Arede 036

Apresenta
A Rede
Novela de:
Evana Ribeiro
CAPÍTULO 36
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TV DESTINO . A REDE . CAPITULO 36 2
CENA 01 – AP. DE CATARINA/SALA – INT – NOITE

Continuação da cena final do capítulo anterior. Beth,
Felícia e Walter continuam se entreolhando, sérios. O clima
é extremamente tenso. De repente, Joyce entra, vinda do
quarto, junto com Maria. Ela pára ao ver Walter lá e,
ignorando a tensão estabelecida, se aproxima do grupo.
JOYCE – Professor! Eu tava justamente pensando em

ligar pra você. É que eu tô com uns problemas pra
fazer um trabalho da sua matéria e queria umas
explicações.
FELÍCIA (nervosa) – Eu vou trocar a fralda da

Irina, com licença.
Felícia sai correndo, com o carrinho de bebê.
JOYCE (também entrando para o quarto) – Espera só

um segundinho, vou trazer as minhas coisas pra
cá.
Beth e Walter ficam sozinhos com Maria.
BETH – Você... Chegou agora?
WALTER – Faz uns cinco minutos.
Beth se encosta na parede, quase chorando. Maria

percebe e se aproxima dela.
MARIA – Quer um copo d’água?

BETH – Não, menina. Eu só preciso de ar puro...

Walter, espero você lá fora.
Beth sai batendo a porta. Joyce volta, com um caderno

aberto e um livro. Ela senta no sofá e Walter vai para
perto dela.
JOYCE – Eu tô com um pouco de problema nessa

parte aqui...
Joyce vai falando, sem áudio. Walter não parece estar

prestando muita atenção. Sonoplastia: Why do I lie? –
Luscious Jackson.
CORTA PARA
CENA 02 – AP. DE ALEXANDRE/SALA – INT – NOITE

Alexandre e Catarina estão estudando na sala. Ele faz
algumas anotações em um caderno, marcações em um texto,
etc. De repente, ele pára, e ela o olha, estranhando a
pausa.
CATARINA – O que foi?
ALEXANDRE – Nada, eu só tô um pouco cansado.
CATARINA – Entendo... Já faz horas que a gente tá

aqui. Que tal deixar para amanhã?
ALEXANDRE – É melhor mesmo. (pausa) Não sei nem

como eu te agradeço pela força...
CATARINA – Não tem nada que agradecer não. Tô

feliz por ajudar.
ALEXANDRE – É que a forma como você me trata,

especialmente depois de tudo o que aconteceu com
a Ilma... Eu fico até sem jeito.
CATARINA – Não tem por quê...
ALEXANDRE (corta) – Cacá, você gosta de mim, né?
Catarina olha para Alexandre, assustada.
CATARINA – Repete a pergunta, por favor.
ALEXANDRE – Eu só perguntei se você tá gostando

de mim, se quer ter algo comigo.
Catarina, nervosa, não fala nada.
CORTA PARA
CENA 03 – CASA DE PATRÍCIA/SALA – INT – NOITE

Patrícia está sozinha, assistindo a novela. De quando
em quando, olha as horas no relógio de pulso, preocupada.
PATRÍCIA – Essa menina já se esqueceu do tempo...

Daqui a pouco vou buscar ela na rua.
O telefone toca.
PATRÍCIA (tel) – Alô? (pausa) Como é? O que

aconteceu com a minha filha? (começando a chorar)
Eu... Eu já, já chego aí.
Patrícia desliga o telefone, tentando enxugar as

lágrimas, e procura sua bolsa, totalmente desorientada.
CORTE DESCONTÍNUO
CENA 04 – HOSPITAL/QUARTO – INT – NOITE

Cecília chora convulsivamente, deitada no leito,
enquanto Patrícia está ao seu lado, tentando consolá-la.
PATRÍCIA – Minha filha, tente se acalmar, senão

vai ser pior pra você!
CECÍLIA – Pior como? Eu perdi o bebê... Perdi! Eu

quero ver o Gustavo! Chama ele pra mim!
PATRÍCIA – Primeiro você precisa se acalmar.
CECÍLIA – Eu não consigo!
Patrícia abraça a filha e começa a chorar também.
CORTA PARA
CENA 05 – CASA DE Mª EDUARDA/TERRAÇO – INT – NOITE

Eloíse está olhando a rua, com ar muito preocupado,
triste. Está com o celular na mão. Gustavo passa por lá e
pára ao vê-la.
GUSTAVO – Oi, Elô.
ELOÍSE – Oi, tudo bem?
GUSTAVO – Tudo péssimo.

