:

a) produção de conhecimentos de inteligência;

b) ações de salvaguarda de assuntos sensíveis;

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c) operações de inteligência;

d) atividades de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico,


direcionadas à obtenção e análise de dados e à segurança da informação; e

e) atividades de construção e manutenção de prédios e outras instalações;

II - desenvolver recursos humanos para a gestão técnico-administrativa e apoio


logístico da atividade de inteligência; e

III - desenvolver e operar máquinas, veículos, aparelhos, dispositivos,


instrumentos, equipamentos e sistemas necessários às atividades técnico-
administrativas e de apoio logístico da atividade de inteligência.

Art. 12. É atribuição do cargo de Agente Técnico de Inteligência dar suporte


especializado às atividades decorrentes das atribuições definidas no art. 11 desta Lei.

CAPÍTULO III

Concurso Público

Art. 13. São requisitos para ingresso na classe inicial dos cargos do Plano de
Carreiras e Cargos da ABIN:

I - aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos;

II - diploma de conclusão de ensino superior em nível de graduação, em cursos


reconhecidos pelo Ministério da Educação e, se for o caso, habilitação legal
específica, conforme definido no edital do concurso, para os cargos de nível superior;
e

III - certificado de conclusão de ensino médio ou equivalente e habilitação legal


específica, se for o caso, fornecido por instituição de ensino oficialmente autorizada,
conforme definido no edital do concurso, para os cargos de nível intermediário.

Parágrafo único. A comprovação do requisito de escolaridade previsto neste


artigo será feita por ocasião da convocação para a posse, decorrente da aprovação
em concurso público, sendo eliminado o candidato que deixar de apresentar o
correspondente documento comprobatório na forma da legislação vigente.

Art. 14. O concurso público referido no inciso I do caput do art. 13 desta Lei
poderá ser organizado em etapas, conforme dispuser o edital de abertura do certame,
observado o seguinte:

I - a primeira etapa, de caráter eliminatório e classificatório, constituir-se-á de


provas objetivas e provas discursivas de conhecimentos gerais e específicos;

II - a segunda etapa, de caráter eliminatório, observadas as exigências do cargo e


conforme definido em edital, poderá constituir-se de:

a) procedimento de investigação social e, se necessário, funcional do candidato;

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b) avaliação médica, inclusive com a exigência de exames laboratoriais iniciais e,
se necessário, complementares;

c) avaliação psicológica; e

d) prova de capacidade física; e

III - a terceira etapa, de caráter eliminatório e classificatório, consistirá na


realização de curso de formação, com duração e regras gerais definidas em ato do
Diretor-Geral da ABIN.

§ 1o A avaliação de títulos, quando prevista, terá caráter classificatório.

§ 2o Caberá ao Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação pertinente, emitir


os atos normativos necessários para regulamentar a execução do concurso referido no
inciso I do caput do art. 13 desta Lei.

§ 3o A investigação social e, se necessário, funcional, de que trata a alínea a do


inciso II do caput deste artigo, poderá ocorrer durante todo o processo seletivo,
incluído o período do curso de formação previsto no inciso III do caput deste artigo.

§ 4o Durante a investigação a que se refere o § 3o deste artigo, a ABIN poderá


obter elementos informativos de quem os possa fornecer, inclusive convocando o
candidato para ser ouvido ou entrevistado, assegurada a tramitação sigilosa e o direito
de defesa.

§ 5o Ato do Diretor-Geral da ABIN definirá regimento escolar aplicável ao curso


de formação de que trata o inciso III do caput deste artigo, contendo direitos e deveres
do aluno, inclusive com normas e critérios sobre avaliação da aprendizagem, regime
disciplinar e de conduta, freqüência às aulas e situações de desligamento do curso e
exclusão do processo seletivo.

§ 6o O Diretor-Geral da ABIN poderá designar o servidor para ter lotação em


qualquer parte do território nacional.

Art. 15. A lotação ideal da ABIN será fixada periodicamente pelo seu Diretor-
Geral, inclusive para fins de remoção de pessoal.

CAPÍTULO IV

Progressão e Promoções

Art. 16. O desenvolvimento do servidor nas Carreiras e cargos que integram o


Plano de Carreiras e Cargos da ABIN ocorrerá mediante progressão funcional e
promoção.

§ 1o Para os fins do disposto no caput deste artigo, progressão é a passagem do


servidor para o padrão de vencimento imediatamente superior dentro de uma mesma
classe, e promoção, a passagem do servidor do último padrão de uma classe para o
primeiro padrão da classe imediatamente superior.

§ 2o Ato do Poder Executivo regulamentará os critérios de concessão de


progressão funcional e promoção de que trata o caput deste artigo.

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Art. 17. O desenvolvimento do servidor nas Carreiras e cargos que integram o
Plano de Carreiras e Cargos da ABIN obedecerá às seguintes regras:

I - interstício mínimo de 18 (dezoito) meses entre cada progressão;

II - habilitação em avaliação de desempenho individual correspondente a, no


mínimo, 70% (setenta por cento) do limite máximo da pontuação das avaliações
realizadas no interstício considerado para a progressão; e

III - competência e qualificação profissional.

§ 1o O interstício de 18 (dezoito) meses de efetivo exercício para a progressão


funcional, conforme estabelecido no inciso I do caput deste artigo, será:

I - computado em dias, descontados os afastamentos que não forem legalmente


considerados de efetivo exercício; e

II - suspenso nos casos em que o servidor se afastar sem remuneração, sendo


retomado o cômputo a partir do retorno à atividade.

§ 2o Enquanto não forem regulamentadas, as progressões e as promoções dos


titulares de cargos integrantes do Plano de Carreiras e Cargos da ABIN, as
progressões funcionais e as promoções de que trata o art. 16 desta Lei serão
concedidas observando-se as normas vigentes em 4 de junho de 2008.

§ 3o Na contagem do interstício necessário à promoção e à progressão, será


aproveitado o tempo computado até 4 de junho de 2008.

Art. 18. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de
nível superior de que tratam os incisos I e III do caput do art. 2o desta Lei:

I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 160 (cento e sessenta) horas, e qualificação profissional com
experiência mínima de 7 (sete) anos e meio, ambas no campo específico de atuação
de cada cargo;

II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 240 (duzentas e quarenta) horas, e qualificação profissional
com experiência mínima de 16 (dezesseis) anos e 1/2 (meio), ambas no campo
específico de atuação de cada cargo; e

III - para a Classe Especial, ser detentor de certificado de conclusão de curso de


especialização ou de formação específica equivalente a, no mínimo, 360 (trezentas e
sessenta) horas e qualificação profissional com experiência mínima de 25 (vinte e
cinco) anos e 1/2 (meio), ambos no campo específico de atuação de cada cargo.

Art. 19. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de
nível superior de que trata o inciso IV do caput do art. 2o desta Lei:

I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 80 (oitenta) horas, e qualificação profissional com experiência
mínima de 7 (sete) anos e 1/2 (meio), ambas no campo específico de atuação de cada
cargo;

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II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,
totalizando, no mínimo, 120 (cento e vinte) horas, e qualificação profissional com
experiência mínima de 16 (dezesseis) anos e 1/2 (meio), ambas no campo específico
de atuação de cada cargo; e

III - para a Classe Especial, ser detentor de certificado de conclusão de curso de


especialização ou de formação específica equivalente a, no mínimo, 180 (cento e
oitenta) horas e qualificação profissional com experiência mínima de 25 (vinte e cinco)
anos e 1/2 (meio), ambos no campo específico de atuação de cada cargo.

Art. 20. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de
nível intermediário de que tratam os incisos II e III do caput do art. 2o desta Lei:

I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 120 (cento e vinte) horas, ou diploma de conclusão de curso
superior e qualificação profissional com experiência mínima de 7 (sete) anos e 1/2
(meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo;

II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 200 (duzentas) horas, ou diploma de conclusão de curso
superior e qualificação profissional com experiência mínima de 16 (dezesseis) anos e
1/2 (meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo; e

III - para a Classe Especial, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 280 (duzentas e oitenta) horas, ou diploma de conclusão de
curso superior e qualificação profissional com experiência mínima de 25 (vinte e cinco)
anos e 1/2 (meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo.

Art. 21. São pré-requisitos mínimos para promoção às classes dos cargos de
nível intermediário de que trata o inciso IV do caput do art. 2o desta Lei:

I - para a Segunda Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 40 (quarenta) horas, ou diploma de conclusão de curso
superior e qualificação profissional com experiência mínima de 7 (sete) anos e 1/2
(meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo;

II - para a Primeira Classe, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 80 (oitenta) horas, ou diploma de conclusão de curso superior
e qualificação profissional com experiência mínima de 16 (dezesseis) anos e 1/2
(meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo; e

III - para a Classe Especial, possuir certificação em eventos de capacitação,


totalizando, no mínimo, 120 (cento e vinte) horas, ou diploma de conclusão de curso
superior e qualificação profissional com experiência mínima de 25 (vinte e cinco) anos
e 1/2 (meio), ambas no campo específico de atuação de cada cargo.

Art. 22. Cabe à ABIN implementar programa permanente de capacitação,


treinamento e desenvolvimento, destinado a assegurar a profissionalização dos
titulares dos cargos integrantes do seu Plano de Carreiras e Cargos.

§ 1o Os eventos de capacitação a que se referem os incisos I, II e III do caput dos


arts. 18 a 21 desta Lei poderão ser organizados e realizados no âmbito interno ou
mediante treinamento externo, a serem disciplinados em ato do Diretor-Geral da ABIN.

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§ 2o Quando realizado em âmbito externo, os eventos de capacitação a que se
refere o § 1o deste artigo deverão ser executados por instituição ou estabelecimento
de ensino devidamente reconhecido no âmbito da administração pública.

§ 3o A capacitação a que se referem os incisos I, II e III do caput dos arts. 18 a 21


desta Lei deverá ser orientada para o desempenho vinculado às atribuições do cargo.

§ 4o O programa dos cursos e dos demais eventos de capacitação que integrarão


o programa a que se refere o caput deste artigo quando ministrados pela ABIN será
definido em ato do Diretor-Geral e terá conformidade com as características e
necessidades específicas de cada Carreira ou cargo do Plano de Carreiras e Cargos
da ABIN, sem prejuízo da possibilidade de turmas mistas em disciplinas comuns.

§ 5o Para fins de promoção, cada evento de capacitação deverá ser computado


uma única vez.

§ 6o Ato do Diretor-Geral da ABIN estabelecerá, quando necessário, as


equivalências entre cursos realizados pela extinta Escola Nacional de Informações,
pelo extinto Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Recursos Humanos e pela
Escola de Inteligência, incluídos os novos cursos que venham a integrar o programa
permanente de capacitação, treinamento e desenvolvimento referido no caput deste
artigo, tendo em vista as disposições desta Lei.

Art. 23. Os titulares de cargos integrantes do Plano de Carreiras e Cargos da


ABIN ficam obrigados a ressarcir ao Erário os custos decorrentes da participação em
cursos ou estágios de capacitação realizados no Brasil ou no exterior, nas hipóteses
de exoneração a pedido ou demissão antes de decorrido período igual ao de duração
do afastamento.

§ 1o Ato do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da


Presidência da República fixará os valores das indenizações referidas no caput deste
artigo, respeitado o limite de despesas realizadas pelo poder público.

§ 2o Aplica-se o disposto neste artigo aos demais agentes públicos do Quadro de


Pessoal da ABIN, inclusive aos servidores titulares de cargos das Carreiras de Ciência
e Tecnologia, de que trata a Lei no 8.691, de 28 de julho de 1993, integrantes do
Quadro de Pessoal da ABIN, em exercício no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
para a Segurança das Comunicações - CEPESC/ABIN.

CAPÍTULO V

Remuneração dos Servidores da ABIN

Art. 24. Os titulares dos cargos integrantes das Carreiras a que se referem os
incisos I e II do caput do art. 2o desta Lei passam a ser remunerados exclusivamente
por subsídio, fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação,
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória.

Parágrafo único. Os valores do subsídio dos titulares dos cargos a que se refere
o caput deste artigo são os fixados no Anexo II desta Lei, com efeitos financeiros a
partir das datas nele especificadas.

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Art. 25. Estão compreendidas no subsídio e não são mais devidas aos titulares
dos cargos a que se referem os incisos I e II do caput do art. 2o desta Lei, a partir de 5
de junho de 2008, as seguintes parcelas remuneratórias:

I - Vencimento Básico;

II - Gratificação de Desempenho de Atividade de Informações - GDAI, de que trata


o art. 11 da Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004;

III – Gratificação de Habilitação e Qualificação - GHQ, de que trata o § 3o do art.


9 da Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004; e
o

IV - Vantagem Pecuniária Individual, de que trata a Lei no 10.698, de 2 de julho de


2003.

Parágrafo único. Considerando o disposto no art. 24 desta Lei, aos titulares dos
cargos a que se refere o caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 14 da Lei
no 8.162, de 8 de janeiro de 1991, além de não fazerem jus à percepção das seguintes
vantagens remuneratórias:

I - Gratificação de Desempenho de Atividade de Informações Estratégicas - GDI,


de que trata o art. 2o da Lei no 9.651, de 27 de maio de 1998;

II - Gratificação de Atividade - GAE, de que trata a Lei Delegada no 13, de 27 de


agosto de 1992;

III - Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA,


de que trata a Lei no 10.404, de 9 de janeiro de 2002;

IV - as referentes à conclusão do Curso de Formação em Inteligência, do Curso


de Formação Básica em Inteligência I, do Curso de Formação Básica em Inteligência
II, do Curso de Especialização em Inteligência, do Curso de Aperfeiçoamento em
Inteligência e do Curso Avançado de Inteligência, referidos na Lei no 10.862, de 20 de
abril de 2004; e

V - Gratificação de Desempenho de Atividades de Informação e Inteligência -


GDAIN e Gratificação de Desempenho de Atividades Complementares na ABIN -
GDACABIN de que trata o inciso II do caput do art. 29 desta Lei.

Art. 26. Além das parcelas e vantagens de que trata o art. 25 desta Lei, não são
devidas aos titulares dos cargos a que se referem os incisos I e II do caput do art. 2o
desta Lei, a partir de 5 de junho de 2008, as seguintes espécies remuneratórias:

I - vantagens pessoais e vantagens pessoais nominalmente identificadas - VPNI,


de qualquer origem e natureza;

II - diferenças individuais e resíduos, de qualquer origem e natureza;

III - valores incorporados à remuneração decorrentes do exercício de função de


direção, chefia ou assessoramento ou de cargo de provimento em comissão;

IV - valores incorporados à remuneração referentes a quintos ou décimos;

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V - valores incorporados à remuneração a título de adicional por tempo de
serviço;

VI - vantagens incorporadas aos proventos ou pensões por força dos arts. 180 e
184 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952, e dos arts. 190 e 192 da Lei no 8.112,
de 11 de dezembro de 1990;

VII - abonos;

VIII - valores pagos a título de representação;

IX - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;

X - adicional noturno;

XI - adicional pela prestação de serviço extraordinário; e

XII - outras gratificações e adicionais, de qualquer origem e natureza, que não


estejam explicitamente mencionados no art. 28 desta Lei.

Art. 27. Os servidores integrantes das Carreiras de que tratam os incisos I e II do


caput do art. 2o desta Lei não poderão perceber cumulativamente com o subsídio
quaisquer valores ou vantagens incorporadas à remuneração por decisão
administrativa, judicial ou extensão administrativa de decisão judicial, de natureza
geral ou individual, ainda que decorrentes de sentença judicial transitada em julgado.

Art. 28. O subsídio dos integrantes das Carreiras de que tratam os incisos I e II
do caput do art. 2o desta Lei não exclui o direito à percepção, nos termos da legislação
e regulamentação específica, das seguintes espécies remuneratórias:

I - gratificação natalina;

II - adicional de férias;

III - abono de permanência de que tratam o § 19 do art. 40 da Constituição


Federal, o § 5o do art. 2o e o § 1º do art. 3º da Emenda Constitucional nº 41, de 19 de
dezembro de 2003;

IV - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento; e

V - parcelas indenizatórias previstas em lei.

Art. 29. A estrutura remuneratória dos titulares dos cargos de níveis superior e
intermediário a que se refere o inciso III do caput do art. 2o desta Lei e dos titulares
dos cargos de níveis superior, intermediário e auxiliar a que se refere o inciso IV do
caput do art. 2o desta Lei, a partir de 5 de junho de 2008, terá a seguinte composição:

I - Vencimento Básico; e

II - Gratificação de Desempenho de Atividades de Informações e Inteligência -


GDAIN ou Gratificação de Desempenho de Atividades Complementares na ABIN -
GDACABIN, conforme o caso, observado o disposto nos arts. 34 a 41 desta Lei.

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§ 1o Os padrões de vencimento básico dos cargos referidos no caput deste artigo
são os constantes dos Anexos III e IV desta Lei, com efeitos financeiros a partir das
datas neles especificadas.

§ 2o Os titulares dos cargos a que se refere o caput deste artigo não farão jus, a
partir de 2008, à percepção das seguintes gratificações e vantagens:

I - Gratificação de Desempenho de Atividade de Informações - GDAI, de que trata


o art. 11 da Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004;

II - Gratificação de Habilitação e Qualificação - GHQ, de que trata o § 3o do art. 9o


da Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004;

III - Vantagem Pecuniária Individual, de que trata a Lei no 10.698, de 2 de julho


de 2003;

IV - Gratificação de Desempenho de Atividade de Informações Estratégicas - GDI,


de que trata o art. 2o da Lei no 9.651, de 27 de maio de 1998;

V - Gratificação de Atividade - GAE, de que trata a Lei Delegada no 13, de 27 de


agosto de 1992;

VI - Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa - GDATA,


de que trata a Lei no 10.404, de 9 de janeiro de 2002;

VII - as referentes à conclusão do Curso de Formação em Inteligência, do Curso


de Formação Básica em Inteligência I, do Curso de Formação Básica em Inteligência
II, do Curso de Especialização em Inteligência, do Curso de Aperfeiçoamento em
Inteligência e do Curso Avançado de Inteligência, referidos na Lei no 10.862, de 20 de
abril de 2004; e

VIII - as referentes à aplicação do disposto no art. 14 da Lei no 8.162, de 8 de


janeiro de 1991.

Art. 30. Os servidores titulares dos cargos de níveis superior e intermediário do


Grupo Informações e os servidores titulares dos cargos de níveis superior,
intermediário e auxiliar do Grupo Apoio do Quadro de Pessoal da ABIN (art. 2o da Lei
no 10.862, de 20 de abril de 2004), serão enquadrados nos cargos do Plano de
Carreiras e Cargos da ABIN, de acordo com as respectivas atribuições, os requisitos
de formação profissional e a posição relativa na Tabela, nos termos do Anexo VII
desta Lei.

§ 1o É vedada a mudança do nível do cargo ocupado pelo servidor em


decorrência do disposto no caput deste artigo.

§ 2o O posicionamento dos aposentados e dos pensionistas nas tabelas


remuneratórias constantes dos Anexos III, IV, V e VI desta Lei será referenciado à
situação em que o servidor se encontrava na data da aposentadoria ou em que se
originou a pensão, respeitadas as alterações relativas a posicionamentos decorrentes
de legislação específica.

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Art. 31. A aplicação das disposições desta Lei aos servidores ativos, aos inativos
e aos pensionistas não poderá implicar redução de remuneração, de proventos e de
pensões.

§ 1o Na hipótese de redução de remuneração, de provento ou de pensão, em


decorrência da aplicação do disposto nesta Lei, eventual diferença será paga:

I - aos servidores integrantes das Carreiras de que tratam os incisos I e II do


caput do art. 2o desta Lei, a título de parcela complementar de subsídio, de natureza
provisória, que será gradativamente absorvida por ocasião do desenvolvimento no
cargo ou na Carreira por progressão ou promoção ordinária ou extraordinária, da
reorganização ou da reestruturação dos cargos e das Carreiras ou das remunerações
previstas nesta Lei, da concessão de reajuste ou vantagem de qualquer natureza, bem
como da implantação dos valores constantes do Anexo II desta Lei; e

II - aos servidores de que tratam os incisos III e IV do caput do art. 2o desta Lei, a
título de vantagem pessoal nominalmente identificada, de natureza provisória, que
será gradativamente absorvida por ocasião do desenvolvimento no cargo por
progressão ou promoção ordinária ou extraordinária, da reorganização ou da
reestruturação dos cargos ou das remunerações previstas nesta Lei, da concessão de
reajuste ou vantagem de qualquer natureza, bem como da implantação dos valores
constantes dos Anexos III, IV, V e VI desta Lei.

§ 2o A parcela complementar de subsídio e a vantagem pessoal nominalmente


identificada referidas nos incisos I e II do § 1o deste artigo estarão sujeitas
exclusivamente à atualização decorrente de revisão geral da remuneração dos
servidores públicos federais.

Art. 32. Aplica-se às aposentadorias concedidas aos servidores integrantes do


Plano de Carreiras e Cargos da ABIN de que trata o art. 1o desta Lei e às pensões,
ressalvadas as aposentadorias e pensões reguladas pelos arts. 1º e 2º da Lei nº
10.887, de 18 de junho de 2004, no que couber, o disposto nesta Lei em relação aos
servidores que se encontram em atividade.

Art. 33. Ficam instituídas:

I - a Gratificação de Desempenho de Atividades de Informações e Inteligência -


GDAIN, devida exclusivamente aos servidores de níveis superior e intermediário do
Grupo Informações, de que trata o inciso III do caput do art. 2o desta Lei, quando em
exercício de atividades nas unidades da ABIN; e

II - a Gratificação de Desempenho de Atividades Complementares na ABIN -


GDACABIN, devida exclusivamente aos ocupantes dos cargos de níveis superior,
intermediário e auxiliar do Grupo Apoio do Plano Especial de Cargos, de que trata o
inciso IV do caput do art. 2o desta Lei, quando em exercício de atividades nas
unidades da ABIN.

Art. 34. A GDAIN e a GDACABIN serão atribuídas em função do alcance de


metas de desempenho individual do servidor e de desempenho institucional da ABIN.

§ 1o A avaliação de desempenho individual visa a aferir o desempenho do


servidor no exercício das atribuições do cargo ou função, com foco na contribuição
individual para o alcance dos objetivos organizacionais.

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§ 2o A avaliação de desempenho institucional visa a aferir o desempenho coletivo
no alcance dos objetivos organizacionais.

§ 3o A GDAIN e a GDACABIN serão pagas com observância dos seguintes


limites:

I - máximo, 100 (cem) pontos por servidor; e

II - mínimo, 30 (trinta) pontos por servidor, correspondendo cada ponto ao valor


estabelecido no Anexo V desta Lei, para a GDAIN, e no Anexo VI desta Lei, para a
GDACABIN.

§ 4o Considerando o disposto nos §§ 1o e 2o deste artigo, a pontuação referente à


GDAIN e à GDACABIN terá a seguinte distribuição:

I - até 20 (vinte) pontos percentuais de seu limite máximo serão atribuídos em


função dos resultados obtidos na avaliação de desempenho individual; e

II - até 80 (oitenta) pontos percentuais de seu limite máximo serão atribuídos em


função dos resultados obtidos na avaliação de desempenho institucional.

§ 5o Os critérios e procedimentos específicos de avaliação de desempenho


individual e institucional e de atribuição da GDAIN e da GDACABIN serão
estabelecidos em ato do Diretor-Geral da ABIN, observada a legislação vigente.

Art. 35. Até que sejam processados os resultados da primeira avaliação individual
e institucional, todos os servidores que a ela fizerem jus perceberão a GDAIN e a
GDACABIN em valor correspondente a 80% (oitenta por cento) de seu valor máximo,
observada a classe e padrão do servidor, conforme estabelecido nos Anexos V e VI
desta Lei.

§ 1o O resultado da primeira avaliação gera efeitos financeiros a partir do início


do primeiro período de avaliação, devendo ser compensadas eventuais diferenças
pagas a maior ou a menor.

§ 2o A data de publicação do ato de fixação das metas de desempenho


institucional, tendo em vista o pagamento da GDAIN e da GDACABIN, constitui o
marco temporal para o início do período de avaliação.

§ 3o O disposto neste artigo aplica-se aos ocupantes de cargos comissionados


que fazem jus à GDAIN e à GDACABIN.

Art. 36. A GDAIN e a GDACABIN não servirão de base de cálculo para quaisquer
outros benefícios ou vantagens.

Art. 37. O titular de cargo efetivo de que tratam os incisos III e IV do caput do art.
o
2 desta Lei, em exercício nas unidades da ABIN, quando investido em cargo em
comissão ou função de confiança fará jus à GDAIN ou à GDACABIN da seguinte
forma:

I - os investidos em função de confiança ou cargos em comissão do Grupo-


Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 3, 2, 1, ou equivalentes,

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perceberão a respectiva gratificação de desempenho calculada conforme disposto no
art. 34 desta Lei; e

II - os investidos em cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento


Superiores - DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes, perceberão a respectiva gratificação
de desempenho calculada com base no valor máximo da parcela individual, somado
ao resultado da avaliação institucional do período.

Art. 38. O titular de cargo efetivo de que tratam os incisos III e IV do caput do art.
2o desta Lei quando não se encontrar em exercício nas unidades da ABIN somente
fará jus à GDAIN ou à GDACABIN, conforme o caso:

I - quando cedido para a Presidência ou Vice-Presidência da República ou


quando requisitado pela Justiça Eleitoral, situação na qual perceberá a respectiva
gratificação de desempenho calculada com base nas regras aplicáveis como se
estivesse em efetivo exercício na ABIN; e

II - quando cedido para órgãos ou entidades do Governo Federal distintos dos


indicados no inciso I do caput deste artigo e investido em cargos de Natureza
Especial, de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores - DAS, níveis 6, 5, 4, ou equivalentes, perceberá a respectiva gratificação
de desempenho calculada com base no resultado da avaliação institucional do
período.

Parágrafo único. A avaliação institucional dos servidores referidos neste artigo


será a da ABIN.

Art. 39. O servidor ativo beneficiário da GDAIN ou da GDACABIN que obtiver


pontuação inferior a 50% (cinqüenta por cento) do seu valor máximo será
imediatamente submetido a processo de capacitação ou de análise da adequação
funcional, conforme o caso, sob responsabilidade da ABIN.

Parágrafo único. A análise de adequação funcional visa a identificar as causas


dos resultados obtidos na avaliação de desempenho e a servir de subsídio para a
adoção de medidas que possam propiciar a melhoria do desempenho do servidor.

Art. 40. Ocorrendo exoneração do cargo em comissão, com manutenção do


cargo efetivo, os servidores que façam jus à GDAIN ou à GDACABIN continuarão
percebendo a respectiva gratificação de desempenho correspondente ao último valor
obtido, até que seja processada a sua primeira avaliação após a exoneração.

Art. 41. Em caso de afastamentos e licenças considerados como de efetivo


exercício, sem prejuízo da remuneração e com direito à percepção de gratificação de
desempenho, o servidor continuará percebendo a respectiva gratificação
correspondente ao último percentual obtido, até que seja processada a sua primeira
avaliação após o retorno.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de
cessão.

Art. 42. Para fins de incorporação da GDAIN e da GDACABIN aos proventos de


aposentadoria ou às pensões, serão adotados os seguintes critérios:

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I - para as aposentadorias concedidas e pensões instituídas até 19 de fevereiro
de 2004, a gratificação será correspondente a 50% (cinqüenta por cento) do valor
máximo do respectivo nível, classe e padrão; e

II - para as aposentadorias concedidas e pensões instituídas após 19 de fevereiro


de 2004:

a) quando ao servidor que deu origem à aposentadoria ou à pensão se aplicar o


disposto nos arts. 3o e 6o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de
2003, e no art. 3º da Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005, aplicar-se-á
o percentual constante no inciso I do caput deste artigo; e

b) aos demais casos aplicar-se-á, para fins de cálculo das aposentadorias e


pensões, o disposto na Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004.

