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Grupo:
Aline de Toledo Martins
Bruno Ongaratto
Maria Clara L. P. Furlan
Natália Grama Lima
Natália Pincelli
Hoje, no Brasil, há discussão da retirada ou não de símbolos religiosos de prédios públicos. Tal
retirada seria válida? Fundamente, abordando também a questão do laicismo x laicidade do
Estado.
A retirada dos símbolos religiosos de prédios públicos seria algo válido, pois eles
ficariam imparciais em relação à religiosidade já que esses estabelecimentos são de acesso a
todos independentemente das religiões praticadas por estes. Existiria, desta forma, uma
laicidade por parte dos órgãos públicos, ou seja, uma neutralidade no tocante a religiosidade
do local.
O laicismo consiste em uma ideologia que leva à restrição da liberdade religiosa, até
promover o desprezo ou a ignorância de tudo o que seja religioso, o conceito de liberdade
religiosa não é compatível com essa ideologia. Enquanto isso, a laicidade preserva a
importância da aspiração espiritual. É preciso evitar qualquer tipo de intolerância. Existe uma
diferença importantíssima entre elas: o laicismo proíbe qualquer tipo de manifestação
religiosa, por exemplo, as pessoas usarem símbolos religiosos em seu corpo e a laicidade
neutraliza os símbolo nos lugares públicos, mas a liberdade individual continua preservada.
O assunto não deixa de ser polêmico devido ao histórico da relação do Estado com a
Igreja desde a antiguidade. A Igreja foi difundindo o cristianismo entre os povos bárbaros e
passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como
instrumento de unificação e manipulação, diante da fragmentação política da sociedade
feudal. Como consequência disso, o Estado foi dominado pela Igreja que impedia o avanço
entre outros campos que não fossem o da religiosidade.
Mas não foi somente no período feudal que a religião exerceu um papel fundamental
em diversos setores da vida das pessoas. O movimento cruzadista, a Guerra da Reconquista, a
Reforma e Contra-Reforma, o Massacre de São Bartolomeu, A Guerra dos 6 dias, a Guerra do
Yam-kipur e os diversos atentados promovidos pela Guerra Santa são alguns exemplos de
como a religiosidade tem um papel de grande influência nas decisões do Estado, que em
alguns casos, influenciado pelas idéias fundamentalistas, se move afim de garantir o exercício
de atos nem sempre benéficos para minorias ou mesmo para países inteiros que não sigam a
mesma religião deste.
A idéia de “banir” o uso de imagens e elementos que retomem algum tipo de crença
tem como intuito, portanto, restringir o “potencial de atritos”, por exemplo, no Brasil, um não
cristão ao não ver um crucifixo na parede de um tribunal não se sentiria ofendido ou preterido,
mas sim, seguro ao saber que se trata de uma instituição laica e sem preconceitos, evitando
mágoas, xenofobia e assegurando o caráter igualitário pregado pelas instituições públicas
brasileiras.