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Copyright © 2017

by Dr. Stephen Turley


Publicado originalmente em
inglês sob o título:
Beauty Matters: Creating a High Aesthetic in School Culture
1ª edição 2019
ISBN: 978-85-85034-22-1

Tradução: Elmer Pires

Revisão da Tradução: Cesare Turazzi

Capa: Bárbara Lima Vasconcelos

Diagramação: Marcos Jundurian

Ebook: Livro em Pixel

Todos os direitos reservados à:


Editora Trinitas LTDA
São Paulo, SP
www.editoratrinitas.com.br
Sumário

Introdução

PRIMEIRA PARTE – A BELEZA É FUNDAMENTAL

Capítulo 1 – O que é Beleza?

Capítulo 2 – Beleza e Virtude: A Orientação de Nossos Amores

Capítulo 3 – Redimindo os Sentidos

SEGUNDA PARTE – CRIANDO UMA ESTÉTICA ELEVADA DENTRO DE NOSSAS


ESCOLAS

Capítulo 4 – Música

Capítulo 5 – Arte

Capítulo 6 – Arranjo Espacial

Capítulo 7 – Jardins e Paisagismo

Capítulo 8 – Cultura Escolar

Capítulo 9 – Currículo

Resumo

Sobre o TurleyTalks
Sobre o Autor
Introdução

Este livro é sobre compreender a Beleza, sobre apreciar a forma como o


Belo afeta os amores de nossos alunos. Minha preocupação reside na
possibilidade de, sendo nós pais e educadores atuantes no movimento das
escolas clássicas, nossos esforços no ensinar a Verdade, a Bondade e a
Beleza tenderem a enfatizar tanto a Verdade quanto a Bondade, mas em
detrimento da Beleza. Costumamos ser competentes no ensino da Verdade,
em especial quando entendemos quão importante é formar a cosmovisão do
aluno e a ênfase que esta importância toma. Quanto ao ensino da Bondade,
somos relativamente proficientes, em termos da dimensão moral de nossa fé
e como ela se refere à disciplina da sala de aula e questões semelhantes. No
entanto, em se tratando da Beleza, o que ela é e como nós a ensinamos,
nossas certezas se dissipam e todo tipo de confusão toma lugar.
Por exemplo, em minha experiência como docente do Ensino Médio e
superior, tenho presenciado experiencialmente como os pressupostos
modernistas têm se infiltrado na vida de nossos alunos. Quando peço aos
meus, seja na escola clássica, seja na universidade onde leciono, que me
deem uma descrição básica do conceito clássico de Beleza e os questiono a
respeito, as respostas proporcionam exemplo sólido de uma devoção total e
absoluta ao relativismo estético. De forma alguma estou exagerando. A bem
da verdade, se você interrogar seus próprios professores e pais quanto à
existência de algo como Beleza objetiva, e, caso exista, perguntar o que ela
é, do que se trata, como ela pode ser percebida, qual a função e o papel dela
na vida do aluno e da escola, eu creio que as respostas não seriam de
impressionar.
Isso me faz pensar que, embora tenhamos dado bastante atenção ao
ensino da Verdade e da Bondade dentro de nossas escolas clássicas, fizemos
isso comprometendo o ensino da Beleza. E devo confessar: não sou imune a
isso! Leciono apologética há anos enquanto também ministro um curso de
estética, e nunca nem sequer notei carência da estética na apologética. Por
exemplo, quando ensino os elementos básicos de determinada cosmovisão
na cadeira de apologética, foco em cinco elementos: teologia, metafísica,
antropologia, epistemologia e ética. Mas perceba o que está faltando: não há
estética! Nossas cosmovisões são compostas pela Verdade e pela
Bondade… mas não há Beleza!
Preocupo-me com a possibilidade de nossos esforços educacionais
estarem, na verdade, sendo minados por um relativismo, sorrateiro, que se
faz cada vez mais presente. A Verdade, a Bondade e a Beleza não estão
separadas — elas dependem umas das outras e uma conduz à outra. E se a
Beleza for desprovida de sua natureza transcendente e realocada para
somente dentro dos processos psicológicos particulares, logo a Verdade e a
Bondade farão o mesmo.
O que, contudo, tenho descoberto é que, quando os alunos
verdadeiramente encontram a Beleza, adivinhe só? Eles a consideram
belíssima! Eles se apaixonam por ela, eles a amam; eles são atraídos pela
Beleza, pelo próprio conceito em si. Várias e várias vezes eu ouço de meus
alunos do último ano que a aula favorita deles lecionada por mim é a de
estética: o estudo e o encontro da Beleza. Enquanto crescendo e se
desenvolvendo, esses alunos sempre sentiram que algum elemento crítico
esteve em falta na educação que receberam e no formar de suas
cosmovisões — mas quando descobrem a Beleza, ah, então eles
reconhecem: “É isso! Era isso o que me faltava!”.
A seguir, desejo propor-lhe a essência da Beleza. Primeiramente,
exploraremos o que é a Beleza, em particular no que tange à Verdade e à
Bondade. Em seguida, exploraremos a relação da Beleza com a criação e
formação da virtude na vida de nossos alunos. Descobriremos, por fim,
algumas formas consideráveis de embelezar nossas escolas e transformá-las
em lugares sagrados para a contemplação do Verdadeiro, do Bom e do Belo.
CAPÍTULO 1
O que é Beleza?