Art. 43. Os valores devidos ao servidor em razão da estrutura remuneratória


proposta pela Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004, quanto ao vencimento básico,
gratificação de desempenho de qualquer natureza e gratificação de habilitação e
qualificação, não podem ser percebidos cumulativamente com os valores de subsídio,
vencimento básico e gratificação de desempenho de que tratam os arts. 24 e 29 desta
Lei.

§ 1o Os valores percebidos pelos servidores de que tratam as alíneas a dos


incisos I e II do caput do art. 2o desta Lei a título de remuneração de 1o de abril até 4
de junho de 2008 deverão ser deduzidos do valor devido ao servidor a título de
subsídio a partir de 1o de abril de 2008, devendo ser compensados eventuais valores
pagos a menor.

§ 2o Os valores percebidos pelos servidores de que tratam os incisos III e IV do


caput do art. 2o desta Lei a título de vencimento básico, gratificação de desempenho
de qualquer natureza e gratificação de habilitação e qualificação, de 1o de abril até 4
de junho de 2008, com base na estrutura remuneratória constante da Lei no 10.862, de
20 de abril de 2004, deverão ser deduzidos do montante devido ao servidor a título de
vencimento básico e gratificação de desempenho, conforme disposto no art. 29 desta
Lei, a partir de 1o de abril de 2008, devendo ser compensados eventuais valores
pagos a menor.

CAPÍTULO VI

Cessão de Servidores

Art. 44. Fica vedada a cessão dos titulares de cargos integrantes do Quadro de
Pessoal da ABIN, exceto para os casos previstos em legislação específica ou
investidura em cargo de Natureza Especial ou do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores - DAS, níveis 4, 5, 6, ou equivalentes.

Parágrafo único. As cessões em desconformidade com o disposto no caput deste


artigo serão regularizadas até 6 de outubro de 2008.

CAPÍTULO VII

Avaliação de Desempenho

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Art. 45. Os titulares de cargos de provimento efetivo integrantes do Quadro de
Pessoal da ABIN serão submetidos, periodicamente, a avaliação de desempenho,
conforme disposto na legislação em vigor aplicável aos servidores públicos federais e
em normas específicas a serem estabelecidas em ato do Diretor-Geral da ABIN, que
permitam avaliar a atuação do servidor no exercício do cargo e no âmbito de sua área
de responsabilidade ou especialidade.

CAPÍTULO VIII

Propriedade Intelectual

Art. 46. A propriedade intelectual criada por qualquer agente público em


decorrência do exercício de suas atribuições ou na condição de representante da
ABIN pertence exclusivamente à União, a quem caberá exercer a eventual proteção
ou a divulgação do seu conteúdo, conforme disposto em ato do Diretor-Geral da ABIN.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se aos alunos de cursos
ministrados pela ABIN, inclusive aos do curso de formação integrante do concurso
público para ingresso nos cargos de que tratam os incisos I e II do caput do art. 2 o
desta Lei.

CAPÍTULO IX

disposições finais

Art. 47. Ficam revogados:

I - os arts. 2o e 16 da Lei nº 9.651, de 27 de maio de 1998;

II - a Lei no 10.862, de 20 de abril de 2004;

III - os arts. 12 e 13 da Lei nº 11.233, de 22 de dezembro de 2005;

IV - o art. 7o da Lei no 11.292, de 26 de abril de 2006; e

V - a Lei no 11.362, de 19 de outubro de 2006.

Art. 48. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

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LEI Nº 6.634, DE 2 DE MAIO DE 1979.

Dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o


Regulamento Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de
1970, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. - É considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna


de 150 Km (cento e cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória
terrestre do território nacional, que será designada como Faixa de Fronteira.

Art. 2º. - Salvo com o assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional,


será vedada, na Faixa de Fronteira, a prática dos atos referentes a:

I - alienação e concessão de terras públicas, abertura de vias de transporte e


instalação de meios de comunicação destinados à exploração de serviços de
radiodifusão de sons ou radiodifusão de sons e imagens;

II - Construção de pontes, estradas internacionais e campos de pouso;

III - estabelecimento ou exploração de indústrias que interessem à Segurança


Nacional, assim relacionadas em decreto do Poder Executivo.

IV - instalação de empresas que se dedicarem às seguintes atividades:

a) pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, salvo


aqueles de imediata aplicação na construção civil, assim classificados no Código de
Mineração;

b) colonização e loteamento rurais;

V - transações com imóvel rural, que impliquem a obtenção, por estrangeiro, do


domínio, da posse ou de qualquer direito real sobre o imóvel;

VI - participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em


pessoa jurídica que seja titular de direito real sobre imóvel rural;

§ 1º. - O assentimento prévio, a modificação ou a cassação das concessões ou


autorizações serão formalizados em ato da Secretaria-Geral do Conselho de
Segurança Nacional, em cada caso.

§ 2º. - Se o ato da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional for


denegatório ou implicar modificação ou cassação de atos anteriores, da decisão
caberá recurso ao Presidente da República.

§ 3º. - Os pedidos de assentimento prévio serão instituídos com o parecer do


órgão federal controlador da atividade, observada a legislação pertinente em cada
caso.

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Art. 3º. - Na faixa de Fronteira, as empresas que se dedicarem às indústrias ou
atividades previstas nos itens III e IV do artigo 2º deverão, obrigatoriamente, satisfazer
às seguintes condições:

I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital pertencer a brasileiros;

II - pelo menos 2/3 (dois terços) de trabalhadores serem brasileiros; e

III - caber a administração ou gerência a maioria de brasileiros, assegurados a


estes os poderes predominantes.

Parágrafo único - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro


será permitido o estabelecendo ou exploração das indústrias ou das atividades
referidas neste artigo.

Art. 4º. - As autoridades, entidades e serventuários públicos exigirão prova do


assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional para prática de qualquer ato
regulado por esta lei.

Parágrafo único - Os tabeliães e Oficiais do Registro de Imóveis, bem como os


servidores das Juntas Comerciais, quando não derem fiel cumprimento ao disposto
neste artigo, estarão sujeitos à multa de até 10% (dez por cento) sobre o valor do
negócio irregularmente realizado, independentemente das sanções civis e penais
cabíveis.

Art. 5º. - As Juntas Comerciais não poderão arquivar ou registrar contrato social,
estatuto ou ato constitutivo de sociedade, bem como suas eventuais alterações,
quando contrariarem o disposto nesta Lei.

Art. 6º. - Os atos previstos no artigo 2º., quando praticados sem o prévio
assentimento do Conselho de Segurança Nacional, serão nulos de pleno direito e
sujeitarão os responsáveis à multa de até 20% (vinte por cento) do valor declarado do
negócio irregularmente realizado.

Art. 7º. - Competirá à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional


solicitar, dos órgãos competentes, a instauração de inquérito destinado a apurar as
infrações às disposições desta Lei.

Art. 8º. - A alienação e a concessão de terras públicas, na faixa de Fronteira, não


poderão exceder de 3000 ha (três mil hectares), sendo consideradas como uma só
unidade as alienações e concessões feitas a pessoas jurídicas que tenham
administradores, ou detentores da maioria do capital comuns.

§ 1º. - O Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional e


mediante prévia autorização do Senado Federal, poderá autorizar a alienação e a
concessão de terras públicas acima do limite estabelecido neste artigo, desde que
haja manifesto interesse para a economia regional.

§ 2º. - A alienação e a concessão de terrenos urbanos reger-se-ão por legislação


específica.

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Art. 9º. - Toda vez que existir interesse para a Segurança Nacional, a união
poderá concorrer com o custo, ou parte deste, para a construção de obras públicas a
cargo dos Municípios total ou parcialmente abrangidos pela Faixa de Fronteira.

§ 1º. - A Lei Orçamentaria Anual da União consignará, para a Secretaria-Geral do


Conselho de Segurança Nacional, recursos adequados ao cumprimento do disposto
neste artigo. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 31.8.2001)

§ 2º. - Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais,


mediante a apresentação de projetos específicos.

Art. 10. - Anualmente, o Desembargador - Corregedor da Justiça Estadual, ou


magistrado por ele indicado, realizará correção nos livros dos Tabeliães e Oficiais do
Registro de Imóveis, nas comarcas dos respectivos Estados que possuírem
municípios abrangidos pelo Faixa de Fronteira, para verificar o cumprimento desta Lei,
determinando, de imediato, as providências que forem necessárias.

Parágrafo único - Nos Territórios Federais, a correção prevista neste artigo será
realizada pelo Desembargador - Corregedor da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios.

Art. 11 - O § 3º do artigo 6º do Decreto-lei nº 1.135, de 3 de dezembro de 1970,


passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 6º -......................................................................................

...................................................................................................

§ 3º. Caberá recurso ao Presidente da República dos atos de que trata o


parágrafo anterior, quando forem denegatórios ou implicarem a modificação ou
cassação de atos já praticados."

Art. 12 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas a Lei nº
2.597, de 12 de setembro de 1955, e demais disposições em contrário.

Brasília, 2 de maio de 1979; 158º da Independência e 91º da República.

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DECRETO No 85.064, DE 26 DE AGOSTO DE 1980.

Regulamenta a Lei nº 6.634, de 2 de


maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa
de Fronteira

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art.


81, item III, da Constituição,

DECRETA:

CAPíTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art 1º - Este regulamento estabelece procedimentos a serem seguidos para a


prática de atos que necessitem de assentimento prévio do Conselho de Segurança
Nacional (CSN), na Faixa de Fronteira, considerada área indispensável à segurança
nacional e definida pela Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, como a faixa interna de
cento e cinqüenta (150) quilômetros de largura, paralela à linha divisória terrestre do
território nacional.

Art 2º - O assentimento prévio será formalizado, em cada caso, em ato da


Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional (SG/CSN), publicado no, Diário
Oficial da União e comunicado ao órgão federal interessado.

Parágrafo único - A modificação ou a cassação das concessões ou autorizações


já efetuadas também serão formalizadas, em cada caso, através de ato da SG/CSN,
publicado no Diário Oficial da União.

Art 3º - Somente serão examinados pela SG/CSN os pedidos de assentimento


prévio instruídos na forma deste regulamento.

Parágrafo único - Os pedidos serão apresentados aos órgãos federais indicados


neste regulamento aos quais incumbirá:

I - exigir do interessado a documentação prevista neste regulamento relativa ao


objeto do pedido;

II - emitir parecer conclusivo sobre o pedido, à luz da legislação específica;

III - encaminhar o pedido à SG/CSN; e

IV - adotar, após a decisão da SG/CSN, todas as providências cabíveis, inclusive


as relativas à entrega, ao requerente, da documentação expedida por aquela
Secretaria-Geral.

Art 4º - Das decisões denegatórias ou que implicarem modificação ou cassação


de autorizações já concedidas, caberá recurso ao Presidente da República, no prazo
de cento e vinte (120) dias, contados da sua publicação no Diário Oficial da União.

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§ 1º - O recurso não terá efeito suspensivo salvo se o Presidente da República
expressamente o determinar.

§ 2º - O recurso será apresentado à SG/CSN que a submeterá, nos sessenta (60)


dias seguintes ao seu recebimento, ao Presidente da República.

CAPÍTULO II

DA ALIENAÇÃO E CONCESSÃO DE TERRAS PÚBLICAS

Art 5º - Para a alienação e a concessão de terras públicas na Faixa de Fronteira,


o processo terá início no instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA).

Art 6º - As empresas que desejarem adquirir terras públicas na Faixa de Fronteira


deverão instruir seus pedidos com a cópia do estatuto ao contrato social e respectivas
alterações além de outros documentos exigidos pela legislação agrária específica.

Art 7º - Os processos para a alienação ou concessão de terras públicas na Faixa


de Fronteira serão remetidos pelo INCRA à SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo
restituídos aquela autarquia após apreciados.

CAPÍTULO III

DOS SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO

Art 8º - Para a execução dos serviços de radiodifusão de sons e radiodifusão de


sons e imagens, na Faixa de Fronteira, serão observadas as prescrições gerais da
legislação específica de radiodifusão e o processo terá início no Departamento
Nacional de Telecomunicações (DENTEL).

Art 9º - O assentimento prévio do CSN, para a instalação de meios de


comunicação destinados à exploração de serviços de radiodifusão de sons ou
radiodifusão de sons e imagens, será necessário apenas na hipótese de as estações
geradoras se localizarem dentro da Faixa de Fronteira.

Art 10. - Na hipótese do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar


expressamente de seus estatutos ou contratos sociais que:

I - O capital social, na sua totalidade, pertencerá sempre a pessoas físicas


brasileiras;

II - O quadro do pessoal será sempre constituído, ao menos, de dois terços (2/3)


de trabalhadores brasileiros;

III - a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa da empresa


caberão somente a brasileiros natos;

IV - as cotas ou ações representativas do capital social serão inalienáveis e


incaucionáveis a estrangeiros ou a pessoas jurídicas; e

V - a empresa não poderá efetuar nenhuma alteração do seu instrumento social


sem prévia autorização dos órgãos competentes.

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Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima
deverão, ainda, fazer constar em seu estatuto social, que as ações representativas do
capital social serão sempre nominativas.

Art 11. - As empresas pretendentes à execução dos serviços de radiodifusão, na


Faixa de Fronteira, deverão instruir suas propostas com os seguintes documentos,
além dos exigidos pela legislação específica de radiodifusão:

I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto,


contrato social e respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem
as cláusulas mencionadas no artigo anterior;

II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotistas (cópia


da Certidão de Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os
casados; cópia da Certidão de Casamento, com respectiva averbação, para os
desquitados ou separados judicialmente ou divorciados e cópia da Certidão de
Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);

III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço


Militar de todos os administradores ou sócios-cotistas; e

IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça


Eleitoral de todos os administradores ou sócios-cotistas.

Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima


deverão, ainda, apresentar relação nominal dos acionistas, com os respectivos
números de ações.

Art 12 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas


empresas de radiodifusão, será o seguinte:

I - para empresas em formação ou para aqueIas que desejarem, pela primeira


vez, executar o serviço na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os
documentos exigidos pela legislação específica de radiodifusão e os mencionados no
artigo anterior, dirigido ao DENTEL que, após emitir parecer, encaminhará o respectivo
processo à SG/CSN, para apreciação e posterior restituição àquele Departamento; e

II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar o serviço


na Faixa de Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para
posterior registro, referente a alteração do objeto social; mudança do nome comercial
ou endereço da sede; eleição de novo administrador; admissão de novo sócio-cotista;
transformação, incorporação, fusão e cisão; ou reforma total dos estatutos ou contrato
social - requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação específica
de radiodifusão, a proposta de alteração estatutária ou contratual e as cópias dos
documentos pessoais, mencionados no art. 11, dos novos administradores ou sócios-
cotistas, quando for o caso, dirigido ao DENTEL, seguindo-se o processamento
descrito no item I.

Parágrafo único - Caberá ao DENTEL o encaminhamento dos atos constitutivos,


instrumentos sociais e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa
requerente, para posterior registro nas Juntas Comerciais dos Estados e Territórios
Federais.

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Art 13 - Às Universidades e Fundações que desejarem executar os serviços de
radiodifusão na Faixa de Fronteira, serão aplicadas, no que couber, as disposições
deste regulamento.

CAPÍTULO IV

DAS ATIVIDADES DE MINERAÇÃO

Art 14 - Para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração e


aproveitamento de recursos minerais, salvo aqueles de imediata aplicação na
construção civil, na Faixa de Fronteira, serão obedecidas as prescrições gerais da
legislação específica de mineração e o processo terá início no Departamento Nacional
de Produção Mineral (DNPM).

Art 15 - Entende-se por empresa de mineração, para os efeitos deste


regulamento, a firma ou sociedade constituída e domiciliada no País, qualquer que
seja a sua forma jurídica e entre cujos objetivos esteja o de realizar a pesquisa, lavra,
exploração e aproveitamento dos recursos minerais no território nacional.

§ 1º - Os componentes da firma ou sociedade a que se refere o presente artigo


podem ser pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, mas nominalmente,
representadas no ato, constitutivo da empresa.

§ 2º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será


permitido o estabelecimento ou exploração das atividades previstas neste capítulo.

§ 3º - É vedada a delegação de poderes direção ou gerência a estrangeiro, ainda


que por procuração outorgada pela sociedade ou empresa individual.

Art 16 - O assentimento prévio do CSN, para a execução das atividades de


pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos minerais, será necessário:

I - para as empresas que se estabelecerem na Faixa de Fronteira; e

II - para as empresas que irão operar dentro da Faixa de Fronteira.

Art 17 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar


expressamente de seus estatutos ou contratos sociais que:

I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital pertencerá sempre a


brasileiros;

II - o quadro de pessoal será sempre constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços)
de trabalhadores brasileiros; e

III - a administração ou gerência caberá sempre a maioria de brasileiros,


assegurados a estes poderes predominantes.

Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima


deverão, ainda, fazer constar em seu estatuto social que as ações representativas do
capital social revestirão sempre a forma nominativa.

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Art 18. - As empresas individuais deverão fazer constar em suas declarações de
firmas que:

I - o quadro de pessoal será sempre constítuído de, pelo menos, 2/3 (dois terços)
de trabalhadores brasileiros; e

II - a administração ou a gerência caberá sempre a brasileiros.

Art 19. - As sociedades enquadradas no art. 16 deverão instruir seus pedidos


com os seguintes documentos, além dos exigidos pela legislação específica de
mineração:

I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto,


contrato social e respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem
as cláusulas mencionadas no art. 17;

II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotístas (cópia


da Certidão de Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os
casados; cópia da Certidão de Casamento, com respectiva averbação, para os
desquitados ou separados judicialmente ou divorciados e cópia da Certidão de
Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);

III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço


Militar de todos os administradores ou sócios-cotístas; e

IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça


Eleitoral de todos os administradores ou sócios-cotistas.

Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima


deverão, ainda, apresentar relação nominal, contendo a nacionalidade e número de
ações de todos os acionistas.

Art 20 - As pessoas físicas ou empresas individuais deverão instruir seus pedidos


com os seguintes documentos, além dos exigidos pela legislação específica de
mineração:

I - cópia da declaração de firma, em que constem as cláusula mencionadas no


art. 18, quando empresa, individual;

II - cópia da Certidão de Nascimento ou de Casamento, conforme o caso;

III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço


Militar; e

IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça


Eleitoral.

Art 21 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas


empresas de mineração, será o seguinte:

I - para empresas em formação ou para aqueIas que desejarem, pela primeira


vez, executar as atividades na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os
documentos exigidos pela legislação específica de mineração e os mencionados nos

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artigos 19 ou 20, conforme o caso, dirigido ao DNPM que, após emitir parecer,
encaminhará o respectivo processo à SG/CSN, para apreciação e posterior restituição
àquele Departamento; e

II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar as


atividades na Faixa de Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento
social, para posterior registro, referente a alteração do objeto social; mudança do
nome comercial ou endereço da sede; eleição ou substituição de diretores na
administração ou gerência; alteração nas atribuições e competências de
administradores; modificação na participação do capital social; aumento de capital
social nos casos de emissão e/ou subscrição pública ou particular de ações; mudança
na forma das ações; entrada ou retirada de novos acionistas; transformação,
incorporação, fusão e cisão; retirada e/ou admissão de sócios-cotistas; ou reforma
total dos estatutos ou contrato social - requerimento instruído com os documentos
exigidos pela legislação específica de mineração a proposta de alteração estatutária
ou contratual e as cópias dos documentos pessoais mencionados no art. 19 dos novos
administradores ou sócios-cotistas, quando for o caso, dirigido ao DNPM, seguindo-se
o processamento descrito no Item I.

Parágrafo único - Caberá ao DNPM o encaminhamento dos atos constitutivos,


instrumentos sociais e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa
requerente, para posterior registro nas Juntas Comerciais dos Estados e Territórios
Federais.

CAPÍTULO V

DA COLONIZAÇÃO E LOTEAMENTOS RURAIS

Art 22 - Para a execução das atividades de colonização e loteamentos rurais, na


Faixa de Fronteira, serão observadas as prescrições gerais da legislação agrária
específica e o processo terá início no Instituto Nacional de Colonização e Reforme
Agrária (INCRA).

Art 23 - Entende-se por empresa particular de colonização, para os efeitos deste


regulamento, as pessoas físicas ou jurídicas, estas constituídas e domiciliadas no
País, que tiverem por finalidade executar programa de valorização de área ou
distribuição, de terras.

§ 1º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será


permitido executar as atividades previstas neste artigo.

§ 2º - É vedada a delegação de poderes de direção ou gerência a estrangeiro,


ainda que por procuração outorgada pela sociedade ou empresa individual.

Art 24 - O assentimento prévio do CSN para a execução das atividades de


colonização e loteamentos rurais, na Faixa de Fronteira, será necessário:

I - na alienação de terras públicas, para a empresa vencedora de licitação


publicada no Diário Oficial da União; e

II - na alienação de terras particulares, para as empresas que as desejarem


adquirir, quando da apresentação dos respectivos projetos.

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Art 25 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar de
seus estatutos ou contratos sociais as cláusulas mencionadas nos artigos 17 ou 18,
conforme o caso.

Art 26 - As empresas enquadradas no art. 24 deverão instruir seus processos


com os documentos discriminados nos artigos 19 ou 20, conforme o caso.

Art 27 - As empresas de colonização e loteamento rurais que já possuem


autorização para operar na Faixa de Fronteira necessitarão do assentimento prévio do
CSN para efetuarem alterações em seu instrumento social, para posterior registro nos
casos previstos no item II do art. 21.

Art 28 - Após instruídos pelo INCRA, os processos de colonização e loteamentos


rurais, na Faixa de Fronteira, serão encaminhados a SG/CSN para apreciação e
posterior restituição àquela autarquia.

Parágrafo único - Caberá ao INCRA o encaminhamento dos atos constitutivos,


instrumentos sociais e respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa
requerente, para posterior registro nas Juntas Comerciais dos Estados e Territórios
Federais.

CAPÍTULO VI

DAS TRANSAÇÕES COM IMÓVEIS RURAIS, ENVOLVENDO ESTRANGEIROS

Art 29. - Os negócios jurídicos que, direta ou indiretamente, implicarem obtenção


da posse, do domínio ou de qualquer outro direito real sobre imóvel rural situado na
Faixa de Fronteira, dependerão do assentimento prévio do CSN e o processo terá
início no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), quando
adquirente de titularidade daqueles direitos:

I - pessoa física estrangeira residente no Brasil;

II - pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no País; ou

III - pessoa jurídica brasileira da qual participe, a qualquer título, detendo a


maioria de seu capital social, pessoa física estrangeira aqui não residente ou pessoa
jurídica estrangeira sediada no exterior.

Art 30. - As pessoas jurídicas referidas nos itens II e III do artigo anterior somente
poderão obter o assentimento prévio quando o imóvel rural pretendido se destinar a
implantação de projeto agrícola, pecuário, industrial ou de colonização, vinculado aos
seus objetivos estatutários.

Art 31. - As pessoas físicas estrangeiras que desejarem adquirir imóvel rural, na
Faixa de Fronteira, deverão instruir seus pedidos com os seguintes documentos, além
dos exigidos pela legislação agrária específica:

I - cópia da Carteira de Identidade para Estrangeiro;

II - declaração do interessado, de que não está respondendo a inquérito ou ação


penal, nem foi condenado pela justiça de seu País ou do Brasil;

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III - prova de propriedade do imóvel pretendido, incluindo sua cadeia dominial; e

IV - cópia do Certificado de Cadastro do INCRA, referente ao exercício em vigor.

Parágrafo único - No texto do requerimento para a aquisição do imóvel rura, o


interessado deverá declarar sua residência e o endereço para correspondência.

Art 32 - As pessoas jurídicas estrangeiras referidas nos itens II e III do art. 29 que
desejarem adquirir imóvel rural, na Faixa de Fronteira, deverão instruir seus pedidos
com os seguintes documentos, além dos exigidos pela legislação agrária específica:

I - cópia do estatuto ou contrato social da empresa;

II - autorização para a peticionaria funcionar no Brasil, em se tratando de


empresa estrangeira;

III - cópias dos atos de eleição da diretoria e da alteração do nome comercial da


empresa, se for o caso;

IV - relação nominal, contendo a nacionalidade e número de ações dos acionistas


da empresa, quando se tratar de sociedade anônima, em se tratando de empresa
brasileira;

V - prova de propriedade do imóvel pretendido, incluindo sua cadeia dominial; e

VI - cópia do Certificado de Cadastro do INCRA, referente ao exercício em vigor.

Art 33 - Os processos para transação de imóveis rurais com estrangeiros, na


Faixa de Fronteira, serão remetidos pelo INCRA à SG/CSN, com o respectivo parecer,
sendo restituídos àquela autarquia após apreciados.

CAPÍTULO VII

DA PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS EM PESSOA JURÍDICA BRASILEIRA

Art 34 - A participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou


jurídica, em pessoa jurídica brasileira que seja titular de direito real sobre imóvel rural
localizado na Faixa de Fronteira, dependerá do assentimento prévio do CSN.

§ 1º - São direitos reais, assim definidos no Código Civil Brasileiro, além da


propriedade e da posse, a enfiteuse ou aforamento, as servidões, o usufruto, o uso, a
habitação, as rendas expressamente constituídas sobre imóveis, a anticrese e a
hipoteca.

§ 2º - A pessoa jurídica que desrespeitar a exigência deste artigo sujeitar-se-á à


dissolução, na forma da legislação pertinente.

Art 35 - Para a lavratura e o registro de escritura de alienação ou de constituição


de direito real, que tiver por objeto imóvel rural situado na Faixa de Fronteira, em que o
outorgado for pessoa jurídica, será indispensável verificar se dela participa, como
sócio ou acionista, pessoa física ou jurídica estrangeira.

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Parágrafo único - A verificação de que trata este artigo far-se-á da seguinte
maneira:

I - em se tratando de sociedade anônima - à vista da relação nominal dos


acionistas, contendo a nacionalidade, o número de ações com direito a voto e a soma
das participações, a qual deverá coincidir com o capital declarado no estatuto social da
empresa; a relação será firmada pelos diretores da empresa, responsáveis pela
exação da informação, com a declaração de que foi feita de conformidade com os
dados existentes no Livro de Registro de Ações da sociedade; e

II - em se tratando de sociedade de outro tipo - à vista do contrato social e de


suas alterações.

Art 36 - O assentimento prévio para os atos previstos neste capítulo será dado
mediante solicitação do interessado à SG/CSN.

CAPÍTULO VIII

DO AUXÍLIO FINANCEIRO AOS MUNICÍPIOS DA FAIXA DE FRONTEIRA

Art 37 - Para habilitar-se ao auxílio financeiro destinado à execução de obras


públicas, previsto no art. 9º da Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, os municípios total
ou parcialmente localizados na Faixa de Fronteira deverão, até 31 de julho do ano
anterior ao da concessão, encaminhar à SG/CSN dados sucintos sobre a obra que
pretendem realizar e seu orçamento estimado.

Parágrafo único - Em casos especiais, devidamente justificados, poderá ser


concedido auxílio para aquisição de máquinas e equipamentos.

Art 38 - A SG/CSN estudará os pedidos de auxílio e, a partir de 1º de setembro,


informará às Prefeituras Municipais da concessão ou não do auxílio solicitado.

Art 39 - Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais por


intermédio da agência do Banco do Brasil S.A.