ELOÍSE – Nossa...
GUSTAVO – Mas foi até bom te encontrar, você tá

precisando saber de um negócio.
ELOÍSE – Ai, meu Deus... O que é?
GUSTAVO – Posso entrar?
Eloíse abre o portão sem questionar. Gustavo entra e

senta em uma das cadeiras.
GUSTAVO – É melhor você também sentar...
ELOÍSE – Aconteceu alguma coisa com a minha irmã

e meus pais não podem saber?
GUSTAVO – Não. O problema é com a minha

namorada... E o seu namorado também.
Eloíse arregala os olhos, assustada.
GUSTAVO – Eu sei que é horrível, mas é melhor

saber agora do que ser a última a saber de tudo.
(pausa) A Cecília e o Rodrigo tavam ficando lá no
bar da esquina, na frente da turma toda lá
daquelas aulas de dança. Até a prima dele tava
lá. Todo mundo rindo, feliz... Eu cheguei do
trabalho e vi tudo, aí nem quis saber de
explicação, saí...
ELOÍSE (chorando) – Tá bom, pode parar, chega! Eu

não quero ouvir mais nada. (pausa) É mentira, né?
GUSTAVO – Eu sinto muito, mas não é... Nós dois

fomos traídos.
Eloíse chora mais convulsivamente ainda. Gustavo

segura a mão dela, meio indeciso entre abraçar ou não.
CORTA PARA
CENA 06 – CASA DE FREDERICO/QUARTO – INT – NOITE

Frederico está deitado na cama, e Jacqueline sentada
perto dele. Ela faz carícias pelo corpo dele, o beija, e
ele tenta se esquivar.
FREDERICO – Não, pirralha, hoje não.
JACQUELINE (brava) – Pirralha?
FREDERICO – Modo carinhoso de falar, menina. Tu é

a pirralha mais excitante do mundo, mas hoje não
dá mesmo.
JACQUELINE – Logo hoje que eu tô tão feliz?
FREDERICO – É que o golpe lá do carro foi forte.

Não quebrou nada, mas tá doendo pra caramba.
JACQUELINE – Então deixa eu curar o dodói?
Frederico fica calado, apenas olhando Jacqueline se

insinuar.
FREDERICO – Vem acabar de matar o velho aqui,

vai...
Jacqueline se joga sobre Frederico, eles se beijam e

ficam rolando na cama.
JACQUELINE – Vou curar bem curado meu milionário

do Paraguai.
Ao ouvir essa frase. Frederico empurra a garota e fica

olhando para ela, muito sério.
FREDERICO – Que história é essa de milionário do

Paraguai?
JACQUELINE (rindo) – Ô Frederico, tá me achando

com cara de burra, é? Eu já saquei que ‘rico’ só
é o final do teu nome. (pausa) Ou agora tu vai me
dizer que transar nessa pocilga é fetiche? Nem
dinheiro pro motel tu tem!
FREDERICO – Tá bom, tá bom! Admito, sou tão rico

quanto tu é santinha. Mas tenho uma fonte de
verba garantida.
JACQUELINE – Já sei, o INSS.
FREDERICO – Não, sua tolinha. Tô falando da minha

filha. Ela tem umas fontes aí... Três pirralhas
remelentas, um namorado, uma amiga, dois irmãos,
sendo que um tá bem de vida e o outro mais ou
menos...
JACQUELINE – E tu vai extorquir a pobrezinha.