Para entendermos a Beleza, temos de entender sua relação com a Verdade e


a Bondade. Embora vastamente utilizados na linguagem empregada na
educação cristã clássica, convém tomar esses três termos e começar aqui
com um panorama do real significado desta terminologia.
Os termos Verdade, Bondade e Beleza (do grego: alethia, agathos e
kalos) surgiram de certa forma eminente na vida grega por volta da época
de Platão (c. 428–347 a.C.). No século V a.C., os respeitáveis cidadãos da
Pólis, a cidade-estado da Grécia, foram chamados de kalos kai agathos, o
“bom e o belo”, denominação esta contraída posteriormente para um único
termo, kalokagathia.
Mas foi no tempo de Platão que surgiu essa interação sistemática entre
Verdade, Bondade e Beleza. De um lado, estas na qualidade de valores
macrocósmicos; do outro, a alma humana como uma classe da réplica
microcósmica desses valores. Pelo fato de os seres humanos serem criados,
por assim dizer, à imagem da Verdade, da Bondade e da Beleza, eles
também carregam essa tripla dimensionalidade na alma: o intelectual, o
moral e o emocional, mais conhecida pela formulação de Aristóteles das
três partes da persuasão retórica: logos, ethos e pathos. De um lado, tal
interação entre os valores macrocósmicos da Verdade, da Bondade e da
Beleza; do outro, a faculdade tríplice da alma microcósmica, intelecto, ética
e emoção — ambos os pontos serão muito importantes para a compreensão
do papel que a Beleza exerce sobre a formação da virtude na vida de nossos
alunos.
Estejamos certos, porém, de que temos entendimento sólido do
significado de cada um dos termos:
O termo grego alēthia (Verdade) significa literalmente “revelar ou
desvendar”. É uma negação da palavra lethein, cujo significado é
“esconder”; a verdade revela a natureza da realidade a nossas capacidades
intelectuais, nosso logos.
O termo agathos (Bondade) conota “a excelência de algo ou de alguém”
e foi por fim desenvolvido por filósofos para designar a finalidade, o
propósito ou o significado da existência. Minha esposa e eu temos um bom
casamento, se ambos cumprimos o propósito do casamento; eu tenho um
bom relógio, caso ele me indique as horas de forma precisa. Conforme a
Verdade revela a realidade às minhas capacidades intelectuais, a Bondade
revela a realidade às minhas capacidades volitivas e morais, aquilo que
Aristóteles chamou de ethos, e Platão de thymos.
O que talvez seja mais assombroso nesta relação micro-macrocosmo é o
papel que Platão atribui ao kalos, ou Beleza, particularmente no discurso de
Diotima em sua obra intitulada O Banquete (Simpósio). Para Platão, e
praticamente para todos os filósofos e teólogos clássicos e cristãos que
vieram após ele, Beleza é o encanto, o esplendor, o deleite, a delicadeza do
Verdadeiro e do Bom, que conduz o ser humano à Verdade e à Bondade na
ocasião de direcionar aquilo que Platão chamou de eros (o pathos de
Aristóteles), ou um desejo ardente dentro do ser.
Agora, é crucial notar que a Beleza é um tipo de física no mundo
clássico. É por isso que associamos Beleza à atração; Beleza é força
gravitacional, um raio trator (essa é para vocês, fãs de Star Wars!).
Mediante a Beleza somos tragados para o Verdadeiro e o Bom, a fonte
divina da vida, pelo despertar de nossos desejos. Nós desejamos tudo aquilo
que achamos belo.
Essa é a primeira coisa da qual queremos nos certificar que de fato
entendemos: a Beleza é uma física. A Beleza não é, enfaticamente, um
sentimento ou uma preferência pessoal; ela não é opinião ou inclinação
subjetivas. No mundo clássico, a Beleza opera da mesma forma que a lei da
atração; trata-se de uma atração gravitacional que existe exterior a mim e
me atrai para determinado lugar. Por definição, a Beleza — como esplendor
e deleite — deve atrair-me ao Verdadeiro e ao Bom.
Mas, espere aí! Um momento de reflexão revelará que nem tudo aquilo
que acho Belo é Verdadeiro e Bom. Como se pode afirmar que a Beleza
necessariamente guia ao Verdadeiro e Bom, sendo que por tantas vezes
somos atraídos por coisas que, enfaticamente, não são Verdadeiras e Boas?
Além disso, essa discrepância não confere uma dimensão completamente
pessoal, particular à Beleza? Se você e eu somos atraídos por coisas
diferentes, não quer dizer que o Belo envolva ao menos algum grau de
sentimento subjetivo ou preferência pessoal?
Menciono acima que a interação entre os valores macrocósmicos e a
alma microcósmica será muito importante no entendimento do papel que a
Beleza exerce na formação e no forjar da virtude na vida de nossos alunos.
Perguntas como as feitas acima nos levam precisamente a esse tipo de
interação. No próximo capítulo, exploraremos o papel da Beleza na
orientação de nossos amores subjetivos.
CAPÍTULO 2
Beleza e Virtude: A Orientação de Nossos
Amores