Art 40 - A aplicação dos recursos está sujeita a comprovação perante o Tribunal


de Contas da União, por Intermédio da SG/CSN.

§ 1º - O emprego dos recursos limitar-se-á no exercício financeiro em que foram


concedidos, podendo ser aproveitados no exercício imediato, como Restos a Pagar,
desde que devidamente empenhados no exercício do recebimento.

§ 2º - Enquanto as prestações de contas não forem apresentadas, as Prefeituras


Municipais não estarão habilitadas ao recebimento de auxílios posteriores.

Art 41 - A SG/CSN baixará instruções detalhadas, visando a orientar as


Prefeituras Municipais quanto à habilitação e repasse dos auxílios, aplicação dos
recursos e prestação de contas.

CAPÍTULO IX

DA INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DO REGISTRO DO COMÉRCIO

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Art 42 - As Juntas Comerciais dos Estados e dos Territórios Federais exigirão
prova do assentimento prévio de CSN nos seguintes casos:

I - execução dos serviços de radiodifusão, de que trata o Capítulo III:

a) para inscrição dos atos constitutivos, estatutos ou contratos sociais das


empresas que desejarem, pela primeira vez, executar o serviço na Faixa de Fronteira;
e

b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no Item II do


art. 12; e

II - execução das atividades de mineração, de que trata o Capítulo IV e de


colonização e loteamentos rurais, de que trata o Capítulo V:

a).para inscrição dos atos constitutivos, declarações de firma, estatutos ou


contratos sociais das empresas que desejarem, pela primeira vez, executar as
atividades na Faixa de Fronteira; e

b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no item II do


art. 21.

Art 43 - A abertura de filiais, agências, sucursais, postos ou quaisquer outros


estabelecimentos com poder de representação ou mandato da matriz, na Faixa de
Fronteira, relacionados com a prática de atos que necessitam do assentimento prévio,
implicará o cumprimento das prescrições deste regulamento.

Art 44 - Será dispensado ato formal da SG/CSN, nos casos de dissolução,


liquidação ou extinção das empresas que obtiveram o assentimento prévio para
exercerem atividades na Faixa de Fronteira, na forma deste regulamento, cabendo ao
Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC) comunicar tais ocorrências
àquela Secretaria-Geral, para fins de controle.

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art 45 - As entidades da administração indireta, da União, dos Estados e dos


Municípios, aplicam-se, no que couber, as disposições deste regulamento, não lhes
sendo exigível, porém, que adotem para suas ações a forma nominativa.

Art 46 - Os Cartórios de Notas e de Registro de Imóveis exigirão prova do


assentimento prévio do CSN para as transações com imóveis rurais, envolvendo
estrangeiros, de que trata o Capítulo VI e obedecidas as prescrições da legislação que
regula a aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no País ou pessoa jurídica
estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.

Art 47 - Trimestralmente, os Cartórios de Registro de Imóveis remeterão à


Corregedoria da Justiça Estadual a que estiverem subordinados ou à Corregedoria da
Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, à repartição estadual do INCRA e à
SG/CSN, relação das aquisições de imóveis rurais por pessoas físicas ou jurídicas
estrangeiras, situados na Faixa de Fronteira, do qual constarão os seguintes dados:

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I - menção do documento de identidade das partes contratantes ou dos
respectivos atos constitutivos, se pessoas jurídicas;

II - memorial descritivo do imóvel, com área, características, limites e


confrontações; e

III - transcrição da autorização do órgão competente.

Art 48 - A SG/CSN solicitará, das autoridades e órgãos competentes, a


instauração de inquérito destinado a apurar as infrações ao disposto neste
regulamento.

Art 49 - Os atos previstos neste regulamento, se praticados sem o assentimento


prévio do CSN, serão nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis à multa de
até vinte por cento (20%) do valor declarado do negócio irregularmente realizado.

Art 50 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

Brasília, 26 de agosto de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

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LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983.

Define os crimes contra a segurança nacional,


a ordem política e social, estabelece seu
processo e julgamento e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:

I - a integridade territorial e a soberania nacional;

Il - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;

Ill - a pessoa dos chefes dos Poderes da União.

Art. 2º - Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no
Código Penal Militar ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação
desta Lei:

I - a motivação e os objetivos do agente;

II - a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior.

Art. 3º - Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado,


reduzida de um a dois terços, quando não houver expressa previsão e cominação
específica para a figura tentada.

Parágrafo único - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na


execução, ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já
praticados.

Art. 4º - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não


elementares do crime:

I - ser o agente reincidente;

II - ter o agente:

a) praticado o crime com o auxílio, de qualquer espécie, de governo, organização


internacional ou grupos estrangeiros;

b) promovido, organizado ou dirigido a atividade dos demais, no caso do


concurso de agentes.

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Art. 5º - Em tempo de paz, a execução da pena privativa da liberdade, não
superior a dois anos,

pode ser suspensa, por dois a seis anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo o disposto no § 1º


do art. 71 do Código Penal Militar;

II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do


crime, bem como sua

conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.

Parágrafo único - A sentença especificará as condições a que fica subordinada a


suspensão.

Art. 6º - Extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nesta Lei:

I - pela morte do agente;

Il - pela anistia ou indulto;

III - pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição.

Art. 7º - Na aplicação desta Lei, observar-se-á, no que couber, a Parte Geral do


Código Penal Militar e, subsidiariamente, a sua Parte Especial.

Parágrafo único - Os menores de dezoito anos são penalmente inimputáveis,


ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.

TíTULO II

Dos Crimes e das Penas

Art. 8º - Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo


estrangeiro, ou seus agentes, para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o
Brasil.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único - Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de


hostilidade, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 9º - Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à


soberania de outro país.

Pena: reclusão, de 4 a 20 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até
um terço; se resulta morte aumenta-se até a metade.

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Art. 10 - Aliciar indivíduos de outro país para invasão do território nacional.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Ocorrendo a invasão, a pena aumenta-se até o dobro.

Art. 11 - Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país


independente.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

Art. 12 - Importar ou introduzir, no território nacional, por qualquer forma, sem


autorização da autoridade federal competente, armamento ou material militar privativo
das Forças Armadas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, sem autorização legal, fabrica,
vende, transporta,

recebe, oculta, mantém em depósito ou distribui o armamento ou material militar


de que trata este artigo.

Art. 13 - Comunicar, entregar ou permitir a comunicação ou a entrega, a governo


ou grupo

estrangeiro, ou a organização ou grupo de existência ilegal, de dados,


documentos ou cópias de documentos, planos, códigos, cifras ou assuntos que, no
interesse do Estado brasileiro, são classificados como sigilosos.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

I - com o objetivo de realizar os atos previstos neste artigo, mantém serviço de


espionagem ou dele participa;

II - com o mesmo objetivo, realiza atividade aerofotográfica ou de sensoreamento


remoto, em qualquer parte do território nacional;

III - oculta ou presta auxílio a espião, sabendo-o tal, para subtraí-lo à ação da
autoridade pública;

IV - obtém ou revela, para fim de espionagem, desenhos, projetos, fotografias,


notícias ou informações a respeito de técnicas, de tecnologias, de componentes, de
equipamentos, de instalações ou de sistemas de processamento automatizado de
dados, em uso ou em desenvolvimento no País, que, reputados essenciais para a sua
defesa, segurança ou economia, devem permanecer em segredo.

Art. 14 - Facilitar, culposamente, a prática de qualquer dos crimes previstos nos


arts. 12 e 13, e seus parágrafos.

Pena: detenção, de 1 a 5 anos.

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Art. 15 - Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de
comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas,
usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

§ 1º - Se do fato resulta:

a) lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade;

b) dano, destruição ou neutralização de meios de defesa ou de segurança;


paralisação, total ou parcial, de atividade ou serviços públicos reputados essenciais
para a defesa, a segurança ou a economia do País, a pena aumenta-se até o dobro;

c) morte, a pena aumenta-se até o triplo.

§ 2º - Punem-se os atos preparatórios de sabotagem com a pena deste artigo


reduzida de dois terços, se o fato não constitui crime mais grave.

Art. 16 - Integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou


grupamento que tenha por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de
Direito, por meios violentos ou com o emprego de grave ameaça.

Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.

Art. 17 - Tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o


regime vigente ou o Estado de Direito.

Pena: reclusão, de 3 a 15 anos.

Parágrafo único.- Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até
a metade; se resulta morte, aumenta-se até o dobro.

Art. 18 - Tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre


exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados.

Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.

Art. 19 - Apoderar-se ou exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo


de transporte coletivo, com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação ou a
passageiros.

Pena: reclusão, de 2 a 10 anos.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até
o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.

Art. 20 - Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere


privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de
terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à
manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas.

Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.

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Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até
o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.

Art. 21 - Revelar segredo obtido em razão de cargo, emprego ou função pública,


relativamente a planos, ações ou operações militares ou policiais contra rebeldes,
insurretos ou revolucionários.

Pena: reclusão, de 2 a 10 anos.

Art. 22 - Fazer, em público, propaganda:

I - de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;

II - de discriminação racial, de luta pela violência entre as classes sociais, de


perseguição religiosa;

III - de guerra;

IV - de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Pena: detenção, de 1 a 4 anos.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço quando a propaganda for feita em local


de trabalho ou por meio de rádio ou televisão.

§ 2º - Sujeita-se à mesma pena quem distribui ou redistribui:

a) fundos destinados a realizar a propaganda de que trata este artigo;

b) ostensiva ou clandestinamente boletins ou panfletos contendo a mesma


propaganda.

§ 3º - Não constitui propaganda criminosa a exposição, a crítica ou o debate de


quaisquer doutrinas.

Art. 23 - Incitar:

I - à subversão da ordem política ou social;

II - à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais


ou as instituições

civis;

III - à luta com violência entre as classes sociais;

IV - à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.

Art. 24 - Constituir, integrar ou manter organização ilegal de tipo militar, de


qualquer forma ou natureza armada ou não, com ou sem fardamento, com finalidade
combativa.

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Pena: reclusão, de 2 a 8 anos.

Art. 25 - Fazer funcionar, de fato, ainda que sob falso nome ou forma simulada,
partido político ou associação dissolvidos por força de disposição legal ou de decisão
judicial.

Pena: reclusão, de 1 a 5 anos.

Art. 26 - Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o


da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato
definido como crime ou fato ofensivo à reputação.

Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, conhecendo o caráter ilícito da


imputação, a propala ou divulga.

Art. 27 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de qualquer das autoridades


mencionadas no artigo anterior.

Pena: reclusão, de 1 a 3 anos.

§ 1º - Se a lesão é grave, aplica-se a pena de reclusão de 3 a 15 anos.

§ 2º - Se da lesão resulta a morte e as circunstâncias evidenciam que este


resultado pode ser atribuído a título de culpa ao agente, a pena é aumentada até um
terço.

Art. 28 - Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas


no art. 26.

Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

Art. 29 - Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26.

Pena: reclusão, de 15 a 30 anos.

TíTULO III

Da Competência, do Processo e das normas Especiais de Procedimentos

Art. 30 - Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes previstos nesta


Lei, com

observância das normas estabelecidas no Código de Processo Penal Militar, no


que não colidirem com disposição desta Lei, ressalvada a competência originária do
Supremo Tribunal Federal nos casos previstos na Constituição.

Parágrafo único - A ação penal é pública, promovendo-a o Ministério Público.

Art. 31 - Para apuração de fato que configure crime previsto nesta Lei, instaurar-
se-á inquérito policial, pela Polícia Federal:

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I - de ofício;

II - mediante requisição do Ministério Público;

III - mediante requisição de autoridade militar responsável pela segurança


interna;

IV - mediante requisição do Ministro da Justiça.

Parágrafo único - Poderá a União delegar, mediante convênio, a Estado, ao


Distrito Federal ou a Território, atribuições para a realização do inquérito referido neste
artigo.

Art. 32 - Será instaurado inquérito Policial Militar se o agente for militar ou


assemelhado, ou quando o crime:

I - lesar patrimônio sob administração militar;

II - for praticado em lugar diretamente sujeito à administração militar ou contra


militar ou assemelhado em serviço;

III - for praticado nas regiões alcançadas pela decretação do estado de


emergência ou do estado de sítio.

Art. 33 - Durante as investigações, a autoridade de que presidir o inquérito


poderá manter o indiciado preso ou sob custódia, pelo prazo de quinze dias,
comunicando imediatamente o fato ao juízo competente.

§ 1º - Em caso de justificada necessidade, esse prazo poderá ser dilatado por


mais quinze dias, por decisão do juiz, a pedido do encarregado do inquérito, ouvido o
Ministério Público.

§ 2º - A incomunicabilidade do indiciado, no período inicial das investigações,


será permitida pelo prazo improrrogável de, no máximo, cinco dias.

§ 3º - O preso ou custodiado deverá ser recolhido e mantido em lugar diverso do


destinado aos presos por crimes comuns, com estrita observância do disposto nos
arts. 237 a 242 do Código de Processo Penal Militar.

§ 4º - Em qualquer fase do inquérito, a requerimento da defesa, do indiciado, de


seu cônjuge, descendente ou ascendente, será realizado exame na pessoa do
indiciado para verificação de sua integridade física e mental; uma via do laudo,
elaborado por dois peritos médicos e instruída com fotografias, será juntada aos autos
do inquérito.

§ 5º - Esgotado o prazo de quinze dias de prisão ou custódia ou de sua eventual


prorrogação, o indiciado será imediatamente libertado, salvo se decretadas prisão
preventiva, a requerimento do encarregado do inquérito ou do órgão do Ministério
Público.

§ 6º - O tempo de prisão ou custódia será computado no de execução da pena


privativa de liberdade.

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Art. 34 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 35 - Revogam-se a Lei nº 6.620, de 17 de dezembro de 1978, e demais


disposições em contrário.

Brasília, em 14 de dezembro de 1983; 162º da Independência e 95º da


República.

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DECRETO Nº 5.484, DE 30 DE JUNHO DE 2005.

Aprova a Política de Defesa Nacional, e dá


outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso VI, alínea "a", da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica aprovada a Política de Defesa Nacional anexa a este Decreto.

Art. 2o Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão


considerar, em seus planejamentos, ações que concorram para fortalecer a Defesa
Nacional.

Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 30 de junho de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

POLÍTICA DE DEFESA NACIONAL

INTRODUÇÃO

A Política de Defesa Nacional voltada, preponderantemente, para ameaças


externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa
e tem por finalidade estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da
capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as
esferas do Poder Nacional. O Ministério da Defesa coordena as ações necessárias à
Defesa Nacional.

Esta publicação é composta por uma parte política, que contempla os conceitos,
os ambientes internacional e nacional e os objetivos da defesa. Outra parte, de
estratégia, engloba as orientações e diretrizes.

A Política de Defesa Nacional, tema de interesse de todos os segmentos da


sociedade brasileira, tem como premissas os fundamentos, objetivos e princípios
dispostos na Constituição Federal e encontra-se em consonância com as orientações
governamentais e a política externa do País, a qual se fundamenta na busca da
solução pacífica das controvérsias e no fortalecimento da paz e da segurança
internacionais.

Após um longo período sem que o Brasil participe de conflitos que afetem
diretamente o território nacional, a percepção das ameaças está desvanecida para
muitos brasileiros. Porém, é imprudente imaginar que um país com o potencial do
Brasil não tenha disputas ou antagonismos ao buscar alcançar seus legítimos
interesses. Um dos propósitos da Política de Defesa Nacional é conscientizar todos os
segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da Nação é um dever de todos os
brasileiros.

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1. O ESTADO, A SEGURANÇA E A DEFESA

1.1 O Estado tem como pressupostos básicos o território, o povo, leis e governo
próprios e independência nas relações externas. Ele detém o monopólio legítimo dos
meios de coerção para fazer valer a lei e a ordem, estabelecidas democraticamente,
provendo-lhes, também, a segurança.

1.2 Nos primórdios, a segurança era vista somente pelo ângulo da confrontação
entre Estados, ou seja, da necessidade básica de defesa externa. À medida que as
sociedades se desenvolveram, novas exigências foram agregadas, além da ameaça
de ataques externos.

1.3 Gradualmente, o conceito de segurança foi ampliado, abrangendo os campos


político, militar, econômico, social, ambiental e outros. Entretanto, a defesa externa
permanece como papel primordial das Forças Armadas no âmbito interestatal.

As medidas que visam à segurança são de largo espectro, envolvendo, além da


defesa externa: defesa civil; segurança pública; políticas econômicas, de saúde,
educacionais, ambientais e outras áreas, muitas das quais não são tratadas por meio
dos instrumentos político-militares.

Cabe considerar que a segurança pode ser enfocada a partir do indivíduo, da


sociedade e do Estado, do que resultam definições com diferentes perspectivas.

A segurança, em linhas gerais, é a condição em que o Estado, a sociedade ou os


indivíduos não se sentem expostos a riscos ou ameaças, enquanto que defesa é ação
efetiva para se obter ou manter o grau de segurança desejado.

Especialistas convocados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em


Tashkent, no ano de 1990, definiram a segurança como "uma condição pela qual os
Estados consideram que não existe perigo de uma agressão militar, pressões políticas
ou coerção econômica, de maneira que podem dedicar-se livremente a seu próprio
desenvolvimento e progresso".

1.4 Para efeito da Política de Defesa Nacional, são adotados os seguintes


conceitos:

I - Segurança é a condição que permite ao País a preservação da soberania e da


integridade territorial, a realização dos seus interesses nacionais, livre de pressões e
ameaças de qualquer natureza, e a garantia aos cidadãos do exercício dos direitos e
deveres constitucionais;

II - Defesa Nacional é o conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na


expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais
contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas.

2. O AMBIENTE INTERNACIONAL

2.1 O mundo vive desafios mais complexos do que os enfrentados durante o


período passado de confrontação ideológica bipolar. O fim da Guerra Fria reduziu o
grau de previsibilidade das relações internacionais vigentes desde a 2ª Guerra
Mundial.

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Nesse ambiente, é pouco provável um conflito generalizado entre Estados.
Entretanto, renovaram-se no mundo conflitos de caráter étnico e religioso, a
exacerbação de nacionalismos e a fragmentação de Estados, com um vigor que
ameaça a ordem mundial.

Neste século, poderão ser intensificadas disputas por áreas marítimas, pelo
domínio aeroespacial e por fontes de água doce e de energia, cada vez mais
escassas. Tais questões poderão levar a ingerências em assuntos internos,
configurando quadros de conflito.

Com a ocupação dos últimos espaços terrestres, as fronteiras continuarão a ser


motivo de litígios internacionais.

2.2 O fenômeno da globalização, caracterizado pela interdependência crescente


dos países, pela revolução tecnológica e pela expansão do comércio internacional e
dos fluxos de capitais, resultou em avanços para uma parte da humanidade.
Paralelamente, a criação de blocos econômicos tem resultado em arranjos
competitivos. Para os países em desenvolvimento, o desafio é o de uma inserção
positiva no mercado mundial.

Nesse processo, as economias nacionais tornaram-se mais vulneráveis às crises


ocasionadas pela instabilidade econômica e financeira em todo o mundo. A crescente
exclusão de parcela significativa da população mundial dos processos de produção,
consumo e acesso à informação constitui fonte potencial de conflitos.

2.3 A configuração da ordem internacional baseada na unipolaridade no campo


militar associada às assimetrias de poder produz tensões e instabilidades indesejáveis
para a paz.

A prevalência do multilateralismo e o fortalecimento dos princípios consagrados


pelo direito internacional como a soberania, a não-intervenção e a igualdade entre os
Estados, são promotores de um mundo mais estável, voltado para o desenvolvimento
e bem estar da humanidade.

2.4 A questão ambiental permanece como uma das preocupações da


humanidade. Países detentores de grande biodiversidade, enormes reservas de
recursos naturais e imensas áreas para serem incorporadas ao sistema produtivo
podem tornar-se objeto de interesse internacional.

2.5 Os avanços da tecnologia da informação, a utilização de satélites, o


sensoriamento eletrônico e inúmeros outros aperfeiçoamentos tecnológicos trouxeram
maior eficiência aos sistemas administrativos e militares, sobretudo nos países que
dedicam maiores recursos financeiros à Defesa. Em conseqüência, criaram-se
vulnerabilidades que poderão ser exploradas, com o objetivo de inviabilizar o uso dos
nossos sistemas ou facilitar a interferência à distância.

2.6 Atualmente, atores não-estatais, novas ameaças e a contraposição entre o


nacionalismo e o transnacionalismo permeiam as relações internacionais e os arranjos
de segurança dos Estados. Os delitos transnacionais de natureza variada e o
terrorismo internacional são ameaças à paz, à segurança e à ordem democrática,
normalmente, enfrentadas com os instrumentos de inteligência e de segurança dos
Estados.

3. O AMBIENTE REGIONAL E O ENTORNO ESTRATÉGICO

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3.1 O subcontinente da América do Sul é o ambiente regional no qual o Brasil se
insere. Buscando aprofundar seus laços de cooperação, o País visualiza um entorno
estratégico que extrapola a massa do subcontinente e incluiu a projeção pela fronteira
do Atlântico Sul e os países lindeiros da África.

3.2 A América do Sul, distante dos principais focos mundiais de tensão e livre de
armas nucleares, é considerada uma região relativamente pacífica. Além disso,
processos de consolidação democrática e de integração regional tendem a aumentar a
confiabilidade regional e a solução negociada dos conflitos.

3.3 Entre os processos que contribuem para reduzir a possibilidade de conflitos


no entorno estratégico, destacam-se: o fortalecimento do processo de integração, a
partir do Mercosul, da Comunidade Andina de Nações e da Comunidade Sul-
Americana de Nações; o estreito relacionamento entre os países amazônicos, no
âmbito da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica; a intensificação da
cooperação e do comércio com países africanos, facilitada pelos laços étnicos e
culturais; e a consolidação da Zona de Paz e de Cooperação do Atlântico Sul .

A ampliação e a modernização da infra-estrutura da América do Sul podem


concretizar a ligação entre seus centros produtivos e os dois oceanos, facilitando o
desenvolvimento e a integração.

3.4 A segurança de um país é afetada pelo grau de instabilidade da região onde


está inserido. Assim, é desejável que ocorram: o consenso; a harmonia política; e a
convergência de ações entre os países vizinhos, visando lograr a redução da
criminalidade transnacional, na busca de melhores condições para o desenvolvimento
econômico e social que tornarão a região mais coesa e mais forte.

3.5 A existência de zonas de instabilidade e de ilícitos transnacionais pode


provocar o transbordamento de conflitos para outros países da América do Sul. A
persistência desses focos de incertezas impõe que a defesa do Estado seja vista com
prioridade, para preservar os interesses nacionais, a soberania e a independência.

3.6 Como conseqüência de sua situação geopolítica, é importante para o Brasil


que se aprofunde o processo de desenvolvimento integrado e harmônico da América
do Sul, o que se estende, naturalmente, à área de defesa e segurança regionais.

4. O BRASIL

4.1 O perfil brasileiro – ao mesmo tempo continental e marítimo, equatorial,


tropical e subtropical, de longa fronteira terrestre com a quase totalidade dos países
sul-americanos e de extenso litoral e águas jurisdicionais – confere ao País
profundidade geoestratégica e torna complexa a tarefa do planejamento geral de
defesa. Dessa maneira, a diversificada fisiografia nacional conforma cenários
diferenciados que, em termos de defesa, demandam, ao mesmo tempo, política geral
e abordagem específica para cada caso.

4.2 A vertente continental brasileira contempla complexa variedade fisiográfica,


que pode ser sintetizada em cinco macro-regiões.

4.3 O planejamento da defesa inclui todas as regiões e, em particular, as áreas


vitais onde se encontra maior concentração de poder político e econômico.
Complementarmente, prioriza a Amazônia e o Atlântico Sul pela riqueza de recursos e
vulnerabilidade de acesso pelas fronteiras terrestre e marítima.

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4.4 A Amazônia brasileira, com seu grande potencial de riquezas minerais e de
biodiversidade, é foco da atenção internacional. A garantia da presença do Estado e a
vivificação da faixa de fronteira são dificultadas pela baixa densidade demográfica e
pelas longas distâncias, associadas à precariedade do sistema de transportes
terrestre, o que condiciona o uso das hidrovias e do transporte aéreo como principais
alternativas de acesso. Estas características facilitam a prática de ilícitos
transnacionais e crimes conexos, além de possibilitar a presença de grupos com
objetivos contrários aos interesses nacionais.

A vivificação, política indigenista adequada, a exploração sustentável dos


recursos naturais e a proteção ao meio-ambiente são aspectos essenciais para o
desenvolvimento e a integração da região. O adensamento da presença do Estado, e
em particular das Forças Armadas, ao longo das nossas fronteiras, é condição
necessária para conquista dos objetivos de estabilização e desenvolvimento integrado
da Amazônia.

4.5 O mar sempre esteve relacionado com o progresso do Brasil, desde o seu
descobrimento. A natural vocação marítima brasileira é respaldada pelo seu extenso
litoral e pela importância estratégica que representa o Atlântico Sul.

A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar permitiu ao Brasil


estender os limites da sua Plataforma Continental e exercer o direito de jurisdição
sobre os recursos econômicos em uma área de cerca de 4,5 milhões de quilômetros
quadrados, região de vital importância para o País, uma verdadeira "Amazônia Azul".

Nessa imensa área estão as maiores reservas de petróleo e gás, fontes de


energia imprescindíveis para o desenvolvimento do País, além da existência de
potencial pesqueiro.

A globalização aumentou a interdependência econômica dos países e,


conseqüentemente, o fluxo de cargas. No Brasil, o transporte marítimo é responsável
por movimentar a quase totalidade do comércio exterior.

4.6 Às vertentes continental e marítima sobrepõe-se dimensão aeroespacial, de


suma importância para a Defesa Nacional. O controle do espaço aéreo e a sua boa
articulação com os países vizinhos, assim como o desenvolvimento de nossa
capacitação aeroespacial, constituem objetivos setoriais prioritários.

4.7 O Brasil propugna uma ordem internacional baseada na democracia, no


multilateralismo, na cooperação, na proscrição das armas químicas, biológicas e
nucleares e na busca da paz entre as nações. Nessa direção, defende a reformulação
e a democratização das instâncias decisórias dos organismos internacionais, como
forma de reforçar a solução pacífica de controvérsias e sua confiança nos princípios e
normas do Direito Internacional. No entanto, não é prudente conceber um país sem
capacidade de defesa compatível com sua estatura e aspirações políticas.

4.8 A Constituição Federal de 1988 tem como um de seus princípios, nas


relações internacionais, o repúdio ao terrorismo.

O Brasil considera que o terrorismo internacional constitui risco à paz e à


segurança mundiais. Condena enfaticamente suas ações e apóia as resoluções
emanadas pela ONU, reconhecendo a necessidade de que as nações trabalhem em
conjunto no sentido de prevenir e combater as ameaças terroristas.

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4.9 O Brasil atribui prioridade aos países da América do Sul e da África, em
especial aos da África Austral e aos de língua portuguesa, buscando aprofundar seus
laços com esses países.

4.10 A intensificação da cooperação com a Comunidade dos Países de Língua


Portuguesa (CPLP), integrada por oito países distribuídos por quatro continentes e
unidos pelos denominadores comuns da história, da cultura e da língua, constitui outro
fator relevante das nossas relações exteriores.

4.11 O Brasil tem laços de cooperação com países e blocos tradicionalmente


aliados que possibilitam a troca de conhecimento em diversos campos.
Concomitantemente, busca novas parcerias estratégicas com nações desenvolvidas
ou emergentes para ampliar esses intercâmbios.