FREDERICO – Digamos que seja uma compensação para

os treze anos que eu tive que agüentar a Maria
Teresa. Uma menininha insuportável, mas
insuportável mesmo! (pausa) Se ela não tivesse
fugido pra casa do Walter, eu tinha feito ela de
minha escravinha há mais tempo.
JACQUELINE – Nossa, que medinho de você...
Eles riem e voltam a se beijar.
CORTA PARA
CENA 07
Tomada do prédio de Catarina à noite. Sonoplastia:
Revenge – Patti Smith.
CORTA PARA
CENA 08 – RUA – EXT – NOITE

Beth está sentada na calçada, muito séria. Lágrimas
rolam por seu rosto, e ela torce as mãos de ódio.
BETH – Burra! Como eu fui burra! Fui acreditar

naquela... Naquela coisa e ela pegando o meu
homem! (pausa) E ele todo derretidinho...
Infelizes, os dois. Eu juro pela vida dos meus
filhos que não vou deixar isso barato. Eu vou
infernizar a vida daquela infelícia até ela
aprender a não se agarrar com o marido alheio...
Mas não vou perder o Walter. Não perdi antes, e
não é agora que eu vou perder.
Walter sai do prédio e se aproxima dela.

WALTER – O que você ainda tá fazendo aqui?
BETH (fria,sem olhar para ele) – Tava esperando

você.
WALTER – Então vamos embora.
Walter ajuda Beth a se levantar e os dois vão para o

estacionamento.
CORTA PARA
CENA 09 – AP. DE CATARINA/SALA – INT – NOITE

Joyce está fazendo anotações no caderno. Felícia
entra.
FELÍCIA – Ele já foi?
JOYCE – Foi. E tava esquisito... O que foi que

aconteceu que vocês estavam tão estranhos quando
a gente chegou?
FELÍCIA – Nos beijamos de novo. (pausa) Joyce, eu

tô ficando doida, esse homem vai acabar me
botando a perder!
JOYCE – Caramba...
FELÍCIA – É sério, é muito sério. Eu nunca me

apaixonei por um homem casado na minha vida...
Aliás, acho que eu nunca me apaixonei de verdade
antes. Aí eu me apaixono por um homem casado, é
pra se lascar mesmo.
JOYCE – Não é tão ruim assim. Já aconteceu comigo

e ninguém morreu...
Joyce ri. Catarina entra e se joga no sofá, exausta.
JOYCE – O que foi? Veio correndo?
CATARINA – Não... É que eu passei por uma que não

tava esperando. (pausa) Alexandre perguntou se eu
tava a fim dele.
JOYCE – E o que tu disse?
CATARINA – Nada, saí voando de lá.
JOYCE – Mas é tapada, né?
CATARINA – Eu não tava esperando, entende?
JOYCE – Vocês duas são problemáticas mesmo,

viu...
CATARINA – O que foi?
FELÍCIA – Foi que a sua irmã aqui é uma tonta e

se apaixonou pelo homem errado...
CATARINA – Mas o homem errado não era o tal de

Ed?
FELÍCIA – Eu só atraio homem errado!
CORTA PARA
CENA 10
Tomada de um conjunto de prédios luxuosos.
Sonoplastia: Pnevmatika.
CORTA PARA
CENA 11 – APARTAMENTO QUALQUER – INT – NOITE

Felipe está dormindo. Os amigos de Ed assistem a um
filme qualquer na TV. A campainha toca. Iago vai atender, é
Ed acompanhado por Célia.
IAGO – Opa!
ED – Iago, essa aqui é a mãe do Felipe. Dona

Célia, esse aqui é um dos meus amigos, o Iago.
CÉLIA – E onde tá o meu filho?
IAGO – Tá dormindo lá dentro.
Célia vai para perto do garoto. Iago e Ed vão para

outro canto. Conversam baixinho.
IAGO – É, até que dá pro gasto mesmo...
ED – Então vocês vão ficar mesmo com os dois.
IAGO – É.
ED – E quanto eu levo na negociata?
IAGO – Vinte e cinco por cento da grana que os

gringos vão dar pelos filmes.
ED – E isso é quanto? Não é nenhuma merreca, né?
IAGO – Vinte e cinco mil reais é merreca pra

você?
ED – Não, tá ótimo!
IAGO – Então pode ir tranqüilo. A gente vai dar

um jeito de fazer as gravações e logo, logo, a
grana tá nas nossas mãos.
Ed e Iago se cumprimentam com um forte aperto de mão.
CORTA PARA
CENA 12
Tomada aérea de vários pontos do Recife. Transição
noite-dia. Sonoplastia: Pnevmatika.
CORTA PARA
CENA 13 – ANTIQUÁRIO – INT – DIA