Como educadores clássicos dedicados ao ensino do Verdadeiro, do Bom e


do Belo, temos um grande entrave em nosso caminho. A era clássica e
cristã acreditava que o mundo estava repleto de significado e propósito
divinos, os valores cósmicos da Verdade, da Bondade e da Beleza. O
objetivo da educação era alinhar as afeições, os desejos e amores do aluno
com aqueles valores cósmicos, de modo que ele viesse a amar aquilo que é
verdadeiramente amável, desejar aquilo que é verdadeiramente desejável e,
portanto, a experimentar o florescimento de sua humanidade. Por ser devota
ao racionalismo científico, nossa era secular moderna não crê em um
mundo que seja repleto de significado e propósito divinos; pelo contrário, o
mundo opera unicamente por meio de leis causais biológicas, químicas e
físicas. Eis o Verdadeiro, o Bom e o Belo da era moderna: biologia, química
e física, consideradas neutras. Assim não mais há, portanto, valores
cósmicos pelos quais as afeições dos alunos possam ser corretamente
ordenadas e organizadas. Por conseguinte, aquilo que valorizamos, aquilo
que desejamos e amamos torna-se completamente subjetivo e relativo.
É isso o que nossos alunos estão respirando quando eles vêm à sala de
aula e dizem: quem é você para definir arte? Quem é você para dizer o que
é música de boa ou de má qualidade?
Para enfrentar esse formato de ceticismo secular, devemos oferecer a
nossos alunos um mundo fundamentalmente diferente, um mundo repleto
de significado e propósito divinos, dever este que nos obriga a conformar
nossa vida a um relacionamento harmonioso com este mundo de
fundamento totalmente outro. É desta forma que C. S. Lewis coloca em sua
obra A Abolição do Homem: “Até os tempos mais modernos, todos os
professores e até mesmo todos os homens acreditavam que o universo era
tal que certas reações emocionais de nossa parte poderiam ser congruentes
ou incongruentes — acreditavam, com efeito, que os objetos não
meramente recebiam, mas poderiam merecer nossa aprovação ou
reprovação, nossa reverência ou nosso desprezo”.
Ele então evoca algumas das maiores mentes da História para servirem
de testemunhas dessa visão de mundo. Lewis menciona as concepções de
virtude de Agostinho como ordo amoris, a correta orientação e ordenação
de nossos amores. Aprendemos em Gênesis que Deus criou um mundo que
é bom; toda vez que cria algo, Deus atribui à coisa criada um valor ou
bondade objetivos, bondade esta detentora de ordem própria; em outras
palavras, sendo bom tudo o que Deus criou da forma que criou, Ele criou
uma economia, ou ordem, nesta bondade. No livro de Gênesis, você
perceberá que, no momento em que Deus criou a humanidade, lá é a
primeira vez que Ele diz: “E eis que era muito bom”. Note o superlativo:
todas as coisas na criação são boas, mas o ser humano é muito bom.
Agora, o que Lewis ressalta é que essa bondade bem ordenada no
mundo fornece um modelo objetivo pelo qual somos capazes de orientar
nossas afeições, uma vez que este é um mundo que merece o nosso louvor.
Então, por exemplo, é bom amar um bebê e é bom amar um sanduíche de
presunto; mas se o bebê e o sanduíche de presunto estivessem caindo de um
penhasco e eu corresse para salvar o sanduíche, isso seria ruim; haveria algo
de errado com meus amores, cuja disposição teria se apartado da ordem
criacional, da economia das bondades, de Deus.
Podemos ver essa desordem das afeições na narrativa da Queda, em
Gênesis 3. Perceba de que forma as inclinações de Eva são descritas:
“Quando a mulher viu que a árvore era boa para comer, e que era agradável
aos olhos, e que a árvore era desejável para dar sabedoria…” (Gn 3.6). Note
a ênfase nos desejos e afeições dela. Eva foi atraída ao fruto, a Queda veio
por meio de amores desordenados, afeições e inclinações apartadas da
ordem criacional, da economia da criação de Deus. Portanto, qual é o maior
mandamento? “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda
a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo semelhante a este, Amarás o teu próximo como a
ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt
22.37–39). Em outras palavras, o chamado divino para amar corretamente
está no centro dos mandamentos de Deus.
Dessa forma, como a Beleza está apta a moldar nossos amores de acordo
com a ordem criacional, com a economia da criação de Deus?
Uma das ilustrações que gosto de usar para descrever como a Beleza se
encaixa nisso tudo encontra-se na mitologia grega, das Musas e Sirenas:
Musas são as filhas de Zeus que inspiram Beleza e Verdade; Sirenas são
ninfas aquáticas que seduzem marinheiros à morte, com seus cantos
enfeitiçantes. Ambas envolvem-se no que aparenta ser a Beleza, mas com
desfechos totalmente distintos: umas levam à vida, ao passo que as outras
conduzem à morte. A chave para compreender tal diferença se encontra no
discernir o que essa atração invoca em nossa alma: a Beleza desperta um
desejo de entregar-se ao objeto de atração, mas a falsa beleza desperta um
desejo de controlar e dominar o objeto que atrai. A Beleza desperta o amor,
a falsa beleza causa lascívia. A Verdade atrai, a mentira engana.
Certa feita, enquanto assistia a uma excelente palestra sobre teologia da
sexualidade, ministrada por uma pesquisadora que era também freira
católica, foi perguntado à plateia: uma prostituta é paga pelo quê? E a
audiência riu e não sabia o que dizer, em especial a uma freira! Você sabe
como ela respondeu à pergunta? A prostituta é paga para ir embora. A
prostituta não é paga por sexo; ela é paga para ir embora após o encontro
lascivo. O amor se entrega ao objeto cuja atração lhe é pungente; já a
lascívia o domina e o controla.
O apologista cristão Ravi Zacharias conta a história de um julgamento
durante o qual um dos advogados estava na defesa de um editor de material
pornográfico acusado sob leis contrárias à pornografia. O advogado de
defesa chamou uma das testemunhas da parte de acusação e começou seu
interrogatório: “Senhor, você já foi a uma galeria de arte?”, ao que ele,
obviamente, responde que “sim”. O advogado então pergunta: “Senhor,
você já pagou para entrar em uma galeria de arte?”, ao que a testemunha
novamente responde que “sim”. O advogado então pergunta: “Senhor, havia
pinturas de mulheres nuas naquela galeria de arte?”, e ele diz: “Sim”. O
advogado se vira ao júri e fala: “Senhor, você poderia explicar para as
senhoras e senhores deste júri por que quando o senhor paga para ver
mulheres nuas é arte, mas quando a clientela de meu cliente paga para ver
mulheres nuas constitui pornografia? Você poderia nos explicar?”.
Agora, ouso dizer, esse advogado representa o que a tradição da
sabedoria antiga teria chamado de zumbi moral. Ele é um analfabeto, um
imbecil, em se tratando da importantíssima distinção entre amor e lascívia.
A resposta direta e clara àquela interrogação imbecil é esta: uma forma de
nudez desperta o meu amor, já a outra desperta minha lascívia; uma forma
nos guia e conduz ao Verdadeiro, ao Bom e ao Belo, a outra nos prende no
engodo do despotismo libidinoso. Uma forma está alinhada com a ordem
criacional, com a economia da criação de Deus, já a outra, pelo contrário,
rejeita a existência de tal ordem divina, reduzindo tudo que é de valor a uma
questão de mero gosto subjetivo e preferência pessoal. Uma forma
gentilmente atrai, a outra seduz.
Dessa forma, quando nossos alunos são atraídos por algo que eles
consideram bonito, nós temos de ensinar a discernir ao que eles estão sendo
atraídos, perguntando: trata-se de algo Verdadeiro e Bom? Por exemplo, os
vídeos da cantora Lady Gaga podem me atrair, mas eles o fazem na ocasião
de me atrair a algo além, a saber, por um mundo vazio de significado e
propósito que está lá para conformar-se às minhas necessidades e desejos. É
por isso que ela sempre está no foco da câmera em seus vídeos. Seus
artifícios celebram a alforria do eu-soberano.
É claro, isso não quer dizer que não haja nada de Verdadeiro e Bom na
música da Lady Gaga. Afinal de contas, ela está situada dentro de 2.500
anos de tradição musical, preservada e aperfeiçoada pela Igreja. Quer dizer,
no entanto, que o aluno precisa desenvolver seu discernimento ao ouvir sua
música, de modo a estar apto a aprovar o Bom e rejeitar as mentiras.
Logo, a primeira coisa que precisamos entender é esta: a Beleza é uma
física; é uma força gravitacional que atrai ao Verdadeiro e ao Bom. A
segunda é que a Beleza fascina em direção ao Verdadeiro e ao Bom,
despertando no íntimo um amor que se esvazia do eu e busca servir ao
objeto das afeições, e não controlá-lo e dominá-lo.
Tendo isso em vista, de que modo ensinaremos a nossos alunos todas
essas coisas eficazmente? Como podemos despertá-los ao Verdadeiro, ao
Bom e ao Belo de modo que vidas sejam transformadas e seus amores e
desejos sejam moldados conforme a ordem criacional de Deus?
CAPÍTULO 3
Redimindo os Sentidos

A cabo de argumentar logo acima que, em nossa busca pela Verdade,


Bondade e Beleza, nós, na posição de educadores clássicos, podemos, com
certa frequência, falhar nessa busca ao adotar inadvertidamente concepções
modernas de vida em nossa pedagogia. A título de exemplo, quando pela
primeira vez ministrei um curso de estética na universidade em que leciono,
passei o semestre inteiro lendo e palestrando sobre o tema para meus
alunos. Foi basicamente uma disciplina de história da arte e da beleza.
Minha pedagogia revelou conter uma visão de educação essencialmente
informativa ao invés de formativa. Eu estava ensinando aos meus alunos
que a competência e o conhecimento em fatos e informações — justamente
aqueles valores de nossa era moderna industrial — são normativos e
desejáveis.
O que me faltou foi algo bem simples, mas intensamente profundo: a
Arte e a Beleza não são formadas meramente pelo que conhecemos, elas
são também formadas por como nós as conhecemos. A Beleza não é
meramente objeto de nosso conhecimento; Beleza é conhecimento.
É aqui que desejo introduzir a tradição cristã à qual dou o nome de a
redenção dos sentidos. Resumidamente, a redenção dos sentidos envolve o
redirecionar ou repreparar os sentidos, agora distantes daquilo que é carnal
e sensual, em direção ao eternamente Verdadeiro, eternamente Bom e
eternamente Belo. Os cristãos acreditavam que não só nossa alma caiu por
ocasião do pecado original cometido no Jardim, mas também nossos
sentidos corpóreos ficaram enfermos pela desordem. Assim, no contexto da
redenção que Cristo conquistou para o mundo, o propósito da música e das
artes era santificar os sentidos de modo que o corpo estivesse também
preparado para sua futura ressurreição, na volta de Cristo.
De acordo com o conceito de Beleza como lei de atração que desperta
nossos amores ao Verdadeiro e ao Bom, nós precisamos ensinar aos nossos
alunos que o real propósito da música e das artes é o de fornecer uma ponte
estética que facilite a comunhão entre a alma humana e o Verdadeiro, o
Bom e o Belo. Essa ponte é o que faz da arte boa arte ou da música boa
música; a música e a arte são boas, em cumprindo seu propósito, que é
servir na posição de conectoras entre os amores da pessoa humana e a
realidade eterna que a pessoa humana deve vir a amar, assim cultivando a
virtude, a qual a tradição clássica define como amores corretamente
ordenados.
A arte e a música — como pontes para essa comunhão — nos antecipam
e nos preparam para, na ocasião da volta de Cristo, a transfiguração do
cosmo, proporcionando-nos, já no presente, um antegosto dessa
transfiguração. Quando seus alunos entenderem isso, fique alerta! Você não
conseguirá conter o entusiasmo deles: seu amor pela boa arte e pela boa
música irromperá!
Exploraremos, na Segunda Parte, esse entendimento conceitual de
Beleza e a redenção dos sentidos aplicados à cultura escolar. Como
podemos tornar nossas escolas belas e fazer delas lugares sagrados para a
contemplação e o encontro com o Verdadeiro, o Bom e o Belo, de modo a
cultivar as afeições de nossos alunos para que eles amem aquilo que é
verdadeiramente amável, desejem aquilo que é verdadeiramente desejável e,
portanto, experimentem o florescimento de sua humanidade?
CAPÍTULO 4
Música