4.12 O Brasil atua na comunidade internacional respeitando os princípios


constitucionais de autodeterminação, não-intervenção e igualdade entre os Estados.
Nessas condições, sob a égide de organismos multilaterais, participa de operações de
paz, visando a contribuir para a paz e a segurança internacionais.

4.13 A persistência de entraves à paz mundial requer a atualização permanente e


o reaparelhamento progressivo das nossas Forças Armadas, com ênfase no
desenvolvimento da indústria de defesa, visando à redução da dependência
tecnológica e à superação das restrições unilaterais de acesso a tecnologias
sensíveis.

4.14 Em consonância com a busca da paz e da segurança internacionais, o País


é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares e destaca a
necessidade do cumprimento do Artigo VI, que prevê a negociação para a eliminação
total das armas nucleares por parte das potências nucleares, ressalvando o uso da
tecnologia nuclear como bem econômico para fins pacíficos.

4.15 O contínuo desenvolvimento brasileiro traz implicações crescentes para o


campo energético com reflexos em sua segurança. Cabe ao País assegurar matriz
energética diversificada que explore as potencialidades de todos os recursos naturais
disponíveis.

5. OBJETIVOS DA DEFESA NACIONAL

As relações internacionais são pautadas por complexo jogo de atores, interesses


e normas que estimulam ou limitam o poder e o prestígio das Nações. Nesse contexto
de múltiplas influências e de interdependência, os países buscam realizar seus
interesses nacionais, podendo gerar associações ou conflitos de variadas
intensidades.

Dessa forma, torna-se essencial estruturar a Defesa Nacional de modo


compatível com a estatura político-estratégica para preservar a soberania e os
interesses nacionais em compatibilidade com os interesses da nossa região. Assim, da
avaliação dos ambientes descritos, emergem objetivos da Defesa Nacional:

I - a garantia da soberania, do patrimônio nacional e da integridade territorial;

II - a defesa dos interesses nacionais e das pessoas, dos bens e dos recursos
brasileiros no exterior;

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III - a contribuição para a preservação da coesão e unidade nacionais;

IV - a promoção da estabilidade regional;

V - a contribuição para a manutenção da paz e da segurança internacionais; e

VI - a projeção do Brasil no concerto das nações e sua maior inserção em


processos decisórios internacionais.

6. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS

6.1 A atuação do Estado brasileiro em relação à defesa tem como fundamento a


obrigação de contribuir para a elevação do nível de segurança do País, tanto em
tempo de paz, quanto em situação de conflito.

6.2 A vertente preventiva da Defesa Nacional reside na valorização da ação


diplomática como instrumento primeiro de solução de conflitos e em postura
estratégica baseada na existência de capacidade militar com credibilidade, apta a
gerar efeito dissuasório.

Baseia-se, para tanto, nos seguintes pressupostos básicos:

I - fronteiras e limites perfeitamente definidos e reconhecidos internacionalmente;

II - estreito relacionamento com os países vizinhos e com a comunidade


internacional baseado na confiança e no respeito mútuos;

III - rejeição à guerra de conquista;

IV - busca da solução pacífica de controvérsias;

V - valorização dos foros multilaterais;

VI - existência de forças armadas modernas, balanceadas e aprestadas; e

VII - capacidade de mobilização nacional.

6.3 A vertente reativa da defesa, no caso de ocorrer agressão ao País,


empregará todo o poder nacional, com ênfase na expressão militar, exercendo o
direito de legítima defesa previsto na Carta da ONU.

6.4 Em conflito de maior extensão, de forma coerente com sua história e o


cenário vislumbrado, o Brasil poderá participar de arranjo de defesa coletiva
autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU.

6.5 No gerenciamento de crises internacionais de natureza político-estratégica, o


Governo determinará a articulação dos diversos setores envolvidos. O emprego das
Forças Armadas poderá ocorrer de diferentes formas, de acordo com os interesses
nacionais.

6.6 A expressão militar do País fundamenta-se na capacidade das Forças


Armadas e no potencial dos recursos nacionais mobilizáveis.

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6.7 As Forças Armadas devem estar ajustadas à estatura político-estratégica do
País, considerando-se, dentre outros fatores, a dimensão geográfica, a capacidade
econômica e a população existente.

6.8 A ausência de litígios bélicos manifestos, a natureza difusa das atuais


ameaças e o elevado grau de incertezas, produto da velocidade com que as
mudanças ocorrem, exigem ênfase na atividade de inteligência e na capacidade de
pronta resposta das Forças Armadas, às quais estão subjacentes características, tais
como versatilidade, interoperabilidade, sustentabilidade e mobilidade estratégica, por
meio de forças leves e flexíveis, aptas a atuarem de modo combinado e a cumprirem
diferentes tipos de missões.

6.9 O fortalecimento da capacitação do País no campo da defesa é essencial e


deve ser obtido com o envolvimento permanente dos setores governamental, industrial
e acadêmico, voltados à produção científica e tecnológica e para a inovação. O
desenvolvimento da indústria de defesa, incluindo o domínio de tecnologias de uso
dual, é fundamental para alcançar o abastecimento seguro e previsível de materiais e
serviços de defesa.

6.10 A integração regional da indústria de defesa, a exemplo do Mercosul, deve


ser objeto de medidas que propiciem o desenvolvimento mútuo, a ampliação dos
mercados e a obtenção de autonomia estratégica.

6.11 Além dos países e blocos tradicionalmente aliados, o Brasil deverá buscar
outras parcerias estratégicas, visando a ampliar as oportunidades de intercâmbio e a
geração de confiança na área de defesa.

6.12 Em virtude da importância estratégica e da riqueza que abrigam, a


Amazônia brasileira e o Atlântico Sul são áreas prioritárias para a Defesa Nacional.

6.13 Para contrapor-se às ameaças à Amazônia, é imprescindível executar uma


série de ações estratégicas voltadas para o fortalecimento da presença militar, efetiva
ação do Estado no desenvolvimento sócio-econômico e ampliação da cooperação com
os países vizinhos, visando à defesa das riquezas naturais e do meio ambiente.

6.14 No Atlântico Sul, é necessário que o País disponha de meios com


capacidade de exercer a vigilância e a defesa das águas jurisdicionais brasileiras, bem
como manter a segurança das linhas de comunicações marítimas.

6.15 O Brasil precisa dispor de meios e capacidade de exercer a vigilância, o


controle e a defesa do seu espaço aéreo, aí incluídas as áreas continental e marítima,
bem como manter a segurança das linhas de navegação aéreas.

6.16 Com base na Constituição Federal e em prol da Defesa Nacional, as Forças


Armadas poderão ser empregadas contra ameaças internas, visando à preservação
do exercício da soberania do Estado e à indissolubilidade da unidade federativa.

6.17 Para ampliar a projeção do País no concerto mundial e reafirmar seu


compromisso com a defesa da paz e com a cooperação entre os povos, o Brasil
deverá intensificar sua participação em ações humanitárias e em missões de paz sob
a égide de organismos multilaterais.

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6.18 Com base na Constituição Federal e nos atos internacionais ratificados, que
repudiam e condenam o terrorismo, é imprescindível que o País disponha de estrutura
ágil, capaz de prevenir ações terroristas e de conduzir operações de contraterrorismo.

6.19 Para minimizar os danos de possível ataque cibernético, é essencial a busca


permanente do aperfeiçoamento dos dispositivos de segurança e a adoção de
procedimentos que reduzam a vulnerabilidade dos sistemas e permitam seu pronto
restabelecimento.

6.20 O desenvolvimento de mentalidade de defesa no seio da sociedade


brasileira é fundamental para sensibilizá-la acerca da importância das questões que
envolvam ameaças à soberania, aos interesses nacionais e à integridade territorial do
País.

6.21 É prioritário assegurar a previsibilidade na alocação de recursos, em


quantidade suficiente, para permitir o preparo adequado das Forças Armadas.

6.22 O emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem não se insere
no contexto deste documento e ocorre de acordo com legislação específica.

7. DIRETRIZES

7.1 As políticas e ações definidas pelos diversos setores do Estado brasileiro


deverão contribuir para a consecução dos objetivos da Defesa Nacional. Para alcançá-
los, devem-se observar as seguintes diretrizes estratégicas:

I - manter forças estratégicas em condições de emprego imediato, para a solução


de conflitos;

II - dispor de meios militares com capacidade de salvaguardar as pessoas, os


bens e os recursos brasileiros no exterior;

III - aperfeiçoar a capacidade de comando e controle e do sistema de inteligência


dos órgãos envolvidos na Defesa Nacional;

IV - incrementar a interoperabilidade entre as Forças Armadas, ampliando o


emprego combinado;

V - aprimorar a vigilância, o controle e a defesa das fronteiras, das águas


jurisdicionais e do espaço aéreo do Brasil;

VI - aumentar a presença militar nas áreas estratégicas do Atlântico Sul e da


Amazônia brasileira;

VII - garantir recursos suficientes e contínuos que proporcionem condições


efetivas de preparo e emprego das Forças Armadas e demais órgãos envolvidos na
Defesa Nacional, em consonância com a estatura político-estratégica do País;

VIII - aperfeiçoar processos para o gerenciamento de crises de natureza político-


estratégica;

IX - implantar o Sistema Nacional de Mobilização e aprimorar a logística militar;

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X - proteger as linhas de comunicações marítimas de importância vital para o
País;

XI - dispor de estrutura capaz de contribuir para a prevenção de atos terroristas e


de conduzir operações de contraterrorismo;

XII - aperfeiçoar os dispositivos e procedimentos de segurança que reduzam a


vulnerabilidade dos sistemas relacionados à Defesa Nacional contra ataques
cibernéticos e, se for o caso, permitam seu pronto restabelecimento;

XIII - fortalecer a infra-estrutura de valor estratégico para a Defesa Nacional,


prioritariamente a de transporte, energia e comunicações;

XIV - promover a interação das demais políticas governamentais com a Política


de Defesa Nacional;

XV - implementar ações para desenvolver e integrar a região amazônica, com


apoio da sociedade, visando, em especial, ao desenvolvimento e à vivificação da faixa
de fronteira;

XVI - incentivar a conscientização da sociedade para os assuntos de Defesa


Nacional;

XVII - estimular a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a


capacidade de produção de materiais e serviços de interesse para a defesa;

XVIII - intensificar o intercâmbio das Forças Armadas entre si e com as


universidades, instituições de pesquisa e indústrias, nas áreas de interesse de defesa;

XIX - atuar para a manutenção de clima de paz e cooperação nas áreas de


fronteira;

XX - intensificar o intercâmbio com as Forças Armadas das nações amigas,


particularmente com as da América do Sul e as da África, lindeiras ao Atlântico Sul;

XXI - contribuir ativamente para o fortalecimento, a expansão e a consolidação da


integração regional com ênfase no desenvolvimento de base industrial de defesa;

XXII - participar ativamente nos processos de decisão do destino da região


Antártica;

XXIII - dispor de capacidade de projeção de poder, visando à eventual


participação em operações estabelecidas ou autorizadas pelo Conselho de Segurança
da ONU;

XXIV - criar novas parcerias com países que possam contribuir para o
desenvolvimento de tecnologias de interesse da defesa;

XXV - participar de missões de paz e ações humanitárias, de acordo com os


interesses nacionais; e

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XXVI - participar crescentemente dos processos internacionais relevantes de
tomada de decisão, aprimorando e aumentando a capacidade de negociação do
Brasil.

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PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL (FORAM SELECIONADOS SOMENTE OS


DISPOSITIVOS PEDIDOS PELO EDITAL)

SEÇÃO IV- DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de
correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação
possa produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renumerado pela


Lei nº 9.983, de 2000)

§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim


definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será


incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de
função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

CAPÍTULO I- DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o


patrimônio de outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:

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I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio
ou alheio;

II - se o incêndio é:

a) em casa habitada ou destinada a habitação;

b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de


cultura;

c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;

d) em estação ferroviária ou aeródromo;

e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;

h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Explosão

Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem,


mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de
substância de efeitos análogos:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º - As pena aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas


no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas
no nº II do mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos


análogos, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos,
é de detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante

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Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando
de gás tóxico ou asfixiante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás


tóxico, ou asfixiante

Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da


autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material
destinado à sua fabricação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o


patrimônio de outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis
meses a dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação

Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a


perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra
destinada a impedir inundação:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a


integridade física ou o patrimônio de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio,
ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a

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serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar
serviço de tal natureza:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza
grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é
aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena
aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio
culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou
animais de utilidade econômica:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou


multa.

CAPÍTULO II- DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE


COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea,


material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;

II - colocando obstáculo na linha;

III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou


embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º - Se do fato resulta desastre:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.

§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

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§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de
comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de
cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar


qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda


ou destruição de aeronave:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de


obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe
o funcionamento:

Pena - detenção, de um a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de
desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte


público por terra, por água ou pelo ar:

Pena - detenção, de um a seis meses.


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Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de
um terço.

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz,


força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano
ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.
(Incluído pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico

Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico,


impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião


de calamidade pública.

CAPÍTULO III- DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de


Município;

II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal
público de tabelião:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Incorre nas mesmas penas:

I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em


proveito próprio ou alheio.

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer
outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração
Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

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§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento


público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,


aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de
sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a


fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que


deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que
deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as


obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o,
nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de
trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Falsificação de documento particular

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento


particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsidade ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de


um a três anos, e multa, se o documento é particular.

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Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil,
aumenta-se a pena de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra
que o não seja:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a


três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou


circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço
de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão


ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a
obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer
outra vantagem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de


liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção,
salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no
verso do selo ou peça:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do
selo ou peça filatélica.

Uso de documento falso

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Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em


prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão,


de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IV- DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na


fiscalização alfandegária, ou para outros fins

Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder
público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca
ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para
o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou
comprovar o cumprimento de formalidade legal:

Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em
proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento
de crime mais grave.

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou
qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome
que não é o seu:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada
em território nacional: (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor
pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou
a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996)

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor(Redação dada pela Lei nº


9.426, de 1996)

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de


veículo automotor, de seu componente ou equipamento: (Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996))

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)

§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a


pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o


licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
indevidamente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

TÍTULO XI - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I - DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO


CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.

Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

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Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,


recebeu por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983,


de 2000)

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,


alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído


pela Lei nº 9.983, de 2000)

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela
Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da


modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o
administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

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Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a
lei não autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
10.763, de 12.11.2003)

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração


de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137,
de 27.12.1990)

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo


contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela
Lei nº 11.466, de 2007).

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências


legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.


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Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou


qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de
informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)

II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:


(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a


terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em


entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada
ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos
neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799,
de 1980)

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LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE 1980.

Define a situação jurídica do estrangeiro no


Regulamento
Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração.

ESTA LEI FOI REPUBLICADA PELA DETERMINAÇÃO DO ARTIGO 11, DA


LEI Nº 6.964, DE 09.12.1981.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfeitas as condições


desta Lei, entrar e permanecer no Brasil e dele sair, resguardados os interesses
nacionais.

TÍTULO I- Da Aplicação

Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à segurança nacional,


à organização institucional, aos interesses políticos, sócio-econômicos e culturais do
Brasil, bem assim à defesa do trabalhador nacional.

Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação ficarão sempre


condicionadas aos interesses nacionais.

TÍTULO II- Da Admissão, Entrada e Impedimento

CAPÍTULO I- Da Admissão

Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser


concedido visto:

I - de trânsito;

II - de turista;

III - temporário;

IV - permanente;

V - de cortesia;

VI - oficial; e

VII - diplomático.

Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-se a


dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º.

Art. 5º Serão fixados em regulamento os requisitos para a obtenção dos vistos de


entrada previstos nesta Lei.

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Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao estrangeiro o
direito de obter visto de qualquer natureza, ou autorização de permanência no território
nacional.

Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:

I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a


sua autorização expressa;

II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;

III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;

IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de


extradição segundo a lei brasileira; ou

V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da


Saúde.

Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o
país de destino, tenha de entrar em território nacional.

§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias


improrrogáveis e uma só entrada.

§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem contínua, que só


se interrompa para as escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado.

Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil
em caráter recreativo ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade
imigratória, nem intuito de exercício de atividade remunerada.

Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo anterior, ao
turista nacional de país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento.

Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste artigo será, em todos os casos,


estabelecida mediante acordo internacional, que observará o prazo de estada do
turista fixado nesta Lei.

Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião do embarque, no


exterior, a documentação exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade
apurada no momento da entrada, pela saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto
no artigo 125, item VI.

Art 12. O prazo de estada do turista será de até noventa dias.


Parágrafo único. O prazo poderá ser reduzido, em cada caso, a critério do
Ministério da Justiça.

Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, fixado pelo
Ministério das Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e
proporcionará múltiplas entradas no País, com estadas não excedentes a noventa
dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de cento e oitenta dias por
ano. (Redação dada pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)

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Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda vir
ao Brasil:

I - em viagem cultural ou em missão de estudos;

II - em viagem de negócios;

III - na condição de artista ou desportista;

IV - na condição de estudante;

V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria,


sob regime de contrato ou a serviço do Governo brasileiro;

VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência


noticiosa estrangeira.

VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de


vida consagrada e de congregação ou ordem religiosa. (Incluído pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos itens II e III do artigo 13, será
de até noventa dias, e, nos demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o
correspondente à duração da missão, do contrato, ou da prestação de serviços,
comprovada perante a autoridade consular, observado o disposto na legislação
trabalhista.

Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do art. 13, será
de até noventa dias; no caso do inciso VII, de até um ano; e nos demais, salvo o
disposto no parágrafo único deste artigo, o correspondente à duração da missão, do
contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a autoridade consular,
observado o disposto na legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de até 1 (um) ano,
prorrogável, quando for o caso, mediante prova do aproveitamento escolar e da
matrícula.

Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se concederá o


visto se satisfizer às exigências especiais estabelecidas pelo Conselho Nacional de
Imigração e for parte em contrato de trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho,
salvo no caso de comprovada prestação de serviço ao Governo brasileiro.

Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se
fixar definitivamente no Brasil.

Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra


especializada aos vários setores da economia nacional, visando ao aumento da
produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores
específicos.

Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra


especializada aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de

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Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade,
à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores específicos.
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, além dos
requisitos referidos no artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas
normas de seleção de imigrantes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.

Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo
não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em região
determinada do território nacional.

Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de concessão,


prorrogação ou dispensa dos vistos diplomáticos, oficial e de cortesia.

Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão emolumentos consulares,


ressalvados:

I - os regulados por acordos que concedam gratuidade;

II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático;

III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, se concedidos a titulares de


passaporte diplomático ou de serviço.

Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos vistos é de 90


(noventa) dias, contados da data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela
autoridade consular uma só vez, por igual prazo, cobrando-se os emolumentos
devidos.

Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos vistos é de 90


(noventa) dias, contados da data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela
autoridade consular uma só vez, por igual prazo, cobrando-se os emolumentos
devidos, aplicando-se esta exigência somente a cidadãos de países onde seja
verificada a limitação recíproca. (Redação dada pela Lei nº 12.134, de 2009).

Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua ao território


nacional, respeitados os interesses da segurança nacional, poder-se-á permitir a
entrada nos municípios fronteiriços a seu respectivo país, desde que apresente prova
de identidade.

§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer atividade


remunerada ou freqüentar estabelecimento de ensino naqueles municípios, será
fornecido documento especial que o identifique e caracterize a sua condição, e, ainda,
Carteira de Trabalho e Previdência Social, quando for o caso.

§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem o direito de


residência no Brasil, nem autorizam o afastamento dos limites territoriais daqueles
municípios.

CAPÍTULO II- Da Entrada

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Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos locais onde houver
fiscalização dos órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da Justiça e da
Fazenda.

Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer tempo, pela


manutenção e demais despesas do passageiro em viagem contínua ou do tripulante
que não estiver presente por ocasião da saída do meio de transporte, bem como pela
retirada dos mesmos do território nacional.

Art 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de


entrada e inspeção sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e
saída hajam sido visados.

Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de


entrada e inspeção, sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e
saída hajam sido visados pelo órgão competente do Ministério da Justiça. (Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do Ministério
da Justiça, o bilhete de viagem do estrangeiro que tenha entrado no território nacional
na condição de turista ou em trânsito.

CAPÍTULO III- Do Impedimento

Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de
direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado
ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no
território nacional, a critério do Ministério da Justiça.

§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em


virtude desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de
correção monetária.

§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a


todo o grupo familiar.

Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela saída do


clandestino e do impedido.

Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou do


clandestino, o Ministério da Justiça poderá permitir a sua entrada condicional,
mediante termo de responsabilidade firmado pelo representante da empresa
transportadora, que lhe assegure a manutenção, fixados o prazo de estada e o local
em que deva permanecer o impedido, ficando o clandestino custodiado pelo prazo
máximo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período.

TÍTULO III- Da Condição de Asilado

Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado


político ficará sujeito, além dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito
Internacional, a cumprir as disposições da legislação vigente e as que o Governo
brasileiro lhe fixar.

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Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo
brasileiro.

Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia


ao asilo e impedirá o reingresso nessa condição.

TÍTULO IV- Do Registro e suas Alterações

CAPÍTULO I- Do Registro

Art 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (art.


13, itens l, e de IV a VI), ou de asilado, é obrigado a registrar-se no Ministério da
Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo e a
identificar-se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares.

Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário


(incisos I e de IV a VI do art. 13) ou de asilado é obrigado a registrar-se no Ministério
da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à entrada ou à concessão do asilo, e a
identificar-se pelo sistema datiloscópico, observadas as disposições regulamentares.
(Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito de registro, serão


os constantes do documento de viagem.

Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, acreditado junto ao


Governo brasileiro ou cujo prazo previsto de estada no País seja superior a 90
(noventa) dias, deverá providenciar seu registro no Ministério das Relações Exteriores.

Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de serviço, oficial ou


diplomático, que haja entrado no Brasil ao amparo de acordo de dispensa de visto,
deverá, igualmente, proceder ao registro mencionado neste artigo sempre que sua
estada no Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias.

Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento de identidade.

Parágrafo único. A emissão de documento de identidade, salvo nos casos de


asilado ou de titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático, está sujeita ao
pagamento da taxa prevista na Tabela de que trata o artigo 130.

CAPÍTULO II- Da Prorrogação do Prazo de Estada

Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na condição de turista, temporário ou


asilado e aos titulares de visto de cortesia, oficial ou diplomático, poderá ser concedida
a prorrogação do prazo de estada no Brasil.

Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do turista não excederá a 90 (noventa)


dias, podendo ser cancelada a critério do Ministério da Justiça.

Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do titular do visto temporário, de que


trata o item VII, do artigo 13, não excederá a um ano. (Incluído pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

CAPÍTULO III- Da Transformação dos Vistos

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Art 36. O titular do visto de que trata o artigo 13, item V, poderá obter
transformação do mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas as condições previstas
nesta Lei e no seu Regulamento.
Parágrafo único. Na transformação do visto poderá aplicar-se o disposto no artigo
18.

Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e VII, poderá obter
transformação do mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas às condições previstas
nesta Lei e no seu Regulamento. (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

§ 1º. Ao titular do visto temporário previsto no inciso VII do art. 13 só poderá ser
concedida a transformação após o prazo de dois anos de residência no País. (Incluído
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto no artigo 18 desta


Lei. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 38. É vedada a legalização da estada de clandestino e de irregular, e a


transformação em permanente, dos vistos de trânsito, de turista, temporário (artigo 13,
itens I a IV e VI) e de cortesia. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial poderá obter transformação desses
vistos para temporário (artigo 13, itens I a VI) ou para permanente (artigo 16), ouvido o
Ministério das Relações Exteriores, e satisfeitas as exigências previstas nesta Lei e no
seu Regulamento. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A transformação do visto oficial ou diplomático em temporário ou


permanente importará na cessação de todas as prerrogativas, privilégios e imunidades
decorrentes daqueles vistos.

Art. 40. A solicitação da transformação de visto não impede a aplicação do


disposto no artigo 57, se o estrangeiro ultrapassar o prazo legal de estada no território
nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Do despacho que denegar a transformação do visto, caberá


pedido de reconsideração na forma definida em Regulamento.

Art. 41. A transformação de vistos de que tratam os artigos 37 e 39 ficará sem


efeito, se não for efetuado o registro no prazo de noventa dias, contados da
publicação, no Diário Oficial, do deferimento do pedido. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos definidos nos artigos 8°, 9°, 10, 13 e 16,
poderá ter os mesmos transformados para oficial ou diplomático. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

CAPÍTULO IV- Da Alteração de Assentamentos

Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), poderá ser
alterado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - se estiver comprovadamente errado;

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II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; ou

III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou


adaptado à prosódia da língua portuguesa.

§ 1° O pedido de alteração de nome deverá ser instruído com a documentação


prevista em Regulamento e será sempre objeto de investigação sobre o
comportamento do requerente.

§ 2° Os erros materiais no registro serão corrigidos de ofício.

§ 3° A alteração decorrente de desquite ou divórcio obtido em país estrangeiro


dependerá de homologação, no Brasil, da sentença respectiva.

§ 4° Poderá ser averbado no registro o nome abreviado usado pelo estrangeiro


como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional.

Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça autorizar a alteração de assentamentos


constantes do registro de estrangeiro. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

CAPÍTULO V- Da Atualização do Registro

Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe estrangeiro,


remeterá ao Ministério da Justiça os dados de identificação do estrangeiro e os do seu
documento de identidade emitido no Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a providência é obrigatória


em relação ao estrangeiro que figure na condição de administrador, gerente, diretor ou
acionista controlador. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmente, ao Ministério da


Justiça cópia dos registros de casamento e de óbito de estrangeiro. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art 46. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o proprietário, locador,


sublocador ou locatário de imóvel e o síndico de edifício remeterão ao Ministério da
Justiça os dados de identificação do estrangeiro admitido na condição de hóspede,
locatário, sublocatário ou morador

Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o proprietário, locador,


sublocador ou locatário de imóvel e o síndico de edifício remeterão ao Ministério da
Justiça, quando requisitados, os dados de identificação do estrangeiro admitido na
condição de hóspede, locatário, sublocatário ou morador. (Renumerado e alterado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão de estrangeiro a


serviço de entidade pública ou privada, ou a matrícula em estabelecimento de ensino
de qualquer grau, só se efetivará se o mesmo estiver devidamente registrado (art. 30).
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo remeterão ao Ministério


da Justiça, que dará conhecimento ao Ministério do Trabalho, quando for o caso, os

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dados de identificação do estrangeiro admitido ou matriculado e comunicarão, à
medida que ocorrer, o término do contrato de trabalho, sua rescisão ou prorrogação,
bem como a suspensão ou cancelamento da matrícula e a conclusão do curso.

CAPÍTULO VI- Do Cancelamento e do Restabelecimento do Registro

Art. 49. O estrangeiro terá o registro cancelado: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

I - se obtiver naturalização brasileira;

II - se tiver decretada sua expulsão;

III - se requerer a saída do território nacional em caráter definitivo, renunciando,


expressamente, ao direito de retorno previsto no artigo 51;

IV - se permanecer ausente do Brasil por prazo superior ao previsto no artigo 51;

V - se ocorrer a transformação de visto de que trata o artigo 42;

VI - se houver transgressão do artigo 18, artigo 37, § 2º, ou 99 a 101; e

VII - se temporário ou asilado, no término do prazo de sua estada no território


nacional.

§ 1° O registro poderá ser restabelecido, nos casos do item I ou II, se cessada a


causa do cancelamento, e, nos demais casos, se o estrangeiro retornar ao território
nacional com visto de que trata o artigo 13 ou 16, ou obtiver a transformação prevista
no artigo 39.