Danilo acaba de abrir a loja e está tirando o pó de
alguns objetos. Teresa entra, sozinha.
TERESA – Bom dia, irmãozinho!
DANILO – Oi, Tetê, bom dia!
TERESA – E como tão as coisas?

DANILO – Acho que consegui me libertar da paixão

pela Felícia. Uma outra moça arrebatou meu
coração.
TERESA – E quem é a gata da vez?
DANILO – Esse é o problema, não sei o nome dela.
TERESA – Como é?
DANILO – Tipo, a garota assina os textos como

Alexandra Lara.
Teresa fica olhando para Danilo, muito séria. Depois,

começa a rir.
TERESA – Tinha que ser meu irmão mesmo! Como é

que tu se apaixona por uma mulher que nunca viu
nem sabe o nome?
DANILO – Foi assim: eu tava lendo as minhas

coisinhas na net, como sempre, aí eu descobri o
blog da Alexandra. Só tinha uns textos bem de
fossa, sabe?
TERESA – Fossa? Credo!
DANILO – Eu me identifiquei com a garota, Tetê!

Ela falou exatamente o que eu tava sentindo pela
Felícia. Ela me entende! É minha alma gêmea!
TERESA – Ai, Danilo... Tu tá pior que mocinha

chorosa da novela das oito!
DANILO – Isso, avacalha! Só porque tá felizona

aí, namorando, fica tripudiando da minha
desgraça.
TERESA – Não faz drama.
DANILO – Mas diz aí, o que foi que te trouxe

aqui, hein?
TERESA – Bom, eu vou começar a trabalhar num

projeto em uma escola e vim te contar a novidade.
DANILO – Massa! Vai dar aula?
TERESA – Vou fazer uma oficina de desenho lá,

apresentar meus personagens, essas coisas. Vai
ser divertido.
DANILO – Boa sorte então.
TERESA – Vou ter que ir, tenho que passar lá na

casa da Amanda e tals... E boa sorte pra você
também aí, com a escritora misteriosa!
Teresa se despede do irmão com um beijo e sai.
CORTA PARA
CENA 14 – CASA DE Mª EDUARDA/QUARTO DAS MENINAS – INT – DIA

Eloíse está deitada em sua cama, com os olhos inchados
de tanto chorar. Jacqueline vai até a cama da irmã.
JACQUELINE – Ei... O que foi, menina?

ELOÍSE – Me deixa quieta, Jackie... Eu não quero

falar com ninguém.
JACQUELINE – Ah, não... Me fala o que foi. Se

não, eu vou chamar mainha!
ELOÍSE – Não!
JACQUELINE – Então diz pra mim. Prometo que não

falo pra eles.
ELOÍSE – Eu vou acabar tudo com o Rodrigo... Ele

me traiu!
Eloíse começa a chorar de novo. Jacqueline acaricia os

cabelos da menina, tentando consolá-la; e ao mesmo tempo,
esboça um sorriso.
CORTA PARA
CENA 15 – CASA DE EMÍLIO/COZINHA – INT – DIA

Amélia e Miranda lavam os pratos do café da manhã.
AMÉLIA – Minha filha, diga uma coisa... Você tá

gostando mesmo de trabalhar naquela lojinha?
MIRANDA – Até que tô, viu, mãe?
AMÉLIA – E ela paga direitinho?
MIRANDA – É um pouco mais que um salário

mínimo... Acho que eu ia ganhar mais se fosse
dançar num cabaré, mas pra vendedora de loja acho
que tá bom.
AMÉLIA – E lá vende muito?
MIRANDA – Vende direitinho. E a Raquel tá até

pensando em dar uma expandida nos negócios...
AMÉLIA – Vai abrir uma filial?
MIRANDA – Não, vai imitar papai e abrir uma lan

house perto da loja.
AMÉLIA – Lan house, é?
CORTA PARA
CENA 16 – CASA DE EMÍLIO/SALA – INT – DIA