Um dos grandes empobrecimentos dentro de nossas escolas está no fato de


a educação musical tender a morrer conforme o aluno passa para
determinada série, geralmente sétima ou oitava. O canto e a declamação
enchem as salas de aula na escola de Gramática, mas, como que de súbito,
são ocultados pelo leitoril dos anos mais à frente; o canto é banido e, em seu
lugar, assenta-se a especialização acadêmica do professor do coral.
Para nós da Tall Oaks Classical School, porém, é de maestral
importância que nosso prédio esteja repleto de música. Em sentido ideal, a
música deve jorrar de nossas janelas e dos vãos de nossas portas; é raro não
ouvir enquanto se caminha pelos corredores da escola, cujo breve percurso
pode lhe parecer uma pequena jornada, o canto proveniente de alguma sala
de aula.
Em nossa escola, fazemos com que os alunos das séries superiores, em
quatro vozes, cantem o Saltério no início da aula, como forma de santificar
o espaço antes de os estudos começarem. É comum, é claro, fazer uma
oração no início da aula, e isso é maravilhoso; mas foi Agostinho que disse
acertadamente: “Aquele que canta, este ora duas vezes”.
Precisamos entender que, para os antigos, a música não era entendida
como algo representado, composto, praticado ou tocado; ao invés disso, a
música era uma matemática, e a matemática envolvia os padrões da
perfeição, sobre os quais todo o cosmo é formulado. E embora não possa
enxergar os números, você pode ouvi-los pela frequência dos tons e pela
proporção dos intervalos (de oitava, de terça, de quinta).
Nossos alunos, ao aprenderem a cantar, aprendem a como viver um
relacionamento harmonioso com o cosmo resgatado em Cristo. Temos feito
isso por anos na escola Tall Oaks, e estou convencido de que eles aprendem
mais teologia pelo canto do que em qualquer outra palestra que eu possa
dar. E digo mais, honestamente, para nossa escola e alunos não há nada que
tenha contribuído mais à formação de uma cultura distintamente cristã do
que fazê-los cantar durante todo o período escolar.
Há basicamente cinco maneiras de incorporar a música aos dias de aula:
1. Reserve algum tempo do dia para todos cantarem e orarem. Nós
cantamos juntos, como escola, no início da manhã e,
organizadamente, recitamos orações, todos juntos. Além disso, os
alunos cantam em grupo a Doxologia na hora do almoço e, às vezes,
no fim do dia.

2. Organize os cânticos por períodos. Nós programamos a música e


as orações da manhã de acordo com o calendário litúrgico (Advento,
Natal, Epifania, Quaresma, Páscoa).

3. Use a música nas aulas de latim e de grego. Essa é uma


oportunidade maravilhosa de os alunos aprenderem o canto
gregoriano e os octoechos gregos, cada qual representando um
estado espiritual diferente. São muitos os recursos na internet através
dos quais se pode imprimir a partitura de cantos em latim e em
grego.

4. Comece a aula cantando. Acabo de elucidar esse ponto. Muitas


aulas em escolas cristãs têm por ponto de partida a oração. Mas,
como educador, não exagero quando digo que talvez a parte mais
importante do dia escolar seja o momento inicial, quando cantamos
os Salmos. Porque cantar provê o poder de criar um lugar sagrado,
um ambiente santificado, o qual é capaz de santificar todas as demais
atividades dentro da sala de aula. Cantar harmoniza não só o
ambiente em que o aluno se encontra, mas também o próprio aluno,
levando-o à harmonia com seus colegas (você não consegue brigar
com alguém enquanto canta junto dele) e consigo mesmo.
Caso não esteja habituado ao Saltério, sugiro as seguintes obras: The
Book of Psalms for Worship (publicado pela Crown & Covenant) e o
Hinário-Saltério Cantus Christi (publicado pela Canon Press).
5. Aprenda a cantar em vozes. Cantar em uníssono é excelente (em
especial no contexto do canto antigo). Mas cantar em vozes ajuda os
alunos a entenderem a si mesmos encarnando a unidade na
diversidade, tal qual a comunhão da Trindade. Também os abre a um
mundo novo, repleto de salmodia histórica e entoação de hinos.

São muitos os recursos que ensinam as vozes também, tal como o


Vanguard System (http://singingparts.com/). Se você não lê partitura, basta
acessar o YouTube para encontrar tutoriais de notação musical.
Note que meus alunos não estão aprendendo a cantar os Salmos na aula
de música; eles aprendem na aula de teologia. Por quê? Porque cantá-los é
teologia; teologia em sua expressão mais rica. Eis criaturas vivendo
harmoniosamente com essa criação, expressão artística do Eterno Artista.
Ao incorporar a música no dia escolar, você não só estará cultivando os
sentidos e encorajando as virtudes de seus alunos, mas também forjando a
comunhão e o companheirismo entre aluno e professor, despertando a
beleza da cultura cristã e abrilhantando a beleza própria ao ambiente
escolar. Foge-me da mente prática mais maravilhosa.
CAPÍTULO 5
Arte

Junto do cultivo de um ambiente acústico distintamente cristão em nossas


escolas deveria estar também nossa preocupação com a santificação da ala
visual. Digo, nossa escola, bem como algumas outras que tive o privilégio
de visitar, passou a enfatizar a importância da manifestação e expressão
pictóricas com o fim de semear a imaginação visual, o imaginário óptico
dos alunos. Eu sei de algumas escolas em que há pais artistas, os quais, pelo
fato de serem donos do prédio escolar ou terem permissão da igreja que
administra ou do locatário que for, pintaram murais em saguões ou
executaram pinturas muito bonitas nas paredes das salas de aula.
Agora, lidando com pinturas, acredito ser importante aos alunos que
aprendam a “ler” uma obra de arte. Isso envolve incentivar a prática daquilo
que é chamado de contemplação, prática esta empregada pela “leitura”
iconográfica. As artes visuais fornecem a ocasião propícia de santificar a
visão ao unir nossos olhos ao intelecto, de forma tal que a representação das
figuras divinas é experimentada tanto pela visão quanto pela alma. Com
esse estudo estamos preparando nossos alunos a que comecem a enxergar a
ordem criada ao redor deles como sendo, por si mesma, uma grande obra de
arte cósmica.
Exemplo que gosto de usar para meus alunos é a pintura Ecce Ancilla
Domini, de Gabriel Rossetti, artista do século XIX.1
Você notará um número impressionante de características nessa pintura:
o uso da cor branca em Maria e Gabriel, o pano de fundo em azul e o tear
vermelho colorido adornado com lírios complementando o lírio que está nas
mãos de Gabriel. Certifique-se de que seus alunos conheçam os significados
por trás do plano clássico de coloração: o azul significa eternidade, o
vermelho significa amor, o branco representa pureza, o verde significa vida,
o dourado representa a presença de Deus, o preto significa morte para si
mesmo. Faça com que seus alunos, enquanto os conduz e os guia, explorem
o significado da pintura conforme as cores se apresentam juntas para
contarem uma história. Por exemplo, o tear vermelho à direita dianteira com
lírios brancos poderia significar o sangue de Cristo, pelo qual o paraíso é
restaurado. O lírio também é historicamente associado à Virgem Maria.
Notou, ademais, a pomba entre Gabriel e Maria? O que a pomba
significa nas Escrituras? É claro, o Espírito Santo. A pomba carrega algum
novo significado diante das vestes azuis ao fundo? Talvez um eco do
batismo de Cristo? Talvez uma referência a Noé?
Mas, ainda além, perceba o semblante de Maria. Por que ela parece tão
aflita? Convide os alunos a refletirem sobre isso; esta é, na verdade, a
minha pergunta de abertura para início de discussão. Depois, finalmente,
mostre-lhes o formato da mão esquerda de Gabriel enquanto ele cruza o
lírio com a outra mão: nós vemos a indicação da cruz. Os olhos de Maria
fitam fixamente o símbolo que está lhe ensinando não unicamente o fato de
que ela dará à luz o Messias, mas também que Ele será o Cordeiro de Deus,
o sacrifício que tira o pecado do mundo.