§ 2° Ocorrendo a hipótese prevista no item III deste artigo, o estrangeiro deverá


proceder à entrega do documento de identidade para estrangeiro e deixar o território
nacional dentro de 30 (trinta) dias.

§ 3° Se da solicitação de que trata o item III deste artigo resultar isenção de ônus
fiscal ou financeiro, o restabelecimento do registro dependerá, sempre, da satisfação
prévia dos referidos encargos.

TÍTULO V- Da Saída e do Retorno

Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que pretender sair do
território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabelecer a exigência de


visto de saída, quando razões de segurança interna aconselharem a medida.

§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a exigência disporá


sobre o prazo de validade do visto e as condições para a sua concessão.

§ 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29.

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Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil,
poderá regressar independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste artigo, far-se-á pela
anotação aposta, pelo órgão competente do Ministério da Justiça, no documento de
viagem do estrangeiro, no momento em que o mesmo deixar o território nacional.

Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se ausentar do Brasil,


poderá regressar independentemente de novo visto, se o fizer dentro do prazo de
validade de sua estada no território nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 53. O estrangeiro titular de visto consular de turista, que se ausentar do


Brasil, poderá regressar independentemente de novo visto, se o fizer dentro do prazo
de estada, no território nacional, fixado no visto. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)) (Suprimido pela Lei nº 9.076, de 10/07/95)

TÍTULO VI- Do Documento de Viagem para Estrangeiro

Art. 54. São documentos de viagem o passaporte para estrangeiro e o laissez-


passer. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são de propriedade da


União, cabendo a seus titulares a posse direta e o uso regular.

Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro: (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - no Brasil:

a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida;

b) a nacional de país que não tenha representação diplomática ou consular no


Brasil, nem representante de outro país encarregado de protegê-lo;

c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil.

II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro que haja perdido a


nacionalidade originária em virtude do casamento.

Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, do item I, deste


artigo, dependerá de prévia consulta ao Ministério das Relações Exteriores.

Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no exterior, ao


estrangeiro portador de documento de viagem emitido por governo não reconhecido
pelo Governo brasileiro, ou não válido para o Brasil. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

Parágrafo único. A concessão, no exterior, de laissez-passer a estrangeiro


registrado no Brasil como permanente, temporário ou asilado, dependerá de audiência
prévia do Ministério da Justiça.

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TÍTULO VII- Da Deportação

Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se
retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será
promovida sua deportação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos artigos


21, § 2º, 24, 37, § 2º, 98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo 105.

§ 2º Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-se-á


independentemente da fixação do prazo de que trata o caput deste artigo.

Art. 58. A deportação consistirá na saída compulsória do estrangeiro.


(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A deportação far-se-á para o país da nacionalidade ou de


procedência do estrangeiro, ou para outro que consinta em recebê-lo.

Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do transportador pelas despesas


com a retirada do estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela responder, serão
as mesmas custeadas pelo Tesouro Nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado de quaisquer penalidades relativas


à entrada ou estada irregular no Brasil ou formalidade cujo cumprimento possa
dificultar a deportação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser


recolhido à prisão por ordem do Ministro da Justiça, pelo prazo de sessenta dias.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo previsto neste
artigo, determinar-se a identidade do deportando ou obter-se documento de viagem
para promover a sua retirada, a prisão poderá ser prorrogada por igual período, findo o
qual será ele posto em liberdade, aplicando-se o disposto no artigo 73.

Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existirem indícios sérios de
periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradição inadmitida pela


lei brasileira. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o


Tesouro Nacional, com correção monetária, das despesas com a sua deportação e
efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época, também corrigida.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

TÍTULO VIII- Da Expulsão

Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar


contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade

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pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e
aos interesses nacionais. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:

a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;

b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no
prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;

c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou

d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.

Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a


conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto.

Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro


poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de


ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de
estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a
ordem política ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim
como da folha de antecedentes penais constantes dos autos. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados


neste artigo, determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.

Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão, por
90 (noventa) dias, do estrangeiro submetido a processo de expulsão e, para concluir o
inquérito ou assegurar a execução da medida, prorrogá-la por igual prazo.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder Judiciário que


suspenda, provisoriamente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de prisão de que
trata a parte final do caput deste artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do
Tribunal a que estiver submetido o feito.

Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo solicitação


fundamentada, determinar a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou
social e a economia popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação
de uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica, ou de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para
estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro do

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qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, caberá pedido de


reconsideração no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação do decreto de
expulsão, no Diário Oficial da União. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo
desta vencido, permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministério
da Justiça, e guardará as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade


com o disposto neste artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo,
poderá determinar a prisão administrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a
90 (noventa) dias.

Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a pedido, as normas


de conduta impostas ao estrangeiro e designar outro lugar para a sua residência.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art 74. Não se procederá à expulsão se implicar em extradição inadmitida pela lei
brasileira.

Art. 75. Não se procederá à expulsão: (Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou (Incluído incisos, alíneas


e §§ pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

II - quando o estrangeiro tiver:

a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de


direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou

b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente.

§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de


filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar.

§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de


direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo.

TÍTULO IX- Da Extradição

Art 75. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se


fundamentar em convenção, tratado ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.

Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se


fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. (Renumerado
e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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Art. 77. Não se concederá a extradição quando: (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se


após o fato que motivar o pedido;

II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;

III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
extraditando;

IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um)


ano;

V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou


absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;

VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do


Estado requerente;

VII - o fato constituir crime político; e

VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal


ou Juízo de exceção.

§ 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir,


principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao
delito político, constituir o fato principal.

§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do


caráter da infração.

§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os


atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de
anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem
propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou
social.

Art. 78. São condições para concessão da extradição: (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem


aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e

II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do


extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado
requerente, salvo o disposto no artigo 82.

Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa,


pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi
cometida. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente:

I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave,
segundo a lei brasileira;

II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a


gravidade dos crimes for idêntica; e

III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os


pedidos forem simultâneos.

§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro.

§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes,


prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este
artigo.

§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes,


prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este
artigo. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente
diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o
pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da
de pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade
competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá
indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso,
identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e
sua prescrição. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos


documentos.

§ 2º Não havendo tratado ou convenção que disponha em contrário, os


documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita
para o idioma português no Estado requerente.

§ 2º Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados


neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português
no Estado requerente. (Redação dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da


Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo
Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do


extraditando desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de
comunicação, por autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado
requerente. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em


sentença condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em
fuga do indiciado.

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§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em
noventa dias, na conformidade do artigo 80.

§ 3º A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no
parágrafo anterior, nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a
extradição haja sido formalmente requerida.

Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do


Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não
cabendo recurso da decisão. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será encaminhado
ao Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal


Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão
albergue.

Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório
do extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver,
correndo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma


dos documentos apresentados ou ilegalidade da extradição.

§ 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento


do Procurador-Geral da República, poderá converter o julgamento em diligência para
suprir a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o
pedido será julgado independentemente da diligência.

§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o


Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.

Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das
Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de
sessenta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no


prazo do artigo anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a
processo de expulsão, se o motivo da extradição o recomendar. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo
fato. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido


condenado, no Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição
será executada somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da
pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

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Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a
efetivação da medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave
comprovada por laudo médico oficial.

Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a


processo ou esteja condenado por contravenção. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o
compromisso: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao


pedido;

II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da


extradição;

III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte,


ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;

IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro


Estado que o reclame; e

V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.

Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado


o direito de terceiro, será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em
seu poder. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser


entregues independentemente da entrega do extraditando.

Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à


ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante
pedido feito diretamente por via diplomática, e de novo entregue sem outras
formalidades. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, pelo Ministro da
Justiça, o trânsito, no território nacional, de pessoas extraditadas por Estados
estrangeiros, bem assim o da respectiva guarda, mediante apresentação de
documentos comprobatórios de concessão da medida. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

TÍTULO X- Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro

Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos


aos brasileiros, nos termos da Constituição e das leis. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade ou seu agente, o
estrangeiro deverá exibir documento comprobatório de sua estada legal no território
nacional. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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Parágrafo único. Para os fins deste artigo e dos artigos 43, 45, 47 e 48, o
documento deverá ser apresentado no original.

Art. 97. O exercício de atividade remunerada e a matrícula em estabelecimento


de ensino são permitidos ao estrangeiro com as restrições estabelecidas nesta Lei e
no seu Regulamento. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de visto de turista,


de trânsito ou temporário de que trata o artigo 13, item IV, bem como aos dependentes
de titulares de quaisquer vistos temporários é vedado o exercício de atividade
remunerada. Ao titular de visto temporário de que trata o artigo 13, item VI, é vedado o
exercício de atividade remunerada por fonte brasileira. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se encontre no Brasil


na condição do artigo 21, § 1°, é vedado estabelecer-se com firma individual, ou
exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor de sociedade comercial
ou civil, bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do exercício de profissão
regulamentada. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que trata o inciso V do


art. 13 é permitida a inscrição temporária em entidade fiscalizadora do exercício de
profissão regulamentada. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob regime de


contrato, só poderá exercer atividade junto à entidade pela qual foi contratado, na
oportunidade da concessão do visto, salvo autorização expressa do Ministério da
Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho. ((Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do artigo 37, § 2º, para
o desempenho de atividade profissional certa, e a fixação em região determinada, não
poderá, dentro do prazo que lhe for fixado na oportunidade da concessão ou da
transformação do visto, mudar de domicílio nem de atividade profissional, ou exercê-la
fora daquela região, salvo em caso excepcional, mediante autorização prévia do
Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho, quando necessário.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça


a mudança do seu domicílio ou residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias
imediatamente seguintes à sua efetivação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da constante do


registro (art. 30), deverá, nos noventa dias seguintes, requerer a averbação da nova
nacionalidade em seus assentamentos. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático só poderá exercer


atividade remunerada em favor do Estado estrangeiro, organização ou agência
internacional de caráter intergovernamental a cujo serviço se encontre no País, ou do
Governo ou de entidade brasileiros, mediante instrumento internacional firmado com
outro Governo que encerre cláusula específica sobre o assunto. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)

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§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer atividade remunerada a
serviço particular de titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático.

§ 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo serviço se encontra o serviçal, fica


responsável pela sua saída do território nacional, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar
da data em que cessar o vínculo empregatício, sob pena de deportação do mesmo.

§ 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos neste artigo não se aplica o


disposto na legislação trabalhista brasileira.

Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição de turista ou em


trânsito é proibido o engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio
de bandeira de seu país, por viagem não redonda, a requerimento do transportador ou
do seu agente, mediante autorização do Ministério da Justiça. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 106. É vedado ao estrangeiro: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos


serviços de navegação fluvial e lacustre;

II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas


de televisão e de radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas
empresas;

III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas


mencionadas no item anterior;

IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e


aproveitamento das jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de
energia hidráulica;

V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto


na legislação específica;

VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro;

VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação


profissional, bem como de entidade fiscalizadora do exercício de profissão
regulamentada;

VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;

IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão,


de radiotelegrafia e similar, salvo reciprocidade de tratamento; e

X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos


estabelecimentos de internação coletiva.

§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios nacionais de


pesca.

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§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da
Igualdade, apenas lhe é defeso:

a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das


empresas mencionadas no item II deste artigo;

b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive de


navegação fluvial e lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo anterior; e

c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.

Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode exercer atividade
de natureza política, nem se imiscuir, direta ou indiretamente, nos negócios públicos
do Brasil, sendo-lhe especialmente vedado: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de caráter


político, ainda que tenham por fim apenas a propaganda ou a difusão, exclusivamente
entre compatriotas, de idéias, programas ou normas de ação de partidos políticos do
país de origem;

II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido de obter,


mediante coação ou constrangimento de qualquer natureza, adesão a idéias,
programas ou normas de ação de partidos ou facções políticas de qualquer país;

III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, ou


deles participar, com os fins a que se referem os itens I e II deste artigo.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica ao português


beneficiário do Estatuto da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o gozo de direitos
políticos.

Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se para fins culturais, religiosos,
recreativos, beneficentes ou de assistência, filiarem-se a clubes sociais e desportivos,
e a quaisquer outras entidades com iguais fins, bem como participarem de reunião
comemorativa de datas nacionais ou acontecimentos de significação patriótica.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. As entidades mencionadas neste artigo, se constituídas de mais


da metade de associados estrangeiros, somente poderão funcionar mediante
autorização do Ministro da Justiça.

Art 108. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de seus
fins, ou que passar, depois de registrada, a exercer atividades proibidas, terá
sumariamente cancelado o seu registro pelo Ministro da Justiça, e seu funcionamento
será suspenso até que seja judicialmente dissolvida.

Art. 109. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de
seus fins ou que, depois de registrada, passar a exercer atividades proibidas ilícitas,
terá sumariamente cassada a autorização a que se refere o parágrafo único do artigo
anterior e o seu funcionamento será suspenso por ato do Ministro da Justiça, até final
julgamento do processo de dissolução, a ser instaurado imediatamente. (Renumerado
e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre que considerar conveniente aos
interesses nacionais, impedir a realização, por estrangeiros, de conferências,
congressos e exibições artísticas ou folclóricas. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

TÍTULO XI- Da Naturalização

CAPÍTULO I- Das Condições

Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II,
alínea b, da Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á
mediante portaria do Ministro da Justiça. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: (Renumerado pela


Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;

II - ser registrado como permanente no Brasil;

III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,
imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;

IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do


naturalizando;

V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e


da família;

VI - bom procedimento;

VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior


por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente
considerada, superior a 1 (um) ano; e

VIII - boa saúde.

§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no


País há mais de dois anos. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de quaisquer


dos requisitos exigidos neste artigo ou nos artigos 112 e 113 desta Lei, será declarado
nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.

§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer


dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado
nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.
(Renumerado e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á


administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação
fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias,
contados da notificação. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido
se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições: (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - ter filho ou cônjuge brasileiro;

II - ser filho de brasileiro;

III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do


Ministro da Justiça;

IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou

V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a
mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de
igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico,
em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à
exploração de atividade industrial ou agrícola.

Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I
a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V.

Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada


no Brasil por trinta dias, quando se tratar: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro


em atividade; ou

II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição


Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos.

Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao


Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade,
filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja
residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o
artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua
portuguesa. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos


a serem especificados em regulamento. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para


estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de
antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil,
quando se tratar de: (Incluído § e incisos pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado


definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois)
anos após atingir a maioridade;

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II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e
haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a
naturalização até 1 (um) ano depois da formatura.

§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à


naturalização, só por exceção e motivadamente será permitida, mediante autorização
do Ministro da Justiça. (Parágrafo único transformado em § 3º pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de


vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor,
requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão
de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade
brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. (Renumerado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado


provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a
intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.

Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao Ministro da Justiça,
será apresentado, no Distrito Federal, Estados e Territórios, ao órgão competente do
Ministério da Justiça, que procederá à sindicância sobre a vida pregressa do
naturalizando e opinará quanto à conveniência da naturalização. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do órgão competente do Ministério


da Justiça, poderá ele determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer
hipótese, o processo deverá ser submetido, com parecer, ao Ministro da Justiça.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça


determinará o arquivamento do pedido, se o naturalizando não satisfizer, conforme o
caso, a qualquer das condições previstas no artigo 112 ou 116, cabendo
reconsideração desse despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o
naturalizando recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de trinta
dias contados da publicação do ato.

Art 118. Publicada no Diário Oficial a Portaria de naturalização, será ela


arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, o qual emitirá certificado
relativo a cada naturalizando, que será entregue na forma fixada em Regulamento.
Parágrafo único. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for
solicitado pelo naturalizando, no prazo de doze meses, contados da data da
publicação do ato, salvo motivo de força maior devidamente comprovado.

Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização, será ela


arquivada no órgão competente do Ministério da Justiça, que emitirá certificado
relativo a cada naturalizando, o qual será solenemente entregue, na forma fixada em
Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha domicílio o interessado.
(Renumerado o art. 118 para art. 119 e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita pelo da Primeira
Vara. (Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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§ 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem domicílio os
interessados, a entrega será feita através do juiz ordinário da comarca e, na sua falta,
pelo da comarca mais próxima. (Incluído alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo
naturalizando no prazo de doze meses contados da data de publicação do ato, salvo
motivo de força maior, devidamente comprovado. (Parágrafo único transformado em
em § 3º pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 120. No curso do processo de naturalização, poderá qualquer do povo


impugná-la, desde que o faça fundamentadamente. (Renumerado pela Lei nº 6.964,
de 09/12/81)

Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao
estrangeiro direito à naturalização. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

CAPÍTULO II- Dos Efeitos da Naturalização

Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do artigo 116, só produzirá efeitos


após a entrega do certificado e confere ao naturalizado o gozo de todos os direitos
civis e políticos, excetuados os que a Constituição Federal atribui exclusivamente ao
brasileiro nato. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo


cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquem no
Brasil sem que satisfaçam às exigências desta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)

Art. 124. A naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o


naturalizando estava anteriormente sujeito em qualquer outro país. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

TÍTULO XII- Das Infrações, Penalidades e seu Procedimento

CAPÍTULO I- Das Infrações e Penalidades

Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui cominadas:


(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - entrar no território nacional sem estar autorizado (clandestino):

Pena: deportação.

II - demorar-se no território nacional após esgotado o prazo legal de estada:

Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até
o máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência, e deportação, caso não saia
no prazo fixado.

III - deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do prazo estabelecido


nesta Lei (artigo 30):

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Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até
o máximo de 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.

IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, 102 e 103:

Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de Referência.

V - deixar a empresa transportadora de atender à manutenção ou promover a


saída do território nacional do clandestino ou do impedido (artigo 27):

Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.

VI - transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a documentação em


ordem:

Pena: multa de dez vezes o maior valor de referência, por estrangeiro, e sua
retirada do território brasileiro.

Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro, além da
responsabilidade pelas despesas com a retirada deste do território nacional. (Redação
dada pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

VII - empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação irregular ou


impedido de exercer atividade remunerada:

Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.

VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º ou 2º e 105:

Pena: deportação.

IX - infringir o disposto no artigo 25:

Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência para o resgatador e


deportação para o estrangeiro.

X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § 2º, ou 99 a 101:

Pena: cancelamento do registro e deportação.

XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:

Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.

XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:

Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro,


expulsão.

XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro,


de alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte
para estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída:

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Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro,
expulsão.

XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48:

Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.

XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:

Pena: deportação e na reincidência, expulsão.

XVI - infringir ou deixar de observar qualquer disposição desta Lei ou de seu


Regulamento para a qual não seja cominada sanção especial:

Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência.

Parágrafo único. As penalidades previstas no item XI, aplicam-se também aos


diretores das entidades referidas no item I do artigo 107.

Art. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos casos de reincidência, poderão
ter os respectivos valores aumentados do dobro ao quíntuplo. (Renumerado pela Lei
nº 6.964, de 09/12/81)

CAPÍTULO II- Do Procedimento para Apuração das Infrações

Art. 127. A infração punida com multa será apurada em processo administrativo,
que terá por base o respectivo auto, conforme se dispuser em Regulamento.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a XIII, observar-se-á o Código de


Processo Penal e, nos casos de deportação e expulsão, o disposto nos Títulos VII e
VIII desta Lei, respectivamente. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

TÍTULO XIII- Disposições Gerais e Transitórias

Art 128. Fica criado o Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do


Trabalho, a quem caberá, além das atribuições constantes desta Lei, orientar,
coordenar e fiscalizar as atividades de imigração.
§ 1º O Conselho Nacional de Imigração será integrado por um representante do
Ministério do Trabalho, que o presidirá, um do Ministério da Justiça, um do Ministério
das Relações Exteriores, um do Ministério da Agricultura e um do Ministério da Saúde,
nomeado pelo Presidente da República, por indicação dos respectivos Ministros de
Estado.
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional manterá um
observador junto ao Conselho Nacional de Imigração.
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a estrutura e o funcionamento do Conselho
Nacional de Imigração.
Art. 129. Fica criado o Conselho Nacional de Imigração, vinculado ao Ministério do
Trabalho, ao qual caberá, além das demais atribuições constantes desta Lei, orientar e
coordenar e fiscalizar as atividades de imigração. (Renumerado e alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
§ 1º O Conselho Nacional de Imigração será integrado por um representante do
Ministério do Trabalho, que o presidirá, um do Ministério da Justiça, um do Ministério

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das Relações Exteriores, um do Ministério da Agricultura, um do Ministério da Saúde,
um do Ministério da Indústria e do Comércio e um do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, todos nomeados pelo Presidente da
República, por indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Alterado pela Lei nº
6.964, de 09/12/81)
§ 2º A Secretaria Geral do Conselho de Segurança Nacional manterá um
observador junto ao Conselho Nacional de Imigração. (Alterado pela Lei nº 6.964, de
09/12/81)
§ 3º O Poder Executivo disporá sobre a estrutura e o funcionamento do Conselho
Nacional de Imigração. (Alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Revogado pela Lei
nº 8.422, de 13/05/92)

Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a firmar acordos internacionais pelos
quais, observado o princípio da reciprocidade de tratamento a brasileiros e respeitados
a conveniência e os interesses nacionais, estabeleçam-se as condições para a
concessão, gratuidade, isenção ou dispensa dos vistos estatuídos nesta Lei.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 131. Fica aprovada a Tabela de Emolumentos Consulares e Taxas que


integra esta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) - (Vide Decreto-Lei nº
2.236, de 23.01.1985)

§ 1º Os valores das taxas incluídas na tabela terão reajustamento anual na


mesma proporção do coeficiente do valor de referências.

§ 2º O Ministro das Relações Exteriores fica autorizado a aprovar, mediante


Portaria, a revisão dos valores dos emolumentos consulares, tendo em conta a taxa de
câmbio do cruzeiro-ouro com as principais moedas de livre convertibilidade.

Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a instituir modelo único de Cédula
de Identidade para estrangeiro, portador de visto temporário ou permanente, a qual
terá validade em todo o território nacional e substituirá as carteiras de identidade em
vigor. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Enquanto não for criada a cédula de que trata este artigo,
continuarão válidas:

I - as Carteiras de Identidade emitidas com base no artigo 135 do Decreto n.


3.010, de 20 de agosto de 1938, bem como as certidões de que trata o § 2º, do artigo
149, do mesmo Decreto; e

II - as emitidas e as que o sejam, com base no Decreto-Lei n. 670, de 3 de julho


de 1969, e nos artigos 57, § 1º, e 60, § 2°, do Decreto n. 66.689, de 11 de junho de
1970.

Art. 133. Fica o Poder Executivo autorizado a firmar, com os Estados de que
sejam nacionais os estrangeiros que estejam em situação ilegal no Brasil, acordos
bilaterais por força dos quais tal situação seja regularizada, desde que: ((Renumerado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) (Revogado pela Lei nº 7.180, de 20.12.1983)
I - a regularização se ajuste às condições enumeradas no artigo 18; e
II - os estrangeiros beneficiados:
a) hajam entrado no Brasil antes de 31 de dezembro de 1978;
a) hajam entrado no Brasil antes de 20 de agosto de 1980; (Redação dada pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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b) satisfaçam às condições enumeradas no artigo 7º; e
c) requeiram a regularização de sua situação no prazo improrrogável de 90
(noventa) dias a contar da entrada em vigor do acordo.
Parágrafo único. Nos acordos a que se refere este artigo deverá constar
necessariamente contrapartida pela qual o Estado de que sejam nacionais os
estrangeiros beneficiados se comprometa a:
I - controlar estritamente a emigração para o Brasil;
II - arcar, em condições a serem ajustadas, com os custos de transporte oriundos
da deportação de seus nacionais;
III - prestar cooperação financeira e técnica ao assentamento, na forma do artigo
18, dos seus nacionais que, em virtude do acordo, tenham regularizado sua
permanência no Brasil.

Art. 134. Poderá ser regularizada, provisoriamente, a situação dos estrangeiros


de que trata o artigo anterior. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído no Ministério da Justiça o registro
provisório de estrangeiro.

§ 2º. O registro de que trata o parágrafo anterior implicará na expedição de


cédula de identidade, que permitirá ao estrangeiro em situação ilegal o exercício de
atividade remunerada e a livre locomoção no território nacional.

§ 3º. O pedido de registro provisório deverá ser feito no prazo de 120 (cento e
vinte) dias, a contar da data de publicação desta Lei.

§ 4º. A petição, em formulário próprio, será dirigida ao órgão do Departamento de


Polícia mais próximo do domicílio do interessado e instruída com um dos seguintes
documentos:

I - cópia autêntica do passaporte ou documento equivalente;

II - certidão fornecida pela representação diplomática ou consular do país de que


seja nacional o estrangeiro, atestando a sua nacionalidade;

III - certidão do registro de nascimento ou casamento;

IV - qualquer outro documento idôneo que permita à Administração conferir os


dados de qualificação do estrangeiro.

§ 5º. O registro provisório e a cédula de identidade, de que trata este artigo, terão
prazo de validade de dois anos improrrogáveis, ressalvado o disposto no parágrafo
seguinte.

§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo previsto no § 5º. os acordos bilaterais,


referidos no artigo anterior, os nacionais dos países respectivos deverão requerer a
regularização de sua situação, no prazo previsto na alínea c, do item II do art. 133.

§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo especial da cédula de identidade de


que trata este artigo.

Art. 135. O estrangeiro que se encontre residindo no Brasil na condição prevista


no artigo 26 do Decreto-Lei n. 941, de 13 de outubro de 1969, deverá, para continuar a

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residir no território nacional, requerer permanência ao órgão competente do Ministério
da Justiça dentro do prazo de 90 (noventa) dias improrrogáveis, a contar da data da
entrada em vigor desta Lei. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. Independerá da satisfação das exigências de caráter especial


referidas no artigo 17 desta Lei a autorização a que alude este artigo.

Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no Brasil até 20 de agosto de 1938,


data da entrada em vigor do Decreto n. 3.010, desde que tenha mantido residência
contínua no território nacional, a partir daquela data, e prove a qualificação, inclusive a
nacionalidade, poderá requerer permanência ao órgão competente do Ministério da
Justiça, observado o disposto no parágrafo único do artigo anterior. (Renumerado pela
Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art 135. Aplica-se o disposto nesta Lei aos requerimentos de naturalização em


curso no Ministério da Justiça.
Parágrafo único. Os certificados de naturalização emitidos até a data da
publicação desta Lei serão entregues na forma prevista no Decreto-Lei nº 941, de 13
de outubro de 1969, e no seu Regulamento, no Decreto nº 66.689, de 11 de julho de
1970, com as alterações introduzidas pela Lei nº 6.282, de 18 de novembro de 1975.

Art. 137. Aos processos em curso no Ministério da Justiça, na data de publicação


desta Lei, aplicar-se-á o disposto no Decreto-lei nº. 941, de 13 de outubro de 1969, e
no seu Regulamento, Decreto nº 66.689, de 11 de junho de 1970. (Renumerado o art.
135 para art. 137e alterado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos processos de


naturalização, sobre os quais incidirão, desde logo, as normas desta Lei. (Alterado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às pessoas de nacionalidade portuguesa,


sob reserva de disposições especiais expressas na Constituição Federal ou nos
tratados em vigor. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado a delegar a competência, que esta
lei lhe atribui, para determinar a prisão do estrangeiro, em caso de deportação,
expulsão e extradição. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. (Desmembrado
pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Art. 141. Revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto-Lei nº


406, de 4 de maio de 1938; artigo 69 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de
1941; Decreto-Lei nº 5.101, de 17 de dezembro de 1942; Decreto-Lei nº 7.967, de 18
de setembro de 1945; Lei nº 5.333, de 11 de outubro de 1967; Decreto-Lei nº 417, de
10 de janeiro de 1969; Decreto-Lei nº 941, de 13 de outubro de 1969; artigo 2° da Lei
nº 5.709, de 7 de outubro de 1971, e Lei nº 6.262, de 18 de novembro de 1975.
(Desmembrado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

Brasília, 19 de agosto de 1980; 159º da Independência e 92º da República.