Emílio lê o jornal com Michelle.
MICHELLE – Vai voltar mesmo com a lan house, pai?
EMÍLIO – Vou. Tem a indenização, consegui um

empréstimo pra completar o orçamento da
construção, e vamos voltar melhores do que antes.
MICHELLE – No mesmo lugar?
EMÍLIO – No mesmo lugar. O pessoal tem perguntado

bastante, aquele pessoal novinho...
MICHELLE – Eles não tinham outro lugar pra ficar,

né?
EMÍLIO – É isso... E falando em lan house? E

aquele bandido que tava sendo procurado?
MICHELLE – Qual deles? É tanto bandido, pai...
EMÍLIO – O da Internet, como é o nome dele mesmo?
MICHELLE – Edward. Bom, até agora nenhuma pista

de onde aquele sujeito pode estar.
EMÍLIO – E não tem nenhuma vítima, ou qualquer

outra pessoa que possa ajudar nas investigações?
MICHELLE – Uma das pessoas que podia ajudar é a

Teresa, mas ela já depôs. Ai, pai, essa história
tá me dando tanta dor de cabeça!
EMÍLIO – Calma, filha, vai dar tudo certo.
Emílio puxa a garota para seu colo.
CORTA PARA
CENA 17 – RUA – EXT – DIA

Um táxi pára perto da casa de Patrícia. Do carro
descem Cecília e Patrícia, amparando a filha. Gustavo está
no ponto de ônibus e vê as duas. Cecília também o vê,
começa a chorar e tenta ir até ele. Sonoplastia: Longe aqui
– Jay Vaquer.
CECÍLIA – Mãe, o Gustavo! Eu tenho que falar com

ele!
PATRÍCIA – Não, minha filha, você tem que

descansar.
CECÍLIA – Mas eu tenho que falar com ele, ele tem

que saber o que aconteceu de verdade.
PATRÍCIA – Depois, menina, depois! Não tá vendo

que ele tá indo trabalhar? Você sofreu muito,
precisa descansar, comer direito, dormir...
Cecília acena para Gustavo, que não responde. Patrícia

a leva para dentro de casa.
CORTA PARA
CENA 18 – LAN HOUSE – INT – DIA

Ed entra, usando boné e óculos escuros. Está falando
ao celular.
ED – Oi, Vitor. E aí, como a dupla dinâmica tá se

saindo? (pausa) Mal? Aperta! Dá uma bela apertada
e eles ficam verdadeiros cordeirinhos, vai por
mim. Me avisa quando tiver novidade da grana.
Ed desliga o celular, vai até o balcão da recepção,

troca umas palavras com o atendente. Depois, vai a um
computador vazio e começa a usá-lo.
CORTA PARA
CENA 19
Tomada aérea de Viena pela manhã. Sonoplastia: Night
school – Frank Zappa.
CORTA PARA
CENA 20 – VIENA/RUAS – EXT – DIA

Bradley caminha, acompanhado por Lady Kelly e uma
escolta de dois guardas.
LADY KELLY – Então, descobriu alguma coisa a

respeito da tal Julia?
BRADLEY – Descobri sim. (pausa) O nome dela é

Julia Hoffnagel, é jornalista e não vai ficar
muito tempo em Viena. Aliás, hoje é o último dia
que ela fica aqui.
LADY KELLY – E pra onde ela vai?
BRADLEY – Vai pro Brasil. Mais precisamente para

o Recife. É outra viagem a trabalho. Agora quanto
tempo ela vai ficar por lá, não deu pra
descobrir...
LADY KELLY – Mas isso já está de bom tamanho.
BRADLEY – E o que vai fazer com todas essas

informações?
LADY KELLY – O óbvio, queridinho. (pausa) Também

vou pra lá!
Eles continuam o passeio.
CORTA PARA
CENA 21
Tomada aérea de Recife. Sonoplastia: Night school.
CORTA PARA
CENA 22 – LAN HOUSE – INT – DIA