Quando você ensinar a forma de ler uma pintura e depois forrar sua sala
de aula e saguões com belas obras de arte, seus alunos se sentarão de frente
a uma pintura e a contemplarão por horas, tendo assim a vista santificada
em unindo os olhos ao intelecto.
CAPÍTULO 6
Arranjo Espacial

Nossos prédios, saguões e salas de aula são extremamente importantes


diante da contemplação do Verdadeiro, do Bom e do Belo. O ambiente
espacial dos alunos constitui aquilo que o acadêmico Peter McLaren chama
de “o currículo escondido” dentro de nossas escolas, isto é, as mensagens
sutis transmitidas aos nossos alunos durante a prática diária, particularmente
em termos de arranjo espacial e projeto de como se dá o interior de um
ambiente.

Você vê obras de arte nas paredes, prateleiras repletas de livros, porém


nota que não há carteiras individuais na sala, a não ser a minha, bem ao
canto. No lugar de carteiras individuais, dispus várias mesas para que estas
formassem um grande retângulo de três lados, com algumas cadeiras
confortáveis, embora dobráveis, junto de uma mesa bem ao meio, dentro
desse retângulo, posta sobre um tapete persa e com o meu atril logo à frente.
Agora você entende, obviamente, entrando no recinto, que esse é um
lugar de aprendizagem. Não é um vestiário, não é uma sala de professores,
mas um espaço para educação e estudos, para aprender: o atril virado para
um lado, as cadeiras viradas para o outro, os livros nas prateleiras dando a
sensação geral de estar numa biblioteca. Esse é, afinal, um ambiente de
estudo, um lugar de aprender. Sim, eis um exemplo daquilo que McLaren
chama de “o currículo escondido” dentro de nossas escolas. Precisamos
conhecer bem nosso currículo escondido quando o assunto é a organização
e disposição ambientais da sala de aula, para que despertemos e
determinemos os amores de nossos alunos.

Bom, a estrutura interior costuma partir de um ponto focal na sala; na


arquitetura eclesiástica, este é historicamente o altar, de onde se origina e
emana a comunhão. O restante da igreja, historicamente falando, convergia-
se com o altar. De forma similar, temos o nosso próprio altar, por isso
nossas salas de aula tendem a ter por centro um objeto retangular, a saber, a
lousa.
Note os quatro ângulos aqui; quatro é um número cósmico na
imaginação clássica. O número quatro representa os elementos do cosmo
(terra, ar, fogo e água), as quatro direções (norte, sul, leste e oeste), os
quatro constituintes do espaço tridimensional (ponto, linha, plano e sólido),
os quatro rios do Jardim do Éden, e, é claro, os quatro evangelhos. Por
conseguinte, em certo sentido, esse é o nosso altar, e o atril é o nosso
púlpito. Ensinamos a eternidade ao estruturá-la nessas dimensões cósmicas!
Portanto, esse é o nosso ponto focal.
Eu tenho o ícone da Trindade de Rublev acima da lousa, comunhão da
qual o quadro é uma extensão. A Trindade é revelada no mundo pelos
quatro evangelhos, um ícone de cada situado nos quatro cantos da lousa. E
aqui, também, vejo um ícone da educação clássica: o Trivium (Gramática,
Dialética e Retórica) acima (representado pela Trindade) é unido ao
Quadrivium (Aritmética, Geometria, Música e Astronomia) abaixo
(representado pela lousa); na frente da minha sala de aula, o Verbo se faz
carne.
O atril é, portanto, uma extensão da lousa, operando em harmonia com o
mundo revelado através dela. Minhas palavras são entendidas como
extensão dessa grande comunhão cósmica à qual somos chamados a
participar.
Com efeito, o restante da sala emoldura a lousa, criando um limite,
colocando-a à parte, mas servindo também de limiar. Isto é o que o
especialista em arquitetura sacra Duncan G. Stroik chamaria de “a força
centrípeta” da lousa: ela nos atrai para si enquanto também infunde
sacralidade ao ambiente que a cerca.
Note, também, que ao redor do tapete eu pus mesas no lugar de carteiras.
Eu gosto de mesas porque inspiram diálogo. O que você faz ao redor de
mesas? Na fase da Retórica, eu desejo que, por assim dizer, meus alunos
conversem bastante, dialoguem mais e mais, desejo muitos colóquios, quero
muita conversio.
Ainda, observe a diferença para o aluno. O que uma sala de aula
disposta com carteiras individuais, enfileiradas fixamente transmite? Bom,
certamente transmite a ideia de que o aprendizado deve ser uma atividade
solitária, empreendida por um indivíduo soberano independente de qualquer
outro aluno da mesma sala de aula. Afinal de contas, é o meu boletim, não
é? Pelo contrário, contudo, o que as mesas fazem quando diversos alunos
estão sentados ao seu redor, juntos? Cria-se um senso de comunidade.
Portanto, meu desejo nesse ponto é simplesmente o de inspirá-lo a
pensar a respeito da sala de aula em que você leciona como algo a revelar
um “currículo escondido”, mensagens comunicadas através do arranjo
espacial e da disposição interior. No mínimo, precisamos transformar
nossas salas de aula em espaços sagrados, isto é, espaços onde os alunos
sabem que encontrarão o Verdadeiro, o Bom e o Belo de forma
transformadora. Isso, é claro, significa que nossas salas de aula devem ser
arranjadas de acordo com a matéria em particular: salas de música devem
ter boa acústica, os laboratórios de ciências precisam ter mesas mais altas,
um ginásio exige lugar aberto e tetos altos. Seja como for, os alunos devem
ser capacitados a discernir a beleza da sala, um espaço onde eles
encontrarão aquilo que tem a capacidade de transformar vidas.
CAPÍTULO 7
Jardins e Paisagismo