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MEDIDA PROVISÓRIA No 2.186-16, DE 23 DE AGOSTO DE 2001.

Regulamenta o inciso II do § 1o e o § 4o do art.


225 da Constituição, os arts. 1o, 8o, alínea "j",
10, alínea "c", 15 e 16, alíneas 3 e 4 da
Convenção sobre Diversidade Biológica,
dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético,
a proteção e o acesso ao conhecimento
tradicional associado, a repartição de
benefícios e o acesso à tecnologia e
transferência de tecnologia para sua
conservação e utilização, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62


da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Esta Medida Provisória dispõe sobre os bens, os direitos e as obrigações


relativos:

I - ao acesso a componente do patrimônio genético existente no território


nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva para fins de
pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção;

II - ao acesso ao conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético,


relevante à conservação da diversidade biológica, à integridade do patrimônio genético
do País e à utilização de seus componentes;

III - à repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da exploração de


componente do patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado; e

IV - ao acesso à tecnologia e transferência de tecnologia para a conservação e a


utilização da diversidade biológica.

§ 1o O acesso a componente do patrimônio genético para fins de pesquisa


científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção far-se-á na forma desta
Medida Provisória, sem prejuízo dos direitos de propriedade material ou imaterial que
incidam sobre o componente do patrimônio genético acessado ou sobre o local de sua
ocorrência.

§ 2o O acesso a componente do patrimônio genético existente na plataforma


continental observará o disposto na Lei no 8.617, de 4 de janeiro de 1993.

Art. 2o O acesso ao patrimônio genético existente no País somente será feito


mediante autorização da União e terá o seu uso, comercialização e aproveitamento
para quaisquer fins submetidos à fiscalização, restrições e repartição de benefícios

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nos termos e nas condições estabelecidos nesta Medida Provisória e no seu
regulamento.

Art. 3o Esta Medida Provisória não se aplica ao patrimônio genético humano.

Art. 4o É preservado o intercâmbio e a difusão de componente do patrimônio


genético e do conhecimento tradicional associado praticado entre si por comunidades
indígenas e comunidades locais para seu próprio benefício e baseados em prática
costumeira.

Art. 5o É vedado o acesso ao patrimônio genético para práticas nocivas ao meio


ambiente e à saúde humana e para o desenvolvimento de armas biológicas e
químicas.

Art. 6o A qualquer tempo, existindo evidência científica consistente de perigo de


dano grave e irreversível à diversidade biológica, decorrente de atividades praticadas
na forma desta Medida Provisória, o Poder Público, por intermédio do Conselho de
Gestão do Patrimônio Genético, previsto no art. 10, com base em critérios e parecer
técnico, determinará medidas destinadas a impedir o dano, podendo, inclusive, sustar
a atividade, respeitada a competência do órgão responsável pela biossegurança de
organismos geneticamente modificados.

CAPÍTULO II

DAS DEFINIÇÕES

Art. 7o Além dos conceitos e das definições constantes da Convenção sobre


Diversidade Biológica, considera-se para os fins desta Medida Provisória:

I - patrimônio genético: informação de origem genética, contida em amostras do


todo ou de parte de espécime vegetal, fúngico, microbiano ou animal, na forma de
moléculas e substâncias provenientes do metabolismo destes seres vivos e de
extratos obtidos destes organismos vivos ou mortos, encontrados em condições in
situ, inclusive domesticados, ou mantidos em coleções ex situ, desde que coletados
em condições in situ no território nacional, na plataforma continental ou na zona
econômica exclusiva;

II - conhecimento tradicional associado: informação ou prática individual ou


coletiva de comunidade indígena ou de comunidade local, com valor real ou potencial,
associada ao patrimônio genético;

III - comunidade local: grupo humano, incluindo remanescentes de comunidades


de quilombos, distinto por suas condições culturais, que se organiza, tradicionalmente,
por gerações sucessivas e costumes próprios, e que conserva suas instituições sociais
e econômicas;

IV - acesso ao patrimônio genético: obtenção de amostra de componente do


patrimônio genético para fins de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou
bioprospecção, visando a sua aplicação industrial ou de outra natureza;

V - acesso ao conhecimento tradicional associado: obtenção de informação sobre


conhecimento ou prática individual ou coletiva, associada ao patrimônio genético, de
comunidade indígena ou de comunidade local, para fins de pesquisa científica,

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desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando sua aplicação industrial ou de
outra natureza;

VI - acesso à tecnologia e transferência de tecnologia: ação que tenha por


objetivo o acesso, o desenvolvimento e a transferência de tecnologia para a
conservação e a utilização da diversidade biológica ou tecnologia desenvolvida a partir
de amostra de componente do patrimônio genético ou do conhecimento tradicional
associado;

VII - bioprospecção: atividade exploratória que visa identificar componente do


patrimônio genético e informação sobre conhecimento tradicional associado, com
potencial de uso comercial;

VIII - espécie ameaçada de extinção: espécie com alto risco de desaparecimento


na natureza em futuro próximo, assim reconhecida pela autoridade competente;

IX - espécie domesticada: aquela em cujo processo de evolução influiu o ser


humano para atender às suas necessidades;

X - Autorização de Acesso e de Remessa: documento que permite, sob


condições específicas, o acesso a amostra de componente do patrimônio genético e
sua remessa à instituição destinatária e o acesso a conhecimento tradicional
associado;

XI - Autorização Especial de Acesso e de Remessa: documento que permite, sob


condições específicas, o acesso a amostra de componente do patrimônio genético e
sua remessa à instituição destinatária e o acesso a conhecimento tradicional
associado, com prazo de duração de até dois anos, renovável por iguais períodos;

XII - Termo de Transferência de Material: instrumento de adesão a ser firmado


pela instituição destinatária antes da remessa de qualquer amostra de componente do
patrimônio genético, indicando, quando for o caso, se houve acesso a conhecimento
tradicional associado;

XIII - Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de


Benefícios: instrumento jurídico multilateral, que qualifica as partes, o objeto e as
condições de acesso e de remessa de componente do patrimônio genético e de
conhecimento tradicional associado, bem como as condições para repartição de
benefícios;

XIV - condição ex situ: manutenção de amostra de componente do patrimônio


genético fora de seu habitat natural, em coleções vivas ou mortas.

CAPÍTULO III

DA PROTEÇÃO AO CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO

Art. 8o Fica protegido por esta Medida Provisória o conhecimento tradicional das
comunidades indígenas e das comunidades locais, associado ao patrimônio genético,
contra a utilização e exploração ilícita e outras ações lesivas ou não autorizadas pelo
Conselho de Gestão de que trata o art. 10, ou por instituição credenciada.

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§ 1o O Estado reconhece o direito das comunidades indígenas e das
comunidades locais para decidir sobre o uso de seus conhecimentos tradicionais
associados ao patrimônio genético do País, nos termos desta Medida Provisória e do
seu regulamento.

§ 2o O conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético de que trata


esta Medida Provisória integra o patrimônio cultural brasileiro e poderá ser objeto de
cadastro, conforme dispuser o Conselho de Gestão ou legislação específica.

§ 3o A proteção outorgada por esta Medida Provisória não poderá ser


interpretada de modo a obstar a preservação, a utilização e o desenvolvimento de
conhecimento tradicional de comunidade indígena ou comunidade local.

§ 4o A proteção ora instituída não afetará, prejudicará ou limitará direitos relativos


à propriedade intelectual.

Art. 9o À comunidade indígena e à comunidade local que criam, desenvolvem,


detêm ou conservam conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético, é
garantido o direito de:

I - ter indicada a origem do acesso ao conhecimento tradicional em todas as


publicações, utilizações, explorações e divulgações;

II - impedir terceiros não autorizados de:

a) utilizar, realizar testes, pesquisas ou exploração, relacionados ao


conhecimento tradicional associado;

b) divulgar, transmitir ou retransmitir dados ou informações que integram ou


constituem conhecimento tradicional associado;

III - perceber benefícios pela exploração econômica por terceiros, direta ou


indiretamente, de conhecimento tradicional associado, cujos direitos são de sua
titularidade, nos termos desta Medida Provisória.

Parágrafo único. Para efeito desta Medida Provisória, qualquer conhecimento


tradicional associado ao patrimônio genético poderá ser de titularidade da
comunidade, ainda que apenas um indivíduo, membro dessa comunidade, detenha
esse conhecimento.

CAPÍTULO IV

DAS COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES INSTITUCIONAIS

Art. 10. Fica criado, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, o Conselho de


Gestão do Patrimônio Genético, de caráter deliberativo e normativo, composto de
representantes de órgãos e de entidades da Administração Pública Federal que detêm
competência sobre as diversas ações de que trata esta Medida Provisória.

§ 1o O Conselho de Gestão será presidido pelo representante do Ministério do


Meio Ambiente.

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§ 2o O Conselho de Gestão terá sua composição e seu funcionamento dispostos
no regulamento.

Art. 11. Compete ao Conselho de Gestão:

I - coordenar a implementação de políticas para a gestão do patrimônio genético;

II - estabelecer:

a) normas técnicas;

b) critérios para as autorizações de acesso e de remessa;

c) diretrizes para elaboração do Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e


de Repartição de Benefícios;

d) critérios para a criação de base de dados para o registro de informação sobre


conhecimento tradicional associado;

III - acompanhar, em articulação com órgãos federais, ou mediante convênio com


outras instituições, as atividades de acesso e de remessa de amostra de componente
do patrimônio genético e de acesso a conhecimento tradicional associado;

IV - deliberar sobre:

a) autorização de acesso e de remessa de amostra de componente do patrimônio


genético, mediante anuência prévia de seu titular;

b) autorização de acesso a conhecimento tradicional associado, mediante


anuência prévia de seu titular;

c) autorização especial de acesso e de remessa de amostra de componente do


patrimônio genético à instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividade de
pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e à universidade nacional,
pública ou privada, com prazo de duração de até dois anos, renovável por iguais
períodos, nos termos do regulamento;

d) autorização especial de acesso a conhecimento tradicional associado à


instituição nacional, pública ou privada, que exerça atividade de pesquisa e
desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e à universidade nacional, pública ou
privada, com prazo de duração de até dois anos, renovável por iguais períodos, nos
termos do regulamento;

e) credenciamento de instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento


ou de instituição pública federal de gestão para autorizar outra instituição nacional,
pública ou privada, que exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas
biológicas e afins:

1. a acessar amostra de componente do patrimônio genético e de conhecimento


tradicional associado;

2. a remeter amostra de componente do patrimônio genético para instituição


nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior;

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f) credenciamento de instituição pública nacional para ser fiel depositária de
amostra de componente do patrimônio genético;

V - dar anuência aos Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e de


Repartição de Benefícios quanto ao atendimento dos requisitos previstos nesta
Medida Provisória e no seu regulamento;

VI - promover debates e consultas públicas sobre os temas de que trata esta


Medida Provisória;

VII - funcionar como instância superior de recurso em relação a decisão de


instituição credenciada e dos atos decorrentes da aplicação desta Medida Provisória;

VIII - aprovar seu regimento interno.

§ 1o Das decisões do Conselho de Gestão caberá recurso ao plenário, na forma


do regulamento.

§ 2o O Conselho de Gestão poderá organizar-se em câmaras temáticas, para


subsidiar decisões do plenário.

Art. 12. A atividade de coleta de componente do patrimônio genético e de acesso


a conhecimento tradicional associado, que contribua para o avanço do conhecimento e
que não esteja associada à bioprospecção, quando envolver a participação de pessoa
jurídica estrangeira, será autorizada pelo órgão responsável pela política nacional de
pesquisa científica e tecnológica, observadas as determinações desta Medida
Provisória e a legislação vigente.

Parágrafo único. A autorização prevista no caput deste artigo observará as


normas técnicas definidas pelo Conselho de Gestão, o qual exercerá supervisão
dessas atividades.

Art. 13. Compete ao Presidente do Conselho de Gestão firmar, em nome da


União, Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios.

§ 1o Mantida a competência de que trata o caput deste artigo, o Presidente do


Conselho de Gestão subdelegará ao titular de instituição pública federal de pesquisa e
desenvolvimento ou instituição pública federal de gestão a competência prevista no
caput deste artigo, conforme sua respectiva área de atuação.

§ 2o Quando a instituição prevista no parágrafo anterior for parte interessada no


contrato, este será firmado pelo Presidente do Conselho de Gestão.

Art. 14. Caberá à instituição credenciada de que tratam os números 1 e 2 da


alínea "e" do inciso IV do art. 11 desta Medida Provisória uma ou mais das seguintes
atribuições, observadas as diretrizes do Conselho de Gestão:

I - analisar requerimento e emitir, a terceiros, autorização:

a) de acesso a amostra de componente do patrimônio genético existente em


condições in situ no território nacional, na plataforma continental e na zona econômica
exclusiva, mediante anuência prévia de seus titulares;

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b) de acesso a conhecimento tradicional associado, mediante anuência prévia
dos titulares da área;

c) de remessa de amostra de componente do patrimônio genético para instituição


nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior;

II - acompanhar, em articulação com órgãos federais, ou mediante convênio com


outras instituições, as atividades de acesso e de remessa de amostra de componente
do patrimônio genético e de acesso a conhecimento tradicional associado;

III - criar e manter:

a) cadastro de coleções ex situ, conforme previsto no art. 18 desta Medida


Provisória;

b) base de dados para registro de informações obtidas durante a coleta de


amostra de componente do patrimônio genético;

c) base de dados relativos às Autorizações de Acesso e de Remessa, aos


Termos de Transferência de Material e aos Contratos de Utilização do Patrimônio
Genético e de Repartição de Benefícios, na forma do regulamento;

IV - divulgar, periodicamente, lista das Autorizações de Acesso e de Remessa,


dos Termos de Transferência de Material e dos Contratos de Utilização do Patrimônio
Genético e de Repartição de Benefícios;

V - acompanhar a implementação dos Termos de Transferência de Material e dos


Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios
referente aos processos por ela autorizados.

§ 1o A instituição credenciada deverá, anualmente, mediante relatório, dar


conhecimento pleno ao Conselho de Gestão sobre a atividade realizada e repassar
cópia das bases de dados à unidade executora prevista no art. 15.

§ 2o A instituição credenciada, na forma do art. 11, deverá observar o


cumprimento das disposições desta Medida Provisória, do seu regulamento e das
decisões do Conselho de Gestão, sob pena de seu descredenciamento, ficando,
ainda, sujeita à aplicação, no que couber, das penalidades previstas no art. 30 e na
legislação vigente.

Art. 15. Fica autorizada a criação, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente, de


unidade executora que exercerá a função de secretaria executiva do Conselho de
Gestão, de que trata o art. 10 desta Medida Provisória, com as seguintes atribuições,
dentre outras:

I - implementar as deliberações do Conselho de Gestão;

II - dar suporte às instituições credenciadas;

III - emitir, de acordo com deliberação do Conselho de Gestão e em seu nome:

a) Autorização de Acesso e de Remessa;

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b) Autorização Especial de Acesso e de Remessa;

IV - acompanhar, em articulação com os demais órgãos federais, as atividades de


acesso e de remessa de amostra de componente do patrimônio genético e de acesso
a conhecimento tradicional associado;

V - credenciar, de acordo com deliberação do Conselho de Gestão e em seu


nome, instituição pública nacional de pesquisa e desenvolvimento ou instituição
pública federal de gestão para autorizar instituição nacional, pública ou privada:

a) a acessar amostra de componente do patrimônio genético e de conhecimento


tradicional associado;

b) a enviar amostra de componente do patrimônio genético para instituição


nacional, pública ou privada, ou para instituição sediada no exterior, respeitadas as
exigências do art. 19 desta Medida Provisória;

VI - credenciar, de acordo com deliberação do Conselho de Gestão e em seu


nome, instituição pública nacional para ser fiel depositária de amostra de componente
do patrimônio genético;

VII - registrar os Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição


de Benefícios, após anuência do Conselho de Gestão;

VIII - divulgar lista de espécies de intercâmbio facilitado constantes de acordos


internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o País seja signatário,
de acordo com o § 2o do art. 19 desta Medida Provisória;

IX - criar e manter:

a) cadastro de coleções ex situ, conforme previsto no art. 18;

b) base de dados para registro de informações obtidas durante a coleta de


amostra de componente do patrimônio genético;

c) base de dados relativos às Autorizações de Acesso e de Remessa, aos


Termos de Transferência de Material e aos Contratos de Utilização do Patrimônio
Genético e de Repartição de Benefícios;

X - divulgar, periodicamente, lista das Autorizações de Acesso e de Remessa,


dos Termos de Transferência de Material e dos Contratos de Utilização do Patrimônio
Genético e de Repartição de Benefícios.

CAPÍTULO V

DO ACESSO E DA REMESSA

Art. 16. O acesso a componente do patrimônio genético existente em condições


in situ no território nacional, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva,
e ao conhecimento tradicional associado far-se-á mediante a coleta de amostra e de
informação, respectivamente, e somente será autorizado a instituição nacional, pública
ou privada, que exerça atividades de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas
e afins, mediante prévia autorização, na forma desta Medida Provisória.

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§ 1o O responsável pela expedição de coleta deverá, ao término de suas
atividades em cada área acessada, assinar com o seu titular ou representante
declaração contendo listagem do material acessado, na forma do regulamento.

§ 2o Excepcionalmente, nos casos em que o titular da área ou seu representante


não for identificado ou localizado por ocasião da expedição de coleta, a declaração
contendo listagem do material acessado deverá ser assinada pelo responsável pela
expedição e encaminhada ao Conselho de Gestão.

§ 3o Sub-amostra representativa de cada população componente do patrimônio


genético acessada deve ser depositada em condição ex situ em instituição
credenciada como fiel depositária, de que trata a alínea "f" do inciso IV do art. 11 desta
Medida Provisória, na forma do regulamento.

§ 4o Quando houver perspectiva de uso comercial, o acesso a amostra de


componente do patrimônio genético, em condições in situ, e ao conhecimento
tradicional associado só poderá ocorrer após assinatura de Contrato de Utilização do
Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios.

§ 5o Caso seja identificado potencial de uso econômico, de produto ou processo,


passível ou não de proteção intelectual, originado de amostra de componente do
patrimônio genético e de informação oriunda de conhecimento tradicional associado,
acessado com base em autorização que não estabeleceu esta hipótese, a instituição
beneficiária obriga-se a comunicar ao Conselho de Gestão ou a instituição onde se
originou o processo de acesso e de remessa, para a formalização de Contrato de
Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios.

§ 6o A participação de pessoa jurídica estrangeira em expedição para coleta de


amostra de componente do patrimônio genético in situ e para acesso de
conhecimento tradicional associado somente será autorizada quando em conjunto com
instituição pública nacional, ficando a coordenação das atividades obrigatoriamente a
cargo desta última e desde que todas as instituições envolvidas exerçam atividades de
pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins.

§ 7o A pesquisa sobre componentes do patrimônio genético deve ser realizada


preferencialmente no território nacional.

§ 8o A Autorização de Acesso e de Remessa de amostra de componente do


patrimônio genético de espécie de endemismo estrito ou ameaçada de extinção
dependerá da anuência prévia do órgão competente.

§ 9o A Autorização de Acesso e de Remessa dar-se-á após a anuência prévia:

I - da comunidade indígena envolvida, ouvido o órgão indigenista oficial, quando o


acesso ocorrer em terra indígena;

II - do órgão competente, quando o acesso ocorrer em área protegida;

III - do titular de área privada, quando o acesso nela ocorrer;

IV - do Conselho de Defesa Nacional, quando o acesso se der em área


indispensável à segurança nacional;

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V - da autoridade marítima, quando o acesso se der em águas jurisdicionais
brasileiras, na plataforma continental e na zona econômica exclusiva.

§ 10. O detentor de Autorização de Acesso e de Remessa de que tratam os


incisos I a V do § 9o deste artigo fica responsável a ressarcir o titular da área por
eventuais danos ou prejuízos, desde que devidamente comprovados.

§ 11. A instituição detentora de Autorização Especial de Acesso e de Remessa


encaminhará ao Conselho de Gestão as anuências de que tratam os §§ 8º e 9º deste
artigo antes ou por ocasião das expedições de coleta a serem efetuadas durante o
período de vigência da Autorização, cujo descumprimento acarretará o seu
cancelamento.

Art. 17. Em caso de relevante interesse público, assim caracterizado pelo


Conselho de Gestão, o ingresso em área pública ou privada para acesso a amostra de
componente do patrimônio genético dispensará anuência prévia dos seus titulares,
garantido a estes o disposto nos arts. 24 e 25 desta Medida Provisória.

§ 1o No caso previsto no caput deste artigo, a comunidade indígena, a


comunidade local ou o proprietário deverá ser previamente informado.

§ 2o Em se tratando de terra indígena, observar-se-á o disposto no § 6o do art.


231 da Constituição Federal.

Art. 18. A conservação ex situ de amostra de componente do patrimônio


genético deve ser realizada no território nacional, podendo, suplementarmente, a
critério do Conselho de Gestão, ser realizada no exterior.

§ 1o As coleções ex situ de amostra de componente do patrimônio genético


deverão ser cadastradas junto à unidade executora do Conselho de Gestão, conforme
dispuser o regulamento.

§ 2o O Conselho de Gestão poderá delegar o cadastramento de que trata o § 1 o


deste artigo a uma ou mais instituições credenciadas na forma das alíneas "d" e "e" do
inciso IV do art. 11 desta Medida Provisória.

Art. 19. A remessa de amostra de componente do patrimônio genético de


instituição nacional, pública ou privada, para outra instituição nacional, pública ou
privada, será efetuada a partir de material em condições ex situ, mediante a
informação do uso pretendido, observado o cumprimento cumulativo das seguintes
condições, além de outras que o Conselho de Gestão venha a estabelecer:

I - depósito de sub-amostra representativa de componente do patrimônio genético


em coleção mantida por instituição credenciada, caso ainda não tenha sido cumprido o
disposto no § 3o do art. 16 desta Medida Provisória;

II - nos casos de amostra de componente do patrimônio genético acessado em


condições in situ, antes da edição desta Medida Provisória, o depósito de que trata o
inciso anterior será feito na forma acessada, se ainda disponível, nos termos do
regulamento;

III - fornecimento de informação obtida durante a coleta de amostra de


componente do patrimônio genético para registro em base de dados mencionada na

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alínea "b" do inciso III do art. 14 e alínea "b" do inciso IX do art. 15 desta Medida
Provisória;

IV - prévia assinatura de Termo de Transferência de Material.

§ 1o Sempre que houver perspectiva de uso comercial de produto ou processo


resultante da utilização de componente do patrimônio genético será necessária a
prévia assinatura de Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de
Benefícios.

§ 2o A remessa de amostra de componente do patrimônio genético de espécies


consideradas de intercâmbio facilitado em acordos internacionais, inclusive sobre
segurança alimentar, dos quais o País seja signatário, deverá ser efetuada em
conformidade com as condições neles definidas, mantidas as exigências deles
constantes.

§ 3o A remessa de qualquer amostra de componente do patrimônio genético de


instituição nacional, pública ou privada, para instituição sediada no exterior, será
efetuada a partir de material em condições ex situ, mediante a informação do uso
pretendido e a prévia autorização do Conselho de Gestão ou de instituição
credenciada, observado o cumprimento cumulativo das condições estabelecidas nos
incisos I a IV e §§ 1o e 2o deste artigo.

Art. 20. O Termo de Transferência de Material terá seu modelo aprovado pelo
Conselho de Gestão.

CAPÍTULO VI

DO ACESSO À TECNOLOGIA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Art. 21. A instituição que receber amostra de componente do patrimônio genético


ou conhecimento tradicional associado facilitará o acesso à tecnologia e transferência
de tecnologia para a conservação e utilização desse patrimônio ou desse
conhecimento à instituição nacional responsável pelo acesso e remessa da amostra e
da informação sobre o conhecimento, ou instituição por ela indicada.

Art. 22. O acesso à tecnologia e transferência de tecnologia entre instituição


nacional de pesquisa e desenvolvimento, pública ou privada, e instituição sediada no
exterior, poderá realizar-se, dentre outras atividades, mediante:

I - pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico;

II - formação e capacitação de recursos humanos;

III - intercâmbio de informações;

IV - intercâmbio entre instituição nacional de pesquisa e instituição de pesquisa


sediada no exterior;

V - consolidação de infra-estrutura de pesquisa científica e de desenvolvimento


tecnológico;

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VI - exploração econômica, em parceria, de processo e produto derivado do uso
de componente do patrimônio genético; e

VII - estabelecimento de empreendimento conjunto de base tecnológica.

Art. 23. A empresa que, no processo de garantir o acesso à tecnologia e


transferência de tecnologia à instituição nacional, pública ou privada, responsável pelo
acesso e remessa de amostra de componente do patrimônio genético e pelo acesso à
informação sobre conhecimento tradicional associado, investir em atividade de
pesquisa e desenvolvimento no País, fará jus a incentivo fiscal para a capacitação
tecnológica da indústria e da agropecuária, e a outros instrumentos de estímulo, na
forma da legislação pertinente.

CAPÍTULO VII

DA REPARTIÇÃO DE BENEFÍCIOS

Art. 24. Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto ou


processo desenvolvido a partir de amostra de componente do patrimônio genético e de
conhecimento tradicional associado, obtidos por instituição nacional ou instituição
sediada no exterior, serão repartidos, de forma justa e eqüitativa, entre as partes
contratantes, conforme dispuser o regulamento e a legislação pertinente.

Parágrafo único. À União, quando não for parte no Contrato de Utilização do


Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios, será assegurada, no que couber,
a participação nos benefícios a que se refere o caput deste artigo, na forma do
regulamento.

Art. 25. Os benefícios decorrentes da exploração econômica de produto ou


processo, desenvolvido a partir de amostra do patrimônio genético ou de
conhecimento tradicional associado, poderão constituir-se, dentre outros, de:

I - divisão de lucros;

II - pagamento de royalties;

III - acesso e transferência de tecnologias;

IV - licenciamento, livre de ônus, de produtos e processos; e

V - capacitação de recursos humanos.

Art. 26. A exploração econômica de produto ou processo desenvolvido a partir de


amostra de componente do patrimônio genético ou de conhecimento tradicional
associado, acessada em desacordo com as disposições desta Medida Provisória,
sujeitará o infrator ao pagamento de indenização correspondente a, no mínimo, vinte
por cento do faturamento bruto obtido na comercialização de produto ou de royalties
obtidos de terceiros pelo infrator, em decorrência de licenciamento de produto ou
processo ou do uso da tecnologia, protegidos ou não por propriedade intelectual, sem
prejuízo das sanções administrativas e penais cabíveis.

Art. 27. O Contrato de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de


Benefícios deverá indicar e qualificar com clareza as partes contratantes, sendo, de

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um lado, o proprietário da área pública ou privada, ou o representante da comunidade
indígena e do órgão indigenista oficial, ou o representante da comunidade local e, de
outro, a instituição nacional autorizada a efetuar o acesso e a instituição destinatária.

Art. 28. São cláusulas essenciais do Contrato de Utilização do Patrimônio


Genético e de Repartição de Benefícios, na forma do regulamento, sem prejuízo de
outras, as que disponham sobre:

I - objeto, seus elementos, quantificação da amostra e uso pretendido;

II - prazo de duração;

III - forma de repartição justa e eqüitativa de benefícios e, quando for o caso,


acesso à tecnologia e transferência de tecnologia;

IV - direitos e responsabilidades das partes;

V - direito de propriedade intelectual;

VI - rescisão;

VII - penalidades;

VIII - foro no Brasil.