Teresa entra e vai na direção do balcão de recepção.
Ed sai do lugar onde está e também vai até a recepção.
Antes que qualquer um dos dois consiga falar com o
atendente, esbarram um no outro. Teresa não o reconhece de
imediato, mas Ed fica olhando fixamente para ela.
FIM DO CAPITULO 36

Arede 036

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CENA 01 – AP. DE CATARINA/SALA – INT – NOITE

JOYCE – Professor! Eu tava justamente pensando em

FELÍCIA (nervosa) – Eu vou trocar a fralda da

Felícia sai correndo, com o carrinho de bebê.

JOYCE (também entrando para o quarto) – Espera só

Beth e Walter ficam sozinhos com Maria.

BETH – Você... Chegou agora?

WALTER – Faz uns cinco minutos.

Beth se encosta na parede, quase chorando. Maria

MARIA – Quer um copo d’água?

BETH – Não, menina. Eu só preciso de ar puro...

Beth sai batendo a porta. Joyce volta, com um caderno

JOYCE – Eu tô com um pouco de problema nessa

Joyce vai falando, sem áudio. Walter não parece estar

CENA 02 – AP. DE ALEXANDRE/SALA – INT – NOITE

CATARINA – O que foi?

ALEXANDRE – Nada, eu só tô um pouco cansado.

CATARINA – Entendo... Já faz horas que a gente tá

ALEXANDRE – É melhor mesmo. (pausa) Não sei nem

CATARINA – Não tem nada que agradecer não. Tô

ALEXANDRE – É que a forma como você me trata,

CATARINA – Não tem por quê...

ALEXANDRE (corta) – Cacá, você gosta de mim, né?

Catarina olha para Alexandre, assustada.

CATARINA – Repete a pergunta, por favor.

ALEXANDRE – Eu só perguntei se você tá gostando

Catarina, nervosa, não fala nada.

CENA 03 – CASA DE PATRÍCIA/SALA – INT – NOITE

PATRÍCIA – Essa menina já se esqueceu do tempo...

PATRÍCIA (tel) – Alô? (pausa) Como é? O que

Patrícia desliga o telefone, tentando enxugar as

CENA 04 – HOSPITAL/QUARTO – INT – NOITE

PATRÍCIA – Minha filha, tente se acalmar, senão

CECÍLIA – Pior como? Eu perdi o bebê... Perdi! Eu

PATRÍCIA – Primeiro você precisa se acalmar.

CECÍLIA – Eu não consigo!

Patrícia abraça a filha e começa a chorar também.

CENA 05 – CASA DE Mª EDUARDA/TERRAÇO – INT – NOITE

GUSTAVO – Oi, Elô.

ELOÍSE – Oi, tudo bem?

GUSTAVO – Tudo péssimo.

GUSTAVO – Mas foi até bom te encontrar, você tá

ELOÍSE – Ai, meu Deus... O que é?

GUSTAVO – Posso entrar?

Eloíse abre o portão sem questionar. Gustavo entra e

GUSTAVO – É melhor você também sentar...

ELOÍSE – Aconteceu alguma coisa com a minha irmã

GUSTAVO – Não. O problema é com a minha

Eloíse arregala os olhos, assustada.

GUSTAVO – Eu sei que é horrível, mas é melhor

ELOÍSE (chorando) – Tá bom, pode parar, chega! Eu

GUSTAVO – Eu sinto muito, mas não é... Nós dois

Eloíse chora mais convulsivamente ainda. Gustavo

CENA 06 – CASA DE FREDERICO/QUARTO – INT – NOITE

FREDERICO – Não, pirralha, hoje não.

JACQUELINE (brava) – Pirralha?

FREDERICO – Modo carinhoso de falar, menina. Tu é

JACQUELINE – Logo hoje que eu tô tão feliz?

FREDERICO – É que o golpe lá do carro foi forte.

JACQUELINE – Então deixa eu curar o dodói?

Frederico fica calado, apenas olhando Jacqueline se