Muitas são as escolas que têm levado a sério o embelezamento do terreno


escolar. É claro, a aplicação do paisagismo e da jardinagem dependerá das
instalações, em particular se o local for alugado. Contudo, é difícil de
acreditar que os proprietários não apreciariam a própria propriedade
embelezada. Esta tarefa costuma ficar por conta de pais voluntários, mas se
sua escola tem orçamento para tanto, vale muito a pena arrecadar e investir
dinheiro nisso.
Para melhor apreciar o papel que os jardins exercem sobre a vida cristã,
não poderia deixar de recomendar o livreto The Fragrance of God [A
Fragrância de Deus], escrito por Vigen Guroian. O autor ilustra com beleza
a importância dos jardins como que um antegosto da nova criação. Guroian
conta como os cristãos primitivos enxergavam a Pessoa de Cristo sendo
nada menos que o retorno ao Paraíso. Isso é particularmente evidente nas
tradições grega e síria, nas quais Cristo é visto como o Logos, Aquele por
meio de quem todas as coisas foram criadas, Ele que foi originalmente
revelado em seus atos de criação, em particular no habitat do Paraíso. No
entanto, em virtude da queda, a criação tornou-se maldita. Nós perdemos o
Paraíso. Então o Logos fez-se homem para revelar-nos uma vez mais o
Paraíso, que é inerente à presença de Deus entre nós.
Um dos dons mais belos que podemos dar a nossos alunos é a percepção
de que Jesus é o Paraíso; Sua cruz é a Árvore da Vida; as águas do Éden são
restauradas nas águas do batismo; o grão e os frutos do terceiro dia da
Criação são transformados no pão e no vinho identificados no corpo e
sangue de Cristo, de forma que a criação e a encarnação unem-se para
restaurar nosso relacionamento com Deus e uns com os outros,
perpetuando, assim, a vida no mundo. São esses referenciais edênicos que
outorgam à contemplação e meditação da igreja uma visão distintamente
cristã da Verdade, da Bondade e da Beleza.
E é por isso que todos os anos levo meus alunos ao jardim botânico
Longwood Gardens, detentor de mais de mil acres em jardins e campos, em
Kennett Square, Pensilvânia, a uns trinta minutos de carro de nossa escola.
Meu desejo é que eles experimentem a redenção dos sentidos em um
ambiente similar ao nosso paraíso como no jardim original, cuja restauração
se dá em Cristo.
Nós também temos uma sala de aula ao lado de fora. De ambiente
pitoresco, com bancos e um atril para conduzir a aula mesmo lá fora,
cercados pela beleza da criação de Deus.
Quero também chamar sua atenção para Chris Hall, um importante
membro da Covenant School, em Charlottesville, Virgínia, que vem fazendo
um trabalho maravilhoso ao incorporar jardins no currículo científico,
objetivando despertar o amor do aluno pela criação como pré-requisito para
o estudo científico da criação. Aliás, em uma de suas apresentações, ele
projeta pelo PowerPoint o contraste entre dois laboratórios científicos. De
um lado, vemos uma figura de seu típico laboratório científico esterilizado.
Do outro, podemos ver a figura de um exuberante e lindo jardim
edênico. Então Chris pergunta: em qual laboratório científico você
preferiria estar? Qual é mais bonito? Dessa forma, o que Chris faz é iniciar
os alunos na fase da Gramática com o estudo da ciência num jardim e por
meio dele, a fim de despertar seus amores pela criação antes de irem ao
laboratório para estudar o mundo natural em detalhes microscópicos.
Se levarmos a sério os jardins e o paisagismo ao redor de nossas escolas,
descobriremos que nossos alunos estarão cultivando um senso renovado do
mestre Jardineiro e do retorno ao Paraíso em Cristo.
CAPÍTULO 8
Cultura Escolar

Até aqui demos ênfase a vários componentes que constituem as artes


formais, tais como a música, a arte, o design de interiores e a horticultura.
Classicamente concebidas, as artes eram consideradas mediadoras do
significado divino que molda nossos amores de acordo com a ordem
criacional divina. No entanto, a teoria estética não está limitada às artes
somente; ela pode ser aplicada à cultura escolar e ao currículo também,
porque, tal qual a noção de currículo escondido que exploramos acima,
ambos igualmente servem de ponte. Neste capítulo, nosso foco estará nas
formas como a cultura escolar pode comunicar Beleza, e no próximo
exploraremos as várias maneiras por que o currículo escolar pode servir de
ponte estética.
A forma com que abordamos nossa comunidade e cultura escolar é
bastante relevante à noção de Beleza na vida de nossos alunos. Como a flor
de um jardim, a vida cristocêntrica precisa ser cultivada em um tipo
particular de espaço para que cresça e floresça.
Em minha concepção, a escola deve, antes de tudo, ser apreciada na
qualidade de espaço sagrado que visa a contemplação e a prática do
Verdadeiro, do Bom e do Belo na vida dos alunos, de modo a permitir que a
fé deles floresça. Creio ser fundamental levar nossos alunos a apreciar o
fato de que as várias práticas, arranjos, padrões e etiquetas componentes à
vida escolar coletiva revelam a escola como espaço sagrado, um lugar
santificado, separado do mundo, expressão vívida de um povo que está no
mundo, mas não lhe pertence.
Eu não precisaria prever isso, mas: você será desafiado pelo aluno e
pelos pais no porquê de haver regras e padrões em sua escola. Ainda que
demore, você ainda será colocado contra a parede. Se você responder:
“Bom, é o nosso jeito” ou “Nós temos uniformes porque não queremos
ninguém vestindo algo inapropriado”, o aluno ou o pai não vão engolir. Eles
reconhecerão que as regras e padrões da escola são basicamente arbitrárias,
estão lá apenas porque alguém tem o poder de impô-las.
Quando, no entanto, se explica que as regras, etiquetas e padrões da
escola revelam a Beleza, eu descobri que, na maior parte das vezes, reações
totalmente diferentes aparecem. Ao entender a escola como lugar sagrado,
os alunos e os pais imediatamente percebem algo: lugares sagrados
demandam regras especiais. É isso que coloca o dia 25 de dezembro como
um dia especial; para sê-lo, nós fazemos coisas especiais, coisas que
ordinariamente seriam incomuns de fazer. Lugares especiais exigem regras
especiais.
E precisamos enfatizar que o propósito todo dessas regras e padrões não
é reprimir ou impedir, mas, ao invés disso, despertar e libertar. Como G. K.
Chesterton escreveu em sua obra Ortodoxia: “Quanto mais considerei o
cristianismo, mais descobri que ele estabeleceu um governo e ordem, sendo
o objetivo maior de tal ordem dar espaço para que as coisas boas fluam sem
restrições”.
Assim como nos esportes ou na música, a mágica só começa a acontecer
quando a pessoa aprende, domina e de fato ama as regras.
Pegue, por exemplo, os uniformes escolares. Por que exigimos
uniformes em nossa escola? Os uniformes escolares demonstram um telos
comum, isto é, um propósito ou meta comum. Esse é o caso para todos os
uniformes — nos esportes, no exército, no clero. Todos os uniformes
englobam uma identidade compartilhada, um propósito compartilhado.
Sendo assim, nossos alunos são encorajados a exercitar seus dons
individuais para o benefício de todo o grupo, de toda a comunidade, para a
glória de Deus. Foi por isso que Paulo pôde escrever aos Gálatas: “Porque
todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo [...]
todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.27–28).
E esse propósito ou objetivo compartilhado é, em si, encontrado na cor
dos uniformes. Como notamos mais acima, as cores têm significação na
teologia cristã: o dourado representa a presença de Deus, o vermelho revela
o amor, o branco a pureza, o preto a morte para si mesmo, o verde a
novidade de vida. Nossos uniformes na Tall Oaks são azuis, cor que
representa a eternidade. Eu amo lembrar aos nossos alunos que, todas as
vezes que usam aquele uniforme, eles estão sendo preparados para a
eternidade.
Quando os padrões escolares são questionados, olhe nos olhos de seu
aluno e diga: adotando essas regras especiais, elas revelam que você por si é
sagrado. Você foi separado, você foi comprado por um preço.
CAPÍTULO 9
Currículo