Parágrafo único. Quando a União for parte, o contrato referido no caput deste
artigo reger-se-á pelo regime jurídico de direito público.

Art. 29. Os Contratos de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de


Benefícios serão submetidos para registro no Conselho de Gestão e só terão eficácia
após sua anuência.

Parágrafo único. Serão nulos, não gerando qualquer efeito jurídico, os Contratos
de Utilização do Patrimônio Genético e de Repartição de Benefícios firmados em
desacordo com os dispositivos desta Medida Provisória e de seu regulamento.

CAPÍTULO VIII

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 30. Considera-se infração administrativa contra o patrimônio genético ou ao


conhecimento tradicional associado toda ação ou omissão que viole as normas desta
Medida Provisória e demais disposições legais pertinentes. (Vide Decreto nº 5.459, de
2005)

§ 1o As infrações administrativas serão punidas na forma estabelecida no


regulamento desta Medida Provisória, com as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa;

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III - apreensão das amostras de componentes do patrimônio genético e dos
instrumentos utilizados na coleta ou no processamento ou dos produtos obtidos a
partir de informação sobre conhecimento tradicional associado;

IV - apreensão dos produtos derivados de amostra de componente do patrimônio


genético ou do conhecimento tradicional associado;

V - suspensão da venda do produto derivado de amostra de componente do


patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado e sua apreensão;

VI - embargo da atividade;

VII - interdição parcial ou total do estabelecimento, atividade ou empreendimento;

VIII - suspensão de registro, patente, licença ou autorização;

IX - cancelamento de registro, patente, licença ou autorização;

X - perda ou restrição de incentivo e benefício fiscal concedidos pelo governo;

XI - perda ou suspensão da participação em linha de financiamento em


estabelecimento oficial de crédito;

XII - intervenção no estabelecimento;

XIII - proibição de contratar com a Administração Pública, por período de até


cinco anos.

§ 2o As amostras, os produtos e os instrumentos de que tratam os incisos III, IV e


V do § 1o deste artigo, terão sua destinação definida pelo Conselho de Gestão.

§ 3o As sanções estabelecidas neste artigo serão aplicadas na forma processual


estabelecida no regulamento desta Medida Provisória, sem prejuízo das sanções civis
ou penais cabíveis.

§ 4o A multa de que trata o inciso II do § 1o deste artigo será arbitrada pela


autoridade competente, de acordo com a gravidade da infração e na forma do
regulamento, podendo variar de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 100.000,00 (cem mil
reais), quando se tratar de pessoa física.

§ 5o Se a infração for cometida por pessoa jurídica, ou com seu concurso, a


multa será de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de
reais), arbitrada pela autoridade competente, de acordo com a gravidade da infração,
na forma do regulamento.

§ 6o Em caso de reincidência, a multa será aplicada em dobro.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 31. A concessão de direito de propriedade industrial pelos órgãos


competentes, sobre processo ou produto obtido a partir de amostra de componente do

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patrimônio genético, fica condicionada à observância desta Medida Provisória,
devendo o requerente informar a origem do material genético e do conhecimento
tradicional associado, quando for o caso.

Art. 32. Os órgãos federais competentes exercerão a fiscalização, a


interceptação e a apreensão de amostra de componente do patrimônio genético ou de
produto obtido a partir de informação sobre conhecimento tradicional associado,
acessados em desacordo com as disposições desta Medida Provisória, podendo,
ainda, tais atividades serem descentralizadas, mediante convênios, de acordo com o
regulamento.

Art. 33. A parcela dos lucros e dos royalties devidos à União, resultantes da
exploração econômica de processo ou produto desenvolvido a partir de amostra de
componente do patrimônio genético, bem como o valor das multas e indenizações de
que trata esta Medida Provisória serão destinados ao Fundo Nacional do Meio
Ambiente, criado pela Lei no 7.797, de 10 de julho de 1989, ao Fundo Naval, criado
pelo Decreto no 20.923, de 8 de janeiro de 1932, e ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, criado pelo Decreto-Lei no 719, de 31 de
julho de 1969, e restabelecido pela Lei no 8.172, de 18 de janeiro de 1991, na forma do
regulamento. (Regulamento).

Parágrafo único. Os recursos de que trata este artigo serão utilizados


exclusivamente na conservação da diversidade biológica, incluindo a recuperação,
criação e manutenção de bancos depositários, no fomento à pesquisa científica, no
desenvolvimento tecnológico associado ao patrimônio genético e na capacitação de
recursos humanos associados ao desenvolvimento das atividades relacionadas ao uso
e à conservação do patrimônio genético.

Art. 34. A pessoa que utiliza ou explora economicamente componentes do


patrimônio genético e conhecimento tradicional associado deverá adequar suas
atividades às normas desta Medida Provisória e do seu regulamento.

Art. 35. O Poder Executivo regulamentará esta Medida Provisória até 30 de


dezembro de 2001.

Art. 36. As disposições desta Medida Provisória não se aplicam à matéria


regulada pela Lei nº 8.974, de 5 de janeiro de 1995.

Art. 37. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória
no 2.186-15, de 26 de julho de 2001.

Art. 38. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 23 de agosto de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

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LEI No 8.159, DE 8 DE JANEIRO DE 1991.

Dispõe sobre a política nacional de arquivos


Regulamento
públicos e privados e dá outras providências.

Decreto nº 2.942, de 18.1.99, Regulamenta os arts. 7º, 11 e 16 (revogado)


Decreto nº 4.553, de 27.12.02

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º É dever do Poder Público a gestão documental e a de proteção especial a


documentos de arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao
desenvolvimento científico e como elementos de prova e informação.

Art. 2º Consideram-se arquivos, para os fins desta lei, os conjuntos de


documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter
público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas,
bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza
dos documentos.

Art. 3º Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e


operações técnicas à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em
fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda
permanente.

Art. 4º Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em documentos de
arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujos sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado, bem como à inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem das pessoas.

Art. 5º A Administração Pública franqueará a consulta aos documentos públicos


na forma desta lei.

Art. 6º Fica resguardado o direito de indenização pelo dano material ou moral


decorrente da violação do sigilo, sem prejuízo das ações penal, civil e administrativa.

CAPÍTULO II

Dos Arquivos Públicos

Art. 7º Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e


recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal,
estadual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções
administrativas, legislativas e judiciárias.

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§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos
por instituições de caráter público, por entidades privadas encarregadas da gestão de
serviços públicos no exercício de suas atividades.

§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas e de caráter público implica


o recolhimento de sua documentação à instituição arquivística pública ou a sua
transferência à instituição sucessora.

Art. 8º Os documentos públicos são identificados como correntes, intermediários


e permanentes.

§ 1º Consideram-se documentos correntes aqueles em curso ou que, mesmo


sem movimentação, constituam de consultas freqüentes.

§ 2º Consideram-se documentos intermediários aqueles que, não sendo de uso


corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse administrativo, aguardam a
sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.

§ 3º Consideram-se permanentes os conjuntos de documentos de valor histórico,


probatório e informativo que devem ser definitivamente preservados.

Art. 9º A eliminação de documentos produzidos por instituições públicas e de


caráter público será realizada mediante autorização da instituição arquivística pública,
na sua específica esfera de competência.

Art. 10º Os documentos de valor permanente são inalienáveis e imprescritíveis.

CAPÍTULO III

Dos Arquivos Privados

Art. 11. Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos


produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas
atividades.

Art. 12. Os arquivos privados podem ser identificados pelo Poder Público como
de interesse público e social, desde que sejam considerados como conjuntos de fontes
relevantes para a história e desenvolvimento científico nacional.

Art. 13. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social não
poderão ser alienados com dispersão ou perda da unidade documental, nem
transferidos para o exterior.

Parágrafo único. Na alienação desses arquivos o Poder Público exercerá


preferência na aquisição.

Art. 14. O acesso aos documentos de arquivos privados identificados como de


interesse público e social poderá ser franqueado mediante autorização de seu
proprietário ou possuidor.

Art. 15. Os arquivos privados identificados como de interesse público e social


poderão ser depositados a título revogável, ou doados a instituições arquivísticas
públicas.

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Art. 16. Os registros civis de arquivos de entidades religiosas produzidos
anteriormente à vigência do Código Civil ficam identificados como de interesse público
e social.

CAPÍTULO IV

Da Organização e Administração de Instituições Arquivísticas Públicas

Art. 17. A administração da documentação pública ou de caráter público compete


às instituições arquivísticas federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais.

§ 1º São Arquivos Federais o Arquivo Nacional do Poder Executivo, e os arquivos


do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. São considerados, também, do Poder
Executivo os arquivos do Ministério da Marinha, do Ministério das Relações Exteriores,
do Ministério do Exército e do Ministério da Aeronáutica.

§ 2º São Arquivos Estaduais o arquivo do Poder Executivo, o arquivo do Poder


Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.

§ 3º São Arquivos do Distrito Federal o arquivo do Poder Executivo, o Arquivo do


Poder Legislativo e o arquivo do Poder Judiciário.

§ 4º São Arquivos Municipais o arquivo do Poder Executivo e o arquivo do Poder


Legislativo.

§ 5º Os arquivos públicos dos Territórios são organizados de acordo com sua


estrutura político-jurídica.

Art. 18. Compete ao Arquivo Nacional a gestão e o recolhimento dos documentos


produzidos e recebidos pelo Poder Executivo Federal, bem como preservar e facultar
o acesso aos documentos sob sua guarda, e acompanhar e implementar a política
nacional de arquivos.

Parágrafo único. Para o pleno exercício de suas funções, o Arquivo Nacional


poderá criar unidades regionais.

Art. 19. Competem aos arquivos do Poder Legislativo Federal a gestão e o


recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Legislativo Federal
no exercício das suas funções, bem como preservar e facultar o acesso aos
documentos sob sua guarda.

Art. 20. Competem aos arquivos do Poder Judiciário Federal a gestão e o


recolhimento dos documentos produzidos e recebidos pelo Poder Judiciário Federal no
exercício de suas funções, tramitados em juízo e oriundos de cartórios e secretarias,
bem como preservar e facultar o acesso aos documentos sob sua guarda.

Art. 21. Legislação estadual, do Distrito Federal e municipal definirá os critérios


de organização e vinculação dos arquivos estaduais e municipais, bem como a gestão
e o acesso aos documentos, observado o disposto na Constituição Federal e nesta lei.

CAPÍTULO V

Do Acesso e do Sigilo dos Documentos Públicos

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Art. 22. É assegurado o direito de acesso pleno aos documentos públicos.

Art. 23. Decreto fixará as categorias de sigilo que deverão ser obedecidas pelos
órgãos públicos na classificação dos documentos por eles produzidos.

§ 1º Os documentos cuja divulgação ponha em risco a segurança da sociedade e


do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas são originariamente
sigilosos.

§ 2º O acesso aos documentos sigilosos referentes à segurança da sociedade e


do Estado será restrito por um prazo máximo de 30 (trinta) anos, a contar da data de
sua produção, podendo esse prazo ser prorrogado, por uma única vez, por igual
período.

§ 3º O acesso aos documentos sigilosos referente à honra e à imagem das


pessoas será restrito por um prazo máximo de 100 (cem) anos, a contar da sua data
de produção.

Art. 24. Poderá o Poder Judiciário, em qualquer instância, determinar a exibição


reservada de qualquer documento sigiloso, sempre que indispensável à defesa de
direito próprio ou esclarecimento de situação pessoal da parte.

Parágrafo único. Nenhuma norma de organização administrativa será


interpretada de modo a, por qualquer forma, restringir o disposto neste artigo.

Disposições Finais

Art. 25. Ficará sujeito à responsabilidade penal, civil e administrativa, na forma da


legislação em vigor, aquele que desfigurar ou destruir documentos de valor
permanente ou considerado como de interesse público e social.

Art. 26. Fica criado o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), órgão vinculado
ao Arquivo Nacional, que definirá a política nacional de arquivos, como órgão central
de um Sistema Nacional de Arquivos (Sinar).

§ 1º O Conselho Nacional de Arquivos será presidido pelo Diretor-Geral do


Arquivo Nacional e integrado por representantes de instituições arquivísticas e
acadêmicas, públicas e privadas.

§ 2º A estrutura e funcionamento do conselho criado neste artigo serão


estabelecidos em regulamento.

Art. 27. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 8 de janeiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República.

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DECRETO No 3.505, DE 13 DE JUNHO DE 2000.

Institui a Política de Segurança da


Informação nos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 8.159, de 8 de janeiro
de 1991, e no Decreto no 2.910, de 29 de dezembro de 1998,

DECRETA:

Art. 1o Fica instituída a Política de Segurança da Informação nos órgãos e nas


entidades da Administração Pública Federal, que tem como pressupostos básicos:

I - assegurar a garantia ao direito individual e coletivo das pessoas, à


inviolabilidade da sua intimidade e ao sigilo da correspondência e das comunicações,
nos termos previstos na Constituição;

II - proteção de assuntos que mereçam tratamento especial;

III - capacitação dos segmentos das tecnologias sensíveis;

IV - uso soberano de mecanismos de segurança da informação, com o domínio


de tecnologias sensíveis e duais;

V - criação, desenvolvimento e manutenção de mentalidade de segurança da


informação;

VI - capacitação científico-tecnológica do País para uso da criptografia na


segurança e defesa do Estado; e

VII - conscientização dos órgãos e das entidades da Administração Pública


Federal sobre a importância das informações processadas e sobre o risco da sua
vulnerabilidade.

Art. 2o Para efeitos da Política de Segurança da Informação, ficam estabelecidas


as seguintes conceituações:

I - Certificado de Conformidade: garantia formal de que um produto ou serviço,


devidamente identificado, está em conformidade com uma norma legal;

II - Segurança da Informação: proteção dos sistemas de informação contra a


negação de serviço a usuários autorizados, assim como contra a intrusão, e a
modificação desautorizada de dados ou informações, armazenados, em
processamento ou em trânsito, abrangendo, inclusive, a segurança dos recursos
humanos, da documentação e do material, das áreas e instalações das comunicações
e computacional, assim como as destinadas a prevenir, detectar, deter e documentar
eventuais ameaças a seu desenvolvimento.

Art. 3o São objetivos da Política da Informação:

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I - dotar os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal de
instrumentos jurídicos, normativos e organizacionais que os capacitem científica,
tecnológica e administrativamente a assegurar a confidencialidade, a integridade, a
autenticidade, o não-repúdio e a disponibilidade dos dados e das informações
tratadas, classificadas e sensíveis;

II - eliminar a dependência externa em relação a sistemas, equipamentos,


dispositivos e atividades vinculadas à segurança dos sistemas de informação;

III - promover a capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de


competência científico-tecnológica em segurança da informação;

IV - estabelecer normas jurídicas necessárias à efetiva implementação da


segurança da informação;

V - promover as ações necessárias à implementação e manutenção da


segurança da informação;

VI - promover o intercâmbio científico-tecnológico entre os órgãos e as entidades


da Administração Pública Federal e as instituições públicas e privadas, sobre as
atividades de segurança da informação;

VII - promover a capacitação industrial do País com vistas à sua autonomia no


desenvolvimento e na fabricação de produtos que incorporem recursos criptográficos,
assim como estimular o setor produtivo a participar competitivamente do mercado de
bens e de serviços relacionados com a segurança da informação; e

VIII - assegurar a interoperabilidade entre os sistemas de segurança da


informação.

Art. 4o Para os fins deste Decreto, cabe à Secretaria-Executiva do Conselho de


Defesa Nacional, assessorada pelo Comitê Gestor da Segurança da Informação de
que trata o art. 6o, adotar as seguintes diretrizes:

I - elaborar e implementar programas destinados à conscientização e à


capacitação dos recursos humanos que serão utilizados na consecução dos objetivos
de que trata o artigo anterior, visando garantir a adequada articulação entre os órgãos
e as entidades da Administração Pública Federal;

II - estabelecer programas destinados à formação e ao aprimoramento dos


recursos humanos, com vistas à definição e à implementação de mecanismos capazes
de fixar e fortalecer as equipes de pesquisa e desenvolvimento, especializadas em
todos os campos da segurança da informação;

III - propor regulamentação sobre matérias afetas à segurança da informação nos


órgãos e nas entidades da Administração Pública Federal;

IV - estabelecer normas relativas à implementação da Política Nacional de


Telecomunicações, inclusive sobre os serviços prestados em telecomunicações, para
assegurar, de modo alternativo, a permanente disponibilização dos dados e das
informações de interesse para a defesa nacional;

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V - acompanhar, em âmbito nacional e internacional, a evolução doutrinária e
tecnológica das atividades inerentes à segurança da informação;

VI - orientar a condução da Política de Segurança da Informação já existente ou a


ser implementada;

VII - realizar auditoria nos órgãos e nas entidades da Administração Pública


Federal, envolvidas com a política de segurança da informação, no intuito de aferir o
nível de segurança dos respectivos sistemas de informação;

VIII - estabelecer normas, padrões, níveis, tipos e demais aspectos relacionados


ao emprego dos produtos que incorporem recursos critptográficos, de modo a
assegurar a confidencialidade, a autenticidade, a integridade e o não-repúdio, assim
como a interoperabilidade entre os Sistemas de Segurança da Informação;

IX - estabelecer as normas gerais para o uso e a comercialização dos recursos


criptográficos pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal,
dando-se preferência, em princípio, no emprego de tais recursos, a produtos de
origem nacional;

X - estabelecer normas, padrões e demais aspectos necessários para assegurar


a confidencialidade dos dados e das informações, em vista da possibilidade de
detecção de emanações eletromagnéticas, inclusive as provenientes de recursos
computacionais;

XI - estabelecer as normas inerentes à implantação dos instrumentos e


mecanismos necessários à emissão de certificados de conformidade no tocante aos
produtos que incorporem recursos criptográficos;

XII - desenvolver sistema de classificação de dados e informações, com vistas à


garantia dos níveis de segurança desejados, assim como à normatização do acesso
às informações;

XIII - estabelecer as normas relativas à implementação dos Sistemas de


Segurança da Informação, com vistas a garantir a sua interoperabilidade e a obtenção
dos níveis de segurança desejados, assim como assegurar a permanente
disponibilização dos dados e das informações de interesse para a defesa nacional; e

XIV - conceber, especificar e coordenar a implementação da infra-estrutura de


chaves públicas a serem utilizadas pelos órgãos e pelas entidades da Administração
Pública Federal.

Art. 5o À Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, por intermédio do Centro de


Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC,
competirá:

I - apoiar a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional no tocante a


atividades de caráter científico e tecnológico relacionadas à segurança da informação;
e

II - integrar comitês, câmaras técnicas, permanentes ou não, assim como equipes


e grupos de estudo relacionados ao desenvolvimento das suas atribuições de
assessoramento.

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Art. 6o Fica instituído o Comitê Gestor da Segurança da Informação, com
atribuição de assessorar a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional na
consecução das diretrizes da Política de Segurança da Informação nos órgãos e nas
entidades da Administração Pública Federal, bem como na avaliação e análise de
assuntos relativos aos objetivos estabelecidos neste Decreto.

Art. 7o O Comitê será integrado por um representante de cada Ministério e


órgãos a seguir indicados:

I - Ministério da Justiça;

II - Ministério da Defesa;

III - Ministério das Relações Exteriores;

IV - Ministério da Fazenda;

V - Ministério da Previdência e Assistência Social;

VI - Ministério da Saúde;

VII - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

VIII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

IX - Ministério das Comunicações;

X - Ministério da Ciência e Tecnologia;

XI - Casa Civil da Presidência da República; e

XII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que o


coordenará.

XIII - Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da


Presidência da República. (Incluído pelo Decreto nº 5.110, de 2004)

XIV - Ministério de Minas e Energia; (Incluído pelo Decreto nº 5.495, de 2005)

XV - Controladoria-Geral da União; e (Incluído pelo Decreto nº 5.495, de 2005)

XVI - Advocacia-Geral da União. (Incluído pelo Decreto nº 5.495, de 2005)

§ 1o Os membros do Comitê Gestor serão designados pelo Chefe do Gabinete


de Segurança Institucional da Presidência da República, mediante indicação dos
titulares dos Ministérios e órgãos representados.

§ 2o Os membros do Comitê Gestor não poderão participar de processos


similares de iniciativa do setor privado, exceto nos casos por ele julgados
imprescindíveis para atender aos interesses da defesa nacional e após aprovação pelo
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

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§ 3o A participação no Comitê não enseja remuneração de qualquer espécie,
sendo considerada serviço público relevante.

§ 4o A organização e o funcionamento do Comitê serão dispostos em regimento


interno por ele aprovado.

§ 5o Caso necessário, o Comitê Gestor poderá propor a alteração de sua


composição.

Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de junho de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

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DECRETO Nº 4.553, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002.

Dispõe sobre a salvaguarda de dados,


informações, documentos e materiais
sigilosos de interesse da segurança da
Vide texto compilado
sociedade e do Estado, no âmbito da
Administração Pública Federal, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 23 da
Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda de dados, informações, documentos


e materiais sigilosos, bem como das áreas e instalações onde tramitam.

Art. 2º São considerados originariamente sigilosos, e serão como tal


classificados, dados ou informações cujo conhecimento irrestrito ou divulgação possa
acarretar qualquer risco à segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles
necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade da vida privada, da honra e
da imagem das pessoas.

Parágrafo único. O acesso a dados ou informações sigilosos é restrito e


condicionado à necessidade de conhecer.

Art. 3º A produção, manuseio, consulta, transmissão, manutenção e guarda de


dados ou informações sigilosos observarão medidas especiais de segurança.

Parágrafo único. Toda autoridade responsável pelo trato de dados ou


informações sigilosos providenciará para que o pessoal sob suas ordens conheça
integralmente as medidas de segurança estabelecidas, zelando pelo seu fiel
cumprimento.

Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, são estabelecidos os seguintes conceitos e


definições:

I - autenticidade: asseveração de que o dado ou informação são verdadeiros e


fidedignos tanto na origem quanto no destino;

II - classificação: atribuição, pela autoridade competente, de grau de sigilo a


dado, informação, documento, material, área ou instalação;

III - comprometimento: perda de segurança resultante do acesso não-autorizado;

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IV - credencial de segurança: certificado, concedido por autoridade competente,
que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou informações em diferentes
graus de sigilo;

V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade competente ou pelo


transcurso de prazo, da classificação, tornando ostensivos dados ou informações;

VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou acessibilidade de dados e


informações;

VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados, informações, área ou instalação


considerados sigilosos em decorrência de sua natureza ou conteúdo;

VIII - integridade: incolumidade de dados ou informações na origem, no trânsito


ou no destino;

IX - investigação para credenciamento: averiguação sobre a existência dos


requisitos indispensáveis para concessão de credencial de segurança;

X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o receptor de dados ou


informações são legítimos e fidedignos tanto na origem quanto no destino;

XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo;

XII - medidas especiais de segurança: medidas destinadas a garantir sigilo,


inviolabilidade, integridade, autenticidade, legitimidade e disponibilidade de dados e
informações sigilosos. Também objetivam prevenir, detectar, anular e registrar
ameaças reais ou potenciais a esses dados e informações;

XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, inerente ao efetivo exercício


de cargo, função, emprego ou atividade, indispensável para que uma pessoa
possuidora de credencial de segurança, tenha acesso a dados ou informações
sigilosos;

XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser franqueado;

XV - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classificação de


dado, informação, área ou instalação sigilosos;

XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas credenciadas; proteção


contra revelação não-autorizada; e

XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional, em área
sigilosa.

CAPÍTULO II

DO SIGILO E DA SEGURANÇA

Seção I

Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo

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Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão classificados em ultra-secretos,
secretos, confidenciais e reservados, em razão do seu teor ou dos seus elementos
intrínsecos.

§ 1º São passíveis de classificação como ultra-secretos, dentre outros, dados ou


informações referentes à soberania e à integridade territorial nacionais, a planos e
operações militares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa e
desenvolvimento científico e tecnológico de interesse da defesa nacional e a
programas econômicos, cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano
excepcionalmente grave à segurança da sociedade e do Estado.

§ 2º São passíveis de classificação como secretos, dentre outros, dados ou


informações referentes a sistemas, instalações, programas, projetos, planos ou
operações de interesse da defesa nacional, a assuntos diplomáticos e de inteligência e
a planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não-
autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado.

§ 3º São passíveis de classificação como confidenciais dados ou informações


que, no interesse do Poder Executivo e das partes, devam ser de conhecimento
restrito e cuja revelação não-autorizada possa frustrar seus objetivos ou acarretar
dano à segurança da sociedade e do Estado.

§ 4º São passíveis de classificação como reservados dados ou informações cuja


revelação não-autorizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles
previstos ou referidos.

Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é de competência das seguintes


autoridades:

I - Presidente da República;
II - Vice-Presidente da República;
III - Ministros de Estado e equiparados; e
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Parágrafo único. Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir
grau de sigilo:
I - secreto, as autoridades que exerçam funções de direção, comando ou chefia;
e
II - confidencial e reservado, os servidores civis e militares, de acordo com
regulamentação específica de cada Ministério ou órgão da Presidência da República.

I - Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

II - Vice-Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de


2004)

III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; (Redação


dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e (Redação dada


pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.


(Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

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§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela
autoridade responsável a agente público em missão no exterior. (Incluído pelo Decreto
nº 5.301, de 2004)

§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo:


(Renumerado do parágrafo único pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou


assessoramento, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou
entidade da Administração Pública Federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301,
de 2004)

II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com


regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública
Federal. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

Art. 7º Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto


vigoram a partir da data de produção do dado ou informação e são os seguintes:
I - ultra-secreto: máximo de cinqüenta anos;
II - secreto: máximo de trinta anos;
III - confidencial: máximo de vinte anos; e
IV - reservado: máximo de dez anos.
§ 1º O prazo de duração da classificação ultra-secreto poderá ser renovado
indefinidamente, de acordo com o interesse da segurança da sociedade e do Estado.
§ 2º Também considerando o interesse da segurança da sociedade e do Estado,
poderá a autoridade responsável pela classificação nos graus secreto, confidencial e
reservado, ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre o
assunto, renovar o prazo de duração, uma única vez, por período nunca superior aos
prescritos no caput.

Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto


vigoram a partir da data de produção do dado ou informação e são os seguintes:
(Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)

I - ultra-secreto: máximo de trinta anos; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de


2004)

II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de


2004)

III - confidencial: máximo de dez anos; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301,
de 2004)

IV - reservado: máximo de cinco anos. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de


2004)

Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados uma vez,


por igual período, pela autoridade responsável pela classificação ou autoridade
hierarquicamente superior competente para dispor sobre a matéria. (Incluído pelo
Decreto nº 5.301, de 2004)

Seção II

Da Reclassificação e da Desclassificação

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Art. 8º Dados ou informações classificados no grau de sigilo ultra-secreto
somente poderão ser reclassificados ou desclassificados, mediante decisão da
autoridade responsável pela sua classificação.

Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e reservado, poderá a autoridade


responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente superior competente
para dispor sobre o assunto, respeitados os interesses da segurança da sociedade e
do Estado, alterá-la ou cancelá-la, por meio de expediente hábil de reclassificação ou
desclassificação dirigido ao detentor da custódia do dado ou informação sigilosos.

Parágrafo único. Na reclassificação, o prazo de duração reinicia-se a partir da


data da formalização da nova classificação.

Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir


da data de produção do dado ou informação. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301,
de 2004)

Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus secreto,


confidencial e reservado será automática após transcorridos os prazos previstos nos
incisos II, III e IV do art. 7º, salvo no caso de renovação, quando então a
desclassificação ocorrerá ao final de seu termo.

Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto,


confidencial e reservado será automática após transcorridos os prazos previstos nos
incisos I, II, III e IV do art. 7o, salvo no caso de sua prorrogação, quando então a
desclassificação ocorrerá ao final de seu termo. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301,
de 2004)

Art. 11. Dados ou informações sigilosos de guarda permanente que forem objeto
de desclassificação serão encaminhados à instituição arquivística pública competente,
ou ao arquivo permanente do órgão público, entidade pública ou instituição de caráter
público, para fins de organização, preservação e acesso.

Parágrafo único. Consideram-se de guarda permanente os dados ou informações


de valor histórico, probatório e informativo que devam ser definitivamente preservados.

Art. 12. A indicação da reclassificação ou da desclassificação de dados ou


informações sigilosos deverá constar das capas, se houver, e da primeira página.

CAPÍTULO III

DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES SIGILOSOS

Seção I

Dos Procedimentos para Classificação de Documentos

Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as partes componentes ou os


anexos de um documento sigiloso podem merecer diferentes classificações, mas ao
documento, no seu todo, será atribuído o grau de sigilo mais elevado, conferido a
quaisquer de suas partes.

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Art. 14. A classificação de um grupo de documentos que formem um conjunto
deve ser a mesma atribuída ao documento classificado com o mais alto grau de sigilo.

Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o caso, limitar-se-á aos seus
respectivos números, datas de expedição e ementas, redigidas de modo a não
comprometer o sigilo.

Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e fotocartas baseados em fotografias


aéreas ou em seus negativos serão classificados em razão dos detalhes que revelem
e não da classificação atribuída às fotografias ou negativos que lhes deram origem ou
das diretrizes baixadas para obtê-las.

Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de documentos sigilosos, para sua
divulgação ou execução, mediante consentimento expresso:

I - da autoridade classificadora, para documentos ultra-secretos;

II - da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente superior


competente para dispor sobre o assunto, para documentos secretos; e

III - da autoridade classificadora, destinatária ou autoridade hierarquicamente


superior competente para dispor sobre o assunto, para documentos confidenciais e
reservados, exceto quando expressamente vedado no próprio documento.

Parágrafo único. Aos extratos de que trata este artigo serão atribuídos graus de
sigilo iguais ou inferiores àqueles atribuídos aos documentos que lhes deram origem,
salvo quando elaborados para fins de divulgação.

Seção II

Do Documento Sigiloso Controlado

Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é aquele que, por sua importância,
requer medidas adicionais de controle, incluindo:

I - identificação dos destinatários em protocolo e recibo próprios, quando da


difusão;

II - lavratura de termo de custódia e registro em protocolo específico;

III - lavratura anual de termo de inventário, pelo órgão ou entidade expedidores e


pelo órgão ou entidade receptores; e

IV - lavratura de termo de transferência, sempre que se proceder à transferência


de sua custódia ou guarda.

Parágrafo único. O termo de inventário e o termo de transferência serão


elaborados de acordo com os modelos constantes dos Anexos I e II deste Decreto e
ficarão sob a guarda de um órgão de controle.

Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua natureza, considerado DSC, desde
sua classificação ou reclassificação.

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Parágrafo único. A critério da autoridade classificadora ou autoridade
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, o disposto no
caput pode-se aplicar aos demais graus de sigilo.

Seção III

Da Marcação

Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de sigilo, deverá ser feita em todas as
páginas do documento e nas capas, se houver.

§ 1º As páginas serão numeradas seguidamente, devendo cada uma conter,


também, indicação do total de páginas que compõem o documento.

§ 2º O DSC também expressará, nas capas, se houver, e em todas as suas


páginas, a expressão "Documento Sigiloso Controlado (DSC)" e o respectivo número
de controle.

Art. 21. A marcação em extratos de documentos, rascunhos, esboços e desenhos


sigilosos obedecerá ao prescrito no art. 20.

Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mapas, fotocartas, cartas, fotografias, ou


em quaisquer outras imagens sigilosas obedecerá às normas complementares
adotadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública.

Art. 23. Os meios de armazenamento de dados ou informações sigilosos serão


marcados com a classificação devida em local adequado.

Parágrafo único. Consideram-se meios de armazenamento documentos


tradicionais, discos e fitas sonoros, magnéticos ou ópticos e qualquer outro meio
capaz de armazenar dados e informações.

Seção IV

Da Expedição e da Comunicação de Documentos Sigilosos

Art. 24. Os documentos sigilosos em suas expedição e tramitação obedecerão às


seguintes prescrições:

I - serão acondicionados em envelopes duplos;

II - no envelope externo não constará qualquer indicação do grau de sigilo ou do


teor do documento;

III - no envelope interno serão apostos o destinatário e o grau de sigilo do


documento, de modo a serem identificados logo que removido o envelope externo;

IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante recibo, que


indicará, necessariamente, remetente, destinatário e número ou outro indicativo que
identifique o documento; e

V - sempre que o assunto for considerado de interesse exclusivo do destinatário,


será inscrita a palavra pessoal no envelope contendo o documento sigiloso.

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Art. 25. A expedição, condução e entrega de documento ultra-secreto, em
princípio, será efetuada pessoalmente, por agente público autorizado, sendo vedada a
sua postagem.

Parágrafo único. A comunicação de assunto ultra-secreto de outra forma que não


a prescrita no caput só será permitida excepcionalmente e em casos extremos, que
requeiram tramitação e solução imediatas, em atendimento ao princípio da
oportunidade e considerados os interesses da segurança da sociedade e do Estado.

Art. 26. A expedição de documento secreto, confidencial ou reservado poderá ser


feita mediante serviço postal, com opção de registro, mensageiro oficialmente
designado, sistema de encomendas ou, se for o caso, mala diplomática.

Parágrafo único. A comunicação dos assuntos de que trata este artigo poderá ser
feita por outros meios, desde que sejam usados recursos de criptografia compatíveis
com o grau de sigilo do documento, conforme previsto no art. 42.

Seção V

Do Registro, da Tramitação e da Guarda

Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:

I - verificar a integridade e registrar, se for o caso, indícios de violação ou de


qualquer irregularidade na correspondência recebida, dando ciência do fato ao seu
superior hierárquico e ao destinatário, o qual informará imediatamente ao remetente; e

II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua tramitação.

Art. 28. O envelope interno só será aberto pelo destinatário, seu representante
autorizado ou autoridade competente hierarquicamente superior.

Parágrafo único. Envelopes contendo a marca pessoal só poderão ser abertos


pelo próprio destinatário.

Art. 29. O destinatário de documento sigiloso comunicará imediatamente ao


remetente qualquer indício de violação ou adulteração do documento.

Art. 30. Os documentos sigilosos serão mantidos ou guardados em condições


especiais de segurança, conforme regulamento.

§ 1º Para a guarda de documentos ultra-secretos e secretos é obrigatório o uso


de cofre forte ou estrutura que ofereça segurança equivalente ou superior.

§ 2º Na impossibilidade de se adotar o disposto no § 1º, os documentos ultra-


secretos deverão ser mantidos sob guarda armada.

Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda ou custódia de documentos


sigilosos os transmitirão a seus substitutos, devidamente conferidos, quando da
passagem ou transferência de responsabilidade.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo aos responsáveis pela guarda
ou custódia de material sigiloso.

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Seção VI

Da Reprodução

Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de documento sigiloso terá o mesmo


grau de sigilo do documento original.

§ 1º A reprodução total ou parcial de documentos sigilosos controlados


condiciona-se à autorização expressa da autoridade classificadora ou autoridade
hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto.

§ 2º Eventuais cópias decorrentes de documentos sigilosos serão autenticadas


pelo chefe da Comissão a que se refere o art. 35 deste Decreto, no âmbito dos órgãos
e entidades públicas ou instituições de caráter público.

§ 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos que não puderem ser


reproduzidos devido a seu estado de conservação, desde que necessário como prova
em juízo.

Art. 33. O responsável pela produção ou reprodução de documentos sigilosos


deverá providenciar a eliminação de notas manuscritas, tipos, clichês, carbonos,
provas ou qualquer outro recurso, que possam dar origem a cópia não-autorizada do
todo ou parte.

Art. 34. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o caso, reprodução de
documento sigiloso for efetuada em tipografias, impressoras, oficinas gráficas ou
similar, essa operação deverá ser acompanhada por pessoa oficialmente designada,
que será responsável pela garantia do sigilo durante a confecção do documento,
observado o disposto no art. 33.

Seção VII

Da Avaliação, da Preservação e da Eliminação

Art. 35. As entidades e órgãos públicos constituirão Comissão Permanente de


Avaliação de Documentos Sigilosos (CPADS), com as seguintes atribuições:

I - analisar e avaliar periodicamente a documentação sigilosa produzida e


acumulada no âmbito de sua atuação;

II - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade


hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, renovação dos
prazos a que se refere o art. 7º;

III - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade


hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, alteração ou
cancelamento da classificação sigilosa, em conformidade com o disposto no art. 9º
deste Decreto;

IV - determinar o destino final da documentação tornada ostensiva, selecionando


os documentos para guarda permanente; e

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V - autorizar o acesso a documentos sigilosos, em atendimento ao disposto no
art. 39.

Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas atribuições e


responsabilidades, a CPADS poderá ser subdividida em subcomissões.

Art. 36. Os documentos permanentes de valor histórico, probatório e informativo


não podem ser desfigurados ou destruídos, sob pena de responsabilidade penal, civil
e administrativa, nos termos da legislação em vigor.

CAPÍTULO IV

DO ACESSO

Art. 37. O acesso a dados ou informações sigilosos em órgãos e entidades


públicos e instituições de caráter público é admitido:

I - ao agente público, no exercício de cargo, função, emprego ou atividade


pública, que tenham necessidade de conhecê-los; e

II - ao cidadão, naquilo que diga respeito à sua pessoa, ao seu interesse


particular ou do interesse coletivo ou geral, mediante requerimento ao órgão ou
entidade competente.

§ 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos termos deste Decreto, de assuntos
sigilosos fica sujeito às sanções administrativas, civis e penais decorrentes da
eventual divulgação dos mesmos.

§ 2º Os dados ou informações sigilosos exigem que os procedimentos ou


processos que vierem a instruir também passem a ter grau de sigilo idêntico.

§ 3º Serão liberados à consulta pública os documentos que contenham


informações pessoais, desde que previamente autorizada pelo titular ou por seus
herdeiros.

Art. 38. O acesso a dados ou informações sigilosos, ressalvado o previsto no


inciso II do artigo anterior, é condicionado à emissão de credencial de segurança no
correspondente grau de sigilo, que pode ser limitada no tempo.

Parágrafo único. A credencial de segurança de que trata o caput deste artigo


classifica-se nas categorias de ultra-secreto, secreto, confidencial e reservado.

Art. 39. O acesso a qualquer documento sigiloso resultante de acordos ou


contratos com outros países atenderá às normas e recomendações de sigilo
constantes destes instrumentos.

Art. 40. A negativa de autorização de acesso deverá ser justificada.

CAPÍTULO V

DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

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Art. 41. A comunicação de dados e informações sigilosos por meio de sistemas
de informação será feita em conformidade com o disposto nos arts. 25 e 26.

Art. 42. Ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 44, os programas,


aplicativos, sistemas e equipamentos de criptografia para uso oficial no âmbito da
União são considerados sigilosos e deverão, antecipadamente, ser submetidos à
certificação de conformidade da Secretaria Executiva do Conselho de Defesa
Nacional.

Art. 43. Entende-se como oficial o uso de código, cifra ou sistema de criptografia
no âmbito de órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público.

Parágrafo único. É vedada a utilização para outro fim que não seja em razão do
serviço.

Art. 44. Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e equipamentos de


criptografia todas as medidas de segurança previstas neste Decreto para os
documentos sigilosos controlados e os seguintes procedimentos:

I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de assegurar uma perfeita


execução das operações criptográficas;

II - manutenção de inventários completos e atualizados do material de criptografia


existente;

III - designação de sistemas criptográficos adequados a cada destinatário;

IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade competente, de


qualquer anormalidade relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à
autenticidade, à legitimidade e à disponibilidade de dados ou informações
criptografados; e

V - identificação de indícios de violação ou interceptação ou de irregularidades na


transmissão ou recebimento de dados e informações criptografados.

Parágrafo único. Os dados e informações sigilosos, constantes de documento


produzido em meio eletrônico, serão assinados e criptografados mediante o uso de
certificados digitais emitidos pela Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-
Brasil).

Art. 45. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos


com grau de sigilo ultra-secreto só poderão estar ligados a redes de computadores
seguras, e que sejam física e logicamente isoladas de qualquer outra.

Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser feita por método que
sobrescreva as informações armazenadas. Se não estiver ao alcance do órgão a
destruição lógica, deverá ser providenciada a destruição física por incineração dos
dispositivos de armazenamento.

Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos


com grau de sigilo secreto, confidencial e reservado só poderão integrar redes de
computadores que possuam sistemas de criptografia e segurança adequados a
proteção dos documentos.

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Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, sempre que possível, deve
ser feito em mídias removíveis que podem ser guardadas com maior facilidade.

CAPÍTULO VI

DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS

Art. 49. A classificação de áreas e instalações será feita em razão dos dados ou
informações sigilosos que contenham ou que no seu interior sejam produzidos ou
tratados, em conformidade com o art. 5º.

Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades públicos e das instituições de caráter
público caberá a adoção de medidas que visem à definição, demarcação, sinalização,
segurança e autorização de acesso às áreas sigilosas sob sua responsabilidade.

Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações sigilosas será disciplinado por
meio de instruções especiais dos órgãos, entidades ou instituições interessados.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é considerado visita o agente
público ou o particular que oficialmente execute atividade pública diretamente
vinculada à elaboração de estudo ou trabalho considerado sigiloso no interesse da
segurança da sociedade e do Estado.

CAPÍTULO VII

DO MATERIAL SIGILOSO

Seção I

Das Generalidades

Art. 52. O titular de órgão ou entidade pública, responsável por projeto ou


programa de pesquisa, que julgar conveniente manter sigilo sobre determinado
material ou suas partes, em decorrência de aperfeiçoamento, prova, produção ou
aquisição, deverá providenciar para que lhe seja atribuído o grau de sigilo adequado.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo ao titular de órgão ou entidade


públicos ou de instituições de caráter público encarregada da fiscalização e do
controle de atividades de entidade privada, para fins de produção ou exportação de
material de interesse da Defesa Nacional.

Art. 53. Os titulares de órgãos ou entidades públicos encarregados da preparação


de planos, pesquisas e trabalhos de aperfeiçoamento ou de novo projeto, prova,
produção, aquisição, armazenagem ou emprego de material sigiloso são responsáveis
pela expedição das instruções adicionais que se tornarem necessárias à salvaguarda
dos assuntos com eles relacionados.

Art. 54. Todos os modelos, protótipos, moldes, máquinas e outros materiais


similares considerados sigilosos e que sejam objeto de contrato de qualquer natureza,
como empréstimo, cessão, arrendamento ou locação, serão adequadamente
marcados para indicar o seu grau de sigilo.

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Art. 55. Dados ou informações sigilosos concernentes a programas técnicos ou
aperfeiçoamento de material somente serão fornecidos aos que, por suas funções
oficiais ou contratuais, a eles devam ter acesso.

Parágrafo único. Os órgãos e entidades públicos controlarão e coordenarão o


fornecimento às pessoas físicas e jurídicas interessadas os dados e informações
necessários ao desenvolvimento de programas.

Seção II

Do Transporte

Art. 56. A definição do meio de transporte a ser utilizado para deslocamento de


material sigiloso é responsabilidade do detentor da custódia e deverá considerar o
respectivo grau de sigilo.

§ 1º O material sigiloso poderá ser transportado por empresas para tal fim
contratadas.

§ 2º As medidas necessárias para a segurança do material transportado serão


estabelecidas em entendimentos prévios, por meio de cláusulas contratuais
específicas, e serão de responsabilidade da empresa contratada.

Art. 57. Sempre que possível, os materiais sigilosos serão tratados segundo os
critérios indicados para a expedição de documentos sigilosos.

Art. 58. A critério da autoridade competente, poderão ser empregados guardas


armados, civis ou militares, para o transporte de material sigiloso.

CAPÍTULO VIII

DOS CONTRATOS

Art. 59. A celebração de contrato cujo objeto seja sigiloso, ou que sua execução
implique a divulgação de desenhos, plantas, materiais, dados ou informações de
natureza sigilosa, obedecerá aos seguintes requisitos:

I - o conhecimento da minuta de contrato estará condicionado à assinatura de


termo de compromisso de manutenção de sigilo pelos interessados na contratação; e

II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a:

a) possibilidade de alteração do contrato para inclusão de cláusula de segurança


não estipulada por ocasião da sua assinatura;

b) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao objeto contratado, bem


como à sua execução;

c) obrigação de o contratado adotar as medidas de segurança adequadas, no


âmbito das atividades sob seu controle, para a manutenção do sigilo relativo ao objeto
contratado;

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d) identificação, para fins de concessão de credencial de segurança, das pessoas
que, em nome do contratado, terão acesso a material, dados e informações sigilosos;
e

e) responsabilidade do contratado pela segurança do objeto subcontratado, no


todo ou em parte.

Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem como às instituições de caráter
público, a que os contratantes estejam vinculados, cabe providenciar para que seus
fiscais ou representantes adotem as medidas necessárias para a segurança dos
documentos ou materiais sigilosos em poder dos contratados ou subcontratados, ou
em curso de fabricação em suas instalações.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a material, área, instalação e sistema
de informação cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público exigirão


termo de compromisso de manutenção de sigilo dos seus servidores, funcionários e
empregados que direta ou indiretamente tenham acesso a dados ou informações
sigilosos.

Parágrafo único. Os agentes de que trata o caput deste artigo comprometem-se


a, após o desligamento, não revelar ou divulgar dados ou informações sigilosos dos
quais tiverem conhecimento no exercício de cargo, função ou emprego público.

Art. 63. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e materiais e pela


segurança de áreas, instalações ou sistemas de informação de natureza sigilosa
sujeitam-se às normas referentes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu
código de ética específico, sem prejuízo de sanções penais.

Art. 64. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público


promoverão o treinamento, a capacitação, a reciclagem e o aperfeiçoamento de
pessoal que desempenhe atividades inerentes à salvaguarda de documentos,
materiais, áreas, instalações e sistemas de informação de natureza sigilosa.

Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome conhecimento de documento sigiloso,
nos termos deste Decreto fica, automaticamente, responsável pela preservação do
seu sigilo.

Art. 66. Na classificação dos documentos será utilizado, sempre que possível, o
critério menos restritivo possível.

Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal serão
expedidas instruções complementares, que detalharão os procedimentos necessários
à plena execução deste Decreto.

Art. 68. Este Decreto entra em vigor após quarenta e cinco dias da data de sua
publicação.

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Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs 2.134, de 24 de janeiro de 1997, 2.910,
de 29 de dezembro de 1998, e 4.497, de 4 de dezembro de 2002.

Brasília, 27 de dezembro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.

DECRETO Nº 5.301 DE 9 DE DEZEMBRO DE 2004.

Regulamenta o disposto na Medida


Provisória no 228, de 9 de dezembro de
2004, que dispõe sobre a ressalva prevista
na parte final do disposto no inciso XXXIII
do art. 5o da Constituição, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória no 228, de
9 dezembro de 2004,

DECRETA:

Art. 1o Este Decreto regulamenta a Medida Provisória no 228, de 9 de dezembro


de 2004, e institui a Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas.

Art. 2o Nos termos da parte final do inciso XXXIII do art. 5o da Constituição, o


direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, só pode ser ressalvado no caso em que a atribuição de
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Art. 3o Os documentos públicos que contenham informações imprescindíveis à


segurança da sociedade e do Estado poderão ser classificados no mais alto grau de
sigilo.

Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, entende-se por documentos


públicos qualquer base de conhecimento, pertencente à administração pública e às
entidades privadas prestadoras de serviços públicos, fixada materialmente e disposta
de modo que se possa utilizar para informação, consulta, estudo ou prova, incluindo
áreas, bens e dados.

Art. 4o Fica instituída, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a


Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, com a finalidade de
decidir pela aplicação da ressalva prevista na parte final do inciso XXXIII do art. 5o da
Constituição.

§ 1o A Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas é composta


pelos seguintes membros:

I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que a


coordenará;

II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da


Presidência da República;

III - Ministro de Estado da Justiça;

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IV - Ministro de Estado da Defesa;

V - Ministro de Estado das Relações Exteriores;

VI - Advogado-Geral da União; e

VII - Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

§ 2o Para o exercício de suas atribuições, a Comissão de Averiguação e Análise


de Informações Sigilosas poderá convocar técnicos e especialistas de áreas
relacionadas com a informação contida em documento público classificado no mais
alto grau de sigilo, para sobre ele prestarem esclarecimentos, desde que assinem
termo de manutenção de sigilo.

§ 3o As decisões da Comissão de Averiguação e Análise de Informações


Sigilosas serão aprovadas pela maioria absoluta de seus membros.

§ 4o A Casa Civil da Presidência da República expedirá normas complementares


necessárias ao funcionamento da Comissão de Averiguação e Análise de Informações
Sigilosas e assegurará o apoio técnico e administrativo indispensável ao seu
funcionamento.

Art. 5o A autoridade competente para classificar o documento público no mais


alto grau de sigilo poderá, após vencido o prazo ou sua prorrogação, previstos no § 2o
do art. 23 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, provocar, de modo justificado, a
manifestação da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas para
que avalie, previamente a qualquer divulgação, se o acesso ao documento acarretará
dano à segurança da sociedade e do Estado.

§ 1o A decisão de ressalva de acesso a documento público classificado no mais


alto grau de sigilo poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão de
Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, após provocação de pessoa que
demonstre possuir efetivo interesse no acesso à informação nele contida.

§ 2o O interessado deverá especificar, de modo claro e objetivo, que informação


pretende conhecer e qual forma de acesso requer, dentre as seguintes:

I - vista de documentos;

II - reprodução de documentos por qualquer meio para tanto adequado; ou

III - pedido de certidão, a ser expedida pelo órgão consultado.

§ 3o O interessado não é obrigado a aduzir razões no requerimento de


informações, salvo a comprovação de seu efetivo interesse na obtenção da
informação.

Art. 6o Provocada na forma do art. 5o, a Comissão de Averiguação e Análise de


Informações Sigilosas decidirá pela:

I - autorização de acesso livre ou condicionado ao documento; ou

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II - permanência da ressalva ao seu acesso, enquanto for imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

Art. 7o O art. 7o do Decreto no 4.553, de 27 de dezembro de 2002, em


conformidade com o disposto no § 2o do art. 23 da Lei no 8.159, de 1991, passa a
vigorar com a seguinte redação:

"Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto vigoram a


partir da data de produção do dado ou informação e são os seguintes:

I - ultra-secreto: máximo de trinta anos;

II - secreto: máximo de vinte anos;

III - confidencial: máximo de dez anos; e

IV - reservado: máximo de cinco anos.

Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados uma vez, por
igual período, pela autoridade responsável pela classificação ou autoridade
hierarquicamente superior competente para dispor sobre a matéria." (NR)

Art. 8o O art. 6o, o parágrafo único do art. 9o e o art. 10 do Decreto no 4.553, de


2002, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 6o .........................................................................................................

I - Presidente da República;

II - Vice-Presidente da República;

III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;

IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e

V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.

§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela


autoridade responsável a agente público em missão no exterior.

§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo:

I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou


assessoramento, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou
entidade da Administração Pública Federal; e

II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com


regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública
Federal." (NR)

"Art. 9o .........................................................................................................

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Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir da
data de produção do dado ou informação." (NR)

"Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto,


confidencial e reservado será automática após transcorridos os prazos previstos nos
incisos I, II, III e IV do art. 7o, salvo no caso de sua prorrogação, quando então a
desclassificação ocorrerá ao final de seu termo." (NR)

Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de dezembro de 2004; 183o da Independência e 116o da República.

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LEI Nº 11.111, DE 5 DE MAIO DE 2005.

Regulamenta a parte final do disposto no


inciso XXXIII do caput do art. 5o da
Conversão da MPv nº 228, de 2004
Constituição Federal e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta


e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei regulamenta a parte final do disposto no inciso XXXIII do caput do
art. 5o da Constituição Federal.

Art. 2o O acesso aos documentos públicos de interesse particular ou de interesse


coletivo ou geral será ressalvado exclusivamente nas hipóteses em que o sigilo seja
ou permaneça imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, nos termos do
disposto na parte final do inciso XXXIII do caput do art. 5o da Constituição Federal.

Art. 3o Os documentos públicos que contenham informações cujo sigilo seja


imprescindível à segurança da sociedade e do Estado poderão ser classificados no
mais alto grau de sigilo, conforme regulamento.

Art. 4o O Poder Executivo instituirá, no âmbito da Casa Civil da Presidência da


República, Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, com a
finalidade de decidir sobre a aplicação da ressalva ao acesso de documentos, em
conformidade com o disposto nos parágrafos do art. 6o desta Lei.

Art. 5o Os Poderes Legislativo e Judiciário, o Ministério Público da União e o


Tribunal de Contas da União disciplinarão internamente sobre a necessidade de
manutenção da proteção das informações por eles produzidas, cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como a possibilidade de
seu acesso quando cessar essa necessidade, observada a Lei no 8.159, de 8 de
janeiro de 1991, e o disposto nesta Lei.

Art. 6o O acesso aos documentos públicos classificados no mais alto grau de


sigilo poderá ser restringido pelo prazo e prorrogação previstos no § 2o do art. 23 da
Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991.

§ 1o Vencido o prazo ou sua prorrogação de que trata o caput deste artigo, os


documentos classificados no mais alto grau de sigilo tornar-se-ão de acesso público.

§ 2o Antes de expirada a prorrogação do prazo de que trata o caput deste artigo,


a autoridade competente para a classificação do documento no mais alto grau de sigilo
poderá provocar, de modo justificado, a manifestação da Comissão de Averiguação e
Análise de Informações Sigilosas para que avalie se o acesso ao documento
ameaçará a soberania, a integridade territorial nacional ou as relações internacionais
do País, caso em que a Comissão poderá manter a permanência da ressalva ao
acesso do documento pelo tempo que estipular.

§ 3o Qualquer pessoa que demonstre possuir efetivo interesse poderá provocar,


no momento que lhe convier, a manifestação da Comissão de Averiguação e Análise

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de Informações Sigilosas para que reveja a decisão de ressalva a acesso de
documento público classificado no mais alto grau de sigilo.

§ 4o Na hipótese a que se refere o § 3o deste artigo, a Comissão de Averiguação


e Análise de Informações Sigilosas decidirá pela:

I - autorização de acesso livre ou condicionado ao documento; ou

II - permanência da ressalva ao seu acesso.

Art. 7o Os documentos públicos que contenham informações relacionadas à


intimidade, vida privada, honra e imagem de pessoas, e que sejam ou venham a ser
de livre acesso poderão ser franqueados por meio de certidão ou cópia do documento,
que expurgue ou oculte a parte sobre a qual recai o disposto no inciso X do caput do
art. 5o da Constituição Federal.

Parágrafo único. As informações sobre as quais recai o disposto no inciso X do


caput do art. 5o da Constituição Federal terão o seu acesso restrito à pessoa
diretamente interessada ou, em se tratando de morto ou ausente, ao seu cônjuge,
ascendentes ou descendentes, no prazo de que trata o § 3o do art. 23 da Lei no 8.159,
de 8 de janeiro de 1991.

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 5 de maio de 2005; 184o da Independência e 117o da República.

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