São várias as maneiras de reimaginar as matérias e disciplinas que você


insere em suas aulas para que sejam canais da Beleza. Em primeiro lugar e
antes de tudo o mais, acredito ser necessário pensar sobre cada uma de
nossas matérias como mediadoras, um portal instrumental pelo qual
passaremos e nos encontraremos com uma visão de Cristo única para cada
disciplina. Isso significa que eu recebo uma visão de Cristo que é única à
literatura, à história, à arte, à música, à ciência, à matemática, aos esportes.
Cada matéria fornece seu próprio vislumbre particular da glória e da
majestade de Cristo.
Para melhor entendimento, metaforizemos nossas disciplinas. Por
exemplo, quando o rapaz apaixonado dá à noiva uma rosa, o que está
acontecendo nesse caso? Esse rapaz, embebido de amor, acredita que sua
noiva talvez tenha afinidades por botânica? É claro que não. A rosa é dada
não meramente como rosa ou planta, mas como expressão tangível, uma
manifestação concreta do amor interpessoal. A rosa representa, literalmente
reapresenta, algo que de outra forma seria substancialmente abstrato ou
impalpável, isto é, “o amor”.
Nesse sentido, a metáfora é um novo conjunto de olhos através dos quais
vemos algo que, do contrário, não poderia ser visto. Uma metáfora desperta
realidades espirituais intangíveis a nossos sentidos, possibilitando-nos
encontrar aquelas realidades de forma transformadora.
Aqui está uma amostra de como o seu currículo pode servir de mediação
entre o aluno e o Verdadeiro, o Bom e o Belo, para, portanto, cultivar as
afeições do aluno.2
Agora, em termos de nossas disciplinas escolares funcionando como
metáforas, é claro que isso contém paralelos diretos com o mundo da
literatura. Nós “vemos” através das histórias quando nos apercebemos de
que elas apontam para além delas mesmas, para uma história maior, elas são
microcosmos de uma narrativa macrocósmica toda abrangente. Seja lidando
com a literatura infantil, seja com a de Shakespeare, as histórias nos dão um
saborear da significação de nosso mundo através do mundo narrativo.
Assim, as tragédias de Shakespeare são vistas como representações da
queda da humanidade, enquanto suas comédias representam nossa
redenção; A Bela Adormecida pode ser lida como uma história sobre um
Cristo redentor que mata o dragão e resgata sua noiva, dando-lhe vida
novamente. Em Pinóquio, a madeira endurecida representa a preguiça, a
falsidade e o egoísmo, e sua transformação em ser humano representa os
processos divinos de regeneração e transfiguração. A Pequena Sereia
representa a busca pela vida eterna; a Teia de Charlotte representa a vida na
essência de comunhão e amizade.
Além de abrir o aluno para a vida através do mundo da literatura, nós
despertamos a imaginação dos alunos através das metáforas da matemática.
Os gregos, seguindo a escola pitagórica de pensamento, notaram que os
números não existem no tempo e no espaço. Ninguém jamais viu o número
‘1’, por exemplo, nenhum de nós já se deparou com o número ‘1’, ninguém
o ouviu, cheirou, etc. Acontece que o número ‘1’ não se estende no tempo e
no espaço; ele aparece apenas na posição de adjetivo: um lápis, um livro,
um aluno. Mas os gregos perguntavam: o que aconteceria com a civilização
humana se disséssemos que os números e a matemática, na realidade, não
existem? Nós não poderíamos construir pontes, prédios, estradas ou
qualquer outra coisa. A ordem do universo seria colocada em xeque, tudo
entraria em colapso. Portanto, nossa existência, nosso experimentar dos
números são testemunhos do fato de que estes e a matemática devem existir,
mas devem existir noutro mundo. E porque a matemática lida com um
mundo perfeito e eterno, então ela deve estar em um mundo divino. A
matemática representa, literalmente, o mundo divino neste mundo. Por
conseguinte, toda vez que uso a matemática, estou me comunicando com a
vida divina, ou, nas palavras de refinamento ditas por Agostinho, com a
arquitetura de uma mente divina. Como se pode ver, os números não são
apenas números. Eles apontam para além deles mesmos, para algo que
desperta em nós espanto e deslumbramento. Nós passamos a descobrir
significado através dos números.
A ciência pode ser vista como um exemplo da Beleza também. Na
verdade, os medievais entendiam a ciência como uma espécie de estética, o
estudo da arte e da beleza. Eruditos medievais conferiam dois atributos à
Beleza: aquilo que se poderia chamar de estética da proporção (a natureza
quantitativa da Beleza) e uma estética da luz ou luminosidade (a natureza
qualitativa da Beleza). Uma estética da proporção envolvia a ideia de
‘congruência’ (congruentia), equilíbrio, consonância, harmonia. Essa é a
quantidade da estética medieval. Roberto Grossetesto (c. 1245), bispo do
século XIII, escreveu: “A luz é verdadeiramente o princípio de toda a
beleza; a luz, como princípio da cor, é a beleza e o ornamento de tudo o que
é visível”. E são essas concepções quantitativas e qualitativas de Beleza que
se estendiam ao mundo observável da ciência medieval. Por exemplo, a
luminosidade foi, em si, a consequência natural dos desenvolvimentos
científicos no campo da óptica. Teólogos, filósofos, cientistas, poetas e
arquitetos medievais eram fascinados pela óptica, pelas cores, pelo arco-íris,
pelos espelhos e prismas. Na verdade, o termo em latim para Beleza,
pulcher, parece ser etimologicamente derivado do grego poly-chroia, ou
‘muitas cores’.
A ciência e a Beleza, ao lado da geometria, uniam-se de várias formas
mais explicitamente no espaço sagrado da catedral medieval. A cúpula
circular representava o céu, com seu círculo representando a eternidade, os
quatro cantos do chão representavam os quatro cantos da terra, em
particular as igrejas bizantinas formavam um quadrado perfeito
representando o Santo dos Santos; normalmente havia quatro pilares que
partiam da cúpula celestial para o chão terreno, o que representava os
quatro evangelhos testificando ter o céu descido para a terra, em Cristo. E, é
claro, o cruciforme passou a planta baixa padrão do cristianismo ocidental,
de modo que cada igreja passou a representar tangivelmente o mundo
recriado através da cruz.
Na educação clássica, a educação física, ou gymnastikē, é
particularmente importante para mediar a Beleza a nossos alunos. O
atletismo no mundo clássico era inextricavelmente ligado à virtude do
domínio próprio, ou autocontrole, (engkratia), à formação de uma excelente
disposição, a qual era a virtude-chave que separava os gregos dos bárbaros.
Assim, a linguagem da competição atlética era, boa parte do tempo, usada
para pensar sobre o desenvolvimento da virtude do domínio próprio na vida
de um filósofo. Nós vemos Paulo apelando à linguagem e ilustração do
atletismo em 1Co 9.24–26 como metáfora de seu domínio sobre paixões e
tentações, no contexto da renúncia de suas prerrogativas legítimas como
apóstolo que, por amor, servia aos demais no Evangelho. Logo, a
competição atlética pode ser essa personificação da vida cristã, onde a
pessoa domina um conjunto de regras em favor dos outros, para que as
coisas boas possam fluir sem impeditivos.
Literatura, matemática, ciência, atividades atléticas, bem como música e
arte, são todas reveladoras, cada qual com sua própria forma peculiar, de
um mundo cheio de Verdade, Bondade e Beleza. Portanto, ao entendermos
nossas disciplinas como sendo mediadoras metafóricas, nossa matéria
transforma-se em um novo par de olhos, e, mediante eles, nossos alunos
podem começar a entender o significado inerente da ordem da criação
divina, da economia criacional.
Resumo

O objetivo deste livro é fornecer uma cartilha sobre a Beleza, objetivando o


cultivo de uma estética elevada em nossas escolas. Minha própria
experiência no mundo da educação clássica corrobora a necessidade de tal
cartilha. Como educadores focados em moldar a visão de mundo de nossos
alunos, nós por vezes e mais vezes temos focado na Verdade e na Bondade,
mas isso em detrimento da Beleza. Quando se trata de negligenciar a
importância da estética no cultivo dos amores de nossos alunos, confesso
ser o maior de todos os pecadores. Este livro é parte de meu arrependimento
constante.
Primeiramente, nós aprendemos que a Beleza é uma física, uma força
gravitacional que nos atrai ao Verdadeiro e ao Bom, e ela faz isso ao
despertar e alinhar nossos amores com a ordem criacional de Deus. A
Beleza, portanto, nos possibilita amar aquilo que Deus ama, a desejar aquilo
que Deus deseja. Mediante a Beleza, nós cultivamos tanto sabedoria (ver o
mundo como repleto de significado e propósito divinos) quanto virtude
(ordenar os amores da pessoa de acordo com esses significado e propósito
divinos) na vida de nossos alunos.
Em segundo lugar, repassamos várias maneiras por que podemos
transfigurar nossa comunidade escolar com o poder transformador da
Beleza. Nós vimos como música, arte, arranjos espaciais, jardins e
paisagismo, cultura escolar e currículo podem servir de mediadores, como
uma ponte estética coletiva que facilita a comunhão entre as almas de
nossos alunos e o Verdadeiro, o Bom e o Belo.
O que se pode extrair de crucial a partir de tudo isso é que a educação
clássica trata de, em fundamento e essência, preparar as afeições de nossos
alunos para que eles amem aquilo que é verdadeiramente amável, desejem
aquilo que é verdadeiramente desejável, e, portanto, experimentem o
florescimento de sua humanidade. É a Beleza que, mais do que qualquer
coisa, cultiva os amores e as afeições do aluno. Ao implementarmos uma
estética elevada em cada faceta da vida escolar, estaremos provendo as
condições com as quais a vida de cada um de nossos alunos poderá ser
transformada em modelo de sabedoria e virtude, na ocasião de serem
atraídos à vida da infinita Beleza de Deus.
Por fim, mais uma vez, muito obrigado por ter adquirido este livro!
Espero que tenha o ajudado a despertar para a natureza da Beleza e às
várias formas por que o Belo pode ser incorporado em cada faceta da vida
escolar e da cultura da escola.
Caso tenha apreciado a obra, peço-lhe o seguinte favor: você poderia,
gentilmente, deixar uma avaliação deste livro na Amazon? Eu apreciaria
muito!
Muito obrigado e que Deus o abençoe!
Steve Turley
www.turleytalks.com
Sobre o Turley Talks

Estamos presenciando a revitalização da civilização cristã?


Há décadas o mundo tem sido dominado por um processo conhecido
como globalização, sistema político-econômico que esvazia e erode as
tradições, os costumes e as religiões de uma cultura, e isso o faz enquanto
condiciona a população a confiar na experiência de uma pequena classe de
tecnocratas para cada aspecto de sua vida, seja de âmbito social, seja
econômico.
Até agora.
Em todo o mundo está havendo um enorme golpe contra os processos
anticulturais da globalização e sua aristocracia secular. Da Rússia à Europa,
e agora também nos EUA, os cidadãos têm se levantado e reafirmado sua
religião, cultura e nação como mecanismos de resistência contra as
tendências desumanizadoras do secularismo e do globalismo.
Mas é só o começo.
O mundo secular encontra-se à beira de um colapso enquanto uma nova
era tradicionalista surge.
Junte-se a mim todas as semanas enquanto examinamos essas tendências
mundiais, descobrimos respostas aos desafios mais difíceis da atualidade, e,
em conjunto, aprendemos a viver no presente à luz de coisas ainda melhores
que estão por vir.
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Sobre o Autor

Steve Turley (PhD, Durham University) é um acadêmico, palestrante e


violonista clássico reconhecido no cenário internacional. É autor dos livros
Educação clássica vs. educação moderna: A visão de C.S. Lewis e Teologia
do Deslumbramento, ambos pela Editora Trinitas. Steve escreve sobre a
igreja, sociedade e cultura, educação e as artes pelo site TurleyTalks.com. É
membro do corpo docente da Escola Clássica Tall Oaks em Bear, Delaware,
onde ensina teologia, grego e retórica, além de ser professor de Belas-Artes
da Eastern University. Steve palestra em universidades, conferências e
igrejas por todo os EUA, e também no exterior. Suas pesquisas e artigos
apareceram em revistas como Christianity and Literature, Calvin
Theological Journal, First Things, Touchstone, e The Chesterton Review.
Ele e sua esposa, Akiko, têm quatro filhos e moram em Newark, EUA,
onde, juntos, gostam de pescar, praticar jardinagem e assistir a maratonas de
Duck Dynasty.
Notas

1 Para uma análise mais completa, acesse: http://www.rossettiarchive.org/docs/s44.rap.html.

2 Escrevo mais a respeito em meu livro Awakening Wonder: a Classical Guide to Truth, Goodness,
and Beauty (Camp Hill, PA: Classical Academic Press, 2015).
Leia Também

Educação Clássica vs Educação Moderna: A visão de C. S. Lewis

Com todas as opções educacionais disponíveis nos dias de hoje, escolher a


melhor escola e o melhor currículo para seus filhos pode ser tremendamente
desafiador. Mas e se fosse possível descobrir um modelo ideal de educação?
Neste livro você será guiado em uma jornada cheia de reviravoltas e
descobertas da verdadeira educação, por meio de uma análise da obra
seminal de C.S Lewis no tema, “A abolição do homem”. Você jamais verá
educação da mesma forma novamente!

----------------
Teologia do Deslumbramento

Neste livro, Dr. Steve Turley apresenta as principais causas de cinismo,


ensina a enxergar como todas as coisas refletem o esplendor de Deus e
oferece maneiras práticas de tornar o processo educacional um verdadeiro
encontro com o divino, uma bênção ao invés de um fardo. Ele ainda mostra
como nossas crianças podem aprender a explorar o mundo à luz daquele em
quem todas as coisas são feitas novas, e saber que foram criadas para para
se admirarem e se deslumbrarem.

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editoratrinitas.com.br

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